DDT.1: PÁGINAS PERDIDAS

Capítulo 11 (último capítulo)

AUTORAS: Lady K & TowandaBR

DISCLAIMER: Todos os personagens da série Sir Arthur Conan Doyle's The lost world não são nossos (infelizmente), então não venham nos encher o saco.

COMMENTS:

Jess: Pois é, tivemos q fazer uma boa pesquisa histórica, pois como vc percebeu, realmente nós procuramos colocar o máximo de informações que realmente são verdadeiras. Dentre elas está a parte de Manaus, a malária, o repelente... e por aí vai? Sobre Avalon, achamos que é mágica apenas no que diz respeito a propiciar o refúgio. Lembra quando Thomas é morto e Abi pega a Vê e vai pra Avalon? Ela tinha o trion, estava em grande perigo e estava perto da pedra onde o trion podia ser encaixado. Não achamos que ela possa fazer isso normalmente. Senão ela não teria retornado com Thomas num balão. Sobre R&M, valeu a pena o Roxton ser duro, hein? Leia e veja!

Hortência: Ficamos mto felizes em termos vc como nova leitora da nossa fic! Seja bem vinda! Este capítulo ficou bem extenso, esperamos q vc goste tanto qto o anterior (ou mais! Rs...) ;-)

Rafinha: Ah a Marg sempre dá um jeitinho de se safar, né? Mas agora não tem jeito: ou vai ou racha rs...

Lorena: Nem precisa ficar triste pq daqui a alguns dias iniciaremos a DDT2 (ainda sem título) onde vamos continuar revelando mais coisas sobre todos os personagens. Sobre R&M, fica esperta q a coisa vai pegar fogo rs... (Tive q nocautear a Towanda para conseguir colocar estas cenas no ar lol).

Cris: Era melhor avisar antes do q te pegar de surpresa e chegar já avisando o último capítulo né? Lol Pior q se a gente não tivesse anunciado q era o último, provavelmente teríamos dividido este em dois porque no final, ficou maior do q esperávamos. R&M estão com tudo agora! A Towanda queria q Marg, depois de beber, vomitasse no Roxton, desmaiasse, batesse a cabeça em alguma coisa e morresse. Mas tive q deletar essa cena e refazer tudo (imagina). E obrigada pelo toque do errinho no início do capítulo!

Aline ou vakosa: (vc disse q dah td na mesma lol) Sugerimos a vc q não passe mto tempo sem ler nossa fic, pq vai demorar um pouco p/ a mãe do Rox (minha sogrita) reaparecer rs... Essa fic tah mais complicada q Senhor dos Anéis lol E como sempre, quase todas as mulheres desta fic são divas lol (Vê, Marg, Abi...) Sobre sua pergunta de a Vê ir p/ Avalon, o q tiver de ser revelado, será lol Segura sua onda! E essa de beber e atacar o cara nunca costuma dar certo, principalmente se a bêbada vomita né? Haha Mas a Marg vai ter um graaaaaaaaaaande sofrimento, confira ;-)

Sofy: Precisávamos dar mais ênfase aos outros personagens para poder explicar a trama toda. Mas achamos que neste capítulo vc vai gostar muito das cenas R&M ;-)

Fabi K Roxton: Agradecemos imensamente o seu comentário! Nós preferimos não seguir o roteiro dos produtores pq tínhamos nossas próprias idéias e não concordávamos com mtas das idéias q sugeriram. Esta fic expressa realmente o final q nós gostaríamos para TLW. Ficamos felizes por vc apreciar nosso trabalho, pois realmente tivemos mto carinho por esta fic ;-)

Di Roxton: Justamente ontem estávamos conversando sobre o qto gostamos de ter feito esta fic! Estamos realizadas com ela e com o desfecho q terá. Mas pode ficar calma, pois pretendemos fazer nossa própria 4ª temporada! Já estamos trabalhando na DDT2 (ainda sem título) e na próxima semana colocaremos no ar, como uma continuação desta aqui, até pq este final merecia mais receber um TO BE CONTINUED rs... Obrigada pelo seu review tão carinhoso! Se prepara q tem R&M na veia! E se tiver problemas p/ ler ou deixar review, sabe q sempre pode escrever p/ mim ou p/ a Si.

Nirce: Vc sofre do coração? Pq se sofre, mto cuidado com as cenas R&M, q estão p/ lá de calientes, viu? Rs...

Phoenix: Não me provoque ou eu censuro as cenas N&V, ok? Hahaha Ou melhor, faço o T-rexton devora-los! Lol

Maga: Lol Diz q agora tah pagando todas as dívidas hein? Haha Q bom ter vc por aki, priminha!

Rosely: Nós achamos q na série tem momentos em q a Marg abusa da paciência de td mundo. Fora q eu, Lady K, kero encher ela de porrada qdo foge do Rox rs... Mas desta vez ele está decidido p/ ver se ela sai do muro, né?

Rosa: Eita, mulher! Tah mais fácil tirar leite de pedra do q reviews de vc né rs... Mas a gente espera pq as suas valem a pena! Vc comenta td mesmo e nós adoramos, pq não escrevemos só p/ nosso prazer, mas para o de vcs tbem. E qdo vemos o quanto nossa história está sendo bem aceita, nos sentimos realizadas! Brigadão ;-)

Após as referências de episódios usados nesta fic, deixamos também um texto sobre um certo homem q nos serviu de inspiração para o Thomas levar a cama, a banheira, o colchão... Ou seja, nossa fic é baseada mesmo em fatos reais e possíveis ;-)

Agradecemos imensamente a todas vocês que acompanharam esta fic, nos incentivando com suas mensagens e comentários. Muito obrigada! Agora digam o que acharam do final! E preparem-se: em alguns dias será lançada DDT2...

ATENÇÃO: Este capítulo é PROIBIDO para:

1) menores de 18 anos; e

2) pessoas cardíacas.

Devido a cenas de paixão explicita entre R&M. Se optar por ler, não nos responsabilizamos por nenhum tipo de dano (físico e/ou psicológico).


Capítulo 11 (final)

Como o oroborus não podia entrar em Avalon, e Abigail não confiaria a peça a ninguém mais, exceto à mãe, pela primeira vez em muitos anos, Aderes saiu do refúgio. Queria reunir a filha, a neta e o engenheiro para uma conversa muito séria.

"Tenho instalações que vão acomodá-los com todo conforto e privacidade até que uma residência definitiva possa estar disponível."

"Queremos conversar sobre isso com a senhora, vovó. Com mamãe também."

As duas mulheres trocaram olhares desconfiados. Thomas coçou a cabeça antes de continuar.

"É que... temos planos um pouco diferentes. Abi e eu conversamos muito a esse respeito..."

"Thomas." – interrompeu a protetora – "Como pode ver estou muito mais velha do que gostaria e não posso mais perder tempo, portanto não faça rodeios e fale tudo de uma vez."

Abigail não resistiu, escondendo o ar de riso com a mão.

"Está certo..." – continuou ele - "Queremos morar no platô e lá construir a nossa casa. É isso."

"Estão recusando a hospitalidade de Avalon?"

"Vovó, eu aprendi tanta coisa lá fora. Somos parte de uma expedição e queremos trabalhar junto com eles. Sei tanto quanto vocês a importância de nossa missão, mas não quero passar a vida toda esperando o dia em que me tornarei uma protetora. Eu quero muito mais."

