Capítulo I - O Trabalho Extra

O dia tinha amanhecido belo. Era verão, e o sol brilhava no céu, junto com várias nuvens brancas. Em um apartamento de tamanho médio, no décimo primeiro andar, um despertador tocava, acordando uma jovem garota.

- O quê? - se perguntou a garota, olhando para o despertador. - Mas já?

Ela se levantou da cama, lavou o rosto no banheiro de seu quarto, vestiu uma saia pregueada jeans, uma blusa branca e calçou seus sapatos pretos. Amarrou os cabelos, passou seu perfume preferido, pegou sua bolsa e saiu do apartamento.

Desceu de elevador até a garagem, entrou no seu Celta e foi dirigindo até o seu trabalho. O trânsito estava calmo, já que ainda era cedo. Parou em um sinal vermelho, e seu celular tocou de dentro da bolsa.

Abriu a bolsa e pegou seu celular. Era Kagome. Atendia ou não atendia? Resolveu por atender.

- Kagome, agora não. Eu estou dirigindo. - disse Rin, pisando no acelerador.

- Está bem! Mas só quero dizer que está correndo um boato de que o chefe quer ter um particular com você! - disse Kagome, parecendo animada.

- Comigo? - perguntou Rin, mais para si mesma do que para Kagome.

- Sim! - disse Kagome. - Bom, deixa-me desligar antes que você bata o carro! Tchau, beijos Rin!

- Tchau, Kagome, beijos! - disse Rin, desligando o celular e o jogando em cima de sua bolsa.

Quando chegou, estacionou o carro no estacionamento. Guardou o celular em sua bolsa e saiu do carro. Foi correndo até o elevador e subiu até o terceiro andar do prédio. Foi cumprimentando as pessoas a sua volta e entrou em sua sala. Kagome e Sango estavam conversando.

- Oi Rin! - cumprimentaram Kagome e Sango em uníssono.

- Oi! - cumprimentou Rin, sentando em sua mesa. - Que história é essa de o Naraku querer ter um particular comigo?

- É o boato que está rolando. - disse Sango, digitando algo no seu computador.

- O que será que ele quer? - perguntou Kagome, curiosa como sempre.

- Talvez ele queira promover a Rin. - disse Sango.

- Sorte amiga! - disse Kagome.

- Me promover? - perguntou Rin, ligando o computador. - Eu sinceramente acho que não.

- Bom... só nos resta esperar, né? - perguntou Sango.

Rin começou a digitar no seu computador, a matéria que tinha feito sobre maquiagem, já que o setor onde trabalhava era de moda. Ficou um tempo conversando e digitando a matéria, quando a secretária de Naraku, Kikyou, entrou na sala.

- O senhor Naraku deseja falar com Rin Namakashi. - disse Kikyou, em um tom de voz irritante.

- Agora? - perguntou Rin.

- Não. Quando o expediente acabar. - respondeu Kikyou, dando um olhar de nojo para Kagome.

- Então tá. Hum... você já pode sair. - disse Rin, ao perceber o clima entre Kikyou e Kagome.

Kikyou saiu da sala, deixando as três sozinhas. Kagome sentou em sua mesa, e começou a escrever algo em um papel, que pegou de sua gaveta.

- Aquela Kikyou é tão ridícula! - disse Kagome, nervosa.

- Ela se acha importante. - disse Rin, rindo.

- Como se secretária fosse algo IMPORTANTÍSSIMO! - disse Sango, rindo também.

Rin se levantou e foi até a cafeteira. Pegou uma xícara de café e bebeu um gole. Então foi até a janela e ficou observando a rua, até terminar de beber sua xícara de café.

- Não tomou café da manhã? - perguntou Kagome.

- Não... - respondeu Rin, observando um prédio que ficava do outro lado da rua.

As três trabalharam bastante. Conversavam bastante também, mas Rin não parava de pensar no que o Naraku queria com ela. Promover achava que não, já que não tinha feito nada de especial, e chamar mais a atenção também não, já que sempre entregava os trabalhos nas datas certas. Mas então o que poderia ser? Pensando nisso e trabalhando, finalmente a hora do almoço tinha chegado.

- Finalmente! Já estava com fome! - disse Kagome se levantando de sua cadeira e se espreguiçando.

- Eu também. - disse Sango.

As três saíram do prédio e foram até a lanchonete perto do prédio, em que sempre almoçavam. Sentaram em uma mesa, e perceberam que naquele dia havia mais movimento do que nos outros dias.

Pediram suas refeições e ficaram esperando. Kagome percebeu que Kouga, um cara que trabalhava na mesma empresa que ela, porém em outro setor, não parava de encará-la. Então corou um pouco.

- Ai... o Kouga não para de me olhar! - disse Kagome, ficando cada vez mais vermelha.

- Hihi, ele está caidinho pela Kagome! - disse Sango rindo.

- Tá fazendo sucesso, em Kagome? - disse Rin rindo também.

- Calem a boca! - disse Kagome vermelha. - Falando nisso, você também está fazendo sucesso, Rin!

- O quê? - perguntou Rin, sem entender.

- O Kohaku está apaixonado por você! - disse Sango, rindo.

- Não vem, não Sango! - disse Rin vermelha. - O Hajime também gosta de você!

- É verdade! Está sempre mandando flores! - disse Kagome rindo.

- É diferente! - disse Sango, agora também ficando vermelha.

Rin e Kagome apenas riram. O pedido chegou, e elas começaram a comer, conversando e rindo. Quando terminaram de almoçar, pagaram o almoço.

- Preciso ir ao banheiro. - disse Rin.

