Capítulo V – Surpresa Dupla (ou tripla, quádrupla, perdi a conta!)

Felizmente, aquela primeira lua cheia não passou de um susto muito bem pregado. A infeliz provação pela qual Remus tortuou deu ao casal a certeza de que eles poderiam resistir a qualquer infortúnio que se abatesse por sobre o período de gravidez. Essa segurança foi ainda mais reforçada pelas luas cheias seguintes, onde o lobisomem pareceu criar uma espécie de instinto 'materno', entrando num estado de paz e serenidade.

Assim como Lily alertara, a partir do terceiro mês Remus começou a ter os tão infames desejos. Sirius não se surpreendeu nem um pouco ao ver seu companheiro exigindo iguarias mil, todas elas contendo alguma espécie de chocolate. Muito, por sinal.

- Sirius...

- Hm?

- Eu quero...

- O quê?

- Eu quero...

- Fale.

- Me faz rosbife com molho de chocolate e croutons?

- Mas HEIN?

- Mal-passado, sim?

- Como RAIOS se faz isso?! Remus, você sabe que eu não sei cozinhar!

- Com arroz de amêndoas e gotas de chocolate amargo?

- Pelo lago de Morgana...! Como você espera que eu cozinhe isso?!

- Sirius! Você não quer que nosso bebê nasça com cara de rosbife mal-passado com molho de chocolate e croutons acompanhado com arroz de amêndoas e gotas de chocolate amargo, QUER? - como se já não fosse absurdo o pedido, ele conseguiu citá-lo de uma expiração só.

Um silêncio desconfortável se instalou então, os dois se encarando intensamente. Sirius, então, pôs um meio-sorriso na face, passando um braço por sobre os ombros de Remus, e pigarreando com a mão fechada à frente da boca, como que tentando prepará-lo para uma conversa.

- Remus, querido... Você sabe como ninguém que eu sou um desastre na cozinha.

- E?

- Pois bem, você sabe a imensa bagunça que ela fica quando eu resolvo pôr a mão na massa.

- Hm.

- E você cansou de me ver arruinando jantares com minha inaptidão.

- Sirius, aonde você quer chegar?

- A questão é: Jamais peça para eu cozinhar algo, a não ser que você esteja a fim de saborear um grande pedaço disforme de carvão acompanhado de farelinhos queimados, e esteja disposto a limpar a cozinha depois. - Terminou isso com uma mão em cada ombro de Remus; os dois estavam sérios, mas toda a atmosfera da cena era simplesmente cômica. O jeito com que o lobisomem contorceu seu rosto num trejeito de nojo foi impagável, e Sirius teve de se controlar muito para não começar a gargalhar. - E então?

- Pizza? - Remus olhou para Almofadinhas por cima do ombro, ainda com a expressão enojada estampada no rosto - De chocolate!


Aqueles tempos estavam difíceis para todos. Guerra e medo espalhavam-se sobre o mundo como uma mortalha-viva. Bruxos e trouxas sucumbiam ao jugo de Lord Voldemort e seus Comensais, e o maior alvo de ataques era a Inglaterra, lar de Albus Dumbledore, o maior mago de toda a história da Humanidade e todos os seus discípulos e aliados, conhecidos como A Ordem da Fênix. Toda a Grã-Bretanha bruxa estava tomada pelo perigo iminente de ataques, e a Grã-Bretanha trouxa sob o terror desconhecido que matava, torturava e enlouquecia amigos e parentes.

Mas mesmo nesses tempos de sombra, havia um resquício febril de felicidade no número 11 da Southamptom Street de Londres, onde Sirius e Remus discutiam sobre a decoração do quarto do novo bebê, que ficava no sótão completamente reformado da casa.

- Você ENLOUQUECEU, Sirius Black! ONDE É que vamos enfiar esse enorme... CACHORRO DE PELÚCIA no quarto?!

- Presente da prima Andrômeda, Remmy!!! Poxa, compreenda que a Andrômeda é a única pessoa da minha família que presta e que se importa conosco!!!

- Eu adoro a Andrômeda, mas como DIABOS esse cachorro veio parar aqui, Almofadinhas, se a Andrômeda está trabalhando na INDONÉSIA?

- Correio Trouxa! - Sirius abriu um sorrisão de cão carente - Sabe, eu agora sei mexer com correio trouxa! É bem útil quando as corujas estão cansadas!