Aderes demonstrava claramente seu descontentamento.

"Sabe o quanto sua neta é parecida com você e comigo, não é, mamãe?" - Adelaide interviu. A protetora olhou para a filha que continuou – "Então sabe que ela é tão teimosa quanto nós duas... E pelo olhar dos dois, não me parece que vão desistir."

Thomas pegou a mão de Abigail.

"Nossa decisão já está tomada, senhora."

Adelaide continuou.

"Mamãe, eles não estão pedindo nossa permissão. Estão nos comunicando. Será mais fácil para todos se você aceitar."

"Vou pensar a respeito." – resmungou a mulher.

"Há mais uma coisa." – arriscou Thomas.

"O que?"

Abigail foi rápida em responder.

"Não queremos a proteção dos avatares. Eles devem ficar longe de nós."

"Você está brincando." – foi a vez de Adelaide se irritar.

"Nunca. Isso não é negociável. Morando no platô, vai precisar da proteção deles."

"Quando vocês duas se casaram, papai e vovô vieram morar aqui. Por estarem em Avalon não precisaram dos avatares. Eu e Thomas teremos a nossa vida e ninguém vai ficar nos vigiando. Queremos privacidade."

"Existem mais de trinta pessoas com vocês e falam em privacidade?"

"É diferente e sabe disso. Além do mais, nenhum dos homens sabe quem somos e quem são os avatares. Acham que eu sou parte de uma aldeia estranha. Só isso."

"Saiam vocês dois." – ordenou a mulher mais velha - "Aguardem meu chamado."

O casal assentiu e retirou-se. A decisão deles estava tomada, isso era certo, mas não ter a família de Abigail apoiando os deixou abatidos.

"Você nunca me falou de seu pai e seu avô, Abi."

"Sei apenas o que me contaram. Meu avô era morador de Avalon. Amava minha avó tanto quanto às outras mulheres. Quando minha avó descobriu que ele tinha outra família no platô, o expulsou de casa. Nunca mais tivemos notícias dele."

O engenheiro deu um sorriso. Aderes realmente tinha gênio forte. Abigail ficou pensativa.

"Quanto a meu pai... ele era um avatar." – Thomas espantou-se enquanto ela prosseguia – "Sentiram-se atraídos um pelo outro, mas ele tinha uma missão a cumprir. Coube a mamãe cortejá-lo e quando não puderam mais conciliar amor e dever, ele foi liberado de suas obrigações para que pudessem ficar juntos. Morreu no platô protegendo mamãe e a mim. Eu tinha três anos. Gostaria de tê-lo conhecido melhor."

Chamados de volta à tenda, o casal postou-se diante de Aderes e Adelaide.

"Vocês dois nos colocaram numa posição difícil. Abigail tem uma obrigação, mas também tem um desejo que deve ser respeitado. Manteremos os avatares longe de vocês e longe de sua nova casa no platô." – o casal sorriu. Aderes continuou – "Mas temos dois pedidos muito importantes a fazer e espero que nos atendam."

"Pode falar."

"Os avatares serão chamados para escoltar Abigail sempre que ela quiser ou precisar vir a Avalon. Recomendarei discrição a eles para que evitem os outros membros da expedição."

"E quanto ao segundo pedido?"

"Há um lugar muito especial no platô. Apesar de não parecer, é o local onde a energia é mais forte. Lá vocês construirão sua casa."

Abigail e Thomas cochicharam por alguns minutos até que o engenheiro tomou a palavra.

"Senhoras, fico muito feliz em saber que Abigail poderá visitá-las sempre que quiser e em perfeita segurança. Ela aceitará a escolta. Quanto ao segundo pedido, faremos como nos pedem."


Marguerite passou horas andando por todos os cantos da casa da árvore. Sua cabeça parecia que ia explodir de dor. Em sua mente, reinava um completo caos. Pensou em nada e em tudo. E pensou em Roxton. Sabia que se não desse o único passo possível, desta vez o perderia.

Lentamente entrou no quarto do caçador, que abriu os olhos, vendo-a em pé logo a sua frente – ele tampouco havia conseguido dormir. Surpreso, ele sentou em silêncio. Marguerite ajoelhou-se a sua frente e afagou-lhe carinhosamente o rosto.

"Eu te amo." – disse enfim.

"Eu nunca duvidei, Marguerite, e você sabe. Mas não vou mais ficar o tempo todo esperando que você, apesar de lembrar do passado, decida tentar ter um futuro comigo. Se não for assim, eu desisto. Por favor, deixe-me sozinho."

Ela levantou-se, mas após hesitar por alguns instantes voltou a ficar frente a frente com ele.

"John... Eu quero ter um futuro com você, mas é difícil pra mim."

"Eu sei, mas não vou aceitar menos do que isso. É tudo ou nada e agora é definitivo" e ao dizer esta última frase, engoliu seco. Era óbvio que temia que ela recuasse, porém, qualquer decisão que ela tomasse seria preferível a continuar do modo como estavam.

Roxton esticou a mão e Marguerite finalmente a pegou, sentando em frente a ele.

Ele começou a falar com calma, medindo as palavras para evitar uma possível fuga da morena.

"Acredita mesmo que vou me contentar com alguns momentos em seus braços aqui no platô e que quando voltarmos, e se voltarmos, você e eu tomemos caminhos diferentes como se não tivesse significado nada?" - fez uma pausa – "E se não voltarmos?"

"Você me assusta quando fala desse jeito..."

"Sabe que é perfeitamente possível. Já estamos aqui há quatro anos. Mas você sabe o que eu desejo. Não precisa responder nada agora. Durma, reflita e chegue a uma conclusão, mas decida-se. Saberei respeitar o que escolher."

"Roxton..." - ela pareceu fraquejar. "Eu já pensei. Foi a única coisa que passou pela minha cabeça o dia inteiro e o que me levou a agir como uma perfeita idiota. Quero ficar com você."

Seus rostos se uniram, sorrindo, os olhos de cada um contemplando os do outro - "Era tudo o que eu queria ouvir de você..."


Foram quatro dias de caminhada de Avalon ao local indicado pela protetora que, com a concordância do casal, designou, pela última vez, avatares para ajudá-los a se acomodar. A jornada durou bem mais do que o previsto. A cada maravilha, a cada nova descoberta, os pesquisadores paravam extasiados. E ao verem pela primeira vez um bando de brontossauros na planície, ninguém conseguiu dar mais nenhum passo e por ali passaram o resto do dia.

Chegaram ao local indicado já tarde da noite. Mal conseguiam ver na escuridão. Abriram uma clareira na mata, acenderam pequenas fogueiras ao redor do acampamento para espantar predadores e acomodaram-se ao relento.

Quando a luz do sol os acordou, a primeira coisa que Thomas viu foi a enorme árvore, alguns metros à frente, e não conseguiu desviar seus olhos dela.

Nos dias que se seguiram, trabalhando arduamente, limparam o terreno, armaram acampamento, montaram todas as barracas que havia disponíveis e assim fixaram a pequena comunidade de modo confortável. Quando todos já estavam acomodados, restava um desafio.

"Thomas." – informou o geólogo da expedição – "amanhã derrubaremos a árvore e então poderá finalmente construir a casa. É apenas uma árvore morta. Não serve para nada."

