DDT.1: PÁGINAS PERDIDAS

AUTORAS: Lady K & TowandaBR

SPOILERS: Vários episódios de todas as temporadas, especialmente HOTS e, claro, minha fic "Depois da tempestade" (DDT), já que esta aqui é uma continuação.

COMMENTS: Este capítulo está sendo relançado. A princípio vai parecer que está igual à versão anterior, mas tenham paciência! Vocês perceberão várias mudanças na história, além de que a TowandaBR passa a ser minha companheira nesta fic. Leiam, com certeza vocês irão adorar.

Ficamos inconformadas com aquele finalzinho podre que os autores quiseram dizer que dariam à nossa série. Pois bem, a revolta foi tanta que decidimos escrever como nós gostaríamos ou achamos que esse final poderia ser. Deixem seus comentários para ver se estamos no caminho certo!

Di Roxton: Mulher, vc é 100 R&M, como eu! Espero corresponder às expectativas rs...

Camila Geisa: Com o tempo q demorei pra escrever esse cap, acho q deu tempo de vc ler tds as fics de TLW do ff lol

Nessa Reinehr: Esse episódio das bruxas não é láaaaaaa akelas coisas (num tem R&M lol) mas tem umas deixas q se salvam hehehehe Espero q continue acompanhando, ok?

Rafinha: Vc ainda tah aí? rs...

Rosa: É difícil superar um episódio pq ele conta com a imagem, e uma imagem vale mais q mil palavras. Mas continuo na esperança de oferecer uma versão melhorada de Witch's calling q realmente é um pé no saco. E bem lembrado Quality of Mercy, q pra mim não tem salvação, nem refazendo rs...

Kakau: Adoro qdo tenho review seu pois vc é uma das leitoras q devora cada palavra! Uma FD profissional hehehehe

Aline: A Vê tah segura pq a cicratiz nem vai ser vista: lembra q ela usa botas de cano alto? hehehehe

Towanda: Esse vai especialmente para vc e para todas da EASI. Vc sabe como foi difícil a gestação dese cap né? lol

Claudia: Não pretendo agir como as Assassinas por natureza. Talvez alguns raptors sejam feridos na história, mas é td com sangue de mentira pois odeio tortura contra animais rs...

Crisinha: Vc acha q demorei mto? imagina né? lol Agora falta pouco pra chegar na parte emocionante (a q eu tenho medo, ai! sorte sua não ter medo ao ler algo assustador rs...)


Capítulo 3

Roxton despertara sobressaltado com os sons vindos da cozinha. Mesmo na proteção da casa da árvore, o caçador jamais perdera o hábito de sentir-se responsável pela segurança de seus amigos e manter-se alerta, mesmo enquanto dormia.

Tirou suavemente o lençol que o cobria e caminhou sem fazer um único ruído. Parou ao ver Marguerite na sacada. Ela estava maravilhosa! O brilho do luar lhe conferia uma beleza extraordinária, como se o brilho fosse da própria mulher, refletido na camisola branca que movimentava-se com a suave brisa. Os ombros e braços expostos adquiram uma alvura como o mais fino mármore. Naqueles instantes de admiração, Roxton chegou a lembrar-se da estátua de Miquelângelo, La pietá, e agora temia aproximar-se e descobrir que era uma visão. Mas não foi assim! Marguerite pressentiu sua presença e virou-se.

Então pôde agora observar quem antes fazia o mesmo com ela: vestido apenas com suas ceroulas, sem camisa, Roxton era o perfeito retrato da masculinidade, do homem que toda mulher guarda em seu subconsciente. Parecia que todo o corpo do caçador ardia em chamas enquanto aquele olhar o percorria. Poderia facilmente ceder a seus desejos, se ela assim o permitisse. Entretanto, sabia que, mesmo após as últimas declarações e segredos revelados, ainda faltava algo para que finalmente os dois pudessem falar sobre um futuro juntos.

