SINOPSE: O amor saiyajin é algo interessante... Quando um saiyajin escolhe uma paixão, eles estarão unidos pelo resto da vida. Trunks e Pan descobrem isto na data menos apropriada – extremamente perto de seu casamento com Marron e Uub.
PREDESTINADOS
História por Nanna
CAPÍTULO 7 – MATRIMÔNIO
Naturalmente, as novidades correram como fogo em rastilho de pólvora. O rompimento de Trunks Briefs com Marron Kuririn, e de Son Pan com Uub surpreendeu a sociedade japonesa, mas nem tanto quanto o anúncio de que os neo-solteiros Pan e Trunks iam subir ao altar. Os programas de fofocas ganharam muita audiência dando detalhes picantes (e falsos) sobre como, desesperados de paixão e correndo o risco de serem sumariamente deserdados por suas famílias, Trunks e Pan enfrentaram tudo e todos para ficarem juntos.
Os noivos, é claro, riam de tudo isso. Pan concedia que algumas idéias eram criativas, mas românticas demais para a verdadeira natureza de como sua união com Trunks se dera. Trunks, por sua vez, ria, apenas.
A notícia de que a ex-noiva de Trunks e o ex-noivo de Pan fugiram juntos para se casar causou menos estardalhaço, mas acrescentou drama e traição ao épico amoroso dos dois jovens. Agora, em vez de desesperados de amor um pelo outro, Trunks e Pan estavam, isso sim, cheios de ódio, raiva e mágoa por seus ex, e por isso haviam decidido se casar.
Entretanto, felizes demais para darem atenção a qualquer coisa que não o casamento que estava marcado para ali a duas semanas, Trunks e Pan davam os últimos retoques na cerimônia íntima (ao contrário do imenso e luxuoso casamento que Bulma e Marron planejavam com tanto cuidado). Dendê seria o juiz de paz. Bra e Goten seriam os padrinhos de Pan, enquanto Trunks convidou Uub e Marron para seus padrinhos.
Quanto ao vestido (grande preocupação de Bulma, uma vez que Trunks já vira Pan pronta para se casar, anteriormente), tanto Pan quanto Trunks ignoraram a lenda. A única exigência da futura sra. Briefs foi que alargassem o traje na cintura, uma vez que seu ventre estava crescendo rapidamente.
A gravidez, aliás, era motivo do mais puro êxtase para os futuros pais. Tanto Pan quanto Trunks se sentiam mais fortes e renovados com a vinda de Yule. Como ninguém sabia o que lhes acontecera durante as horas de inconsciência, foi uma surpresa para todos quando o casal começou a montar o enxoval em tons de rosa antigo e branco.
"E se for menino?" Provocavam Bra e Goten, devidamente convidados para padrinhos do bebê.
Trunks e Pan se entreolhavam, cúmplices, e sorriam. "Vai ser menina", Pan sempre repetia, com uma segurança impressionante.
"E o nome?" Perguntava Bra, curiosa.
"Yule. Yule Blouse Briefs", respondia Trunks.
Enfim chegava o dia tão especial e esperado. Na véspera, Trunks e Pan – que estavam morando juntos numa das alas da Corporação Cápsula – foram separados. Goten, Gohan, Uub e Vegeta levaram Trunks a uma boate de strip-tease. Era a despedida de solteiro do jovem milionário. E seria mais adequado dizer que Goten atormentara o irmão, o rei saiyajin e os amigos para irem farrear.
Gohan, sensato, manteve um olho no irmão. E, superprotetor, manteve uma vigilância de águia sobre o futuro genro. Notou satisfeito que Trunks não bebeu nem deu atenção às strippers que, seminuas, ofereciam-se aos freqüentadores.
Enquanto Trunks mostrava-se centrado e bem-comportado em sua despedida de solteiro, Pan era mimada e paparicada em um spa. Bra e Marron levaram a amiga até lá, acompanhadas por Videl, Bulma, Chichi e uma relutante #18.
Fez massagens no corpo e no rosto, uma limpeza de pele sem ácidos para não prejudicar o bebê; fez as unhas dos pés e das mãos (esmalte renda nas mãos, base transparente com glitter nas unhas dos pés), depilou as sobrancelhas, as axilas, as pernas e a virilha – e surpreendeu as depiladoras ao não esboçar reação à geralmente insuportável dor da depilação do contorno.