O engenheiro olhou para cima.

"Ela está firme?"

"Bem mais do que gostaríamos. Vai demorar muito para fazê-la vir abaixo."

"Deixe a árvore onde está, meu amigo. Faremos uma casa nas nuvens."


Só vou ser bem feliz numa casa pequena

Pintada de branco, de portas abertas

Pra quem lá chegar

Um cavalo pintado, um cachorro vadio

O vento no rosto a viola e o tempo

Pra te amar...

Eu quero viver sem muito falar

Quero o sol no coração

E um amigo que eu possa abraçar

E sentir o calor da vida queimar

Na aguardente corpo e alma

Livre no tempo numa paz bem maior

E sentar na varanda sem nó na garganta

Bebendo a tarde na concha da alma a brilhar

(CASTELÂNEA, Carlos Colman)

O agora chamado projeto casa da árvore entusiasmou a todos. O que a princípio seria apenas a modesta residência dos Layton, transformou-se em um dos mais importantes trabalhos.

Thomas dividiu a construção em dois pavimentos. O primeiro, mais abaixo, seria a área reservada aos trabalhos da expedição. Refeitório, depósito de mantimentos, laboratório de pesquisas, reuniões e cozinha e até mesmo uma pequena enfermaria. O segundo mais acima era onde efetivamente seria a residência dos Layton. Uma escada ligaria os dois andares.

Começaram por reforçar a base da árvore para depois montar o piso dos dois pavimentos que tinham como sustentação os próprios galhos da árvore. Com os dois andares ligados por uma escada, em seguida foi a vez de fazer o telhado com palha trançada e finalmente montarem as varandas e paredes externas com ripas, que também usaram na divisão dos cômodos. Abigail fez algumas cortinas que usou para dar mais privacidade aos quartos e alojamentos.

Mas era desconfortável, e muitas vezes difícil, usarem as cordas e escadas colocadas no tronco oco da árvore. Após muitos cálculos e discussões, finalmente conseguiram projetar e instalar um elevador e tudo ficou mais fácil.


A extrema proximidade, a certeza de um compromisso, o perfume suave, porém sensual da pele dela e sua respiração suave e confortante, deixam Roxton totalmente fora de si, ocorrendo o mesmo com ela. Afastam-se um pouco e fixam seus olhares um no outro, enquanto o caçador acaricia o rosto dela. Sentem um frio, ou melhor, um calor, a varrer seus corpos e é como se não conseguissem parar de se aproximar e de se olhar, como se fizessem confissões telepáticas sobre todos os sentimentos presentes em suas mentes... não há mais o que ser dito, nem uma só palavra é necessária...

Toda a tensão sentida horas atrás por eles vai desaparecendo gradualmente... O tempo parece caminhar devagar, assim como a aproximação e a intimidade entre eles, como se qualquer movimento brusco colocasse tudo a perder, como se tentassem aproveitar cada fração de segundo daquele tão desejado momento.

Seus rostos vão se aproximando, aproximando... Até o inevitável toque de seus lábios, que se inicia apenas um leve roçar, e vai tornando-se, pouco a pouco, mais íntimo e profundo, até o surgimento de um suave e doce beijo. Todo o desejo e amor sentidos naquele momento, misturados de forma totalmente explosiva, vão transformando o suave beijo de antes num cada vez mais cálido e voluptuoso, ávido e cheio de paixão. Suas línguas exploram calmamente a boca um do outro para que o delicioso sabor fique gravado na memória.

O insaciável beijo permanece até que seus lábios são bruscamente separados para que todo fôlego, há muito perdido, seja recuperado.

Marguerite se afasta devagar, olhando para ele, e desliza suas mãos suavemente pelo peito de Roxton até alcançar sua cintura, puxa sua camisa, tirando-a e jogando-a para longe. Ele permanece fitando cada movimento da mulher, enquanto ela continua a deslizar suas mãos pelo seu peito, descendo até o botão de suas calças, que ela abre lentamente. O toque de Marguerite faz seu sangue ferver... Ele então contorna o corpo dela com suas mãos até o cordão do hobby de seda, desata o nó, abrindo a peça e tirando-a suavemente, com suas mãos fortes tocando suavemente seus ombros e depois, suas costas.

Ao mesmo tempo em que ele a deixa nua, ela deposita em seu pescoço ardentes e doces beijos. Roxton, por sua vez, retribui o gesto, e em seguida eles voltam a se encarar, seus olhos brilham intensamente. Ela então, deita-se sobre ele, enlaçando-o com as pernas e dando-lhe um beijo tão quente quanto o primeiro.

Em meio a quentes carícias e beijos, ela o ajuda a livrar-se das últimas peças de roupa que separam seus corpos, se entregando completamente ao prazer e à paixão.

Nada mais importa, não há mais o passado de Marguerite, Londres, platô, dinossauros... não há mais tempo ou espaço, há apenas o amor que sentem um pelo outro. Todo o amor reprimido finalmente sendo liberado da forma mais intensa... e inesquecível.


A expedição Layton conheceu algumas comunidades do platô e, com elas, trocava conhecimento. O contato de culturas tão diferentes provocou uma troca de idéias e técnicas, como nenhuma das duas partes jamais imaginou ter.

Apenas os Zangas, a princípio relutantes ao contato com estranhos, demoraram um pouco para fazer amizade com os forasteiros.

Ao mesmo tempo em que os membros da expedição conheceram a 'mágica' das incontáveis variedades de plantas do platô, os cientistas os ensinaram a extrair os princípios ativos das mesmas e ainda potencializar seu efeito usando álcool, que por entrar na corrente sangüínea com muito mais rapidez que alimentos e líquidos, acelera a atuação de qualquer medicação.

Esse foi o momento em que os cientistas acreditaram que teriam que dar uma aula sobre como fazer o álcool, através de algum processo de fermentação. Entretanto, quando o chefe entendeu o que estavam tentando explicar-lhes, pediu às mulheres e crianças que passassem a elaborar sua bebida sagrada para os visitantes. Todos ficaram fascinados.

Às pessoas trabalhando diretamente com a bebida, não era permitido conversar, pois acreditavam ser um desrespeito para com o Criador. Os nativos pegavam espigas de milho e, com uma faca, arrancavam os grãos, colocando-os em uma panela de barro com água, onde permaneceria por quatro dias. Passados esse tempo, o milho era colocado em outra panela, onde se alternava uma camada deste com uma camada de ervas. Coloca-se a panela onde possa tomar sol e o grão possa sentir o calor.

A partir disso, a cada três dias, a primeira coisa que os envolvidos faziam era colocar água na panela. Aliás, deveriam fazer isso em jejum, pois achavam que primeiro o milho deveria receber o cuidado, para que não atraia a ira dos deuses.

Um dos historiadores perguntou curioso: "E se não se segue esse passo?"

Com expressão séria uma das mulheres respondeu - "As panelas podem se romper ou a bebida apodrecer. O grão deve ser respeitado para que tudo saia bem. Essa é a relação que temos com a planta."

O processo anterior é feito durante nove ou dez dias. Nessa fase deve-se falar com o milho para pedir-lhe que abençoe a bebida.

Então o milho é coado, lavado e a água que sobra é levada para ferver. Depois de moído, volta para sua água, onde cozinhará por dois dias, sempre recebendo mais água. E está pronta a chicha.

