NA: Eventos antes de Speak Like a Child

Helen e Richard acordaram: estavam levemente machucados, e estavam amarrados e amordaçados.

– Vejo que estão vivos, Sangue-ruins. – disse uma voz no escuro. – Ótimo...

Pitr e Ananova sairam das sombras:

– Bem, o que acham? – disse Pitr. – Acho que para Sangue-Ruins vocês deveriam nos temer bastante...

Richard estava nervoso e preocupado, sentindo-se indefeso. Helen estava apavorada, sem entender o que estava acontecendo...


Luccas estava na Escola, revoltado:

– Maldito Romanov! – disse Luccas – Por que fez isso com meus filhos? Por que não ME raptou?

Luccas estava desconcertado... Primeiro Mao, seu mestre; depois Hannah, sua mulher; agora Richard e Helen, seus filhos... Por que Vicious fazia aquilo! O que as malditas Pedras da Lua tinham de tão importante!

– Eu também não consigo entender! – disse Agatha – Eles querem as Pedras da Lua, mas para que?

– Acho... que sei...

Henri Pince acabara de entrar, o pince-néz que habitualmente usava meio pendurado, os cabelos bagunçados e o rosto pálido como se ele tivesse visto uma assombração:

– O que aconteceu, Henri? – disse Agatha – O que você pode nos dizer sobre o que aconteceu aqui hoje?

– Muita coisa, mas primeiro que eu estava errado sobre Luccas... Eu não devia ter feito o que fiz...

– O que você fez, Pince? – perguntou Luccas, tentando se segurar.

Luccas acabaria não conseguindo...


– Esse livro realmente tem muito do que precisamos... – dizia Ananova, observando o livro grande e de capa negra, sem título.

– É mesmo... – disse Pitr. – Com esse livro, poderemos domar facilmente o uso das Pedras da Lua para obtermos poder!

– Quando escreveu esse livro Pedras da Lua e a Magia das Trevas, o autor dele, Nikolai Antonov não sabia que daria tanta informação para bruxos das trevas, como nós. Não deixa de ser deliciosa a ironia.

– E logo conseguiremos as Pedras da Lua... Duvido que seu pai não vá entregar as pedras sendo que vocês estão em perigo.

– Mas não se preocupem. – disse uma voz bem conhecida deles, de Mikhail Romanov – Quando o Lorde das Trevas retornar, vocês terão a honra de serem os primeiros a serem mortos por ele.


– Filho-da-puta! – gritou Luccas, descontrolado, socando o nariz de Henri Pince e quebrando-lhe tanto o nariz quanto o pince-nez no processo.

– Luccas! – gritou Andraas, agarrando-o, tentando conter Luccas – Controle-se!

– Por causa desse filho-da-puta meus filhos estão na mão de bruxos das trevas! Eu vou me controlar, sim, Agatha! Eu vou me controlar a hora que eu fizer a cara desse infeliz virar meio quilo de carne moída! Eu vou quebrar cada osso do corpo desse animal!

Henri estava estirado ao chão, sangrando no nariz, o pince-nez em pedaços. Luccas era seguro por Andraas, que nunca tinha visto Luccas se descontrolar. Agatha e os amigos estavam impressionados com a reação de Luccas, uma reação furiosa, principalmente por causa da revelação de Henri.

– Luccas, por favor, controle-se! – disse Agatha.

– Temas que pensar todos juntes nisso! – disse Eloise.

– Depois eu vou pensar! Agora, eu vou é quebrar esse desgraçado todo ao método trouxa, na base da porrada! – gritou Luccas, tentando desgarrar-se de Andraas.

– Você vai me agradecer depois por isso, quando você voltar a si, Luccas! – disse Andraas, quando sacou a varinha do bolso e, empurrando Luccas com força para trás para ter espaço para fazer o feitiço, disse – Petrificus Totalus!

