Eventos paralelos a Jupiter Jazz (Parte 2)

Luccas e seus filhos já pensavam-se como parte da comunidade mágica do Universo, principalmente depois de terem sido traídos pela Dragão Vermelho. Em dois meses, a dor pela morte de Hannah não foi curada, mas Luccas sentia que seu coração tinha sido cauterizado daquela dor. Ele ainda a sentia, mas ele estava se recuperando daquilo.

Seus filhos também dominavam melhor os princípios da magia, principalmente depois de que podiam praticar mais com a varinha. Aliocha, Natasha, Violette e Luighi os ajudavam muito.

Foi na Sexta-Feira que o comunicado foi colocado:

– Viram? – perguntou Aliocha, na mesa da janta, quando se serviam de cozido de batatas e carne e sopa de ervilhas.

– O que? – disse Richard, pegando um grande pão redondo e o dividindo em pedaços com as mãos, para o passar aos demais.

– Segunda começam as Aulas de Vôo em Vassouras.

– Legal. – disse Luighi, servindo-se de pão molhado no cozido e na sopa.

– Deve ser bem interessante. – disse Richard, depois de mastigar um pouco de batatas e carne.

– Você tá acostumado com as naves dos trouxas. Voar em vassouras é muito mais agradável. – disse Aliocha – Eu voava muito na comunidade de Ganimede. Vivíamos isolados em uma ilha no meio do oceano infinito de lá. Chegávamos a jogar Quadribol sem problemas. Natasha lembra bem disso, não?

– Sim. Tinha um campo muito bom, mas que exigia perícia. Um erro e a goles se perdia no mar de Ganimede, apesar que pelo menos umas duas vezes a goles nos foi trazida de volta pelos ratos-do-mar de Ganimede. Eles parecem gostar de brincar com a goles.

Helen e Richard ficaram boiando.

– O que houve? – perguntou Aliocha.

– Estou com medo de dar vexame. – disse Richard – Nunca voei em uma vassoura.

– Ué? – disse Luighi – E quem disse que você vai dar vexame?

– Bem... É aquela... Eu nunca voei e...

– Deixa eu verr se adivinha... – disse Violette – Está com meda de Romanov falarr que você é uma trrouxa.

– Isso...

– Olha. – disse Aliocha – Parece que o Romanov andou dizendo que é bom em vôo, mas acho que foi só pressão...

– Então... Quando vão ser as aulas...

– Nas Quartas à tarde... Por azar, teremos que ver o Romanov: vamos fazer as aulas com os alunos da Chronos.


Luccas passava pouco tempo com os filhos, pois eles não dormiam com ele em sua sala, e sim com os demais alunos da Prometheus em sua Torre. Então, no domingo à noite, Agatha se aproximou dele, após o jantar.

– Luccas, gostaria que você passasse a aprender a voar em vassouras.

– Você já me disse isso, senhorita Weasley. E eu não recusei.

– Mas tenho uma boa notícia. – disse Agatha sorrindo – Você terá suas aulas junto com os alunos da Chronos e da Prometheus.

– Prometheus? – disse Luccas, sorrindo – A Casa...

– Sim, Luccas, a Casa de seus filhos. Agora, eu quero deixar claro que gostaria que você se comportasse o melhor possível.

– Sem dúvida, professora Weasley.

– Muito bem... Espero que estejamos entendidos.

– Sim, senhorita Weasley.


Andraas ajudava Amélie e Julius a fazer a manutenção no conjunto de vassouras Firebolt que foram compradas para o ensino de vôo.

– Meu avô dizia que essa vassouras eram fantásticas. – dizia Julius, verificando o cabo de freixo.

– Elas dominaram o mercado de vassouras durante quase 20 anos. Pouco antes do Incidente do Portal, – disse Amélie – surgiram as Borealis e as Nimbus XP, que derrubaram a Firebolt do mercado. Com o Incidente do Portal e a queda do Estatuto do Sigilo da Magia, muitos bruxos preferiram naves trouxas, que contavam com a tecnologia MONO...