A expedição ensinou os zangas a armazenar água de forma que a saúde da tribo se mantivesse a salvo de doenças e ainda evitassem a procriação de mosquitos e protozoários.

Assim, a cada dia, os cientistas e os zangas, aprendiam uns com os outros.

Abigail estava sempre muito atenta a tudo. Seus olhos brilhavam de contentamento ao ver a integração entre sua equipe e os nativos, que agora teriam condições ainda melhores de vida.


Na cama de Roxton, os lençóis estão revirados, cobrindo parcialmente os dois. Ela, descansando sua cabeça no peito dele. Ele, afagando carinhosamente seus cabelos. Risos, trocas de carícias e palavras de afeto intercalam uma gostosa conversa.

Ela levanta e sorri por algo que Roxton diz. Um sorriso tão sensual... Suas coxas estavam descobertas e ele pôde observar o evidente contorno de seu quadril sob o lençol.

Ele inclina-se sobre o corpo da mulher, beijando suavemente suas coxas, seus quadris, enquanto ela abafa um gemido de prazer... Nada mais foi preciso para ele excitar-se, uma vez mais se colocando diante dela. Alto, forte, estupidamente selvagem e sedutor.

Marguerite sentiu o poder de seus braços, o roçar da pelve e a pressão do desejo dele em seu ventre quando se moldaram.

Com a mão firme, Roxton a trouxe para junto de si, fazendo o lençol escorregar para o chão. Os bicos rijos dos seios dela espetaram seu peito largo, o que o deixou ainda mais excitado.

"Marguerite...!" gemeu finalmente envolvendo sua boca generosa com um beijo úmido.

Ela já se esfregava na coxa dele, cedendo espaço para ele se afundar. Roxton sentiu a aspereza de sua abertura úmida, impressionado com a facilidade que ela tinha em se preparar para ele. Ele estava igualmente pronto, mas apesar do crescente desejo, recusava-se a ter pressa. Marguerite escorregou a mão pequenina por entre os dois corpos e lhe fez uma carícia tão íntima que o desnorteou. Em meio ao beijo tórrido, ele se arqueou adorando a ousadia.

Não conseguindo mais se deter em carícias, ele a esmagou bem debaixo do seu corpo pesado. Ergueu suavemente o seu joelho, facilitando ainda mais o toque dela e de olhos semi-cerrados viu seu ar apaixonado.

Marguerite ergueu os quadris e com um movimento firme ele encaixou-se a ela, o que a fez quase gritar.

"John!..."

"Eu te amo!"

"Eu te amo...!" a voz dela morreu na garganta ao sentir-se invadida. Roxton se sentia cada vez mais excitado quando ela o arranhava e mordia, prendendo-o com os calcanhares completamente moldada a ele. Arfou excitada mexendo os quadris na direção dele até senti-lo completamente dentro de si.

Ele começou a se mover como um bailarino em rítmicas estocadas que a enlouqueciam.

As unhas de Marguerite enterravam-se na carne dele, ao mesmo tempo em que jogava a pelve ao seu encontro em movimentos cada vez mais intensos, até que finalmente partilhavam juntos o clímax de seu amor.

"Oh! Marguerite!..."

Com os rostos colados e respirações ofegantes, Marguerite ainda sentia o coração acelerado quando ele lhe deu um pouco de espaço, mesmo sem querer solta-la. Na penumbra trocaram olhares apaixonados. Roxton lhe deu um beijo doce, e ela suspirou se aninhando a seu peito quente e suado.

John puxou o lençol caído no chão, cobrindo seus corpos. Ficaram ali, absolutamente quietos, sentindo o calor um do outro até que, exaustos, finalmente adormeceram.


Cada vez mais, Patrick Rouanet, topógrafo da expedição, se afastava das atividades comuns à expedição. Saía perambulando pelo platô, ignorava suas tarefas.

Por diversas vezes Thomas o chamara para uma conversa reservada, mas nada parecia adiantar. Patrick não era um homem afeito ao trabalho em equipe, além de considerar fraca a liderança do engenheiro que achava um homem flexível demais para com seus comandados.

Rouanet fora incumbido de liderar alguns projetos, mas os poucos cientistas que tentaram trabalhar com ele, logo descobriam seu temperamento difícil e seu gigantesco ego e preferiam retirar-se.

Os Zangas também não gostavam dele. Tentava insinuar-se para as nativas de forma agressiva e rude e desdenhava dos costumes da aldeia, além de contrariar as ordens do engenheiro e tentar trocar quinquilharias sem nenhuma utilidade por pedras preciosas. Apesar de mantê-lo sob cuidadosa vigilância, a aldeia o recebia em consideração aos amigos cientistas.

O topógrafo havia se irritado com as decisões tomadas por uma das equipes que se encontrava em Zanga e decidiu voltar sozinho para a casa da árvore.

Andava pela floresta quando avistou ao longe Thomas e Abigail seguindo para o norte. Ficou curioso e, mantendo-se distante, decidiu que deveria segui-los. Foi uma caminhada longa até que o casal parou na entrada de uma caverna. Patrick viu Thomas tirar algum objeto envolto em um lenço e entregar a moça, que entrou sozinha através da abertura.

Quando ela retornou, quinze minutos depois, os dois rapidamente se retiraram do local, iniciando a jornada de volta.

Rouanet esperou que eles se afastassem e, curioso, entrou na caverna. Estava muito quente e ele constatou estar dentro de um vulcão. Identificou o lugar por onde Abigail havia passado. Obviamente ela apagara suas pegadas, mas a poeira mexida denunciava que alguém havia passado recentemente pelo local.

Ao final do túnel ele finalmente teve o esforço recompensado. Em uma abertura estava a metade de um medalhão, com um símbolo que nunca vira antes. Mesmo à distância pode constatar que não era um objeto de valor. Não para ele, mas obviamente para alguém. Pensou em retirá-lo, mas e se Abigail ou Thomas retornassem e descobrissem sobre seu desaparecimento? Pegou material na mochila e com o medalhão por baixo do papel, passou o lápis sobre ele até que sua forma ficasse impressa. Depois saiu do local. Voltaria quando fosse mais conveniente.


Thomas planejara com muito carinho o aniversário de Abigail. Após visitar Avalon por uma semana, ela havia retornado no dia anterior. Durante sua ausência, Thomas trabalhou como nunca junto a expedição, para que pudesse dedicar total atenção a esposa naquele dia. Orientou os homens, adiantou as anotações, formou novas frentes de trabalho.

À noite preocupou-se em deixar a casa impecável. Escoltada pelos avatares, a moça havia chegado já bem tarde, encontrando o jantar que ele preparara já servido. Após relaxarem um pouco na banheira (sem sexo, mentes poluídas), foram dormir.

Abigail foi acordada com um caprichado café da manhã e um presente que abriu curiosa. Sorriu encantada ao ver o vestido azul que ele comprara em segredo em Nova York.

"É lindo, Thomas."

"Tome." – ele tirou uma pequena caixa do bolso do roupão.

"Tem mais?" – Abigail abriu vislumbrando o pequeno relicário na corrente de ouro onde apareciam de um lado, a foto dela mesma, no outro a foto do marido.

"Feliz aniversário, Abi." – ela o beijou.