O que ninguém sabia, e Chichi suspeitava, era que Trunks e Pan ficavam conversando entre si por meio de seu elo telepático. Enquanto relaxava sob os dedos ágeis e habilidosos da massagista, Pan discutia com Trunks detalhes da mudança para a bela casa que havia sido presente do avô de Pan, e decorada de acordo com as lembranças do futuro. Enquanto sentia o calor da cera quente em seu corpo, falava da lua de mel.
A noiva não era a única paparicada. Como madrinhas e mães dos noivos, Bra, Marron, Videl e Bulma também se presentearam com uma sessão completa. Passaram uma noite calma num hotel luxuoso, o mesmo onde Trunks e Pan iam passar a noite de núpcias.
No dia seguinte, o casamento estava marcado para as 19:00. Ao meio-dia, Pan desapareceu, assim como Trunks. Os dois se encontraram no consultório da médica obstetra de Pan, para a última consulta antes da lua de mel (iam passar um mês na Europa, entre a França e a Itália).
A doutora Matsuo sorriu ao ver os jovens noivos. "Ora, ora, o casal mais comentado dos últimos tempos!"
Pan sorriu de leve, corando. "Oi, doutora. Podemos começar?"
"Claro, Pan", a médica sorriu maternal. Apontou uma saleta anexa ao seu consultório. "Já sabe o que fazer. Tomou água o suficiente?"
"Tomei", disse a moça fazendo uma careta. Trunks riu e a beijou no rosto.
"Se a Pan beber mais água, ela explode", disse ele à médica.
"Então vamos correr", a médica disse com uma risada. "Entre, troque de roupa e se deite na maca, Panny".
"Tá", a moça disse, e fez como a médica ordenou. Em alguns minutos, Pan estava deitada, os olhos fixos na tela em preto e branco, uma expressão de puro êxtase em seu rosto.
"Minha filhinha..." Ela disse baixinho.
"Vocês querem uma menina?" A dra. Matsuo falou. Pan acenou.
"Até já escolhemos o nome. Yule Blouse", acrescentou Trunks.
"Yule. É um nome bonito. Diferente", opinou a médica. "E aparentemente vocês estavam certos. Parabéns, meus caros. Vocês vão ter uma menininha".
Naquele momento, o celular de Pan tocou, simultâneo ao de Trunks. Os dois deram uma espiada no identificador de chamadas de seus aparelhos e estremeceram.
"É a Bra", Pan disse ao noivo.
"E a minha mãe", acrescentou ele.
A doutora pareceu confusa. "Por que isso?"
"Ah, doutora, o casamento é em seis horas. Segundo minha irmã e minha mãe, Pan e eu devíamos estar sem nos ver desde ontem à noite", explicou Trunks atendendo ao seu celular. "Oi, mamãe!"
"Oi, cunhadinha!" Pan atendia ao seu fone. Automaticamente, os dois afastaram os aparelhos de si.
"Venha para cá, agora mesmo, Son Pan, ou vai se arrepender!" A voz de Bra saía esganiçada. A médica ria, um riso aturdido.
"Trunks Briefs, fique longe da sua noiva por hoje, vocês vão ter a vida inteira para grude!" Bulma esbravejava.
"Mas, mãe, hoje a Pan tinha consulta, a última antes da viagem. E, adivinha só? Nós estávamos certos, é mesmo uma menina!" Trunks tentava acalmar a mãe, enquanto Pan estava a ponto de perder a paciência com Bra.
"Olha só, Bra, nós tínhamos um compromisso. Você não quer sacrificar a vida da sua sobrinha em nome de uma tradição boba, quer? Não se esqueça que Trunks e eu quebramos um bando delas e estamos aqui firmes e fortes!"
Bulma e Bra diminuíram um pouco a voz.
"Ela pode ter gêmeos, mas você tem que estar nessa casa e longe de Pan, em quinze minutos, mocinho! Não quero nem saber!"
"Você sabe muito bem que nada vai acontecer com essa criança, ela sobreviveu até aquele acidente doido que vocês dois sofreram no dia do casamento com a Marron e com o Uub. Agora traga esse corpo grávido para esse hotel agora mesmo!"
E, com isso, desligaram.
A médica riu e apertou a mão dos futuros esposos. "Vão logo antes que elas mandem uma brigada de incêndio para pegar vocês", ela disse sorrindo. "E parabéns. Pelo casamento e pela Yule".
Era hora. Os poucos convidados para a cerimônia, realizada no jardim de inverno da Corporação Cápsula, estavam confortavelmente acomodados em suas cadeiras, e a música que Pan escolhera para embalar a entrada do noivo com a mãe, da mãe da noiva com o pai do noivo e dos padrinhos, I Live My Life For You, começou a tocar.