– MONO? – perguntou Julius.

Machine Operation Navigation of Outer Space – disse Andraas, aproximando – "Equipamento para Operação de Navegação no Espaço Sideral". Essa tecnologia é muito útil, pois auxilia no controle automatizado das naves no espaço, principalmente no Portal, e pode ser facilmente encantada.

– Na verdade – disse uma voz por trás deles – seria impossível as naves Spelljammer sobreviverem muito tempo no espaço sem o uso de um sistema MONO adaptado no Elmo.

Sylvester se aproximou deles.

– Posso ajudar? – disse Sylvester – Não tenho muito o que fazer, e Eloise está junto com Agatha, fazendo a manicure dela.

– Claro! – disse Julius – Quanto mais melhor!

Sylvester pegou uma vassoura no chão e começou a examiná-la, enquanto discutiam:

– O sistema MONO é importantíssimo, porque graças ao MONO o piloto pode dormir sem que a nave Spelljamer exploda no meio do caminho, DESDE que ele permaneça no Trono do Elmo.

– Por que? – perguntou Andraas, que não conhecia muito sobre o sistema do Elmo.

– Todas as funções de uma nave trouxa, à exceção do MONO, tarifação e propulsão no Portal, são executadas pelo Elmo, que retira uma parcela ínfima, imperceptível e facilmente recuperável da energia mágica do bruxo que está no Elmo. Enquanto um bruxo permanecer vivo no Elmo, a nave poderá ficar no Espaço. No caso do bruxo vir a morrer, existe um limite de 8 horas de ar, e os ocupantes ficam automaticamente sem gravidade artificial.

– A gravidade artificial é gerada pelo Elmo? – disse Julius.

– Isso. – disse Sylvester.

– Então por isso é que acontecia de a gente ocasionalmente ficar sem gravidade artificial quando viemos, não? – perguntou Amélie.

– Sim. Eu, Agatha e Eloise nos revezávamos na operação do Elmo. Na verdade, era muito mais uma questão de deixar o MONO trabalhar por conta própria, principalmente dentro do Portal.

– Entendi. – disse Andraas – Apesar que, normalmente, não me importo com gravidade artificial. Prefiro deixar em gravidade zero mesmo.

– O problema – disse Amélie – é que na Noah tínhamos uma grande quantidade de criaturas mágicas, incluindo aí alguns Dragões. Se desativássemos a gravidade artificial, com certeza teríamos MUITOS problemas.

– Claro. – disse Andraas, terminando de afilar as cerdas de uma das vassouras – É que eu não costumava transportar carga viva.

– Mas ainda existe espaço para as vassouras, não? – perguntou Julius para Sylvester.

– Claro. – disse Sylvester – O quadribol garante isso. Além do mais, muitos bruxos gostam de vassouras pelo charme nostálgico que elas dão. E, com a constante diminuição dos sistemas MONO, vai chegar o dia em que poderemos colocar um MONO em uma vassoura com um mini-Elmo e mini-propulsores, para equivaler às naves pessoais dos trouxas.

– Bem. Então vamos terminar nosso trabalho. – disse Julius – Quem sabe um de nossos alunos não vai ser o primeiro a atravessar o Portal em uma vassoura?

Todos riram da "maluquice" de Julius. Mas ele tinha razão... Quem poderia imaginar se, algum dia, as maluquices de Julius não fariam sentido?


Na quarta à tarde, os alunos da Prometheus desceram para os gramados amplos do Castelo Dumbledore, aonde Julius os esperava. Vestia um capotão de couro de dragão, calças de algodão tingidas em tom pastel, camisa da mesma cor encimada por um colete, botas de cano alto com quatro fivelas cada e óculos, cachecol e quepe de aviador. Por algum motivo, para Helen, Richard e seus amigos, isso apenas aumentava o ar de birutice completa do Diretor de sua Casa. Ele espalhava ao chão algumas vassouras em duas fileiras.