"Ah, Thomas. Eu não preciso de nada que já não tenha."

"Então devolva os presentes."

"Não!"

"Já reparou que com todos aqueles bons partidos, você foi escolhida pelo melhor?"

"Convencido."

"Hoje será um dia muito especial. Somente eu e você. E à noite gostaria que você usasse o vestido em nosso jantar de gala."

"Jantar de gala?"

"Exato. E após bebermos champanhe e jantarmos à luz de velas, dançaremos até cansarmos."

"Hum... E depois?"

"Depois sentaremos na varanda e ficaremos abraçados olhando a noite no platô."

Ela acariciou-lhe o rosto.

"Você é um romântico, Thomas Layton."


Ao amanhecer, Roxton surpreendeu-se ao perceber que Marguerite, embora firmemente abraçada a ele, já estava acordada.

"Por que acordou tão cedo?"

"Não sei. Acho que queria ficar aqui olhando você dormir."

Permaneceram mais algum tempo em silêncio, apenas aproveitando a preguiça daquela linda manhã.

"Em que está pensando?" – perguntou ele.

"Acredite ou não, em absolutamente nada." – sorriu a herdeira – "E você?"

"Estou pensando que quero ter um filho seu."

A pergunta inesperada a surpreendeu. Tanto que abriu os olhos e olhou para ele rindo abertamente.

"Filho? Estava pensando nisso quando me seduziu daquele jeito?"

Pensando por alguns segundos, ele arqueou os lábios, finalmente confessando:

"Estava."

"Não devia me pedir em casamento primeiro?"

"Você quer se casar comigo?" – perguntou suavemente.

"Se está me pedindo isso só para diminuir sua culpa..."

"Que me lembre, foi você que me seduziu!..." ele disse piscando cinicamente.

Ambos começaram a rir.

"Bobo!... Às vezes acho que gostaria de casar e ter filhos. Mas só se for com você."

Ele não esperava a resposta tão sincera. Engoliu seco, abraçando-a com força. Ficaram assim alguns instantes, até que ela refletiu:

"Como acha que ele seria?"

"Ah! Teria os olhos grandes e claros como os seus, o cabelinho castanho como o meu, a pele rosada e o sorriso mais lindo do mundo. Teria a sua beleza e a minha inteligência."

Ela deu um leve tapa no braço dele.

"Abusado." – ambos gargalharam.

Algumas vezes, Marguerite já havia observado nele o desejo de ter uma família. Conhecê-lo dessa forma lhe pareceu ainda mais fascinante.

"O que foi? Falei alguma bobagem?"

Ela balançou a cabeça negativamente, escondendo o rosto na curva do seu pescoço. Dócil, completamente meiga no calor dele.

"É que... Eu tenho medo de sonhar também."

"Ora, por quê?" suavemente ergueu seu queixo e a beijou na testa. "Todo mundo tem o direito de sonhar. Inclusive nós dois."

"Parece um sonho tão distante..."

"Não para nós, Marguerite."

Beijaram-se avidamente. Ela permitiu que a língua dele abrisse espaço entre seus dentes. Marguerite deslizou beijando seu peito e depois o abdome. Ela subiu um pouco mais de modo a permitir que ele afundasse o rosto entre seus seios rijos.

"Não me deixe" - pediu fazendo um esforço fora do comum para se manter lúcido, diante do desejo que o invadia mais uma vez.

Amo-te quanto em largo, alto e profundo

Minh'alma alcança quando, transportada,

Sente, alongando os olhos deste mundo,

Os fins do Ser, a Graça entressonhada.

Amo-te em cada dia, hora e segundo:

À luz do Sol, na noite sossegada.

E é tão pura a paixão de que me inundo

Quanto o pudor dos que não pedem nada.

Amo-te com o doer das velhas penas;

Com sorrisos, com lágrimas de prece,

E a fé da minha infância, ingênua e forte.

Amo-te até nas coisas mais pequenas.

Por toda a vida. E, assim Deus o quiser,

Ainda mais te amarei depois da morte.

(Elizabeth Barrett, tradução de Manuel Bandeira. É considerado o mais belo poema de amor escrito por uma mulher, em língua inglesa)


Thomas tirou a taça de vinho da mão da esposa colocando juntamente com a sua no canto da toalha de piquenique. A beijou suavemente ao mesmo tempo em que a envolvia em um abraço já alcançando o fecho do vestido localizado nas costas. Deixou escorregar a parte de cima começando a desatar os cordões do corpete enquanto ela desabotoava-lhe a camisa. Acariciou seus seios e ela o ajudava a desvencilhar-se da camiseta suada. Abigail beijou o peito de Thomas, que já lhe tirava o vestido e as roupas íntimas. Sentiu o sabor de seus seios enquanto a moça o ajudou a livrar-se do restante das roupas. Thomas a deitou delicadamente na toalha beijando-a com paixão. Não se cansava de desejá-la e Abigail não só correspondia a seus avanços, como ela mesma tomava a iniciativa. Entre eles o sexo era sempre maravilhoso.

"Já disse que te amo?" - disse colocando-se sobre ela.

"Não tanto quanto deveria."

"Eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te..."

"... Thomas, pare."

"O que?" – ele mal conseguia falar.

"Olhe." – Virou-se encostando o rosto suado no dela.

"Não acredito." – encararam o raptor parado há pouco mais de vinte metros dos dois – "Ele está olhando para nós."

Os dois sussurravam no ouvido um do outro.

"Onde está o rifle?"

"Encostado na árvore."

"Tinha que deixar tão longe?"

"Acha que eu ia lembrar de rifle com você tão pertinho de mim? Além do mais, viemos aqui para namorar, lembra?"

"Acho que teremos que correr."

"Estamos nus, Abi."

"Então, escolha. Correr ou virar comida de raptor. Seja qual for a alternativa, estaremos pelados, porque não dá tempo de se vestir."

"A escolha é óbvia." – começaram a sentar – "Bem devagar. Vamos tentar não chamar a atenção dele." – levantaram com extremo cuidado. Thomas segurou firme a mão da moça – "Para o lago ou para o mato?"

GGGGGRRRRRRR!

"LLLAAAGGGOOO!" – saíram em desabalada carreira com o animal logo atrás. Não hesitaram nem um instante ao atirarem-se na água fria.

"Você está bem?" – disse Thomas nadando em direção a esposa.

"Aquele raptor estúpido está comendo toda a nossa comida."

"Deve estar faminto. Afinal nós o deixamos sem o prato principal." – gargalhou o engenheiro – "Vem cá." – Puxou Abigail para mais perto de si – "Está frio aqui." – Beijou-lhe o pescoço.

"Tem idéia de como vamos voltar para casa, Thomas Layton?"

"Hum! Fácil. Esperamos o bicho ir embora, pegamos nossas roupas e pronto."

Foi a vez de Abigail gargalhar.

"Que roupas?"

Ele olhou para a margem do rio e ficou furioso.

"Aquele raptor estúpido está comendo a nossa roupa!"

"Vem cá." – Ela colocou os braços em volta do pescoço dele – "Quero lhe dizer uma coisa, Thomas."

"O que?"

"O vestido que você me deu de presente não serve."

Ele ficou embaraçado.

"Desculpe Abi. Juro que quando vi na loja achei que seria uma boa surpresa para o seu aniversário. Pensei que fosse o tamanho certo."

