SINOPSE: O amor saiyajin é algo interessante... Quando um saiyajin escolhe uma paixão, eles estarão unidos pelo resto da vida. Trunks e Pan descobrem isto na data menos apropriada – extremamente perto de seu casamento com Marron e Uub.

PREDESTINADOS

História por Nanna

CAPÍTULO 5 – ... SEGREDOS SÃO REVELADOS

Todos olharam confusos de Vegeta para Marron. A expressão da loira parecia a de uma criança capturada com a mão no pote de biscoitos antes do almoço. Goku voltou seus olhos para seu 'melhor inimigo', e Vegeta apontou para o pescoço; o saiyajin de cabelos espetados olhou no pescoço de Pan e viu o que Vegeta quisera dizer.

Dois furinhos recentes, cicatrizados. E um ki forte, pulsante. Ele arregalou os olhos, de choque.

Ninguém compreendeu quando Goku soltou Chichi nos braços de Gohan e aproximou-se da maca onde Trunks dormia tranqüilamente. O melhor guerreiro saiyajin observou algo na base do pescoço do herdeiro da Corporação Cápsula, e recuou, choque e surpresa misturados dentro de seus olhos.

"Marron", Goku disse gentilmente, "você teria por acaso uma cicatriz no pescoço?"

A moça franziu a testa. "Cicatriz?"

"Sim. Como se um vampiro a tivesse mordido".

Marron fez uma careta enojada. "Eca! Não, não tenho, senhor Goku. Por quê?"

Goku virou-se então para Vegeta, uma expressão de absoluta incredulidade nos olhos. "Você quer dizer então que essa marca no pescoço da Pan..."

"É, Kakarotto", rosnou Vegeta. "A Pan e o Trunks se ligaram".

"Meu Deus!" Murmurou o avô de Pan. "Mas como é possível que Marron esteja esperando um filho dele? Achei que os saiyajins só engravidavam as mulheres que marcavam como suas!"

"E está correto", retrucou o rei saiyajin. "Se não acredita que o bebê dessa moleca não é do Trunks, tente rastrear o ki da criança", instruiu, seus olhos negros e frios nunca deixando o rosto apavorado da futura nora.

Goku obedeceu, fechando os olhos. Concentrou-se na energia vital da loira, ignorando os picos de energia de seus dois filhos. O ki de Marron era baixo, menor que o de Bulma, e não havia nenhuma energia extra. Nada do ki intenso, vibrante, que ele sentira ao rastrear o poder de Pan. O homem de cabelos espetados abriu os olhos e olhou tristemente para a loira.

"Marron, conte-nos a verdade", pediu ele, educadamente. "Diga-nos quem é o pai do seu filho".

Marron sentia o mundo desabando em sua cabeça. Há duas horas atrás, estava ansiosamente esperando pelo momento de descer, triunfal e etérea, as escadas da Corporação Cápsula, para ofuscar Pan com sua beleza e seu brilho, e casar-se com Trunks Briefs. Seu filho estava com o futuro garantido. Trunks não sabia desse detalhe de que não podia engravidá-la, ela tinha certeza, e por isso seu bebê ia ser o herdeiro dos Briefs.

Agora, estava quase para ser desmascarada, e descobria que Pan, a outra noiva naquele casamento duplo, estava grávida de Trunks. E o brilho nos olhos de Bulma jurava-lhe uma morte longa e dolorosa. Uub colocou uma mão em seus ombros, e disse, "Conte a verdade a eles, Marron".

"Que verdade?" Ela fingiu-se de desentendida. "Esse bebê é um Briefs. É herdeiro de Trunks. Não estou mentindo".

Mas os saiyajins presentes sabiam a verdade. "Marron, pelo amor de Dendê... Por que mentir?" Argumentou Goku, gentilmente.

"É verdade!" Esgoelou-se a moça veementemente. "Trunks não é um saiyajin puro, tem sangue terráqueo. E eu sou terráquea. Quem sabe nele o sangue de Bulma falou mais forte. Por isso o bebê não tem ki".

Houve silêncio por um momento. E então Bra disse, "Isso tudo é a maior besteira que já saiu da sua boca, Marron".

"BRA!" Escandalizou-se a loira.

"Marron, a loira aqui é você, não eu. E eu sou mezzo saiyajin. Meu pai sempre nos disse que, se correr uma gota de sangue saiyajin na veia de uma pessoa, esta pessoa terá um ki, por mais fraco que seja", a moça afirmou. Vegeta sentiu uma onda de orgulho por sua filha caçula.