"Ouvi um barulho e vim verificar, nunca se sabe!" ele disse aproximando-se. Não sentia nenhum constrangimento ao estar próximo a Marguerite em tão poucos trajes. A intimidade que tinham ainda não era como a que um homem e uma mulher verdadeiramente apaixonados têm, mas depois de tudo, ambos permitiam-se esse tipo de "regalia" um com o outro. (Veja: Fire in the sky, The knife)

Marguerite virou-se novamente para continuar olhando a mata e não respondeu.

"Você está apenas com insônia ou tem algo mais?"

A morena apenas suspirou.

"Quer conversar?"

Mais um suspiro. "De que adianta nós conversarmos? Nem eu mesma entendo o que está acontecendo; então, sem ofensas, Roxton, duvido que você possa me ajudar."

Ele engoliu seco. Odiava sentir-se impotente para ajudar seus amigos e principalmente a mulher que aprendera a conhecer, respeitar e amar durante os últimos três anos.

"Nem sempre temos as respostas para tudo, Marguerite. Mas desabafar com alguém pode ser um alívio para a alma. Quando você vai parar de querer guardar todos os problemas para si mesma e se deixar ser ajudada?"

As palavras haviam penetrado o coração de Marguerite e ela refletiu alguns segundos sobre o que ouvira.

"É que eu... Eu sempre achei que fosse uma pessoa, a pessoa que me tornei graças a tudo que vivi e aprendi! E aqui neste lugar eu estou descobrindo que cada vez sei menos de onde eu vim e sobre quem sou! Será que você imagina isso? Não saber de onde você veio, quem é você... E ainda tem a Morrighan! De onde ela saiu? Ela prometeu ajudar! E tudo que tenho são uns sonhos idiotas com malditas bruxas! Não me reconheço mais se penso em mim há 3 anos atrás."

"Ei, ei, ei! Devagar! Você disse 'bruxas'? O que sua ancestral tem a ver?"

"Eu já disse que não sei! Sonhei que ela me dava um aviso sei lá do que, algo sobre os eventos terem se assentado aleatoriamente e que aquela tal Lady Alice voltaria a aparecer. Depois vi a bruxa falando que iria acabar com o Challenger e aí acordei!" nem comentou sobre a impressão de estar sendo observada, já achou que isso seria admitir loucura.

"Você não deveria se preocupar tanto" disse Roxton em tom tranqüilizante. "Se for um aviso, em breve saberemos. Mas se for só um sonho, não tem com o que se preocupar!"

Marguerite sorriu querendo acreditar que seus pressentimentos não eram nada mais que coisas criadas por ela mesma, talvez pelas últimas emoções por que haviam passado.

"É" respondeu.

Roxton a pegou pela mão e a levou para seu quarto. Ao chegarem à porta, ele a olhou bem nos olhos, afastou-lhe os cabelos do rosto e aproximou seus lábios dos dela. A princípio, Marguerite procurou recuar; porém, em seguida, entregou-se a esse beijo, deixando-se levar por todas as emoções e desejos do momento.

Roxton, no fundo, sabia muito bem qual era o problema: Marguerite não queria falar de um futuro com ele, fosse esse dentro ou fora do platô, sem antes descobrir algumas coisas sobre si mesma. Durante muito tempo tinha dúvidas se ela realmente estava interessada nele ou se tudo era apenas um jogo de gato e rato. A revelação o surpreendeu de verdade: a morena temia não estar à altura de um lord devido à vários motivos. De certa forma, descobrir que seu ancestral havia sido um "pirata" diminuiu a distância entre os dois. Isso por um lado, por outro, Roxton compreendia que Marguerite nunca seria totalmente feliz enquanto não desvendasse os mistérios de seu passado. E ele faria tudo para ajudá-la nessa busca.

Subitamente, Marguerite se afasta. "Boa noite, Roxton" disse sorridente.