"Era o tamanho certo até um tempo atrás."

"Você só está tentando fazer com que eu me sinta melhor."

"Eu engordei um pouquinho."

"Eu nem reparei."

"E vou engordar ainda mais." – ela o olhou com um sorriso.

"Abi? Conheço esse olhar. Por um acaso está me tentando me dizer alguma coisa?"

"O que você acha que estou tentando lhe dizer, seu bobo?"

Ele fez uma pausa tentando raciocinar.

"Meu Deus, Abi. Está me dizendo que... eu... vou... ser... pai?"

"Estou, sim. Por isso fui a Avalon. Precisava saber com certeza."

Ele a abraçou com força. Depois relaxou.

"Desculpe. Te machuquei?"

"Thomas. Você nunca me machucaria."

"EI, SEU RAPTOR ESTÚPIDO!" – gritou para a margem – "EU VOU SER PAI!... espere... Você e o bebê não podem ficar nessa água fria. Preciso tirar você daqui... ah... vocês."

"Como?" – a moça se divertia com a preocupação dele. O rapaz pensou por alguns segundos.

"Já sei. Preste atenção. Eu nado até a margem. Depois chamo a atenção do raptor. Quando ele vier atrás de mim você corre para casa. O que acha?"

"Aí ele come você e eu fico viúva? Negativo."

"Mas..."

"Vamos seguir o meu plano." – ela se enroscou em um abraço – "Ficamos aqui aquecendo nosso bebê e quando o raptor se for voltamos para casa, tomamos um banho quentinho e já que o vestido não serve mais, nos enfiamos agarradinhos debaixo das cobertas para espantar qualquer gripe que ameace nos deixar doente."

"Hum..." – sussurrou ele apertando-a ainda mais contra seu corpo – "detesto admitir, mas gosto muito mais do seu plano."


Abigail sentia-se muito bem na aldeia Zanga e passara a ter especial carinho pela esposa de Jacoba. Tinham muitas afinidades e, além de tudo, os laços se estreitavam por estarem grávidas, com diferença apenas de alguns meses.

O vínculo se estreitou ainda mais quando a mulher começou a ter um sangramento que não cessava e Abigail, mesmo com a gravidez mais adiantada, foi até a aldeia e permaneceu a seu lado todo o tempo até que o perigo de aborto fosse afastado.


Thomas entrou furioso na tenda e sem pestanejar pegou Patrick Rouanet pelo colarinho, arrastando-o para fora. Largou o homem no chão.

"Seu idiota, o que você fez?"

"Do que está falando?"

"Você tentou violentar uma mulher Zanga. Jacoba me chamou à aldeia. A moça está toda machucada. Como pôde?"

"Você não tem nenhuma prova."

"Ela tinha isso nas mãos." - o engenheiro mostrou um pedaço de tecido rasgado. Rouanet olhou a manga da própria camisa, percebendo que faltava um pedaço. Furioso, partiu para cima de Layton e, com violência, o jogou no chão. Thomas ainda tentou se defender, mas Patrick o socava sem dó até ser finalmente contido por quatro homens.

Cambaleante, o líder da expedição levantou amparado pelos amigos. Sangrava pelo nariz, pela boca e tinha um corte no rosto. O olho já começava a inchar.

"Jacoba queria sua cabeça. mas consegui que ele aceitasse um acordo. Ao amanhecer será escoltado pelo chefe zanga e alguns guerreiros para fora do platô."

"São apenas selvagens, Layton." – gritou o topógrafo, firmemente seguro pelos outros.

"Você é o selvagem, idiota. Se retornar, os guerreiros não vão hesitar em caçá-lo como a um animal."

Ao raiar do dia seguinte, Patrick Rouanet começou sua jornada de volta ao mundo 'civilizado'.


Ned e Challenger vinham caminhando desde muito cedo, sem parar para descansar nem uma única vez. Era meio dia e com o sol a pino o calor era insuportável. Ao menos o caminho que vieram fazendo era através de mata fechada, o que lhes garantia uma boa sombra. Agora diante deles abria-se uma grande área aberta e assim seria por alguns quilômetros.

Challenger transpirava muito e já começava a andar devagar. Os anos começavam a pesar-lhe sobre as costas sem, entretanto, pedir para que parassem. Era orgulhoso demais para admiti-lo. Ned, entretanto, não deixava nada passar despercebido e ele mesmo precisava de uma pausa.

"Vamos parar um pouco" disse pondo a mão no ombro do cientista, aparentando mais cansaço do que realmente sentia. "O sol está muito forte e agora percorreremos uma área aberta. É melhor comermos algo e descansarmos antes de prosseguirmos. Acredito que já não falte muito para encontrarmos a tribo."

Após se alimentarem, deitaram-se um pouco para recuperar as forças. Challenger mal se deitou, e logo Malone podia ouvir o ritmo compassado de seus roncos. O jornalista assumiu a guarda. Já não conseguia dormir direito há alguns dias. A ansiedade por encontrar Verônica era tamanha que ele só pegava no sono quando já estava exausto.


Abigail começou a sentir as contrações no final da manhã. A princípio leves e espaçadas, ao cair da noite se tornaram regulares e cada vez mais freqüentes. Thomas ficou preocupado, pois segundo os cálculos, o bebê só deveria nascer em duas semanas. Adelaide só viria a casa da árvore uma semana antes, para ajudar no que fosse preciso. O engenheiro pensou em mandar um dos homens avisar a parteira em Zanga, mas a esposa o convenceu a esperar que o dia amanhecesse e, contrariado, ele concordou. Seria loucura ter alguém andando pela selva no meio da noite. Pensou em ir ele mesmo, mas não podia deixar Abigail sozinha. Passou a noite ao lado da jovem, conversando e tentando distraí-la. Apesar do desconforto e das dores, ela ria ao perceber que ele estava muito mais nervoso.

Assim que o sol nasceu, Sinta correu até a aldeia e, tão rápido quanto possível, retornou com a parteira. Os Layton se surpreenderam ao perceber que a esposa do chefe Jacoba, ela mesma agora em seu sexto mês de gestação, e escoltada por diversos guerreiros, também viera em socorro. A mulher Zanga gostava muito de Abigail e tanto ela quanto Thomas sentiram-se honrados.

Quando as contrações se tornaram menos espaçadas e mais intensas tiveram a certeza de que chegara a hora.

Thomas queria estar todo o tempo com Abigail, porém acabou expulso do quarto antes do parto.

Ele suava, reclamava, tentava ajudar, falava o tempo todo. Abigail tentou acalmá-lo por algum tempo até perceber que estava ficando irritada.

"Thomas, é melhor você esperar lá fora."

"Vou ficar com você." – Abigail trincou os dentes em uma nova contração. Ele enxugou-lhe o rosto suado e dirigiu-se a parteira - "Faça alguma coisa. Não vê que ela está sentindo dores?"

A mulher resmungou alguma coisa. Falou tão rápido que Thomas não entendeu uma palavra, mas percebeu o tom zangado.

"Thomas, por favor, me escute... Eu te amo, mas você está me deixando doida."

"Eu quero ajudar." – choramingou ele.

"Vai ajudar muito mais se esperar lá fora. Por favor."

"Mas, Abi..."

