Agatha estava nervosa. Faltava ainda alguns itens para completarem a Escola Dumbledore, mas já iriam abrir as portas. Faltavam apenas alguns dias para a abertura do primeiro ano da primeira turma da sua escola de magia. As primeiras naves trouxas e Spelljammer bruxas estavam chegando com bruxinhos de todo o Universo. Mas dois nomes não foram encontrados: Richard e Helen Evergreen. A pena que trouxera, uma nova pena mágica como a que existia em Hogwarts, era voltada apenas para o Universo, e dizia não apenas os nomes, mas onde essas pessoas estavam. Durante o período de inscrição, porém, apenas o que estava escrito era "Portal" diante do nome desses dois. E pelo jeito os dois ou eram nascidos trouxas ou não possuiam links com a WizNet.

"Será que justo quando fundamos a escola, alguém vai ficar sem estudo?", pensou Agatha, ansiosa. Tinha medo de que isso viesse a ser um mal presságio ou punição por terem usado tecnomância na construção da Escola.

Agatha havia sido escolhida como primeira diretora: ela teve a idéia, portanto era justo que a primeira diretora fosse ela. Por isso ela se sentia responsável de que essa primeira turma se formasse bem. Além disso, era diretora da Casa de Chronos, casa que seria formada por aqueles que sabiam que o tempo era precioso. Para completar, foi escolhida como professora de História da Magia e Estudo dos Trouxas, agora matéria obrigatória.

Sylvester criou sua casa escolhendo como símbolo mitológico Orion, o caçador. Sua casa seria marcada pela busca contínua e obstinada de conhecimento. Ele seria então professor de Feitiços e Tecnomância, matéria que era obrigatória também, graças à famosa Resolução 22 do Conselho de Ensino em Magia da antiga Confederação Internacional dos Bruxos (agora Conselho Interplanetário de Magia).

Eloise criou a casa de Andrômeda, sendo que ela desejava as pessoas belas e puras de coração para sua casa, aquelas capazes de enxergar a beleza e o auto-sacrifício como caminho para o crescimento. Ficou decidido que daria as aulas de Adivinhação e Herbologia.

Julius fundou a casa de Prometheus, aonde ele desejava que fossem todos aqueles que tivessem uma visão mais ampla da vida. Sylvester havia brincado que seria a casa dos "doidões", mas Agatha gostava da idéia da casa de Prometheus. Julius ensinaria Vôo em Vassouras e Transfiguração.

Agatha estava vestida com sua melhor veste, em veludo carmesim, assim como seu melhor chapéu de bruxa. Mas ela estava muito nervosa.

– Não se preocupe, Agatha! Vai dar tudo certo. – disse Sylvester, vestido em sua veste verde-musgo e seu chapéu enviesado.

– Espero... Mas faltaram dois nomes e ainda faltam coisas para chegar de Deimos...

– Pode ser que os dois que faltam sejam de Deimos...

– Mas, eles vão chegar atrasados, e provalvemente sem nada. As corujas não chegaram...

– As corujas podem ter se extraviado na WizNet.

Agatha pensou que Sylvester, para variar, estava certo. A WizNet era fantástica, mas sujeita a falhas. E além disso, as "corujas" quase nunca eram mandadas diretamente agora, e sim por via de equipamentos tecnomânticos que digitalizavam os conteúdos das "corujas" com uma confiabilidade quase total, repassando-a para outras corujas depois, mas sempre podendo extraviar.

Agatha respirou fundo e se recompôs, quando um apito começou a tocar.

– O que foi?

– Alguém está chegando... – Disse Sylvester, puxando mais um dos seus diversos equipamentos que trazia debaixo da veste – É o cargueiro de Deimos. Bem, pelo menos isso deu certo. Vou pedir para Maxime recolher as coisas para nós.

Andraas acabara de sair do Portal. Já estava tudo certo, segundo o empregador: deixaria a carga em Ishtar e fim. Andraas não gostava da idéia de ficar marcando touca e se envolver demais com outros bruxos. Não que não se sentisse mais a vontade com bruxos do que com trouxas, mas sim que o nome Malfoy ainda não tinha uma boa reputação no mundo dos bruxos, como ele próprio descobrira.

Ainda se lembrava de Agatha Weasley falando bobagens dele, por causa do avô. E Sylvester Longbottom e Eloise Delacour também. O único que o tratava bem em Hogwarts era Julius Potter, e o mais estranho era que ele era aparentemente neto do maior inimigo de seu avô. Ele não gostava do que as pessoas faziam com ele, de todo o preconceito que sofria por ser um Malfoy: talvez até entendesse, mas isso não queria dizer gostar. E o mesmo se deu em muitos lugares: o nome Malfoy não gozava de boa reputação entre os bruxos do Século XXI, sobreviventes da caçada de Voldemort e do Incidente do Portal... O nome Parkinson também: aparentemente sua avó torturara as irmãs Parvati e Padma Patil e a amiga delas Lilá Brown praticamente até a loucura, sendo parada apenas a base de feitiços mortais.