- Eu sei, Sirius, eu fiz Estudo dos Trouxas, lembra? - Remus suspirou em exasperação - E não mude de assunto, onde vamos enfiar esse cachorro? Pelúcia junta MUITA poeira, eu não quero que meu filho seja um alérgico!

- Remus, olha ele, é tão bonitinho... É a minha cara! - Sirius apoiava a cabeça no alto da cabeçorra de pelúcia do "bichinho" e abanava as grandes orelhas.

- Nada do que você diga vai me convencer a permitir que esse ninho de ácaros fique no quarto do meu filho! - Remus apoiava a mão na já aparente barriguinha de 4 meses de gravidez.

- Remus, a Andrômeda é... É... É... - Sirius procurava estabelecer a relação de parentesco entre a prima e o bebê - Bem, ela é parente do nosso filho e isso dá a ela o direito de dar enormes cães pretos com lindos laços vermelhos no pescoço a ele! - Sirius parecia o próprio presenteado, encantado com o cachorrão.

- Oh Merlin... Dai-me paciência... Pra lidar... Com esta criança... - Remus olhava pra cima, como buscando resposta, com uma mão na cintura e a outra na barriga.

- Reeeemus... - Sirius projetou o lábio inferior no que parecia ser uma súplica canina. - Por favor, vai... Olha, pense dessa forma: Sempre que precisarmos sair, nosso filhote vai se sentir como se eu estivesse em casa! - gesticulou caricaturalmente, estampando um largo sorriso no rosto.

- Não. - A resposta veio seca

- Por favor...

- Não.

- Por favoooor! - Sirius pegou na mão de Remus

- Não.

- Pooor favooooor!

- Tá, tá bom! Mas com a única condição de que você não invente NUNCA de brincar de marionete com esse... Monstro perto do meu filho!

- Ei, vai ser meu filho também!

- É DISSO que eu tenho medo!


- Mas Lily, porque um médico trouxa? As medibruxas do St. Mungus são tão boas... - Sirius resmungava sentado no banco de trás do carro que Lily dirigia.

- O Dr. Carpenter é um fabuloso obstetra, e é meu amigo, meu confidente e está a par da experiência que fizemos no St. Mungus, então queira fazer o favor de se conformar, sentar direito e sair-da-frente-do-meu-retrovisor!

- Sirius, se a Lily diz que ele é um bom médico, confiemos, afinal de contas, ela não poria sua própria gravidez nas mãos de um trouxa maluco... - Remus, sentado no banco da frente, deu suaves tapinhas na barriga de Lily, que também carregava seus quatro meses de gravidez, enquanto paravam num sinal.

- Vocês dois confiam demais nesses trouxas... AI! - Gemeu Sirius, que havia levado um beliscão da ruiva. - Você não é trouxa Lily!!!

- Sou sim, ou melhor, achava que era... Aaah, você me entendeu, Sirius! Às vezes eu acho que você pensa como sua mãe! - Lily dizia enquanto estacionava o carro perto da clínica.

- Ooooh... Eu sei que você ficou magoada, mas xingar de mãe é golpe baixo! - Sirius se fez de muito magoado. Lily saía do carro, acompanhada por Remus. Sirius saía logo atrás.

- Graças a Merlin minha barriga é quase inexistente... - Dizia Remus olhando para a barriga de gravidez relativamente pequena, disfarçada por uma camisa larga e enchimentos.

- Por que Rem?

- Imagine os trouxas vendo um HOMEM GRÁVIDO INDO AO OBSTETRA, Sirius! - Lily pôs as mãos na cintura. - Graças MESMO a Merlin que Rem está parecendo um homem gorducho.

- Não me fale em homem gorducho... - Disse Almofadinhas, com uma careta.

- Por quê?

- Porque eu lembro do Rabicho comendo e isso é nojento. Mais nojento que o Jim dormindo! - Sirius piorou a careta.

- Sou obrigado a concordar que o James dormindo é uma coisa meio desagradável... - Remus afirmou com a cabeça enquanto Lily falava com a recepcionista da clínica.

- Não é nojento! O Jimmy dorme tão bonitinho... - Derreteu-se a ruiva.

- Só se for agora, por que o Jim ronca, baba e dorme todo arreganhado.

- Não dorme não, ele dorme bonitinho, não ronca e nem baba!

- Deve ser psicológico... Sabe, presença feminina na cama... É... Agora eu bem me lembro que quando vocês dormiam juntos em Hogwarts, até o cabelo dele ficava mais arrumadinho. - Sirius se segurou pra não rir, enquanto Remus engolia em seco.