Abigail falou alguma coisa no idioma Zanga e a esposa de Jacoba pegou o engenheiro pelo braço e o conduziu quase à força para fora do quarto.

"EU TE AMO!" – gritou ele enquanto por cima do ombro quando a cortina que dividia o aposento se fechou.

Thomas foi levado para o andar inferior da casa da árvore por alguns amigos que tentaram distraí-lo com o trabalho. Tudo em vão. Ele errou cálculos simples, não prestou atenção a nenhuma palavra que foi dita na reunião, derrubou café na roupa, andou para todos os lados e não ficou quieto nem um segundo.

Quando o choro do bebê encheu a casa da árvore, Thomas ficou parado no mesmo lugar sem conseguir mover um músculo. Foi chamado minutos depois pela esposa de Jacoba que assegurou, falando pausadamente, que mãe e filha passavam muito bem.

"Uma menina?" – sorriu ele tirando os sapatos e permanecendo só de meias antes de entrar. Não queria fazer barulho e incomodar.

"Venha conhecer sua filha, Thomas." – disse Abigail com ar cansado. O homem inclinou-se sobre ela beijando-lhe longa e suavemente os lábios. Depois voltou sua atenção para a criança adormecida.

"Ela é linda, Abi. E não tem cabelos." – o bebê abriu os olhos e parecia fita-lo. Quando ameaçou chorar ele sussurrou – "Ei, não se assuste, pequenina. Papai está aqui."

Abigail observava comovida a emoção dele.

"Quero que você dê um nome a ela."

O engenheiro surpreendeu-se.

"Eu?"

"Sim, Thomas. Você."

"Mas, Abi, eu não sei que nome dar a uma protetora."

"Antes de qualquer coisa ela é sua filha."

"O nome de todas as protetoras começam com a letra A não é?"

Abigail pegou a mão dele, que por sua vez segurava a da criança.

"Escolha aquele pelo qual gostaria de chamá-la pelo resto da vida."

O homem hesitou um pouco, olhou para o bebê, sorriu.

"Verônica." – olhou para a esposa – "Você gosta?"

"Thomas, você sabia que este é o nome da primeira protetora? Sabe o significado do nome?"

"Não."

"Verônica significa portadora de vitória." – Ele sorriu ainda mais acariciando a cabeça do bebê.

"Obrigado por mais este presente, Abi."

Abigail deu um sorriso, afagando levemente o rosto da filha. Estava exausta e mal conseguia manter os olhos abertos. A parteira aproximou-se, arrumou o lençol muito limpo em volta do corpinho e pegou a criança, entregando a Thomas, que tentou recusar.

"Por favor, não. Posso machucá-la."

"Você nunca a machucaria, seu bobo." – murmurou a moça já caindo no sono.

Finalmente ele segurou desajeitadamente o bebê. Sorriu em agradecimento para as duas mulheres que ajudaram no parto e estas retribuíram com uma leve reverência à criança.

Tocou a palma da mãozinha, que fechou sobre seu dedo – "Você é forte, pequenina. Vamos deixar a mamãe descansar, está bem?"

Levou-a para a sala.

"Esta é sua casa, Verônica." – andou mais um pouco – "E agora vou lhe contar como eu e sua mãe chegamos até aqui."

Segurando a criança, o homem sentou-se na cadeira de balanço.

"Preste bem atenção. A história começa no mundo lá de fora, bem longe daqui. Era uma vez..."


Verônica acariciava o diário delicadamente. Havia terminado de lê-lo; entretanto, tantas dúvidas pairavam sobre ela... Não entendia o porquê dessa aura de mistério que cercava a vida de sua mãe. O que acontecera em Avalon logo após a morte de seu pai? Por que Abigail a deixara com as Amazonas? Se Avalon é o lar das protetoras, onde estão a salvo das linhagens que cobiçam o trion, qual o motivo de abandoná-la então?

Daria tudo para que, ao invés do diário, sua mãe estivesse ali à sua frente, ela mesma contando aquilo que lera! Ela mesma ansiava por ter esse momento em sua vida, em que também faria suas confidências a Abigail Layton. O que fizera, o que aprendera, como se sentia sobre tudo. Tantas coisas a contar... treze anos é muito tempo.

Duas certezas brilhavam como estrelas na noite mais escura: teria que encontrar Avalon por seus próprios meios, e ter uma longa, importante e reservada conversa com a legítima herdeira dos Mayfair: Marguerite.

O balão havia ficado pronto na tarde anterior e Verônica o inspecionou cuidadosamente. Os nativos haviam feito um trabalho magnífico, considerando os limitados recursos de que dispunham. Amarrado a estacas, o balão já estava suspenso no ar e sendo mantido cheio.

Ao amanhecer ela juntou seus poucos pertences (uma bolsa contendo os dois diários de sua mãe e algumas frutas, uma capa de peles, um cantil cheio de água fresca e o trion pendurado no pescoço), agradeceu com uma reverência a cada um dos que a acolheram e ajudaram e finalmente partiu.

Assim que o balão ganhou altitude e ia na direção certa, Verônica deixou-se entregar novamente por toda aquela enxurrada de dúvidas que teimavam em continuar ali. Pela primeira vez em todo esse tempo, pensou mais detidamente que finalmente estava voltando para casa. Um certo temor a estremeceu ao pensar na possibilidade de que seus amigos, talvez, tivessem conseguido deixar o platô com toda a mudança temporal. Entristeceu-se ao pensar na hipótese. Em seus planos de encontrar Avalon, contava com a certeza de que seus amigos a acompanhassem.

"Challenger vai ficar fascinado com o novo diário!" – esboçou um sorriso ao imaginar a reação do cientista – "Vai falar durante horas que há um grande mistério que envolve a todos e esse foi o motivo de estarmos aqui... E agora chego a pensar que ele estava certo o tempo todo! Roxton... ah como ficará empolgado diante de uma nova aventura rumo ao desconhecido! Não importam os riscos, ele sempre está com disposição para usar seus talentos e instintos de caçador... Marguerite talvez reclame, mas depois que conversarmos... não sei como ela reagirá. Ah, Finn! Parece que posso vê-la com a balestra nas mãos, pronta para atirar, ou dando aqueles saltos que tanto gosta. Às vezes acho que nunca irá crescer! E que é assim que gosto dela. E você Ned?... onde estará?"

"Longe de casa

Há mais de uma semana

Milhas e milhas distante

Do meu amor

Será que ela está me esperando

Eu fico aqui sonhando

Voando alto

Ou perto do céu"

(A Dois Passos do Paraíso -De: Evandro Mesquita / Ricardo Barreto)


Ned ouviu um som vindo da mata: algum predador se aproximava furtivamente.

"Challenger" murmurou. "Challenger, acorde!"

"O que foi?"

"Temos companhia e é mais de um..."

Após anos sobrevivendo no platô já sabiam o que fazer. Sem movimentos bruscos, colocaram as mochilas e já se puseram a postos com suas armas.

"Teremos mais chance se formos para o terreno aberto, Malone."

Foram saindo sem dar as costas para a mata, ao mesmo tempo em que os predadores vinham rumo a eles. Não demorou muito para que os vissem: três raptors.