"Boa? Só se eu a passasse acompanhado de uma certa dama!" respondeu à altura.

Ela deu-lhe um tapinha no ombro e entrou em seu quarto. Sentia-se agora mais confiante, mas por que a sensação estranha ainda a perseguia?


Verônica passava os dedos sobre a capa de couro do diário, onde se liam as iniciais "A.L.", como se fosse um pequeno tesouro prestes a romper-se em suas mãos, virando pó e desaparecendo sem revelar seus segredos... Um diário de sua mãe: A.L. Abigail Layton. Claro que a jovem nunca perderia sua maneira de ser, sempre confiando desconfiando, e cedo ou tarde iria querer saber como recebera o diário e por que havia ido parar de volta no balão. Porém, isso tudo era o de menos, apenas uma parte insignificante perto do que poderia descobrir agora...

Abriu delicadamente as folhas amareladas. Havia uma dedicatória: "Com amor e carinho". Na página seguinte, começavam as anotações:

Minha filha, é muito difícil expressar nestas folhas tudo que realmente preciso lhe dizer. Temo que talvez minhas palavras percam os sentimentos ocultos nelas e que você, talvez, não as entenda.

Como eu queria que tudo tivesse sido diferente. Que eu nunca tivesse que ser obrigada a deixá-la e muito menos expor seu pai, o único homem que amei, a tantos riscos. Sei que sua cabecinha está cheia de dúvidas e minhas palavras parecem confusas agora, mas em breve você entenderá o que precisa saber.

Vamos voltar um pouco no tempo...

Eu tinha alguns anos a menos que você quando comecei a me questionar sobre o que seria de mim e da minha vida algum dia. Eu queria conhecer o mundo que via nos livros, me divertir, sair e por que não, viver um amor verdadeiro? Mas meu destino já estava traçado: ser a protetora do platô. O que isso significava, eu não entendia. Via minha vó e minha mãe sempre ocupadas, com muitas preocupações. Acho que nunca as conheci realmente e nem tivemos a chance de sermos amigas.

"Então, um dia resolvi que, se eu seria a protetora do platô, antes disso eu viveria minha vida como deve ser a de qualquer jovem da minha idade. Descobriria outros lugares, viveria novas emoções, ultrapassaria os muros e a proteção de Avalon. Assim como alguns de meus ancestrais fizeram antes de mim, eu queria conhecer o mundo sobre o qual sempre li e imaginei. Esse era o meu sonho e o presente que minha avó me deu, como atual protetora, foi permitir que eu o realizasse. Então, junto a um grupo de arqueólogos de passagem pelo platô, a quem foi-lhes oferecido o caminho de volta (nenhum deles o conhecia e, sem mim, talvez nunca deixassem o mundo perdido) e sob proteção de avatares designados por minha avó fui conduzida ao mundo exterior.

Verônica estava atônita. Tão pouco se lembrava de sua mãe e agora também acreditava que não sabia praticamente nada sobre a mulher Abigail Layton.

Preste bem atenção agora, minha filha. A história começa no mundo lá de fora, bem longe daqui. Era uma vez...


Quando o navio estava se aproximando do porto de Londres, Abigail, a princípio, temeu que suas expectativas sobre a cidade fossem infundadas: a conhecia apenas por livros, que lhe passavam imagens glamurosas. Agora via um céu nublado, cinzento e a velha Londres envolta em uma neblina que lhe permitia ver apenas alguns contornos das construções. Fazia um pouco de frio e ela teve que vestir sua capa de lã.

Entretanto, Abigail teve que ser sincera ao chegar à terra: as imagens dos livros não faziam jus à beleza de Londres, que era muito melhor ao vivo e à cores! Nunca havia visto tantas pessoas em um espaço tão pequeno! Iam e vinham homens bem trajados, com seus ternos elegantes, pendendo de seus braços distintas damas, com seus melhores vestidos e chapéus, algumas acenando para os passageiros que desciam da embarcação onde ela estava. E ainda havia os carregadores, empurrando carrinhos lotados de baús e caixas. Por algumas moedas, era muito fácil conseguir o serviço.