Aliocha se aproximou de Richard:

– Será que o pessoal da Chronos tá atrasado?

– Vai ver se acovardaram.

E eles passaram a esperar os alunos da Chronos virem.


Ryuichi continuava a vistoriar o imenso mar de Vênus, procurando o arquipélogo de Ishtar. Sua nave, Flamboyant IX, tinha mais armamento que metade das naves da ISSP: dois auto-canhões de 50 milímetros, um canhão laser de ponta, alguns mísseis torpedeiros de alta performance e multi-ambiente (Ar-Ar, Ar-Terra e Ar-Água), pequenas salvas de bombas ionizadoras para efeito Stealth e o queridinho de Ryuichi: um canhão Gauss de alta potência, capaz de destruir uma nave inimiga como se achatasse uma lata de cerveja.

Ele observava qualquer coisa estranha:

– Não dessa vez, Luccas Evergreen. Dessa vez, você não me escapa.


Uma sombra na água, assim era o fantasma de Gustavo Kanagawa. Conseguira embarcar "de carona" em uma nave vindo para Vênus, partindo de Marte, e usou seus poderes de invisibilidade para não apavorar ninguém. Depois, durante o reabastecimento da mesma em Vênus, "mergulhou" dentro do mar de Vênus e foi "nadando". De alguma maneira sabia instintivamente o que fazer, para onde seguir.

Seu desejo era obsessivo:

– Preciso avisar Luccas! Preciso impedir que Vicious consiga as Pedras da Lua! – disse, sem voz, Gustavo.

Nadava rapidamente e não via nenhum tipo de peixe, nada. Mesmo o mar tendo sido terramorfado para tornar-se similar ao mar da Terra, não havia vida.

À distância, Gustavo viu a terra formar-se novamente.

Gustavo estava prestes a se tornar o primeiro fantasma residente na Escola de Artes Mágicas "Alvo Dumbledore", de Ishtar.


Os alunos da Chronos haviam acabado de chegar e se posicionar ao lado das vassouras colocadas no chão, como o haviam feito os alunos da Prometheus. Romanov observava enojado as vassouras Firebolt, como se achasse elas velharia. Disse, entediado e arrogante, para Julius:

– E então? Quando vamos começar a voar?

Julius voltou-se para ele:

– Em primeiro lugar, Senhor Romanov, eu sou o Professor Potter para o senhor. Em segundo lugar, tenho ordens expressas da Professora Weasley de que darei aulas para o zelador Evergreen sobre Vôo em Vassouras. Estou apenas aguardando ele para começarmos. Ele não deve demorar.

– Mas por que ele não sabe voar? – disse Mikhail, com um sorriso esnobe e arrogante nos lábios.

– Cala a boca, Mikhail! – disse Victorius Daskalaki.

– Não sabia que você gostava de trouxas, Daskalaki. – disse Romanov, rindo.

– Você já vem nos custando pontos demais, Romanov. – disse Richard Creevey. – Portanto, fique com esse seu bocão fechado ao menos uma vez, Romanov.

Mikhail apenas observou-os e disse:

– Pensei que respeitassem a casa onde estão...

– Eu ia fazer a mesma observação, senhor Romanov, quanto ao senhor. – disse Julius – E pela agressão verbal gratuita, o senhor vai ficar de Detenção...

– Mas...

– E não vou tirar pontos apenas em consideração aos seus colegas de Casa... – disse Julius, deixando de lado o ar de birutice e com um ar sério que surpreendeu até mesmo os alunos da Prometheus, enquanto Luccas descia para os gramados.

– Desculpe a demora, Julius. – disse Luccas – Tive problemas com os elfos... – Luccas vestia um capotão azul-escuro e camisas brancas com calças pretas e sapatos macios.