Trunks entrou, acenando para todos, muito sorridente. Estava lindo em seu novo terno Hugo Boss, os cabelos alongados presos num rabo de cavalo discreto. Bulma, muito elegante em um vestido longo e lilás de Monique Lhullier, com os cabelos azuis presos numa trança, estava radiante pelo casamento do filho.
Depois que Bulma e Trunks se posicionaram à esquerda do altar, Videl e Vegeta entraram. A mãe da noiva parecia mais irmã de Pan, com sua pele jovem e alva, os cabelos negros e curtos devidamente escovados e um vestido de seda azul Royal. Vegeta estava sério, mas seus olhos pretos brilhavam orgulhosos. Ele vestia um smoking.
Logo depois de Vegeta se posicionar ao lado de Bulma e atrás de Trunks, à esquerda do altar, e Videl tomar seu lugar à direita, entraram os padrinhos. Marron (a barriga exuberante começando a despontar sob o tafetá rosa claro) entrou de braços dados com Marron, um sorriso em seu rosto arredondado. E Bra, uma visão em seu vestido verde de paetês, entrou de mãos dadas a Goten.
E então, todos se levantaram, enquanto a Marcha Nupcial começou a tocar. Trunks sentiu um tremor percorrê-lo, e um nó na garganta ao ver Pan entrar de braços dados a Gohan. Ela sorria para ele, um sorriso tão radiante que ele não teve como não retribuir. E sorriu para ela, por entre suas lágrimas.
Gohan pegou a mão de sua menininha e sussurrou em seu ouvido, pouco antes de chegarem ao altar, "Eu te amo, filha".
Ela sorriu. "Também te amo, pai".
Com os olhos marejados, o filho de Goku pegou a mão de Pan e colocou-a na de Trunks, murmurando para o genro. "Cuide bem dela".
Trunks sorriu. "Eu cuidarei". E voltou-se para Pan. "Você está linda".
"Você também", ela disse baixinho, antes de os dois voltarem-se para Dendê.
"Queridos irmãos e irmãs, estamos aqui reunidos para celebrarmos o amor e a união de Son Pan Satan e de Trunks Vegeta Briefs. E eu pergunto aos noivos; é de livre e espontânea vontade que estão aqui?"
"Sim", responderam os dois, emocionados.
"Você, Trunks Vegeta Briefs, aceita esta mulher, Son Pan Satan, como sua esposa, e promete lhe ser fiel, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-a e respeitando-a por todos os dias de sua vida, até que a morte os separe?"
"Sim", Trunks respondeu, emocionado.
"E você, Son Pan Satan, aceita este homem, Trunks Vegeta Briefs, como seu esposo, e promete lhe ser fiel, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-o e respeitando-o por todos os dias de sua vida, até que a morte os separe?"
"Sim", Pan sorria como nunca sorrira na vida.
"As alianças, por favor?" Dendê voltou-se para Trunks, sorrindo. Trunks deslizou a mão no bolso externo de seu paletó e de lá tirou dois aros simples de ouro amarelo, sendo a sua aliança mais grossa que a de Pan, e de ouro fosco, enquanto a dela era de ouro polido e mais fina.
"Trunks, repita depois de mim", ele instruiu. "Com esta aliança..."
"Com esta aliança..." Repetiu Trunks, deslizando a aliança pelo dedo de Pan.
"... Eu te desposo", finalizou Dendê.
"... Eu te desposo", repetiu Trunks, acomodando a aliança no local em que devia ficar, e beijando-a.
"Agora é sua vez, Pan", Dendê voltou-se para a noiva.
"Com esta aliança, eu te desposo", Pan disse, imitando os gestos de Trunks.
"Com os poderes investidos em mim pelo governo da Capital do Oeste, eu vos declaro casados. Trunks, pode beijar a noiva".
Trunks sorriu e ergueu lentamente o véu do rosto de Pan. Gravou em sua memória o blush rosado nas faces dela, a sombra branca e prata, a máscara negra de cílios, o lápis negro para contorno dos olhos. O gloss rosado, e o brilho intenso nos olhos dela.
E a beijou, doce, carinhoso e romântico.
C O N T I N U A
Nota da Autora: Capítulo mais curtinho, mas não menos romântico. O próximo vai ser o último, então fiquem de olhos bem abertos, tá?
Beijos,
Nanna
