NA: Eventos antes de Hard Luck Woman

Alguns dias se passaram, e Luccas ainda estava tenso. Fora uma batalha difícil para salvar seus filhos, mas ele ainda sentia-se chateado e frustrado por ter sido obrigado a entregar as Pedras que tanto tinha feito para proteger. Mas ele tinha que proteger seus filhos.

Mesmo assim, se sentia culpado, pois de certa forma traíra a confiança de Mao Yenrai, deixando que os malditos Romanov e que Vicious conseguissem as Pedras da Lua. Ele ficava perturbado de imaginar que tipo de Magias das Trevas poderiam fazer com aquilo.

Foi quando Eloise se aproximou de Luccas:

– A prrofessorra Weasley pediu parra que o senhorr viesse comigo!

– O que houve? – disse Luccas, preocupado.

– Parrrece que conseguimas entenderr o objetiva dos Rromanov!


– Então conseguiram o que desejavam? – disse Vicious.

– Sim... – disse Ananova, ainda com o olhar frio após a perda do filho.

– Não podemos dizer que você tenha nos ajudado muito, Vicious, mas sem sua ajuda não teríamos conseguido o que queríamos.

– Ótimo... Então vão me dar o que quero, não? – disse Vicious.

Pitr tocou a varinha no terno de Vicious e murmurou alguma coisa. A veste brilhou por algum tempo, até que Pitr se voltou para Viciou e disse:

– Esse Feitiço irá o proteger de qualquer ferimento para que você possa dominar o Dragão Vermelho, derrubando os Anciões... Mas lembre-se, Vicious: uma traição pode lhe custar esse feitiço.

– Entendo. – disse Vicious – Então, acho que é hora de nossos caminhos se separarem, para o bem de vocês e o meu.

– Concordamos. – disse Ananova – Bem, podemos dizer que continuamos não gostando de trouxas, mas que fazer negócios com você foi muito interessante. Apenas lembre-se de não nos trair.

– É claro.

Vicious saiu do galpão em Vênus. Poderia muito bem se divertir e ir para Ishtar e destruir Luccas, mas Marte o esperava, assim como o trono do Dragão. Iria retirar os cadáveres vivos dos Anciões do trono do Dragão e o iria ocupar.

Mas antes de ir, teria que passar em um lugar.

E matar uma pessoa.


Agatha aguardava Luccas e Eloise chegarem. Apenas eles faltavam: Andraas estava lá, assim como Amélie, Sylvester e Julius. Henri Pince não comparecera: Agatha o mandara embora, depois de que soube que ela quase fora considerada responsável pelas mortes de Oliver Nott e de Felicce Martin pela ISSP, graças a uma denúncia falsa de Henri, que queria mais do que nunca tirar o dele da reta.

– Bem... Agora sabemos o que eles querem... – disse Agatha.

– E o que é? – disse Julius.

– Voldemort, o Lorde das Trevas, tinha usado a mais terrível Magia Negra existente para se manter vivo até que seu avô, Julius, o venceu. Essa magia é a Horcrux.

– E o que vem a ser Horcrux? – perguntou Luccas.

– Uma Horcrux, Luccas, – disse Andraas – é uma forma de "ancorar" um bruxo das trevas na Terra. Quando um corpo morre, em geral seu espírito vai para outra existência que ninguém sabe qual é. Em alguns casos, no de pessoas que temem a morte ou têm algum objetivo maior, essa pessoa acaba virando um fantasma.

– Até aí, tudo bem...

– O problema, – disse Sylvester – é que a Horcrux só pode ser criada através da morte de uma outra pessoa, quando a alma do bruxo se fraciona. Então, por meio de um ritual, guarda-se um dos "fragmentos de alma" em um objeto.

– Entendi... – disse Luccas, chocado.

– Porém, uma vez que a Horcrux tenha sido destruída de alguma maneira, o bruxo volta a ser mortal. – disse Julius.