Mikhail suspirou de arrogância. Julius fez que não viu.

– OK, Luccas. Posicione-se ao lado de uma vassoura, como os demais.

Luccas foi na direção da última vassoura, que ficava entre Natasha Ivanova, da Prometheus, e Richard Creevey, da Chronos:

– Muito bem, quero que coloquem suas mãos sobre as vassouras, e digam com confiança: Suba! Quando eu disser três. Um... Dois... TRÊS!

– SUBA!

A vassoura de Luccas subiu direto para sua mão, junto com a de alguns outros alunos, incluindo seus filhos, Natasha Ivanova e Alieksei Krum. Com certa satisfação, eles observavam que a vassoura de Romanov estava no chão, virando com vigor ao tom arrogante do garoto:

– SUBA! SUBA! SUBA!

Nesse momento, a vassoura achou que tinha sido suficientemente ofendida. Virando-se no ar, sapecou uma vassourada forte no traseiro de Romanov com a cauda e, antes que ele pudesse ver, utilizou o cabo para lhe aplicar uma forte rasteira, fazendo Romanov cair de frente:

– Vassoura idiota! – disse Romanov, pronto para sacar a varinha. Julius reparou.

– Se tentar fazer algo contra essa vassoura, Romanov, será um mês de Detenção! – disse Julius, com a vassoura na mão. – Guarde a varinha AGORA!

Romanov guardou a varinha, frustrado.

Quando todos tinham conseguido pegar suas vassouras, Julius passou corrigindo as posições de cada um deles na vassoura. Após ter sua postura corrigida, Luccas checou se suas pistolas Jericho 931 estavam no coldre.

– Quando eu apitar, quero que dêem um impulso forte com os pés saindo do chão, mantendo as vassouras firmes e voltem a descer curvando o corpo para frente. Quando eu disser três. Um... Dois... TRÊS!


Gustavo saiu de dentro da água. Viu uma cena estranha: várias pessoas montadas em vassouras começando a sair do chão. E uma delas... Era Luccas:

– Luccas! – gritou Gustavo, sem forma.


Ryuichi viu um castelo na ilha de Ishtar, e viu uma cena estranha: várias pessoas montadas em vassouras começando a sair do chão. E uma delas... Era Luccas:

– Luccas! – pensou Ryuichi, e viu melhor: levemente isolado a ele, estavam os filhos dele.

– Ótimo! – pensou Ryuichi. Fez um trejeito de sorriso e pensou, enquanto guindava a nave na direção desejada – Dessa vez você não me escapa, Luccas Evergreen.


Trilha sonora da batalha: Bad Dog No Biscuits (Cowboy Bebop OST 1)

Luccas estava apreciando a sensação de sair do chão, de voar, como voara em sua nave, Nagô II. Enquanto apreciara a vista e a sensação, ele ouviu uma voz gritando:

– Luccas!

Observou para os lados, e não viu nada, exceto...

– Droga! – gritou Luccas – Julius, tire todos daqui!

– O que?... – pensou Julius, quando viu a grande nave que vinha na direção de Richard e Helen.

– Droga! – gritou Julius – Voem para o castelo, todos! AGORA! É UMA ORDEM!

Julius voou na direção da Flamboyant IX e se jogou, pegando os filhos de Luccas antes que as três vassouras, as dos meninos e a dele, se espatifassem em alguns zilhões de pedacinhos. Uma queda de uns três metros no gramado foi inevitável.

Luccas sacou as Jericho, mudou o carregador de uma delas para munição explosiva e viu a pessoa... ou o que seja... que havia gritado para ele. Ela não tinha as duas pernas, pela qual tendões ectoplasmáticos apareciam dependurados e sangue fantasmagórico escorria lentamente. O rosto, translúcido como o resto do corpo, tinha várias marcas de cortes, mas a camisa do São Paulo FC e o boné do mesmo time era completamente reconhecíveis para ele.

– Gustavo!...