- EU NUNCA DORMI COM O JAMES EM HOGWARTS!!!!!!!!!! - com esse berro, Lily atraiu a atenção de todos os indivíduos da sala de espera, que viraram as cabeças na direção do trio, algumas senhoras idosas os olhando com carrancas e balançando suas cabeças. A face da ruiva conseguia estar mais vermelha do que seus cabelos; Sirius olhava toda a cena com um sorrisinho triunfante, enquanto Remus suspirava e levava a mão à testa, arrastando os dois para a sala do obstetra em seguida. A enfermeira indicou-lhes o consultório do Dr. Carpenter, embora a ruiva já soubesse o caminho de cor. A mesma lhes disse que o doutor não demoraria e pediu para que eles esperassem ali mesmo no consultório.

Os três não ousaram sentar-se; ao invés disso, ficaram fitando nervosamente cada canto da sala, das persianas marfim sutilmente abertas à organizada mesa, onde se encontrava...

- Hey, Lil... - Remus cutucou a ruiva.

- Oi?

- De onde é esse doutor?

- Até onde eu sei ele é inglês, por quê?

- Então... - ele voltou seus olhos à mesa. - Por que que tem uma bandeira da Ucrânia em cima da escrivaninha?

Os três viraram-se de repente ao ouvirem alguém gritando do corredor em um idioma bastante peculiar - uma língua de algum daqueles países do leste europeu -, e passos um tanto quanto apressados. Da porta puderam ver um homem jovem, de olhos tão verdes quanto os de Lily, falando a um telefone sem fio e gesticulando energicamente, aparentemente não muito feliz. De fato, parecia estar brigando com quem quer que estivesse do outro lado da linha do aparelho trouxa.

- É esse, Lily? - Sirius deu uma estremecida - Ele não é MESMO inglês!!! Marciano no MÍNIMO!

- Xiiiu! - Lily fez um sinal de silêncio em repreensão. - Eu não o conheço!

- COMO ASSIM não o conhece?! - Remus arregalou os olhos. - Quer me dizer que... - Mas Remus não obteve sua resposta, porque aquela hora a ruiva começara a tentar chamar a atenção do homem, que emitia fonemas com tom finalizante, o que fazia a voz do outro lado da linha gritar ainda mais alto. Com um meio-suspiro-meio-rosnado final, desligou o aparelho, virando-se para fitar os três bruxos.

- Holá! - O doutor sorriu - Perrdoem o mau jxeito, errra o mama no felitone, lá do Ucrrania, eu no poder deixar de atender o mama, enton eu peço o perdon de vocês. Queirram se sentarr, porr favorr.

O trio piscou algumas vezes antes de finalmente conseguir registrar (ou mesmo compreender) o que o doutor dissera. Sentaram-se, meio sem graça, inconscientemente brincando com as barras de suas roupas, enquanto o homem ajeitava e reajeitava os papéis em cima da mesa. Lily decidiu quebrar aquele silêncio desconfortável.

- Er... Doutor...

- Sim jxovenzinha?

- Onde está o Dr. Carpenter?

- Na China! - Ele sorriu.

- CHINA!?

- Ele foi a um çon..? çon? Conglomeraçon?

- Convenção? - Lily tentava honestamente compreender o que o pobre ucraniano dizia.

- ISSO! Ele foi a um convençon de obstruçon!

- DE QUÊ????? - Sirius estava a ponto de bater no médico.

- NÃO GRITA COMIGO, NÃO GRITA COMIGO! Nãoooo griiiiita comiiiiigo... - choramingou ele. - Eu não gosto que gritem comigo, no Exército gritavam muito comigo! Não griiiiita comiiiigo!

- Eu acho que o doutor quis dizer OBSTETRÍCIA, não é, doutor... Doutor... - Remus estava achando aquilo tudo trágico e cômico ao mesmo tempo.

- Dr. Vladislav Rosch! - Ele ajeitou os oclinhos de armação dourada e tirou um gravadorzinho do bolso. - Feverreirro: Non é congratulaçon, é convençon; non é obstruçon, é OBSTETRÍCIA!... Agorra... Queira porr favorr senhorrita, dizerr o motivo do consulta? - Ele virou-se para Lily.

