SINOPSE: O amor saiyajin é algo interessante... Quando um saiyajin escolhe uma paixão, eles estarão unidos pelo resto da vida. Trunks e Pan descobrem isto na data menos apropriada – extremamente perto de seu casamento com Marron e Uub.

PREDESTINADOS

História por Nanna

CAPÍTULO 3 – CASAMENTO E ACIDENTE.

Pan desabou, boquiaberta, no sofá, ao lado da avó. Sua mente zumbia e turbilhonava com o que Chichi acabara de lhe dizer. Marron não podia estar grávida de Trunks. Mas Marron estava grávida, tanto que estava engordando à beça (logo Marron que era tão orgulhosa de seu corpo esguio e de sua boa forma).

"Dendê", respirou a moça, sentindo-se enfraquecer. Chichi amparou-a rapidamente, alarmada com a palidez repentina que assomara ao rosto da jovem.

"Pan, tudo bem com você?"

"Tudo, vovó". A morena se ergueu, deu um beijo no rosto da avó e saiu voando sem rumo.

Chichi deixou-a ir, sabendo o quanto ela devia estar sentindo-se confusa. Suspirou e voltou a seu bordado, mandando uma rápida oração ao marido morto. Goku, olhe por ela...

Não se preocupe. Ela quase podia ouvi-lo. Eu olharei.


Nos dias seguintes, o clima ficou péssimo entre os dois casais. Uub sentia que Pan estava estranha, alheia e deprimida, mas não conseguia compreender o que arrasara sua noiva. E Marron dava seu melhor para fingir que nada tinha acontecido, mas o insuportável mau humor de Trunks estava levando seus familiares à loucura.

Bra e Chichi, as únicas que sabiam do elo entre Pan e Trunks, tentavam de todas as formas confortar a jovem morena. Mas não conseguiam. Pan afundava mais e mais na depressão e, devido à força de seu elo, arrastava Trunks com ela.

Pan evitava o prédio da Corporação Cápsula como o diabo fugia da cruz. Não agüentava pôr os pés ali, pois as memórias de seu primeiro beijo com Trunks tomavam-na de assalto, e ela sentia-se enfraquecer mais e mais. Vegeta foi o único a perceber a fraqueza da moça e tratou de conversar com ela:

"Você e meu filho têm que se acertar logo", disse ele de chofre. Tinha ido ao apartamento da morena com a expressa finalidade de abrir-lhe os olhos. Pan, que não o esperava, surpreendeu-se com sua visita, mas não com suas palavras. Afinal, o próprio Trunks a alertara que Vegeta saberia que eles tinham marcado um ao outro.

"Ele vai ter um filho com outra mulher", respondeu ela secamente. Vegeta rolou os olhos.

"Esse fedelho pode não ser filho dele e, se for, não vai conhecer o pai, se você continuar separada do meu filho".

Pan arregalou os olhos. E agora mais essa? Primeiro o elo, depois a desconfiança-bomba de que Marron pudesse estar mentindo, e agora isso. A distância entre eles ia matar Trunks. "Está mentindo".

"Não sou de mentir, moleca", rosnou Vegeta. "Vocês construíram um elo. Esse elo não se desfaz pura e simplesmente porque vocês assim o querem. Quando você sugou o sangue daquele idiota do meu filho, e ele sugou o seu, vocês fizeram um pacto de sangue, indissolúvel. Agora, para desfazê-lo, só a morte. De ambos".

Pan sentiu que iria desmaiar. Oh, caramba... Desejou, mais uma vez, que tivesse resistido à louca paixão que sentia por Trunks. "Vegeta, é possível que essa criança que a Marron espera não seja mesmo seu neto?"

"Tenho completa certeza de que esse fedelho não tem sangue saiyajin", retrucou o homem, com uma seriedade profunda no rosto.

"Como pode ter tanta certeza?"

"O moleque não tem um ki considerável", respondeu ele. "Se ele tivesse um quarto de sangue saiyajin, teria um ki respeitável. Mas não tem nada. Nem um ki de um".

O queixo de Pan desabou. "E por que você não conta isso ao seu filho?"

"Além de burro, Trunks às vezes tem uns ataques de honradez. Ele não quer nem saber se o filho da loira é dele ou não. Ele acha que, como noivo dela, é seu dever assumir o bastardinho".