– Atrás de vocês! – gritou Gustavo.

Luccas guardou a Jericho e, com um reflexo rápido, esquivou-se para o lado.

– Droga! – pensou Ryuichi, quando usou o comunicador externo.

– Luccas, você não tem a menor chance de me escapar.

– Ryuichi! – disse Luccas, reconhecendo a voz – Você também está nessa loucura?

– Você traiu o Dragão Vermelho...

– Vicious tentou me matar!

– Você e Mao Yenrai estavam tramando alguma coisa! – disse Ryuichi – Agora vão pagar caro por sua traição!


No meio tempo, Julius pegou novas vassouras rapidamente, e viu Amélie e Eloise se aproximarem.

– O que está acontecende... O que aquela nave trrouxa está fazenda atacando Luccas? – perguntou Eliose, enquanto mandava os alunos da aula de Herbologia de volta para o castelo.

– Encrenca, Eloise... Isso que está acontecendo. Amélie, você ainda tem o lançador de foguetes?

Oui! Mas por que?...

– Busque-o! Eloise, procure Sylvester, acho que vamos precisar da ajuda dele! Se puder, traga Agatha também!

– Mas e você?

– Eu me viro! – disse Julius, sacando a varinha enquanto montava em outra Firebolt.

– Queremos ajudar nosso pai! – disse Richard.

– Nada disso! Vocês ficam no chão! – disse Julius, decolando – Voltem para o Castelo e se protejam!

E ele decolou. Enquanto Eloise e Amélie se afastavam, Richard gritou:

– Tenho que fazer algo!

– Mas o que? – perguntou Helen – É uma nave do Dragão Vermelho. E não podemos desobedecer o professor.

– Eu já sei! – disse Aliocha – Na garagem das vassouras, deve ter bolas de Quadribol! Vamos fazer o seguinte...

E explicou o plano enquanto iam para a garagem de vassouras.


Luccas continuava se esquivando das armas da Flamboyant IX. Aparentemente Ryuichi não queria usar tudo o que podia: provavelmente Vicious o queria vivo. E Gustavo sabia o porquê:

– Luccas...

– O que houve com você, Gustavo? – disse Luccas, enquanto via a figura fantasmagórica que antes tinha sido seu amigo voando ao seu lado.

– Não sei porque fiquei assim, mas sei que isso aconteceu depois que Vicious me matou!

– Vicious o matou! – disse Luccas, assustado, enquanto se esquivava da munição de Ryuichi, tentando-o afastar da Escola.

– Isso! Ele quer as Pedras da Lua de Mao!

– As Pedras da Lua? Por que?

– Não sei!

Uma rajada de auto-canhão passou por Gustavo, assustando Luccas, que esquecera que Gustavo já estava morto.

– Você precisa escapar! – gritou Gustavo.

– Eu não posso deixar meus filhos aqui! Os homens do Dragão Vermelho vão querer os pegar!

Nesse momento, Luccas viu Amélie decolar, com o lançador de mísseis Tomahawk 64:

– Amélie, não!

Amélie disparou os três foguetes em uma salva só, e Ryuichi respondeu usando as bombas ionizadoras: os foguetes ficaram confusos, caçando Amélie. Dois deles foram para a água, explodindo lá, mas um atingiu as cerdas da Nimbus Zairius de Amélie, a arremessando ao chão, de uma altura de 10 metros com o impacto de uma forte explosão.

– Não! – gritou Luccas, virando de bordo a vassoura e escapando por pouco do impacto com a Flamboyant IX.

– Agora chega, Ryuichi. – disse Luccas, sacando a Jericho e segurando-a com as duas mãos – Prometi a Mao que nunca mataria alguém, mas você passou dos limites.

Luccas atirou uma salva de tiros razoável, disparando tão rápido quanto o cão da Jericho podia sem detonar a arma. Nove disparos foram de encontro ao vidro da nave. Quando pararam no mesmo.