- Estamos aqui com o caso especial de Remus Lupin, Dr. Vladislav. Imagino que o Dr. Carpenter tenha informado ao senhor sobre as experiências feitas com fecundação masculina no hospital St. Mungus, não é?

- Oooh sim, ele explicou, e me deu todos os parrecerres, as fotos, os diagnósticos, tudinha tudinha mesma! É incrrível, senhorrita, simplesmente incrrível! - ele completou, satisfeito.

- Que história é ESSA de fotos?! - Sirius virou-se para Lily, contrariadíssimo.

- Eu também gostaria muito de saber isso, dona Lily Potter. Que história é essa de ficar tirando fotos de minha intimidade sem minha permissão? - o tom do lobisomem era de uma falsa ameaça.

- Tenham dó, meninos. Vocês REALMENTE não esperavam que eu não fizesse registro algum dessa experiência, né? - ela lançou olhares indignados aos dois homens; Remus soltou um gemido e começou a bater a cabeça na mesa, o que atraiu um olhar bem curioso do doutor, enquanto Sirius cruzava os braços e resmungava aleatoriamente, podendo-se distinguir um 'virando propriedade pública' de vez em quando. Lily pigarreou. - Pois então, doutor Rosch, estamos aqui para uma consulta de pré-natal para Remus. Eu vim porque sou a chefe dessa experiência no hospital St. Mungus, e posso lhe dar toda a assistência que precisar. Imagino que os dados sobre ovulação, menstruação, os diagramas de mudanças anatômicas, os resultados dos exames... Imagino que esteja tudo aí, não é?

- Sim sim, deve estarr tudo aqui sim, senhorrita Potterr... Deixe-me verr... - Vladislav abriu uma gaveta e começou a remexer em papéis, tirando um. - Aqui está, o bebê foi concebido emmm... Oito de Agosto, cerrto?

- Errado! - Lily e Remus exclamaram em uníssono. - Impossível! A experiência de fecundação foi realizada em Quatro de Outubro! Veja aí esses pareceres, doutor Rosch!

- OOOOH sim! Esse parrecerr, perrdoem-me, non está em cirrílico, enton eu me confundo, esse é um dos parrecerres dos ratinhas que enviou ao Dr. Carpenterr, senhorrita Potterr! - Ele sorriu sem graça. - Enton... - Disse o médico, examinando as fichas corretas - Segundo a relatoria, e os lâminas de micrroscópio, um esperrmatozoide fecundou a ovulo, non é?

- Certo. - a ruiva assentiu.

- Pom, agorrrra eu deverria eczaminar o seu Volvo, mas como você não tem um Volvo... - Disse o doutor com uma curiosa expressão.

- Nós temos uma moto, e ela se chama Cão. - Respondeu Sirius, sem prestar muita atenção.

- E quem estar falanda de motos? - O médico ergueu uma das sobrancelhas.

- Você falou de carros! - Remus entrou na pequena discussão, enquanto Lily observava.

- Que carra o quêeeee!? Eu dizer VOLVO! V-O-L-V-O! - ele gesticulou, falando lentamente para que os três amigos pudessem fazer leitura labial.

- O senhor talvez tenha querido dizer... Vulva? - Disse Lily com um suspiro.

- Ou isso... - ele tirou outra vez o gravadorzinho do bolso - É vulva e não volvo, é VULVA! - e pigarreou. - Cerrto, cerrto... Queirram por favorr dirigirr-se parra o salinha de examinaçon. Senhorr Lupin, poderria vestirr o camisola e deitar-se no maca ao lado do aparrelho de ultrra... Ultrra...

- Ultrasom, doutor Rosch. - Lily suspirou em exasperação, enquanto observava o médico gravar suas notinhas.

De sua cadeira, Remus também soltou um suspiro, e levantou-se. Um dia as camisolas de hospital para ele iam se tornar tão básicas quanto roupa íntima, se continuasse nesse ritmo. Enquanto punha a leve vestimenta por detrás do biombo, o doutor configurava o aparelho. Quando terminou, todos já o estavam esperando, Rosch terminando de ajeitar as luvas. Deitou-se na maca, e finalmente teve a noção do quanto seu ventre tinha crescido, agora que o olhava de coluna reta.

- Agorra eu vai passar essa gel sobrre o seu barriga. Non se preocupe, no faz nada, só conduz as ondas ultrassônicas, - Rosch rapidamente adicionou, ao ver o olhar desconfiado de Remus. - Os imagens seron porojectadas neste tela, assim, vocês poderon assistir. - Falou isso sorrindo, seguindo os rotineiros procedimentos. Lily se postou do outro lado da tela do ultra-som, Sirius puxou uma cadeira para sentar-se ao lado de Remus, segurando sua mão.