Ele desceu... Percebeu que tinha uma doca para navios no lago onde podia ver um castelo. De repente, por algum motivo, uma coruja avançou contra o vidro.

– O que!

Andraas abriu o vidro e a coruja depositou duas cartas no colo de Luccas.

Luccas viu as cartas em pergaminho, endereçadas a "Helen Evergreen, Cargueiro Espacial, Portal" e a "Richard Evergreen, Cargueiro Espacial, Portal".

– Papai, o que é isso? – perguntou Helen, olhando a carta endereçada a ela.

Luccas abriu a carta, reparando no brasão de cera que viu nas costas da carta: um fundo azul marinho com um planeta levemente esverdeado em sua parte inferior, um aro no céu do brasão, que ele imaginou ser uma referência aos Portais e uma varinha e uma vassoura se cruzando sobre o aro. Começou a ler a carta:

ESCOLA DE ARTES MÁGICAS ALVO DUMBLEDORE

ISHTAR, VÊNUS

DIRETORA:Agatha Emmanuele Granger Weasley

Ordem de Merlin, 1ª Classe

Mestre da Magia

Bruxa Indomável

Conselho Interplanetário de Magia

DIRETOR-ADJUNTO:Sylvester Jeremiah Weasley Longbottom

Ordem de Merlin, 1ª Classe

Especialista em Magia Tecnomântica

CO-FUNDADORES:

Eloise Françoise Weasley Delacour

Ordem de Merlin, 2ª Classe

Mestra da Natureza

Julius Sirius Weasley Potter

Ordem de Merlin, 2ª Classe

Visionário-Mor

Prezada Srta. Evergreen

Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na primeira turma da Escola de Artes Mágicas Alvo Dumbledore. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.

O ano letivo começará em 1° de Setembro, Data Universal Padrão. Aguardamos sua coruja confirmando sua inscrição até 31 de Julho, Data Universal Padrão, no mais tardar. Serão aceitas confirmações padrão ou via WizNet.

Atenciosamente

Sylvester Jeremiah Weasley Longbottom

Diretor Adjunto.

– Papai, o que isso quer dizer? O que é uma Escola de Artes Mágicas? – perguntou Helen, enquanto Andraas continuava a descida.

– Quer dizer, Helen, – disse Andraas antes que Luccas pudesse dizer algo – que você e seu irmão são bruxos.

– Bruxos?

– São capazes de usar magia... E nessa escola, vocês aprenderão como a usar corretamente. Seu pai me contou que vocês fizeram coisas estranhas... magia... Fizeram isso sem querer.

– E que materiais vamos precisar?

– Dê uma olhada na lista que vem junto.

Helen mostrou a lista para o pai para eles lerem juntos:

ESCOLA DE ARTES MÁGICAS ALVO DUMBLEDORE

Uniforme:

Os estudantes do primeiro ano precisam de:

Três conjuntos de vestes comuns de trabalho (azul-marinho);

Um chapéu pontudo simples (azul-marinho) para uso diário;

Um par de luvas protetoras (couro de dragão ou material similar);

Uma capa de inverno (azul-marinho, fechos dourados);

Livros:

Os alunos devem comprar um exemplar de cada um dos seguintes:

Livro padrão de feitiços (1ª Série), de Miranda Goshawk;

História da Magia, de Batilda e Rolanda Bagshot;

Eventos trouxas e suas conseqüências para a magia, de Lisandra Aleksiev;

Uma visão realista dos trouxas modernos para o bruxo do século 21, de Laguna Loire;

Teoria da Magia, de Adalberto e Minos Waffling;

Uma teoria para a tecnomância, de Ritsuko Ayanami;

Guia de transfiguração para iniciantes, de Emerico Switch;

Mil ervas e fungos mágicos, de Fílida e Violeta Spore;

Bebidas e Poções mágicas, de Arsênio Jigger;

Animais fantásticos e seu habitat, de Newton e Caius Scamander;

As forças das trevas: um guia de auto-proteção, de Quintino e Lancelot Trimble;

Os trouxas: o que eles sabem, o que eles não sabem, o que achamos que eles não sabem, de Shurato Nanasake;

A astronomia universal: seus conceitos e suas diferenças para a magia, de Gallil Copernik;

Outros equipamentos:

1 varinha mágica;

1 caldeirão (estanho, tamanho padrão 2)

1 conjunto de frascos;

1 conjunto para tecnomância;

1 telescópio;

1 balança de latão;

Os alunos também poderão trazer um entre os seguintes animais:

Coruja;

Sapo;

Rato, Hamster, Camundongo ou Porquinho-da-Índia;

Gato;

Coelho ou lebre;

Cão (porte pequeno);

NENHUM ALUNO DO 1° ANO PODERÁ TRAZER VASSOURAS PESSOAIS.

COMUNICADORES E SISTEMAS COM ACESSO À WIZNET SÃO PERMITIDOS, MAS DEVERÃO SER REGISTRADOS JUNTO À DIRETORIA.

– Então, Agatha realmente criou uma nova escola de magia...

– Você a conhece? – disse Luccas.

– Sim. Mas vamos ver isso depois. – disse Andraas, enquanto pousava a nave.