- Tá. Nós te esperamos aqui. - disse Sango.

Rin foi indo em direção ao banheiro apressada, para não se atrasar para o trabalho, mas acabou trombando com um cara um pouco mais velho, um youkai, com cabelos prateados, olhos dourados e com uma meia lua na testa.

- Desculpe... - disse Rin, encarando os olhos dele.

Ele não respondeu nada, apenas saiu da lanchonete. Rin o seguiu com o olhar, mas depois seguiu se caminho. Depois de sair do banheiro, foi até o prédio com Kagome e Sango. Entraram em sua sala, e cada uma voltou a trabalhar.

- Quem era aquele cara com quem você trombou na lanchonete? - perguntou Kagome. - Ele era bonitinho.

- Eu não sei... - respondeu Rin. - mas ele era realmente bonito.

- Tirem o cavalinho da chuva. - disse Sango. - Ele trabalha na empresa que fica do outro lado da rua, que é nossa concorrente.

- Como você sabe? - perguntou Kagome, olhando da janela.

- Ele estava almoçando junto com... outros funcionários da outra empresa. - respondeu Sango, corando um pouco.

- Hum... - disse Kagome. - E como você conhece os outros caras da outra empresa?

- Ah... eu já vi eles saindo da empresa... já vi em revistas... - respondeu Sango, corando um pouco.

- Por que você está vermelha? - perguntou Rin, rindo.

- Hã? Nada! - respondeu Sango, abaixando levemente a cabeça.

As três trabalharam até o fim do expediente. Quando deu 18:00 em ponto, Kikyou entrou na sala sem bater, enquanto elas já desligavam o computador e guardavam seus pertences.

- Rin, venha até a sala de Naraku, ele quer falar com você, como já disse antes. - disse Kikyou, dando novamente um olhar de nojo para Kagome.

Rin pegou sua bolsa, se despediu de Kagome e Sango e saiu da sala, seguindo Kikyou. Elas chegaram até a sala de Naraku, e Kikyou abriu a porta, deixando Rin entrar, e depois saiu da sala, fechando a porta.

- Sente-se, Rin. - pediu Naraku, sentado em sua mesa.

Rin sentou-se em uma cadeira, enquanto Naraku guardava alguns papeis e pegava uma foto, mas primeiro deixou-a virada de costas.

- Bom... eu a chamei até aqui porque quero lhe dar um trabalho extra. - disse Naraku, apoiando os cotovelos na mesa.

- Hum... e qual seria? - perguntou Rin.

- Você sabe que a nossa revista inimiga tem uma empresa do outro lado da rua. - disse Naraku, calmamente. - Li em uma revista que eles pretendem mudar algo na revista, mas isso vai ser uma surpresa. Por tanto, quero descobrir o que eles querem mudar, e quero que você descubra.

- Mas como eu vou descobrir? - perguntou Rin, curiosa.

- Está vendo esse jovem youkai? - perguntou Naraku, mostrando a foto, que ele tinha virado. - É o Sesshoumaru.

Era o youkai com quem trombara na lanchonete. Ele estava muito bonito na foto, frio como sempre, mas com um jeito... maravilhoso. Cabelos prateados e compridos, uma meia lua na testa, alto, os olhos penetrantes dourados...

- Sim. - respondeu Rin. - Eu... trombei com ele hoje na lanchonete.

- Melhor. - disse Naraku. - Ele é importante na empresa inimiga, e por isso quero que você o conquiste, e descubra o que eles pretendem mudar na revista.

- Mas por que eu? - perguntou Rin, não gostando do trabalho extra.

- Porque você é uma das garotas mais bonitas da nossa empresa. - respondeu Naraku, com um sorrisinho.

- Eu não quero fazer esse trabalho. - disse Rin.

- Fazendo esse trabalho, você não vai precisar se ocupar com sua seção na revista, vai se concentrar somente nesse trabalho, e vai ganhar um dinheiro extra. - ofereceu Naraku.

- Mas eu não quero fazer esse trabalho. - disse mesmo assim Rin, séria.

- É melhor você aceitar. - disse Naraku. - Ou vai ser despedida.

- O quê? - perguntou Rin indignada. - Isso é uma ameaça?

- Sim. - respondeu Naraku. - O que me diz?

-... Aceito. - disse Rin, mas contrariada.

- Ótimo. Você já pode se retirar. - disse Naraku.

Rin saiu da sala indignada por Naraku poder ser tão ruim. Desceu do elevador em direção a garagem, e quando se aproximou de seu carro, viu Kohaku encostado em uma parede, perto dele.

- Kohaku? - perguntou Rin.

- Ah, oi Rin. - cumprimentou Kohaku. - É... eu queria falar com você.

- Claro. Pode falar. - disse Rin sorrindo.

- Você pode sair sábado comigo? - perguntou Kohaku, corando um pouco.

- "Acho que eu não vou poder... se eu vou ter que conquistar o Sesshoumaru... eu não vou poder sair com o Kohaku..." - pensou Rin. - Sabe, eu estou cheia de trabalhos, e estarei ocupada. Mas eu... te ligo se eu puder.

- Ah... - Kohaku respondeu desapontado. - Tudo bem então... tchau.

- Tchau... - respondeu Rin. - Desculpa!

- Nada... - ele disse.

Rin entrou em seu carro e foi dirigindo até seu apartamento. Quando chegou, abriu a porta e entrou, largou a bolsa e a chave em uma mesinha e se jogou no sofá, cansada.

- Esse Naraku é mesmo um trapaceiro... - disse Rin para si mesma, dando um longo suspiro.