"Vegeta, pelo amor de Dendê, tem que ter um jeito de desconstruir esse elo sem causar dano a mim ou a Trunks", implorou a moça, desesperada.

Os olhos escuros do saiyajin lampejaram. "Não há". E seus lábios se curvaram num pequeno sorriso. "E sinto muito por lhe dizer isto, Pan, mas agora nem a morte poderá destruir esse elo de vocês".

A moça quase rompeu em lágrimas ali mesmo. "Por quê!"

"Porque", ele aproximou-se da garota, "você vai ter um filho".

Pan pensou que ia desmaiar. "Um filho?" Ela começou a sacudir a cabeça com violência. "Não, não posso ter um filho!"

"Sinto muito – falando sério, não sinto não. Esse moleque vai ser um príncipe saiyajin. Ou uma princesa. E agora, querendo ou não, Trunks vai ficar entre a cruz e a espada".

"O que quer dizer?"

"Ele vai ter que optar entre um casamento infeliz por causa de um fedelho que não é dele, ou casar-se com você, que é sua companheira e espera um filho legítimo".

"Dendê, não pode me dar um tempo?" A moça exclamou, olhando para cima, numa reclamação ao guardião da Terra. De seu templo, o jovem Namek sacudiu a cabeça, e ria.


A cada dia que se passava, Marron sentia-se mais e mais desesperada. Se antes Trunks mal lhe dava atenção, agora a ignorava por completo. Não queria saber detalhes do casamento, da lua de mel ou do bebê. Por mais que ela tentasse envolvê-lo na vida deles, ele não ligava, preferindo ficar trancado na câmara de gravidade com o pai ou no escritório com a mãe e a irmã.

Uub, por sua vez, revelava-se cada vez mais devotado. Ligava diariamente, pedia notícias dela e da criança e fazia questão de estar presente em todos os exames que o obstetra pedia. Mas até mesmo Uub, que parecia perfeito, tinha problemas com Pan. Ela parecia distante, levando os últimos retoques para o casamento com a barriga.

A loira estava com Bra, discutindo violentamente sobre o vestido que usaria na recepção (faltavam dois dias para o casamento agora), quando Vegeta chegou na Corporação Cápsula. Trunks estava jogado no sofá, olhando o teto. De vez em quando, dava um suspiro e acariciava uma feia cicatriz no pescoço, e Bra suspirava também, com um brilho triste nos olhos azuis.

"Moleque", rosnou Vegeta. "Temos que conversar. Agora".

"Não, agora não!" Rebelou-se Marron, ignorando o medo que sentia do futuro sogro. "Estamos acabando de combinar os últimos detalhes do casamento, o Trunks não pode sair daqui agora".

O rei saiyajin voltou-se para ela, olhos chispando de fúria. "Não me desafie, menina".

"Que se dane. Trunks, você fica", disse a loira, colocando uma mão no braço do noivo. Vegeta pareceu por um momento considerar a idéia de encher a futura nora de pancadas (uma idéia que Bra e Trunks apoiariam completamente), mas aí bufou e desapareceu jardim afora.


Chegou enfim o grande dia (para Uub e Marron. Trunks e Pan rezavam para que a data nunca chegasse). Pan recusara-se a ir vestir-se na Corporação Cápsula, dando graças a Dendê por sua barriga ainda estar reta como se ela não estivesse grávida. A moça foi aprontar-se para a cerimônia na casa da avó, onde passara a última noite de solteira.

Videl despertou sua única herdeira ao meio-dia. Pan e a avó haviam passado a noite em claro, conversando. Chichi era a única da família que sabia da gravidez da neta. Estava morrendo de pena de Pan. Só esperava que o bebê não nascesse de cabelos arroxeados e olhos azuis. Seria a pior tortura, Pan ver que seu filho era a cara do pai. Ou melhor, sua filha. Chichi tinha a forte intuição de que seria uma menina.

Duas horas antes do casamento, a cabeleireira contratada para arrumar as noivas chegou à casa de Chichi. Bra, vendo o estado de nervos da futura cunhada, mandara Madame Sakura primeiro para a casa da amiga, sabendo que Pan era mais calma e estava menos ansiosa com o casamento – na verdade, se o casamento não acontecesse, Pan não reclamaria.