Marron sentiu o desespero engolfá-la. Voltou-se para Uub, o rosto cheio de pânico. Mas a expressão do rapaz era pétrea, determinada. "Uub..." Implorou a loira.

"Marron, se você não contar, conto eu".


No futuro, enquanto as duas Pan conversavam no quarto, os dois Trunks sentavam-se à mesa da cozinha. O Trunks mais velho começou a conversa. "Você e Marron não podem se casar".

O outro arregalou os olhos. "Por que não? Ela vai ter um filho meu!"

"Não, não vai", disse sereno o primeiro. "O pai do filho dela é o Uub".

"O Uub?" Trunks arregalou os olhos para seu... gêmeo? "Como é possível? O Uub é apaixonado pela Pan".

"Ele ama a Pan, sim..." O Trunks mais velho serviu-se de suco da geladeira, "... Mas do mesmo jeito que ama a Bra. A paixão da vida do Uub é a Marron. Eles são amantes há meses".

"Marron e Uub sendo amantes não significa que o filho dela seja dele", o outro Trunks desafiou. O mais velho sorriu, benevolente. Conhecia-se muito bem. Nenhum dos dois daria o braço a torcer, nunca. O príncipe saiyajin nunca admitiria que fora enganado. Vegeta ensinara bem a seu filho.

"Claro que significa", disse ele, tranqüilamente. "Papai não nos ensinou tudo sobre a vida sexual saiyajin. Eu mesmo só descobri que eu não era pai do filho de Marron quando a menina nasceu".

"O que quer dizer?"

"Você marcou Pan", o pai de Yule apontou a cicatriz bem em cima da jugular de sua versão mais jovem.

"Marquei, sim. E ela me marcou, como você sabe".

"Pois bem. Você a elegeu como sua companheira. Isso quer dizer que ela, e apenas ela, pode conceber os seus filhos".

Trunks arregalou os olhos. "O quê?"

"Nenhuma outra mulher, que não Pan, pode engravidar de você, Trunks Briefs. Por que acha que não existem dezenas de filhos de Vegeta pululando por aí no Universo?"

O Trunks mais moço escondeu o rosto nas mãos. "Oh, Dendê!"

"E tem mais uma coisa", o Trunks mais velho sentiu compaixão do mais jovem. "Se Pan casar-se com Uub, ele tentará violentá-la na noite de núpcias, ao descobrir que ela..."

"Que ela o quê?" Inquiriu o mais moço.

O mais velho teve um flashback.


FLASHBACK

Trunks estava de pé, na sacada do hotel que Bulma reservara para a noite de núpcias de seu filho com Marron, sozinho. Sua nova esposa estava dentro da suíte, furiosa por não ter conseguido seduzi-lo. Olhando o céu estrelado, Trunks sentiu uma forte pontada no coração quando se lembrou que a abóbada celeste estivera igual a esta, na noite em que ele possuíra Pan.

'TRUNKS!' A voz de Pan ecoou em sua mente, e ele pôde sentir, pelo elo telepático entre eles, o pânico, o medo e o desespero dela.

'Pan?' Ele perguntou, preocupado. 'O que houve, meu amor?'

'SOCORRO!'

O alarme de Trunks cresceu mais. Os sentimentos dela eram tão intensos que ele sentia-se tonto. 'O que está havendo, Pan?'

'É O UUB!' A moça gritava, desesperada. Seu pavor era palpável na voz trêmula. 'ELE ESTÁ... ELE VAI... CORRA AQUI, TRUNKS!'

'Pan, acalme-se. Me diga o que está havendo!' Ele pediu, embora sentisse as primeiras ondas de fúria correr por seu sangue. Sua ira era tão profunda, que seu corpo tremia de raiva, e os cabelos estavam aloirando-se.

'Ele descobriu, Trunks... Ele vai me estuprar'

A voz dela, fraca e apavorada, foi a gota d'água para ele. Pan nunca fora fraca, e nunca se apavorara com nada. E só o pensamento de Uub brutalizando Pan foi capaz de fazer o ki de Trunks explodir.

E, antes que Marron pudesse se mover, Trunks saiu voando em disparada, os cabelos loiríssimos, os olhos gelados. Ele chegou à casa onde o casal iria morar e, guiando-se pelo elo, encontrou Pan no quarto principal. O lindo vestido de noiva dela estava rasgado, e um hematoma marcava a sedosa pele cor de marfim.