- Isso é um útero? - o animago perguntou quando as primeiras imagens apareceram, decepcionando-se tremendamente ao ver que era tudo difuso e monocromático. - É tudo... Preto... E branco!

- E o que você queria, Technicolor? - Lily respondeu.

- Hã?

- Esquece, piada trouxa. - e voltou a assistir a telinha. De repente seus olhos verdes se arregalaram.

- Ei... - Os olhos cinzentos de Sirius agora estavam vidrados nas projeções do ultra-som, por menos coloridas que fossem. - O que é aquela coisinha... Pulsando?

- É o corraçon do pepê, viu? - o doutor respondeu com um sorriso terno. Compreendendo, o animago trocou um olhar com Remus, e abriu um sorriso de orelha a orelha, acariciando a mão do lobisomem com o polegar.

- Olha que lindo... Parece até uma escola de samba... Dois bumbos, tum tum tum tum... - Pausa para arregalamento de olhos e ofegos surpresos. - PERAÍ! DOIS BUMBOS? COMO ASSIM?

- IMPOSSÍVEL! - Lily gritava. - IMPOSSÍVEL, S" UM ESPERMATOZ"IDE FECUNDOU --

- NON GRIIIITA!! NON GRIIIITA!

- Sirius Ian Black, Remus John Lupin... - a ruiva estava vermelha de raiva, seus punhos cerrados ao lado do corpo. - O QUE vocês dois FIZERAM no dia Quatro de Outubro de 1979 que possa ter alterado DESSA FORMA o curso do experimento, HEIN?!

Sirius e Remus trocaram olhares constrangidos, e enquanto o animago passava dedos nervosos pelos cabelos, o lobisomem tentava articular em palavras o que teriam de contar.

- Er... - ele começou.

- Desembucha, Remus... - Lily pôs as mãos nos quadris, e estampou em seus olhos a expressão mais inquisitiva que nem Minerva McGonagall teria conseguido exibir.

- ...Lembra que nesse dia... Você e Alice nos mandaram pra rua... Pra comprar o almoço de vocês?

- Continue.

- Pois bem... Er... Ai Merlin como eu digo isso... Eu e Sirius... Bem... ...Num beco, entende? - olhos âmbar de um tomate olhavam Lily com a mesmíssima cara de um lobo ômega acuado. Ele já se preparava pra ter seu pescoço mutilado de alguma forma brutal, mas logo viu que a vítima foi outra ao ouvir o grito surpreso de Sirius.

- MANÍACO INSACIÁVEL!!! - ela gritava, apertando a garganta do moreno com as mãos com uma força que faria inveja a James Potter. - VOCÊS PODERIAM TER POSTO TUDO POR ÁGUA ABAIXO!!!! - e chacoalhava o pescoço dele, da mesma forma que chacoalharia o de James.

- Lily, você tá SUFOCANDO O SIRIUS!!

- PARREM DE GRITAR!!!! - Rosch finalmente gritou, atraindo a atenção de todos, e pigarreando em seguida. - Non nego que a Sra. Potter tem sua razon em repreender vocês dois, pois foi muita irresponsabilidade. Entrretonto - ele cortou uma Lily e um Sirius que já iam abrir a boca para discutir -, esse 'error de percurso' nos garrantiu uma nova descobrida: - Remus torceu o nariz ao assassinato de sua lingua pátria - a da possibilidade da fecundação natural. Será uma revolução na medicina obtuarícia!

- OBSTETRÍCIA! - Os três gritaram em uníssono.

- NON GRIIIIIIITA! - pigarreou. - On poropósito, senhorres Black e Lupin, meus paranenéns, vocês seron pais de gêmilas! - Sirius o olhou pasmo, embasbacado, desmaiando em seguida.

- SIRIUS! - Remus e Lily exclamaram ao mesmo tempo.

- NON GRIIIIIIITA!


Havia mãos no seu rosto, lhe dando leves tapinhas.

- Siri...

- Oh, desmaiou de felicidade!

- Doutor, pode me dar um copo d'água, por favor?

- Clarro, clarro, pois non. - uma pausa, mais tapinha. - Aqui, tome. Tem sede também, Sr. Lupin?