Quando Madame Sakura saiu para a Corporação Cápsula, uma hora depois, Pan estava muito bonita. A cabeleireira fizera cachos grandes em seu cabelo escuro, prendendo os caracóis negros num rabo de cavalo frouxo. A mantilha os encobria, presa em seu lugar por uma pesada e antiga tiara de prata, que fora da mãe de Videl. A maquiagem era discreta: sombra branca, lápis de contorno de olhos preto, máscara de cílios preta, blush rosado e gloss também rosado.

Gohan sentiu um nó na garganta ao ver a filha. Ela estava linda, com o vestido frouxo (Pan emagrecera muito nos últimos dias), o cabelo preso, a maquiagem simples, o buquê de rosas brancas na mão. No entanto, quando o cientista abriu a boca para falar, sentiu uma presença atrás de si. Um ki que há muitos anos ele não sentia.

Pan viu o homem alto, forte, de cabelos espetados, em pé atrás do pai, e sentiu a garganta secar. Ele viera. Dendê lhe concedera esta última bênção, a presença de seu amado avozinho em seu casamento. Pelo menos ela teria esta pequena felicidade.

Gohan voltou-se, e sentiu os olhos umedecerem com a visão de seu pai muito distinto em um smoking. Goku sorriu bondosamente, e disse, "Eu levo a Pan até o altar. Você vai com a Videl".


Gohan, Goten, Trunks e Uub todos passaram a noite na casa de Gohan, Trunks afundando as mágoas em baldes e mais baldes de cerveja. Ao fim da noite, Trunks, já completamente embriagado, perdeu a cabeça e deu dois socos em Uub, ameaçando matá-lo caso o moreno machucasse Pan. Uub, que estava sóbrio, estranhou tais palavras vindas do amigo, mas desconsiderou-as, achando que eram preocupações de irmão mais velho.

Os homens acordaram ainda mais tarde, Trunks com uma dor de cabeça terrível, a boca com gosto de cabo de guarda-chuva. Uub fez troça com o que ele dissera na noite anterior, mas Trunks ficou pálido. Seu segredo quase tinha escapado. E ele podia sentir Gohan observando-o atentamente.

Ignorou o velho amigo, preferindo vestir-se para o casamento em sua casa. Tendo esquecido que Marron iria arrumar-se lá (e nutrindo uma secreta esperança de ver Pan pela última vez antes que ela se casasse com outro), o noivo invadiu o quarto da mãe.

Um grito ensurdecedor ressoou no aposento. Os olhos azuis do primogênito de Bulma recaíram na figura luxuosa de Marron vestida de noiva. A loira estava congelada em seu lugar, os olhos escuros cheios de puro terror. Bra deu um sorrisinho malicioso, conhecendo bem a futura cunhada.

"Três, dois, um", contou baixinho.

E Marron explodiu. "TRUNKS! O noivo nunca pode ver a noiva pronta antes do casamento!"

O rapaz estava verdadeiramente confuso. "Por que isso? Marron, não seja imbecil".

"Traz azar, Trunks! Saia daqui!" Esgoelou-se a loira desesperada. Virou-se para Bulma. "Não vou me casar!"

"Nem pense nisso!" Veio a voz autoritária de #18 da porta. "Ninguém vai cancelar ou adiar esse casamento, Marron. Ou você se casa, ou se casa. Escolha".

"Mas, mamãe..." A noiva fez bico. "... Ele me viu vestida de noiva antes do casamento. Não é bom".

"Marron, não seja imbecil. Quando que ver a noiva vestida antes do casamento traz azar? Cuide de se arrumar logo", e a ex-andróide desapareceu no quarto ao lado, onde estava Kuririn.

Marron suspirou e voltou-se para a futura sogra. "Onde está Madame Sakura?"

"Na casa da Pan", Bra disse, entrando no quarto. Já estava pronta para o casamento – seria dama de honra. Pan convidara-a para madrinha, mas Bra recusou o convite. Seu vestido era de seda preta, de decote quadrado, alças finas e bordas assimétricas, todo rebordado. A própria jovem penteara-se e maquiara-se: os cabelos azuis estavam escovados, bem lisos, uma mecha caindo charmosamente por cima de um olho. A maquiagem era simples: máscara de cílios, lápis de olho e sombra pretos, batom cor de boca e blush pêssego.