A marca roxa e o terror misturado com alívio, nos olhos castanhos da morena, deixaram Trunks ainda mais enfurecido. Uub ergueu os olhos ao estrondo da parede sendo arrebentada, e abriu a boca, mas Trunks não lhe deu a menor chance de falar, nocauteando-o com um poderoso soco.

Pan gritou quando Uub desabou sobre ela, mas rapidamente desvencilhou-se, correndo para os braços de seu verdadeiro amor. Ela tremia e chorava quando escondeu o rosto no pescoço dele, e ele imediatamente abaixou o ki, voltando ao normal e apertando-a contra si, dando graças a Dendê pelo elo entre eles, que lhe tornara possível salvá-la.

De repente, ela gemeu e enrijeceu o corpo contra ele. "Oh, minha nossa!" Disse baixinho. "Me leve a um hospital!"

"Pan, ele não deve ter lhe machucado tão gravemente a ponto de você precisar ir a um hospital", Trunks racionalizou.

Mas ela estava determinada. "Trunks, se você não me levar ao hospital eu vou sozinha".

Ele não entendeu, mas não ia deixá-la voando sozinha à noite, nervosa como ela estava. "Tudo bem, tudo bem. Eu te levo. Você vai assim, vestida de noiva?"

"Vou. Só me leve ao maldito hospital! Ah, e outra coisa".

"O que foi, Panny?"

"Não faça perguntas".

FLASHBACK


O Trunks mais velho voltou à realidade com o outro lhe dando um forte tapa no ombro. "O que foi?" Perguntou, massageando a área meio avermelhada.

"Você começou a me contar uma coisa, mas aí parou no meio da frase", disse o outro, curioso.

O Trunks mais velho pensou bem. Se o outro Trunks soubesse por ele que Pan estava grávida, ficaria furioso e magoado, questionando os motivos dela para fazer segredo de um fato de tamanha importância. Pan ficaria magoada também, e a mágoa mútua tornaria capaz que eles se casassem com Marron e Uub, tornando uma realidade a tentativa de estupro na noite de núpcias.

Trunks lembrava bem de como Pan ficara depois que a salvara. Ela passara meses tendo pesadelos, acordando aos gritos, fugindo de Uub ao vê-lo. E Trunks receava tocá-la, temeroso de que a intimidade entre eles evocasse nela o que quase acontecera com Uub.

Não, não ia contar. Quem sabe Panny teria coragem de contar a seu Trunks que eles iam ter um filho, depois de saber o que iria lhe acontecer se levasse adiante a idéia louca de se casar com Uub. Os olhos azuis gêmeos fitavam-no, cheios de expectativa.

"Ahn... Quando ele descobrir que você e Pan se amam. Uub tem uma leve tendência a ficar violento quando bebe".

Os olhos do rapaz ficaram quase negros. "Ninguém vai agredir um fio de cabelo que seja da Pan".

O outro sorriu de leve.


No presente, Marron tentava de todas as formas escapar da pergunta que Goku lhe fizera. Não podia contar que seu filho não era de Trunks. Seria assinar sua sentença de morte. E, por mais que a proximidade de Uub fizesse seu coração acelerar, ele era pobre. E ela era, como gostava de apregoar, uma mulher de gostos caros.

Mas a dor nos olhos dele... E o ultimato... Era demais.

Marron pôs a mão na barriga. Aquela criança tornara possível a concretização de um sonho de quinze anos, desde que ela colocara os olhos em Trunks pela primeira vez e o vira como um homem desejável. Mas a que custo ela realizaria esse sonho? Sacrificando o amor sincero de um homem bom? Impedindo a felicidade de uma amiga?

Marron não era cega, nem tão burra quanto todos supunham. Ela tinha olhos e podia ver o jeito com que Trunks e Pan olhavam um ao outro, quando pensavam que ninguém estava olhando. Nos olhos castanhos de Pan, havia um desejo emudecido, misturado a uma angústia e uma dor de enlouquecer. E nos azuis de Trunks, uma profunda revolta, e uma paixão ainda mais profunda que a revolta.