Começaram a correr o mais rápido que podiam com os animais enfurecidos ganhando terreno. Ned deu alguns tiros, mas sem poder mirar, errara quase todos. Os poucos que acertaram um dos alvos só serviram para atiçar ainda mais a sede de sangue dos raptors. Challenger tropeçou e foi ao chão. Com o pé torcido duvidou que pudesse se movimentar com a agilidade que precisava para escapar.

"Saia, daqui, Malone, corra! Corra!" – gritou.

Ned nem pestanejou ao virar-se e atirando nas feras voltar para ajudar o amigo. Movido por uma força que nem ele mesmo conhecia, levantou o cientista, apoiando-o em seu ombro. Deu um tiro certeiro e agora só restavam dois raptors. Para sua sorte, começaram a devorar o companheiro morto, dando-lhes tempo para ganharem certa distância. Mesmo assim, sabiam que em segundos os animais desistiriam e voltariam a caçar as presas humanas, principalmente agora que corriam mais devagar devido à contusão de Challenger.

Continuavam em uma marcha desesperada com os bichos novamente em seu encalço quando algo bateu no rosto de Malone: a escada de corda do balão.

"Ei, rapazes! Vão aceitar a carona ou preferem ir andando com seus amigos escamosos?" Verônica acenava para que subissem logo.

O jornalista ajudou Challenger a pendurar-se na escada, agarrando-se em seguida.

"Sobe, sobe, sobe!" gritava sem parar enquanto a loira abria a válvula, aquecendo o ar do balão, que subiu rapidamente para sorte do rapaz que ainda teve que se encolher e para não ter as pernas abocanhadas por um dos bichos.

Os raptors ainda tentaram alcançá-los por um trecho, porém, logo perceberam que seu lanche tinha coisas mais interessantes a fazer.

Malone e Verônica ajudaram Challenger a entrar no cesto do balão. A loira abraçou longamente o cientista que, feliz, retribuiu.

"Você está bem, Challenger?" – preocupou-se ela.

"Eu que devia estar lhe perguntando isso." - gargalhou George.

"Nós viemos te salvar e é você que nos salva? Estou envergonhado." – disse Ned.

Verônica virou-se para ele e impulsivamente segurou seu rosto beijando-lhe os lábios como fizera algumas vezes. Instantes depois afastou-se enquanto o rubor tomava conta de sua face. É claro que já o beijara daquela forma antes, mas por algum motivo ficou encabulada.

Ned olhou para ela sorrindo e, por um momento, tentou pensar no que dizer até perceber que não queria falar absolutamente nada. Rapidamente a puxou pelo braço, enlaçou sua cintura e colando seu corpo ao dela beijou-a apaixonadamente, tendo como testemunha o surpreso Challenger.


Londres, 1920.

Há três semanas não parava de chover. As ruas se impregnavam de cheiros úmidos e desolados. As pessoas tinham uma cor amarelo-esverdeada pela falta de sol. Nos rostos, a temível mistura de mau humor e impaciência. Londres pode ser assim por meses a fio. Não se vê o azul do céu por dias seguidos.

Apesar do tempo cinza-chumbo, ela decidiu que queria cavalgar e nada a faria mudar de idéia. Já estava cansada de ver os dias passarem pela janela! Acordou cedo, vestiu sua roupa de amazona e uma capa. Prendeu os cabelos ruivos que lhe caíam nos ombros; conferiu mais uma vez sua aparência no grande espelho do quarto.

"Encantadora, minha querida!" disse a si mesma. Sua aventura pela propriedade estava prestes a começar.

Já no estábulo, conduziu um belíssimo cavalo árabe, negro, já previamente selado pelo empregado. Trocou algumas palavras com o animal, acariciando-o, e puseram-se a galopar pela propriedade.

Não tardou muito para que visse um coche indo para sua casa. Acelerou a marcha a fim de interceptar seu visitante. O motorista, ao perceber sua intenção, parou o veículo, de onde imediatamente saiu um homem alto, muito distinto, vestido de negro.

"Ora, ora, se não é a nossa futura herdeira! Como está, Hellen?"

"Mordren! Que agradável visita! Minha mãe tem notícias que o deixarão muito satisfeito, eu garanto!"

"Não tenho dúvidas, minha cara..."

Já na casa de estilo vitoriano, Mordren se acomodava na biblioteca, enquanto a moça chamava sua mãe.

"Mordren! Há meses venho tentando falar com você! Por onde andou?"

"Desculpe, Charlote, estava viajando a negócios. Na China, para ser mais exato. Bom, mas isso não vem ao caso agora. O que tinha de tão importante para me dizer?"

"Finalmente consegui descobrir onde Anne guardou a outra metade do oroborus, bem como certas histórias que você ficará fascinado ao ouvir..."

"Ora, e por que ainda não está com você?"

"Aí é que começam nossos problemas, Mordren. Anne o entregou a uma mulher, e ela o levou para um platô na América do Sul..."

Mordren já nem prestava mais atenção a Charlote. Nada poderia estar mais perfeito! Um platô na América do Sul... tudo o levava a crer que era o platô, o mesmo guardado pelas protetoras que sua linhagem jurara destruir. Se conseguisse juntar as duas peças do oroborus, poderia acabar protetora e tomar posse do trion ainda mais rápido do que pretendia.

"Consegui localizar um homem que esteve com essa mulher. E olhe o que ele me deu" Charlote lhe entregou um papel onde havia o decalque perfeito de uma metade do oroborus.

"Não pode ser..."

"E em troca de uma boa quantia, está disposto a acompanhá-lo e mostrar onde está guardado. Parece que essa mulher partiu de Londres com uma expedição composta por vários cientistas e este era o topógrafo do grupo. Chama-se Patrick Rouanet."

VEM AI DDT2...

Algumas referências contidas nessa fic:

O chamado da Bruxa (Witch's Calling): Alice, Brywik, Narina

Out Of Time / Trapped: Morrighan

Legacy: Mordren e sua linhagem (que se dedica ao oposto que as protetoras), Edward (o leão), Avatares

Paradise Found: Sinta, O relicário de Abigail.

The Beast Within: O roupão de Thomas e a banheira

The Secret: Oroborus, A referência à expedição Layton ter mais de trinta pessoas

The Chosen One: O vestido azul de Abigail.

The Journey Begins / Stranded: Jacoba

NOTA: (de onde tiramos a idéia de Thomas levar tanta tralha p/ o platô lol)

Brian Sweeny Fitzgerald foi um irlandês de visão que fez fortuna com logística de transporte fluvial de borracha na Amazônia no final do século XIX.

Apaixonado por ópera, cismou em construir um teatro em plena amazonia para que cias de ópera pudessem vir se apresentar. Seu grande sonho era trazer o grande cantor lírico da época, Caruso. Para conseguir seu objetivo ele planejou chegar a uma área inacessível da floresta onde havia uma grande concentração de árvores seringueiras. Seu projeto era ficar rico com a extração do látex e a venda da borracha e assim poder construir seu teatro.

Essa região, entretanto, não era acessível por navegação fluvial devida as cachoeiras. Ele navegou seu enorme barco a vapor até onde foi possível e depois com a ajuda de índios nativos peruanos (que o chamavam de Fitzcarraldo), carrega-o pela mata até chegar a outro local no rio e assim acabar chegando a área desejada. E sob terríveis condições meteorológicas na região são devido ao extremo calor, humidade excessiva e chuvas torrenciais.