Marron indignou-se. "Por que na casa da Pan? Ela tinha que estar aqui, a..." Ela quase disse 'estrela do casamento', mas se conteve. "Afinal, minha maquiagem vai demorar muito mais para ser feita do que a da Pan".

"Porque você está deixando todo mundo maluco, Marron!" Disparou Bra. "Mas que diabo, não pode deixar de reclamar um minuto? Dê-se por muito satisfeita que meu irmão está casando-se com você", e ao dizer isso a jovem saiu.

Marron voltou-se para Bulma. "Por que ela disse isso? Trunks está casando-se comigo porque me ama, não é?"

Bulma preferiu não responder.


Uub entrou no quarto de Trunks e encontrou o amigo já pronto para o casamento. "Trunks, preciso de um favor seu".

"Claro, Uub. O que foi?" O mezzo saiyajin sentou-se numa cadeira, tentando não amassar o impecável smoking Armani que sua mãe comprara especialmente para aquela ocasião.

"Gohan e Videl já chegaram, e trouxeram Chichi, Goku e Goten com eles. Você podia ir pegar a Pan na casa da Chichi com a limusine?"

Trunks ficou gelado. "Eu? Pegar a Pan? Uub, por que você não vai? O noivo dela é você, não eu". Infelizmente, pensou o saiyajin, tentando abrir o elo telepático com a noiva do outro.

Pan não respondeu às tentativas. E Uub o encarava como se ele estivesse maluco.

"O noivo não pode ver a noiva pronta antes do casamento, Trunks", o moreno disse como se estivesse falando com uma criança. "Traz azar".

"Mas que coisa, qual é de você e da Marron com esse negócio de que ver a noiva pronta antes da cerimônia traz azar? Eu vi a Pan e..." Trunks cobriu a boca com as mãos, chocado. Tinha falado demais.

Uub estreitou os olhos, uma sutil desconfiança em seu olhar. "Você viu a Pan vestida de noiva?" Quis saber o moreno. "Quando?"

"Hummm... Numa das provas do vestido", Trunks resolveu ser parcialmente honesto – iria morrer sem contar a Uub que estava apaixonado pela futura mulher deste. "Ela está linda".

"Hummm..." Uub fez, parecendo ainda desconfiado. Mas aí sorriu. "Você não é o noivo da Pan, pode vê-la vestida de noiva antes do casamento mil vezes se quisesse. Eu não", ele suspirou e sorriu. "Pode ser que traga sorte". Sacudindo a cabeça, Uub fitou Trunks com os olhos brilhando de expectativa. "E aí, você pode ir pegar a Pan?"

Trunks sacudiu a cabeça, desolado. Não tinha como escapar. Se recusasse a ir pegar Pan, Uub estranharia. Mas não queria ficar a sós com Pan. Temia o que podia fazer caso se encontrasse a sós com ela, na limusine. "Tudo bem", disse lentamente. "Eu vou".


Pan estava perambulando pela sala de estar da avó, nervosíssima. Sua mão deslizava pela barriga reta. O ki do bebê que ali crescia era pequeno, mas forte para uma criança de poucos dias de vida. A morena sentia-se inquieta, com a forte sensação de algo importante lhe aconteceria naquele dia.

"Mas é claro que vai acontecer, Pan, sua idiota", ela disse em voz alta, para si mesma. "Você vai se casar. Com o Uub. A quem você ama".

Uma vozinha na cabeça dela reagiu, Ama tanto que está esperando um filho do Trunks. Nossa, que grande amor!

"Cale a boca", resmungou a jovem, que se assustou quando ouviu a delicada batida na porta. "Está aberta. Pode entrar".

Um arrepio suave percorreu a espinha da grávida, que se virou lentamente e deu de cara com o pai de seu bebê. Trunks estava lindo. O smoking Armani tinha um caimento perfeito, ajustado ao corpo do mezzo saiyajin como se fosse uma segunda pele. Os cabelos cor de lavanda, cortados na altura do queixo, caíam pelo rosto do rapaz, dando-lhe um ar de garoto.