Luccas congelou, como uma estátua viva, paralisada, apenas os olhos em fúria e, agora, pavor por ter sido vítima de uma magia.

– Henri... Por que você fez isso? – perguntou Agatha, assustada e séria – Você não colocou apenas a vida de Luccas e dos filhos deles em risco, mas a de metade do Sistema Solar!

– Eu... eu juro que...

– Você não fez isso porque Romanov lhe enganou! Você fez isso propositalmente! Você fez isso contra Luccas! – gritou Agatha, e Julius sabia que aquilo não era bom sinal: era o lado no qual Agatha parecia muito a bisavó dela, Molly Prewett Weasley – Não minta para mim!

– Eu... mas... – disse Henri – Como você?...

– Agatha é uma Legilimens. – disse Sylvester, compenetrado e severo, olhando Henri Pince como se ele fosse um criminoso – Agora, Pince, a sua situação em nossa escola está mais complicada do que o senhor consegue imaginar. O senhor tinha uma orientação clara que era a de não ceder nenhum livro da Seção Reservada para nenhum aluno sem uma autorização expressa de algum aluno.

– Mas ele tinha... Andraas...

– Não tente mentir! – disse Julius – Agatha pode perceber se você está mentindo!

– Você mente! – disse Agatha – Andraas pode ser o que for, mas ele não seria suficientemente louco para dar uma autorização para livros sobre as Pedras das Luas do nada!

– Você pensa que eu seria louco de dar uma autorização para aquele garoto demente poder ler Pedras da Lua e a Magia das Trevas? – disse Andraas, revoltado com a acusação – Eu não ando tomando Essência de Insanidade, sabia?

– Mas... Ele... Romanov...

– Ele o que, Pince? – disse Agatha, revoltada.

– Ele disse que ia fazer apenas uma brincadeira: achava que ele ia colocar o livro dentro das coisas de Luccas e depois dizer que ele tinha o roubado na biblioteca...

– Henri, será que você pensa que seríamos tão estúpidos para cair em uma conversa dessa? – disse Agatha, definitivamente explodindo – E não é só isso: esse livro é perigoso! Têm muitas informações sobre o uso de Pedras da Lua na Magia Negra...

Henri ficou abismado:

– E ainda mais que era nossa única cópia, o que nos impede de ter uma idéia do que Romanov quer com ele. – disse Sylvester, sentando-se sério – Você sabia disso, sabia que não tinhámos conseguido mais cópias, pois as matrizes do livro tinham sido destruídas quando a Editora Bruxa Aria foi parcialmente destruída por um fragmento da Lua, Henri. Que teríamos de esperar pelo menos um ano até que uma nova Edição entrasse no mercado. Henri, o que você fez foi muito, muito sério mesmo. E você sabe bem disso.

– Eu sei, senhor Longbottom... Estou indo...

– Você não vai arrumar porcaria de mala nenhuma. – disse Julius, chutando a porta, para onde Henri Pince se encaminhava, fechando-a com um estrondo. Agatha percebeu que Julius falava sério: ele não tinha o ar típico de birutice dele, muito pelo contrário, pois naquele momento ele parecia mais o avô, Harry Potter, do que a avó, Luna Lovegood. E isso Agatha não entendia como um bom sinal. – Ou você nos ajuda a sair dessa, ou eu vou fazer questão de chamar o pessoal da ISSP para te mandar em uma viagem só de ida para o asteróide de Alcatraz!

Henri se assustou. Alcatraz era o asteróide para onde eram mandados todos os bruxos criminosos capturados pela ISSP ou por cowboys, junto com alguns dos criminosos de maior periculosidade do Sistema Solar. Era como uma Azkaban do século XXI, mas com a principal diferença de que, sem nenhum tipo de tecnologia moderna, era impossível sair de lá sem ser resgatado após a pena pelos agentes da ISSP. Os loucos que tentaram Aparatar Interplanetariamente literalmente explodiram, quando apareceram no meio do vácuo espacial, tendo no máximo 30 segundos para se arrependerem de sua tolice, antes da água do corpo deles tentar sair por cada poro do mesmo. Alguns poucos tinham conseguido o milagre de aparatar de volta para Alcatraz.