– O que?

– Tolo! – disse Ryuichi, rindo – Esse vidro é BlockGlass reforçado!

– BlockGlass! – disse Luccas, bordejando novamente a vassoura, e voando ao chão, fugindo da Flamboyant IX e praguejando a existência daquele material sintético altamente resistente, quando reparou que dois objetos negros tinham sido lançados contra a nave de Ryuichi, que pareceu sacudir-se um pouco, embora sem dano visível.


Sylvester e Agatha correram para o gramado com Eloise, quando eles viram quatro vassouras decolando do chão e duas caixa do equipamento de quadribol aberta. Gritaram para Julius, ao ver a caixa e repararem que quatro buracos de tamanho igual estavam vazios:

– Julius! Isso não é hora para quadribol!

Julius concordou, quando o balaço passou por ele.

– Quem soltou os balaços?

– Fomos nós! – gritou uma voz forte e gutural.

Richard, Helen, Aliocha e Natasha estavam voando. Apenas Helen não carregava um bastão pesado.

– O que vocês?...

– Armas trouxas nunca não vai funcionar contra essa coisa! – gritou Aliocha – Vamos ter que resolver isso à maneira bruxa!

– Mas...

Mas os quatro não deram atenção a Julius.

Duas bolas rápidas pareciam confundir a visão de Julius, que viu que Luccas estava sendo impedido de descer ao chão não pelos balaços, mas pelos tiros da Flamboyant IX. Ele viu Amélie desacordada no chão:

– Desgraçado! – disse Julius, esquivando-se de um balaço, e usando Feitiços contra a Flamboyant IX. O BlockGlass parecia tão difícil de penetrar com Feitiços quanto o couro de um rabo-córneo húngaro.

Luccas continuou a atirar com a Jericho, percebendo que nada faria efeito contra a nave Flamboyant IX.

– Agora eu vou lhe pegar, Luccas! – gritava Ryuichi satisfeito.

Aliocha pegou o último bastão de batedor das caixas e jogou para Julius.

– O que o senhor...

– Professor, existe um ponto fraco naquela nave. O trouxa dentro dela acredita que usando as defesas da mesma pode se defender de ataques trouxas e está certo. Mas aparentemente a nave não aguentaria muitos ataques de balaços. – disse Aliocha, mandando um balaço acertando-o com um bastão pesado, que acertou na ponta do laser da Flamboyant IX, quebrando.

– Genial! – disse Julius. – Vamos nessa.

Os quatro rebatiam os balaços, que avançavam principalmente em Helen. Os balaços amassavam a Flamboyant IX, mas isso era pouco perto do dano que eles precisariam.

– Richard, filho! – gritou Luccas – Os giroscópios...

Nesse momento, um tiro do auto-canhão atingiu Luccas no braço e ele quase caiu:

– PAI! – gritou Richard, pegando o bastão – Agora você me paga, Ryuichi! Ninguém fere meu pai e fica por isso mesmo!

Richard rebateu o balaço precisamente em uma peça amarela abaixo da Flamboyant IX. Ele percebeu a nave estremecer, de maneira mais forte, e a Flamboyant IX voltando-se para eles.

– ALI! REBATAM ALI! ALI É O GIROSCÓPIO DESSA NAVE! – gritou Richard, mandando mais um balaço.

Os balaços quebraram a cápsula do giroscópio, mas não podiam fazer mais que isso:

– Agora é comigo! – disse Luccas.

Luccas nunca precisou tanto de um bom tiro quanto naquele momento. Ferido, pegou a outra Jericho, que tinha ainda uma cápsula de munição explosiva, com as duas mãos, mesmo sentindo dores intensas. Sabia que era apenas uma chance. Apontou e atirou.

Não precisou de mais que isso.