- E quem disse que eu vou beber essa água?

- Lily, você não vai fazer o que eu tô pensando que você vai.

- E o que você está pensando que eu vou fazer? Isso?

- Lily, NÃO!

Água gelada foi atirada em seu rosto. Sirius levantou-se rapidamente, inspirando fundo com a boca e olhando de soslaio para Lily.

- Eu acabo de saber que vou ser pai de GÊMEAS e você se acha no direito de tentar me afogar?! Já tomei banho essa semana, viu, não precisava me dar outro. - falou indignado, recebendo apenas um sorriso digno de um Maroto da ruiva com o copo vazio na mão. Uma chuva de pequenos pingos d'água atinge o rosto de Lily, causada por Sirius que sacudia a cabeça como um cachorro que acabara de tomar banho, devolvendo o mesmo tipo de sorriso.

- Lily parece ter adquirido um certo gosto para acordar as pessoas com água gelada... - Remus, que estava ajoelhado ao lado do animago encharcado, defendeu-se dos respingos com os braços.

- Funciona com James, por que não funcionaria com vocês dois? - ela sacudia as mãos, fuzilando Sirius com o olhar.

Ele passou as mãos pelo cabelo, tentando tirar o restante da água com os dedos. - E ainda por cima DUAS MENINAS!!! Meus lindos e pobres cabelos negros vão ficar grisalhos prematuramente... - Sirius parou, ainda com a mão na cabeça. - Ei, peraí... Como DOIS HOMENS podem conceber DUAS MENINAS?! - cutucou Remus. - Me explica isso!

- Eu estou pasmo demais pra te explicar os princípios trouxas da genética agora, Sirius... - o lobisomem suspirou. - Tenho certeza que o Dr. Rosch saberá te explicar. - com isso, todos se viraram para o médico ucraniano, cujos olhos viridianos arregalaram-se antes que ele desse mais um pigarro.

- Pom... Homens son XY, mulherres son XX, até aí vocês entenderron? - Ele coçou os olhos por baixo dos oclinhos redondos e dourados.

Sirius cruzou as pernas em posição de lótus, fazendo uma dramática pose pensativa. - Mas por que --

- Ignore os porquês, Sirius, ou a explicação vai durar tanto quanto uma aula do Prof. Binns. - Lily o interrompeu com uma abanada de mão de quem dispensa qualquer conversa, satisfazendo-se pelo tremido do animago ao recordar-se de tão desgostosos - e monótonos - momentos.

- Se focês - pigarreou - fossem mulherres, focês só poderriam ter filhas, mas como focês son homens, e possuem os gavetas X, focês podem ter filhas e filhos. Entenderron? - Ele sorriu - Só que focês derron a sorte de ter dois filhas, o que eu acho muito mais ecmocionante.

- Gavetas? Mas o que móveis têm a ver com isso? - Sirius pendeu a cabeça pro lado bem como um cão confuso.

- Er... Acho que ele quis dizer gametas... - Remus deu um sorriso bem amarelo ao doutor, que registrava o novo vocábulo no gravadorzinho.

- Oh Merlin... - Sirius massageava a testa com as pontas dos dedos.

- Que foi, tá difícil de registrar? - Lily brincou.

- Nem é isso... Eu tô pensando aqui... COMO dois HOMENS vão criar meninas?

- E madrinha serve pra que, cachorro safado? - Ela levantou-se, pondo as mãos nos quadris.

- Dar mau exemplo, ensinar azarações sobre "como colorir os cabelos do garoto que gosta em tons neon de rosa e azul", convencê-las a virarem medibruxas malucas que vão fazer pássaros voarem ao contrário? - Remus deu uma risadinha, que foi brevemente pausada por um 'ei!' causado por um tapa da ruiva em seu braço.

- Enton, acho que aqui terrmina nosso consulta! - ele pegou do aparelho de ultrasom uma fita - Seus bebês eston grravados neste fita. - Ele ajeitou os oclinhos, enquanto entregava a fita para Remus.

- Doutor, sobre o pré-natal, onde podemos fazê-lo? Aqui ou no St. Mungus?

- Crreio que non farrá a menorr diferrença, senhorrita. Deixarrei os resultados e as relatórias aqui parra o Dr. Carpenter analisarr, e ele entrarrá em contato com a senhorrita caso haja o necessidade de fazer o prré-páscoa aqui. - Vladislav sorriu.