Fora as vezes em que ela chegara na casa do futuro marido e encontrara Bra e Pan trancadas. Muitas vezes, Pan emergia do quarto de Bra abalada, de olhos inchados, a amiga consolando-a em voz baixa, reconfortante. E as indiretas (bem diretas) de Bra... É, a moça não perdoava. Via o desespero da amiga e a infelicidade do irmão, e culpava Marron por isto.

E talvez fosse mesmo culpa da loira.

A voz de Uub soou baixa e alerta, "Marron..."

Ela inspirou fundo. Marron era ambiciosa e até mesmo calculista, mas não tão vil. Pan estava grávida de um filho legítimo de Trunks e, tanto quanto o seu bebê, esta criança também merecia crescer com o pai acompanhando-o.

Enchendo-se de força e coragem, a loira virou-se para os Briefs e os Son. "Este filho..." E quase sucumbiu à vergonha que a assolou com fúria, "... Não é de Trunks". Pronto. Dissera. Que Dendê a ajudasse, porque Bulma avançou sobre ela com um brilho assassino nos olhos azuis.

Mas Vegeta colocou uma mão de ferro no pulso de sua mulher, enquanto Uub puxava Marron gentilmente para trás de si, postando-se protetoramente diante dela.

"Sua vagabunda!" Explodiu a ex-futura sogra, enfurecida. "Maldita!"

Vegeta apertou o pulso de sua mulher. "Acalme-se".

"Acalme-se?" A esposa virou-se para ele, os olhos chispando de raiva. "Me acalmar? Essa loira desgraçada queria forçar meu filhinho a se casar com ela! A assumir um filho que não era dele!"

"Mas não o fez. Ela teve coragem de assumir seu erro antes de arrastar o Trunks até o altar, Bulma. Você tem o direito de ficar com raiva dela, mas não a agrida. O bebê que ela espera não tem nada a ver com a confusão", Goku interferiu.

Bulma respirou fundo. "É, Goku. Eu escapei de me tornar avó, mas você não vai deixar de ser bisavô. O Takuo disse que a Pan está grávida".

Um sorriso malicioso curvou os lábios do amigo de anos. "E quem disse que você não vai ser vovó?"

Bulma fez um gesto de pouco caso em direção de Marron, que agora estava agarrada a Uub, que lhe falava baixinho como se fosse acalmá-la. "O filho dessa aí não é do Trunks. Logo, eu não vou ser avó".

Vegeta sorriu maliciosamente, enquanto Goku mordia o lábio para conter uma vontade louca de rir. "E quem disse, Bulma, que nós não vamos ser avôs?"

"Oras, Vegeta! O futuro papai é o Uub, não o Trunks".

Goku explodiu numa gostosa gargalhada, enquanto Vegeta arrastava Bulma para perto das macas. O príncipe saiyajin quase esfregou o nariz da esposa nas marcas gêmeas no pescoço de Trunks e Pan.

Bulma empalideceu, mas então seu rosto se iluminou com um radioso sorriso. "Finalmente uma mulher que preste!" Exclamou ela, sorrindo e beijando o rosto do filho inconsciente. "Bra, temos que correr. Quando Trunks e Pan acordarem, temos que preparar uma nova cerimônia de casamento. A Pan não pode usar o mesmo vestido, o Trunks já a viu com ele".

"Mamãe, acalme-se. Duvido que Pan e Trunks concordem com um casamento luxuoso. Além disso, ela está grávida. A cerimônia tem de ser discreta e rápida, antes da barriga crescer", ponderou Bra.

Bulma resmungou inconformada. Vegeta deu um leve sorriso e voltou a fixar os olhos nos rostos plácidos de seu filho e da futura nora. Podia sentir os ki de ambos, estáveis e fortes. Mas uma ponta de preocupação o incomodava. Se ambos estavam bem, por que não despertavam?


No futuro, a noite caía. Trunks e Panny acomodaram-se no belo quarto onde Trunks acordara. Yule dormia no quarto ao lado, Trunks e Pan na suíte master do fim do corredor.

A garota de 23 anos havia acabado de sair do banho. Fitava o discreto anel de brilhantes que Uub lhe dera quando aceitara casar-se com ele. Nada tinha contra Uub, achava-o bonitão, simpático e carinhoso. Mas saber que ele tentaria estuprá-la ao descobrir sua paixão por Trunks mudava tudo.