O disparo explodiu o giroscópio, enquanto Julius rebatia os balaços contra o chão para poder os guardar, cravando-os no chão, auxiliado por Aliocha. A Flamboyant IX, caindo descontrolada, espatifou-se no chão, apenas uma sobra retorcida da bela e orgulhosa nave de Ryuichi Hanayama.


Luccas desceu da vassoura e correu para os escombros, recarregando a Jericho com munição normal. Enquanto isso, Ryuichi Hanayama descia da nave, uma Orion 930 na mão. Luccas a apontou para a testa de Ryuichi e vice-versa. Ryuichi observou as roupas de Luccas:

– Desde quando vem traindo o Dragão Vermelho e lidando com bruxos, traidor? – perguntou Ryuichi.

– Não sei o que Vicious lhe disse, mas ele é quem traiu o Dragão Vermelho.

– Mentira! Sei que Mao tinha algo escondido.

– Está falando do que? – disse Luccas temeroso.

– Não sei, mas algo grande.

– E se isso foi escondido a pedido dos Anciões?

– Eles não...

– Ele estava falando das Pedras da Lua! – disse uma voz ao lado de Luccas e Ryuichi viu.

– Gustavo? – disse Ryuichi, apavorado – O que?...

– Vicious me matou! – disse o fantasma de Gustavo Kanagawa, revoltado, mostrando as pernas (ou antes, a ausência delas), em sua forma ectoplasmática – Tive que vir nessa forma de Marte, aonde ele deixou meu corpo, até aqui. Luccas, Vicious sabe de alguma forma sobre as Pedras da Lua. Ele está se envolvendo com bruxos. Bruxos perigosos, com poderes incríveis. Me torturaram e me obrigaram a falar a verdade sobre as Pedras. Depois me mataram!

– Isso é uma mentira! – disse Ryuichi, revoltado, pronto para atirar. – Depois que usem um Alpha Catch contra você! – disse Ryuichi, referência ao equipamento que permitia sondar a mente de uma pessoa morta ou em coma. – Vou acabar com você!

Expelliarmus! – disse uma voz feminina. A Jericho de Luccas e a Orion de Ryuichi sairam voando e cairam no oceano de Vênus. Uma voz masculina em seguida, disse:

Estupefaça! – e Ryuichi caiu nocauteado.

Sylvester e Agatha desciam o gramado, varinhas em punho. Sylvester usou um Feitiço Convocatório para pegar as armas de volta.

– Está bem, senhor Evergreen?

– Estou. – disse, vendo o braço ferido.

– Acho que Madame Ponfrey deveria dar uma olhada nisso! – disse uma voz atrás dele.

Andraas descia o gramado acompanhado de Dorothy Ponfrey, que começou a observar o ferimento de Luccas:

– Quem é esse trouxa? – perguntou Andraas.

– Ryuichi Hanayama.

– O cara que você disse que te viu no espaçoporto de Vênus?

– Isso.

– Então, ele deve ser parte dos homens que estão te procurando. Sylvester... – disse Agatha, ágil.

– Não precisa, senhorita Weasley. – disse Andraas, com um sorriso esnobe, sacando um pequeno tubo de ensaio de dentro de suas vestes. O tubo era tão mínimo que parecia mais um conta-gotas do que um tubo, e parecia conter água – Sirva-se... Mas sem excessos.

Agatha olhou Andraas e sorriu em gratidão. Pegou a boca de Ryuichi e pingou três gotas do conteúdo dentro dela. Em seguida, apontou a varinha para Ryuichi e disse:

Enervate!

Ryuichi acordou. Os olhos desfocados:

– O que você queria?

– Vim atrás de Luccas Evergreen – disse Ryuichi sem flexionar a voz. Luccas se impressionou com o que viu.

– OK... E para que você veio atrás de Luccas Evergreen?

– Vicious disse que ele sabia algo grande que Mao Yenrai escondia. Luccas conseguiu escapar de alguma forma de Deimos, e o vi no espaçoporto de Vênus, ou pensei ter visto. Procurei investigar e passei a sobrevoar Ishtar com minha nave, até ver que realmente se tratava de Luccas.