"Está gostando do que vê?" indagou Lady Anne Mayfair, esposa do líder do grupo de exploradores que havia trazido Abigail (que agora seria recebida como sua hóspede).

"É maravilhoso! Sinto que aprenderei muito com Londres; tenho tantos planos a realizar que até tenho medo de me perder" sorriu em resposta.

"Não se preocupe, Abi, no que depender de mim você terá todo o apoio necessário! Vou fazer questão de que fique em minha casa, além de apresentá-la a toda a sociedade, leva-las às festas e eventos! Será magnifique, mon cherie!"

"Anne, não pretendo me tornar uma hóspede permanente em sua casa. Você e seu marido têm suas coisas a fazer e não quero ser inconveniente e nem posso esperar que vocês se acostumem a ter uma pessoa praticamente desconhecida em sua casa" seu tom agora se tornara sério.

"Não será inconveniente de forma alguma! Por outro lado, entendo que você queira explorar o mundo com suas próprias pernas, querida. Façamos o seguinte: fique em minha casa por algum tempo, deixe que cuidemos de você por enquanto e, depois, siga o caminho que lhe parecer apropriado, está bem?"

Abigail sorriu aliviada. Compreendia perfeitamente que Anne temia que a sociedade a visse como uma mulher de moral duvidosa, afinal, que mulher descente seria capaz de morar sozinha, não sendo viúva? Entretanto, esses valores pouco ou nada significavam no mundo de Abi, que era, enfim, tão diferente das condutas morais impostas pela aristocracia inglesa. "Se eles soubessem de tudo, na certa ficariam escandalizados" pensou consigo mesma.

Não tardou muito para que o coche chegasse em frente à propriedade dos Mayfair. Um grande portão de grades de aço se abriu e Abi pôde ver, na parte mais alta, o nome Mayfair em letras estilizadas, seguido da insígnia da família: o símbolo celta com duas serpentes, invertidas, representando o sol e a lua.

Antes de chegar à mansão, havia uma espécie de estrada de paralepípedos cercada por belas e frondosas árvores de ambos os lados. A carruagem chegou a um jardim, lamentavelmente sem flores, devido à estação do ano. O coche atravessou a alameda cercada de vegetação rasteira que ladeava o caminho pavimentado com pedras, muito bem conservada. Ao fundo se via, imponente, a Mansão Mayfair.

Abigail ficou impressionada com a construção de três andares, com um alicerce alto em pedra, cujas escadas, no mesmo material, davam acesso à entrada principal. Construída em madeira e pintada de branco neve, era rodeada por uma varanda única que cercava o andar superior. As amplas janelas e portas envidraçadas permitiam que os moradores usufruíssem da luz do sol.

Abigail examinava a construção de forma a não deixar escapar nenhum detalhe. Era uma propriedade magnífica! Sua estrutura não negava que já possuía pelo menos mais de um século, entretanto, tão bem cuidada, não deixava nada a desejar.

Quando a jovem adentrou a casa, teve que parar. Seus olhos não conseguiam deixar de passear do chão em madeira, encerado com esmero, no piano de calda que aparecia na outra sala, até o enorme candelabro de cristal sobre a imensa escada recoberta com passadeira vermelha em lã, cuidadosamente fixada para evitar acidentes, e o maravilhoso corrimão.

Em cima da lareira, Abigail notou um lindo retrato de família: Lord e Lady Mayfair acompanhados de uma garotinha de não mais que dois anos, com grandes olhos azuis e negros cabelos ondulados.

"Não me disse que tem uma filha, Anne! Onde ela está?"

Uma súbita tensão tomou conta do ambiente. Lord Leon Mayfair pigarreou e pediu licença, alegando cansaço.