- PRÉ-NATAL, DR. VLADISLAV!!!!!!! - disseram os três em uníssono.

- NON GRITA! Ser tudo data comemorrativa mesma! - defendeu-se o ucraniano.

- ENFIM! - Lily disse, após pigarrear. - Obrigada por tudo, doutor, e mande nossos abraços ao Dr. Carpenter, ok?

O médico ia responder, quando o telefone sem fio que descansava em sua mesa tocou, e ele o atendeu. Pelos gritos idênticos aos que ouviram antes da consulta, logo deduziram que era a mãe dele, e saíram da sala antes que sobrassem para eles.


[[ Considerações ]]

Tenebra: Sinto que a japa não poderá fazer essas considerações junto comigo... No entanto, ela deixou um bilhetinho!

"Prezados Leitores,

Por motivos de força maior (Sauron Escola) eu não participarei das considerações de hoje porque eu tô ATRASADAÇA!

Mando um "BRIGADÃO! " geral a todos aqueles que nos ajudaram a escrever o tão penoso capítulo 5 (XD) e lembro a Tenebra de dar os créditos neh? =)))

Care, Kisses, Good Vibes;

Keshi T."

Tenebra: See? Portanto, desculpem MEEEESMO a demora... Mas admitam, valeu a pena pelo capítulo longo. =D Aliás, eu gostaria de agradecer ao Ryoshi, por ter introduzido na fic esse hilário personagem que é o Dr. Vladislav Rosch. XD Criatura sem noção do caramba XD

Também devo dar os créditos a Silver Wolf Eyes, autora de Bitter Jealousy (LEIAM!), pela idéia do nome do meio de Sirius. Deuses, Sirius Ian Black deu O som, cara... -heart-shaped eyes-

-sigh- Isso aqui sem a japa é um tédio... u.u Não dá pra conversar direito ;-; Bah, vou responder as reviews. =p

Youko Yoru: Darling, angst é imprescindível em qualquer fic... XD Só pra deixar os leitores de coraçãozinho quebrado, saca... Mas enfim, o Sirius já est vestido de couro... Ou estava, anyway... -tentando ouvir alguma coisa da salinha que eles entraram há umas boas três horas- Maldito feitiço silenciador...

Angellore DeLynx Snape: Por favor, não enfarte! Você é uma de nossas leitoras mais fiéis ;-; A gente ama demais seus reviews, e eu amo demais a sua fic! Beijos pra você e espero que tenha gostado deste capítulo também!

hikary: Oh, nosso querido lobisomem é resistente! -winks- Mon dieu... o.o Quando minha mãe me teve também foi bem complicadinho, mas prefiro não entrar em detalhes... XD Ah, e tipo... Não te conto por que eu dou o Depp pro Ryo, mas te digo que é por uma causa NOBILÍSSIMA (Cry, no ofensa -blows kisses-)

Ameria Asakura Black: MAS FOI ESSA A INTENÇÃO!!! XDDDDDD E bom, eu já experimentei desenhá-los todos glam-i-fied, mas os fanarts estão tããão tosquinhos... u.u/

Dana Norram: Que bom que você gostou! =D E pra quem não entendeu o porquê da NC-17... Bom, leia ESTE capítulo! XD

Tenebra: That's it... -procurando o disclaimer- Depois disso vou voltar a ler S/R/H smut...

-celular toca- HEEEEY TENEBRA! o/ HEEEY LEITORES! =)))

Tenebra: Yooooooo! Não me abandoneeeeeeeeee ;----;

Keshi: Tô ligando pra te lembrar da homenagem muleh!

Tenebra: AYEEEH! -pigarreia- Este capítulo foi também uma homenagem ao filme 'Nove Meses'!

Keshi: Como podem ver na parte do obstetra =) ...Já que o filme serviu de inspiração também, nada mais justo que homenageá-lo! =) Tenho ke ir, xau! =) [click]

-- disclaimer --

Harry Potter e todos os seus personagens pertencem a J.K Rowling, Bloomsburg, Warner, Rocco etc, etc, etc.

Fic escrita SEM FINS LUCRATIVOS. De fã, para fã.

É proibida a cópia não autorizada dessa fic. É uma fic, mas ainda assim é NOSSA. u.u

Educação não custa nada, é só chegar, perguntar e dar os nossos merecidos créditos, afinal N"S queimamos nossos Ticos e Tecos pensando nessa fic.

Noctis Relictus®

-- end of chat --