– E você o queria matar?

– Não. Vicious me deu ordem de o pegar vivo, sem danos. Não deu nenhuma ordem específica sobre o resto. Queria o fazer sem danos, mas Luccas reagiu. Não sei como, mesmo depois de ter destruído a aberração com seus próprios mísses, Luccas conseguiu me derrubar. Fiquei revoltado e queria o matar pelo que fez com a minha nave. Não seria problema com o uso do Alpha Catch.

– A que aberração?...

– Aquela aberração enorme, parecida com uma mulher. – disse Ryuichi, apontando o local aonde o corpo de Amélie continuava estirado.

– Amélie... – correu a Madame Ponfrey, impressionada, para verificar o estado da meio-giganta, depois de imobilizar o braço de Luccas.

– E esse tal Vicious disse o que Luccas sabia? – perguntou Agatha.

– Não... Apenas disse que era importante.

– O que você esconde, Luccas? – disse Agatha, preocupada.

– Vou contar tudo... É justo que saibam, depois do que aconteceu. Mas primeiro vamos ver Amélie. – disse Luccas, o braço imobilizado com uma tala.

– Ela está bem. – disse Dorothy Ponfrey, examinando-a – Está nocauteada e um pouco ferida, mas seu sangue gigante a manteve viva depois da explosão e da queda.

– O trouxa tem algo mais de interessante? – perguntou Andraas.

– Não... – disse Agatha – Pelo jeito, podemos o mandar de volta... Acho que seria o melhor a fazer. Se ele desaparecesse, Vicious acharia que ele foi morto e isso seria pedir por confusão.

– Sem chance! – disse Luccas – Ele vai denunciar a existência da Escola de Magia para o Dragão Vermelho e Vicious irá mandar homens atrás de mim como o fez em Deimos! Eu não me importo comigo, mas existe o risco para a Escola!

– Deixa comigo! – disse Sylvester, sacando a varinha – Obliviate!

Os olhos de Ryuichi sairam de foco com a magia de Sylvester.

– Você não achou Luccas em nenhum lugar de Vênus. Você apenas imaginou tê-lo visto no espaçoporto, mas não está em nenhum local de Vênus. Você irá fazer o possível, mas não achará Luccas em lugar algum. – disse Sylvester.

– Bem, acho que não achei Luccas, apenas pensei tê-lo encontrado. – disse Ryuichi, como se tivesse falando para si próprio de maneira casual – Vou ver se o acho em outro lugar... Pode ser que ele ainda esteja em Vênus.

Ryuichi subiu em um pod de emergência destacável da Flamboyant IX e se mandou.

– O que foi isso? Como vocês fizeram ele contar o que queriam? E porque o soltaram? – disse Luccas, abismado

– Andraas tinha um Veritaserum, uma Poção da Verdade incrivelmente forte, então a usei para fazer ele falar. – disse Agatha, tranqüila.

– O líquido no tubinho?

– Isso.

– Depois, – cortou Sylvester – foi a minha vez de usar um Feitiço de Memória e alterar a memória dele para fazer ele imaginar que viu você no espaçoporto. Além disso, ele não conseguirá ver você mais.

– Agora, – disse Agatha, séria – acho que nos deve umas explicações, Luccas.

– Certo... – disse Luccas – Vou lhes contar... E meus filhos?

– Papai! – correu Helen para junto do pai, atirando-se sobre ele. Richard a seguia e repetiria em seguida o gesto. Aliocha e Natasha se mantiveram a uma distância respeitável.

– Certo. – disse Julius – Se estamos todos entendidos, vamos voltar ao castelo. Dessa vez, não irei descontar pontos da Prometheus por causa da urgência da ação, mas espero que vocês sejam mais cuidadosos com o material de quadribol.

– Sim, professor Potter. – disseram os quatro alunos, sorridentes.