"Sonho, seu imprestável!" Ela exclamou, jogando uma pedra pequena, na cabeça do irmão, tentando chamar a atenção dele. Totalmente em vão.

"Eu estou te chamando, e me recuso a fazer isso uma segunda vez." Ela repetiu, se tornando mais autoritária dessa vez.

Estava a dias tentando encontrar seu irmão que, por algum motivo, deixara de falar com ela, já fazia um tempo.

Ela andava muito ocupada, e ele também, tentando manter o Sonhar.

"Sabe, Sonho, estou cansada dessa sua atitude infantil e sem explicação." Ela parou na frente dele, fazendo com que ele olhasse para ela. "Faz tempos que não nos falamos, você me chamou, não estava no seu reino, e eu tive que vir aqui te procurar, para você me ignorar completamente?" Ela falou, exasperada.

"Não queria te dar trabalho." Ele falou, simplesmente.

"Mas, como sempre, deu!" Ela falou, abrindo os braços no ar.

Porém, antes de continuar, viu que faltava alguma coisa.

"Qual o seu problema?" Ela perguntou, sentando-se ao lado dele. "Você me ignora, e depois, me trata como se eu fosse uma qualquer. As vezes, eu não te entendo."

"Pois então somos dois." Ele falou, olhando diretamente para ela.

"Sabe... Esse seu olhar, não tem o mínimo efeito em mim. Não se esqueça, sou sua irmã mais velha." Ela olhou dentro dos olhos, que refletiam uma noite, com algumas estrelas no seu. Era tão penetrante e profundo o olhar, que era como se analisasse os outros por dentro.

"Infelizmente." Ele respondeu, olhando para o chão de novo.

Ela o olhou, confusa. "Como assim?"

"Infelizmente, você é minha irmã." Ele falou, colocando as mãos na cabeça.

Ela o olhou intrigada, e então, um brilho de compreensão passou por seus olhos.

"Você sabe que é proibido. Você sabe que é. Você, mais que ninguém, deveria saber que é." Ela falou, se levantando, mas tendo seu pulso frio, segurado por ele.

"Eu não queria me sentir assim. Não sei quando, nem como começou. Antes, achei que fosse obra de Desejo, mas depois descobri que não." Ele afirmou, buscando os olhos dela. "Eu não tenho culpa, por te amar, Morte."

Ela se sentiu incomodada, com a maneira como aquelas palavras estavam sendo utilizadas.

Ela puxou o pulso com força, fazendo com que Sonho a olhasse, intrigado.

"Isso é quase tão errado, quanto um Perpétuo e um mortal. Isso não pode acontecer. Não se esqueça, eu te levarei embora." Ela colocou as mãos no bolso, e foi se afastando. "Esqueça tudo isso, querido irmão." Ela se afastou.

E só então, ele se permitiu fazer uma observação: Ele era o único, que não tinha o direito de sonhar.

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FIM


Resposta a 6ª Tarefa Relâmpago Especial, do MDF.
Nela, tinha que ser um fic de 400 a 500 palavras, com o tema
Amor.
Não podia ser fluffy, e tinha que ter, somente duas pessoas.
Agradeço a minha mais nova amiga, Endless Desire, por ter lido e me ajudado com essa idéia absurda, de juntar Sonho e Morte.

Até mais.