Era impossível tentar fugir de Alcatraz com uma das naves que traziam novos detentos, pois elas tinham seu interior revestido de sangue de dragão, para impedir o uso de Aparatação, e os prisioneiros eram literalmente jogados de paraquedas em Alcatraz. Havia apenas uma forma de sair, que era no caso raro de a ISSP confirmar o final da pena de um dos prisioneiros (quando acontecia... A maioria dos enviados para Alcatraz tinham prisão perpétua decretada), quando uma equipe de resgate era enviada em uma operação de resgate ao preso. Os próprios criminosos de Alcatraz pareciam colaborar nesses caso: não era interessante atiçar as tropas de Aurores e agentes da ISSP enviadas nessas ocasiões, pois elas costumavam ser enormes.

– Você não faria isso comigo, Potter! – disse Henri, em tom de desafio.

– Ele farria! – disse Eloise, sem piedade – E com meu apoio!

– E o meu! – disse Sylvester, resoluto.

– Com o de todos nós! – disse Agatha, severa, observando Henri Pince profundamente, com um ar de desapontamento nos olhos – Você fez algo muito grave, Pince... A ISSP logo virá aqui tomar satisfações sobre as mortes de Martin e Nott, e eu já fui notificada pelo Conselho de Magia de que isso irá nos prejudicar severamente. Portanto, espero que o senhor nos ajude a encontrar Romanov.

Henri sentou-se, cabisbaixo:

– Se não fosse a única cópia...

– Esperem! – disse Andraas – Não é!

– Como assim? – disse Agatha.

– Eu tenho uma cópia desse livro, que comprei quando ainda estudava em Hogwarts, achando que faria um NANA de Defesa Contra as Artes das Trevas. – disse Andraas, referindo-se aos Níveis Absurdamente Nefastos de Aplicação, os níveis acima dos NIEM que Hogwarts podia oferecer desde 2010.

– Ele está aonde? – disse Agatha, pressurosa.

– Eu vou buscar. Aguardem. – disse Andraas – Agatha, desencanta Luccas para mim. Acho que agora ao menos ele está mais calmo.

As coisas iriam se esclarecer logo. Agatha torcia que fosse em tempo suficiente para impedir o plano de Romanov, fosse qual fosse.


– Então...

– Aqui afirma que a energia mística das Pedras da Lua pode ser usada para trazer pessoas de volta ao mundo dos vivos, como eu lhe disse! – disse Ananova

– Quer dizer, que usando a Horcrux destruída que conseguimos, poderíamos...

– Exato. – disse Ananova – Minha avó disse que o Lorde das Trevas tinha criado seis Horcruxes. Precisaríamos apenas achar uma para podermos fazer o ritual. E creio que o diário é mais sútil que qualquer uma das outras Horcruxes.

– Mas... como?

– A essência represada na Horcrux não desapareceu por completo, então podemos usar a energia das Pedras da Lua para trazer essa parte da essência vital do Lorde das Trevas de volta... Ou assim espero.

– Isso nunca foi tentado antes, Ananova.

– Papai tem razão, mamãe. – disse uma voz de garoto – A própria existência das Horcruxes era pouco conhecida. Demos sorte de que a vovó tivesse encontrado aquele bruxo medíocre Slughorn e o torturado a revelar o segredo das Horcruxes.

– Bem, Pitr, Mikhail, pelas Trevas temos que tentar isso... – disse Ananova Romanov.

– Claro que sim! – disse Pitr Romanov – Mas e quanto aos garotos sangue-ruins?

– Já mandei a coruja para aquela escola fedida. – disse Mikhail – Logo poderemos descartar eles.

Helen e Richard estavam morrendo de medo, pensando no que poderia acontecer com eles.