"O... O que está fazendo aqui?" A moça conseguiu dizer por entre os lábios secos.

"Vim lhe pegar para o casamento", respondeu Trunks baixinho, olhando-a de cima a baixo. A moça empalideceu e recuou.

"Você? Não. Não, me recuso a ir".

"Pan, não vou fazer nada". Um brilho triste lampejava nos olhos azuis. "Vamos?" Estendeu a mão. Hesitante, a noiva a pegou, ficando sem fôlego no momento em que sua pele entrou em contato com a dele.

Entraram na limusine, ainda de mãos dadas, silenciosos e deprimidos. Pan aos poucos deslizou pelo banco de couro do veículo, aproximando-se mais e mais de Trunks. O príncipe saiyajin passou um braço pelos ombros delicados da moça, e beijou-a nos perfumados e cacheados cabelos, sentindo as lágrimas arderem em seus olhos.

"Você está linda", ele disse baixinho. Ela apoiou o rosto em seu ombro, lutando contra a vontade de chorar. Não queria se casar com Uub. Queria ficar ali com Trunks e contar a ele que eles iam ter um bebê.

"Obrigada", disse baixinho.

De repente, tudo mudou depressa demais.

O carro girou na estrada, e Trunks e Pan agarraram-se um ao outro, o azul dos olhos dele mergulhando no castanho dos dela. Inconscientemente, Pan ergueu-se um pouco e roçou seus lábios contra os de seu amado. Ele correspondeu, sem aprofundar o beijo. Quando se separaram, disseram simultaneamente, "Eu te amo".

Nesse momento, um outro carro bateu com intensidade na limusine negra.


Na Corporação Cápsula, quase todos estavam reunidos na sala de estar. Vegeta estava apoiado numa parede, como de costume, muito mal humorado por estar vestindo um smoking Versace em vez de sua muito amada armadura de saiyajin. Gohan, Videl e Bulma estavam sentados num sofá, conversando, enquanto Goku e Kuririn conversavam animadamente sob os olhares de #18 e de Chichi.

Repentinamente, Bulma e Videl ficaram tontas. Gohan e Goku correram para auxiliá-las, assustados, enquanto Vegeta estreitava os olhos ao mal estar de sua mulher. "Bulma, o que houve?" Perguntou Goku, fazendo a amiga de infância se sentar. Bulma abriu os olhos, e Goku ficou assombrado com o abismo de angústia que cintilavam nas íris azuis da amiga.

"Goku, onde está o Trunks?" Perguntou ela, em voz baixa. No mesmo momento, Videl desatou a chorar, agarrada em Gohan.

"Gohan, aconteceu alguma coisa com a Pan!" Exclamou a morena de olhos azuis. O filho de Goku não entendeu.

"Videl, não pode ter acontecido nada com a Pan. Nós saímos de casa há quinze minutos e a deixamos lá, arrumada, penteada, maquiada e pronta para o casamento".

Mas Videl não ouvia. "Aconteceu algo com a minha filha. Eu sei", ela ficou calada por um momento. "Eu sinto".

Bulma levantou-se de um pulo. Estava vestida discreta, mas elegantemente, em um tailleur de linho azul escuro. Os cabelos azuis estavam presos num coque. "Vegeta, você viu o nosso filho?" A milionária correu para o marido. Vegeta tomou-a nos braços, aninhando-a contra seu corpo.

Uub, Bra e Goten apareceram nesse momento. A filha de Bulma e Vegeta alarmou-se ao ver o rosto úmido de lágrimas de Videl e a preocupação nas feições ainda jovens de sua mãe. "Mãe?" Perguntou ela, a voz cautelosa. "O que aconteceu?"

Bulma voltou-se para sua caçula. "Bra, você viu o Trunks por aí?"

A moça de 23 anos sacudiu a cabeça negativamente, mas Uub respondeu, "Eu pedi que ele fosse buscar a Pan em casa, para o casamento".

O rapaz não entendeu os olhares de incredulidade e galhofa que recebeu de Chichi e de Vegeta. Gohan perguntou ao futuro genro, "Quando foi isso?"

"Tem uns dez minutos, mais ou menos".

"Logo, logo eles estão chegando", disse Bra, mas tentou sufocar um forte sentimento de angústia.