O homem caminhava debaixo da intensa chuva em um dos satélites de Urano. Seus cabelos brancos e olhos injetados não ocultavam o desejo de poder e sangue que tinha.
– Parado aí! – disse uma voz masculina no beco.
Ele sacou a katana. O pássaro que o acompanhava se ergueu como um corvo desejoso por saciar sua forme de carne e morte.
– Não quero brigar e vocês sabem disse. – disse o homem – Mas se querem engrossar...
– Você sabe que não queremos, Vicious! – disse uma outra voz, feminina – Então guarde a espada!
– O que me garante que não são cowboys, ou antes, não querem me matar, como fizeram a Kosuke Yumiyura?
Duas pessoas sairam da escuridão do beco. Eram altas e tinham cabelos escorridos negros. Vestiam roupas estranhas e portavam pedaços de pau, que Vicious sabia ser varinhas mágicas, que no momento estavam ambos apontados para o peito de Vicious.
– Nada, exceto confiar em nós, trouxa. – disse a voz masculina, mostrando o dono.
Vicious estava começando a se acalmar. Estava acostumado a ser chamado de trouxa, o que quer que isso quisesse dizer. Recolheu a katana. Ao mesmo tempo as duas pessoas recolheram suas varinhas mágicas.
– Já conseguiu o que pedimos? – disse a voz feminina.
– Ainda não encontrei as pedras que pediram. Mao Yenrai foi mais reticente quanto a isso do que eu imaginava. Além do mais, todos os seguidores de Yenrai que encontramos pareceram reticentes de dizer isso.
– Você fala como se ainda ouvesse algum.
– Sim. Sei que tem mais quatro, mas outros podem ter sobrevivido à caçada. Um destes que sei estar vivo é Spike Spiegel, que eu acreditava morto. Outro é Júlia, que está desaparecida, fugida de mim. A terceira é Anastasia. Ainda vive em Marte... Achei que era mais inteligente não brigar com ela, ela poderia nos trazer informações posteriormente. O último é Luccas Evergreen, que sumiu, me escapou em Deimos.
– Você acha que esse trouxa Yenrai sabia onde encontrar essas pedras?
– Acredito que sim. De qualquer modo, sei que ele poderia atrapalhar nossas ações.
– Espero que não esteja mentindo, tentando nos enganar ou nos usar como joguetes. – disse a mulher, doce e ameaçadoramente.
– O que ganharia com isso? – disse Vicious, descontraído.
– Você sabe muito bem... A morte.
– É claro que sei. As lendas das ruas são cheias sobre bruxos das trevas e seus poderes.
– Mas sabe que pode ganhar muito trabalhando conosco.
– É claro. – disse Vicious, com um sorriso malicioso.
– Parece que não tem medo das Trevas mesmo, Vicious. – disse o homem.
– Não se preocupe, Pitr. A sina dos anjos caídos é tornarem-se demônios. E eu aceitei essa sina.
– Parece que ele está falando a sério. – disse Pitr, divertido.
– Creiam-me, Pitr e Ananova... – disse Vicious, quando foi cortado.
– Não diga nossos nomes em público, Vicious! – disse Ananova, com um tom de ameaça mais forte na voz. – Lembre-se sempre disse, Vicious
– Muito bem. Acho que então não há mais motivo para eu permanecer aqui. – disse Vicious, dando de costa aos bruxos. – Se me permitem, vou continuar a agir.
– Espere! – disse Pitr. Vicious parou e observou o homem parado no beco, por cima do ombro – Sabe o que o espera se não cumprir sua parte no trato.
– Sei... – disse Vicious – Mas não se preocupe... Logo terá o que deseja. – completou, saindo do beco.