Ela abriu a toalha felpuda na qual se envolvera ao sair do chuveiro, tentando ver alguma diferença em seu corpo. A não ser pelos seios um pouco mais volumosos, nada denunciava seu estado gestacional. Pan fechou os olhos, tentando imaginar-se barriguda, o ventre cheio com a vida de seu filho. Percebeu com surpresa que a imagem vinha facilmente.

Um arrepio quente lambeu sua pele, e ela virou-se. Seus olhos castanhos encontraram os de Trunks. As íris azuis estavam escuras de paixão, uma paixão primitiva e profunda. Pan sentiu o mesmo arrepio, e estreitou a toalha em volta de si. Ele aproximou-se dela e pousou uma mão em seu ombro, a pele quente fazendo-a arrepiar-se.

Trunks era impelido por uma voz que lhe dizia para procurar sua amada... Para mordê-la e fazê-la sua novamente. Com delicadeza, ele pousou a mão naquela pele sedosa e acetinada, macia, quente, com cheiro de sabonete. Os cabelos dela estavam presos num coque frouxo no alto da cabeça, as pontas molhadas. Havia uma trilha d'água particularmente tentadora na curva do pescoço delicado, e Trunks conteve o desejo de lambê-la.

"Trunks?"

"O que foi?"

"Tenho uma coisa para lhe contar".

"O quê?"

Os dedos suaves em sua pele tornavam mais difícil o seu raciocínio, mas Pan tinha que contar. Precisava fazê-lo, senão perderia a coragem. "Nós vamos ter uma filha".

Os dedos de Trunks congelaram no pescoço de Pan. Ele a olhava completamente aturdido. Uma filha. Ela ia ter uma filha? Como ela sabia que era uma menina?

"Uma filha?" Repetiu lentamente. Pan estava de olhos fitos no chão, apavorada, pensando que ele iria rejeitá-la junto com a criança. Junto com Yule, a menina adorável que ela já amava desesperadamente. Pan não sabia o que faria caso ele renegasse o bebê. Iria chorar? Iria matá-lo?

Depois que seu choque se desvaneceu, Trunks viu-se cheio da mais profunda euforia. Uma filha! Eles iam ter uma filha! Ele ia ser pai!

"Como você sabe que é menina?" Perguntou suavemente, seus dedos deslizando pelo pescoço macio, correndo pela toalha felpuda para descansar sobre a barriga ainda perfeita.

"Eu a vi", ela disse, seus receios levemente aplacados pela carícia doce em seu ventre liso.

Trunks ficou confuso. "Em seus sonhos?"

Ela deu uma risadinha e ergueu os olhos, abraçando-o. "Não, bobo. Eu a vi. Você também viu. Ela tomou uma queda e arrebentou uma boneca de porcelana".

Os olhos dele ficariam subitamente límpidos, muito azuis. "A Yule?"

"É", ela sorriu, orgulhosa. Ele puxou-a para mais perto de si.

"Ela vai ser linda. Vai dar trabalho quando crescer".

"Ela é a cara do pai", Pan disse, rindo. "Mas tem o gênio da mãe".

"Que Dendê nos ajude, então", ele disse, brincando. Ela lhe deu um tapinha carinhoso no ombro.

"Isso não foi gentil... E você me ama mesmo assim".

Os olhos dele ficaram sérios. "Amo mesmo. Sempre. Eternamente".

Ela sorriu, um sorriso macio, lânguido e feminino. "Também te amo".

"Vamos sair para comemorar!" Disse ele, eufórico. Ia ser pai. De uma filha linda, carinhosa e inteligente, com a mulher que era o seu par perfeito.

"Trunks, nada muito pesado, por favor", ela disse, rindo-se. "Estou com pouquinho tempo de gestação, pode ser arriscado".

"Vamos ao cinema e depois saímos para jantar", sugeriu ele. Os contornos de um plano formavam em sua mente estrategista de saiyajin.

"Ótimo", concordou ela, satisfeita.

"Vou ter que dar uma saidinha. Quero sair por aí, ver como estão as coisas", ele disse. Ela acenou com a cabeça e bocejou. Ele riu. "Você fica. Está exausta, dá pra ver".

"Não estou, não", Pan respondeu, teimosa. Mas seus olhos castanhos estavam cheios de sono.

"Pan, vá dormir", ele mandou, rindo. Beijou-a docemente na boca. "Juro que não demoro".

"Promete?" Ela falou, desamparada e frágil como uma criança.

"Prometo", ele disse, e voltou a beijá-la. "Agora durma".