"Oh Abi, eu deveria ter contado antes que isso acontecesse!" começou um tanto embaraçada. "Essa é nossa filha, mas desconhecemos seu paradeiro porque ela foi... raptada há alguns anos atrás."

Abi agora sentia profunda piedade da mulher que a tratara, desde o platô, como uma amiga muito querida. Até se arrependeu por ter sido tão indiscreta, mas quem poderia saber?

"É uma longa história, chérie. Certamente irei compartilhá-la com você, mas não agora, deixarei que se acomode e mais tarde falaremos, está bem?

Abigail foi conduzida pelos corredores cobertos de obras de artistas clássicos, chegando ao local onde seriam seus aposentos por algum tempo. Abi pôde experimentar a grande cama com dossel e lençóis de seda; a escrivaninha em madeira de lei cuja janela próxima tinha vista para o campo de eucaliptos; o armário, ainda vazio, mas com a promessa de que em breve teria seu espaço completamente preenchido, após a visita da mais famosa modista da região.


Ned levantou-se mais cedo, hoje era sua vez de preparar o café da manhã. Estranhou ao constatar que o café já havia sido preparado, apesar de restar apenas um pouco. A luz do laboratório estava acesa.

"Challenger! Qual foi a descoberta desta vez?" Pensou.

"Challenger?" deu uma pequena batida na porta. O cientista estava concentradíssimo em seus diários, anotando algo. O laboratório estava totalmente desordenado, ao que parecia, Challenger estava procurando algo. "Algum problema?"

"Oh já amanheceu? Acho que perdi a noção do tempo" respondeu esfregando os olhos e esticando as costas.

"Você não dormiu?"

"Oh sim, algumas horas depois do jantar. Mas então acordei sem sono e vim para cá quando notei algumas coisas que mereciam minha atenção. Fiquei pensando sobre os eventos dos últimos dias e essa nossa volta no tempo e percebi que algumas coisas simplesmente não fazem sentido em tudo isso."

Marguerite e Roxton também já se levantavam e, ao ouvirem as vozes de seus companheiros, foram ao laboratório.

"Que coisas não fazem sentido?" Roxton quis saber.

"Muitas!" o cientista respondeu. "Eu acreditava que havíamos voltado no tempo e que tudo ocorreria tal e qual da primeira vez, o que nos garantia, provavelmente, o conhecimento do que aconteceria a cada instante. Mas reparei que meu laboratório não está como deveria na época em que estamos. Alguns experimentos desapareceram, ou melhor, nunca foram inventados. Acredito que quando Roxton e Marguerite explodiram as cavernas, tudo que se relacionava a elas, coisas que fizemos por lá, o tempo que gastei estudando-as, todos esses momentos deixaram de existir e portanto causaram alterações neste segundo presente em que nos encontramos. Ou, ainda tenho uma outra teoria: o tempo, uma estrutura linear, foi partida em diversos pedacinhos. E esses pedaços podem ter se encaixado de maneira irregular. De modo que eventos de meses atrás ainda têm probabilidade de ocorrerem ou, eventos futuros poderão não ocorrer. E tudo isso sem contar os novos eventos que podem se formar!"

Malone observava Challenger detidamente. Que história fantástica! Ah se pudesse escrever e publicar tudo no jornal... O mundo precisava conhecer Challenger da maneira como ele e seus amigos o conheciam. O homem era brilhante, sem dúvida. Considerado excêntrico, extravagante e até mesmo violento, tal como ele o havia comprovado ao visitá-lo em sua residência em Londres, tentando conseguir uma entrevista exclusiva. A pura verdade é que Challenger estava muito à frente de seu tempo e nenhuma das mentes brilhantes da época chegava aos pés do cientista, então o consideravam um sonhador e não o compreendiam.

Marguerite lembrava-se do sonho. As palavras de Morrighan começavam a fazer sentido... havia sido mais do que um sonho, era um aviso!

CONTINUA!

REVIEW!