– E porr issa, Voldemort crriou seis Horrcrruxes, o que, teorricamente o tornava imorrtal. – disse Eloise

– Mas meu avô, com a ajuda de muita gente, localizou as Horcruxes e as destruiu. Depois derrotou Voldemort: ele não conta o como, mas acho que foi algo muito grande... Quero dizer, ele foi o maior bruxo das trevas de todos os tempos e tal, então apenas uma coisa realmente grande poderia ter matado Voldemort.

– Mas a verdade – disse Andraas – é que, ao menos aparentemente, esses caras acreditam que uma Horcrux desfeita não perde totalmente sua essência da alma que a possuiu. Sempre fica um...

– ... restinho de alma? – perguntou Luccas.

– Por assim dizer. – disse Agatha.

– E esses caras – disse Sylvester – acreditam que, usando as Pedras da Lua em um ritual previamente preparado, poderão abrir um vortex até o local aonde as almas descansam e poderão trazer um desses pedaços de alma, que, com a energia liberada pelas Pedras da Lua, poderia ressurgir.

– Isso é loucura! – disse Luccas

– Concordamos. – disse Agatha – Nenhum Feitiço, Poção ou Ritual conseguiu trazer uma pessoa de volta à vida. Porém, existe, ao menos na Teoria da Magia, uma chance de que esse ritual dê certo...

– Você quer dizer... Que eles poderiam trazer uma pessoa de volta à vida? Que eles poderiam pegar esse bruxo do mal, Voldemort, e trazer de volta à vida?

– É o que parece...

– Mas... – disse Eloise – Como poderremas os encontrrar... Querro dizer, eles podem estarr em qualquer um dos planetas e satélites do Sisteme Solar.

– Nós podemos ajudar...

Aliocha, Natasha, Luighi e Violette acompanhavam Helen e Richard.


– O que vocês estão fazendo aqui? – disse Julius.

– Desculpe-nos, professor Potter, mas podemos explicar. – disse Aliocha.

Julius ia começar a dizer alguma coisa, quando Agatha voltou-se para ele:

– Calma, Julius. – disse Agatha – Vamos ouvir o que eles têm a dizer.

Agatha voltou-se para cada um deles. Sabia que era chato ter que fazer o que iria fazer, e que ela nunca iria fazer aquilo contra um aluno, mas decidiu que era hora de mandar a ética às favas. Ela concentrou-se em penetrar a mente de cada um deles o mais fundo que pudesse. Percebeu que Aliocha a voltara um olhar de desafio:

– Não precisa tentar isso, professora... Nós queremos realmente ajudar.

– Então, Alieksei Krum, realmente considerou a hipótese de eu ser uma Legilimens?

– Não é uma questão de hipóteses, mas sim uma questão de estar preparado.

– Viktor Krum lhe ensinou bem. – disse Agatha.

– Como sabe que meu avô me...

– Antes de você fechar sua mente, eu consegui a sondar. – disse Agatha, com um sorriso.

– Bem, e no que vocês poderiam ajudar. – disse Sylvester.

Natasha colocou um pa-kua em cima da mesa. Havia uma pedra no meio dela:

– Uma Pedrre da Lue! – disse Eloise, maravilhada.

– Mais do que isso! – disse Andraas, impressionado – Essa pa-kua permite sentir os deslocamentos do ki pelo espaço! Um amigo meu mestre do Feng-Shui guiava-se usando o pa-kua.

– Mas em que isso nos irá ajudar? – disse Agatha.

– Usande esse pa-kua, poderrremos localizarr distúrbios nas forces mágiques e assim detectar qualquer ritual que os Romanov venham a tenhar usande as Pedrres da Lue. – disse Eloise.

– Entendi! – disse Luccas. – Mas como iremos os pegar? Além disso, eles podem ter preparado o terreno contra nós.

Música da Cena: Call Me Call Me – Cowboy Bebop OST 3

– Vamos ter que nos preparar bem, pois tenho quase certeza – disse Agatha – de que eles terão como nos parar...

– Acho que precisamos de apenas dois homens nessa missão... – disse Andraas.

– Como? – disse Agatha – Mas...

– Weasley, – disse Andraas – eu quero limpar o sobrenome Malfoy. Sempre quis. Quero que meu pai, Seifer, e minha mãe, Mellanie Perdue, se orgulhem de mim. E acho que a melhor forma é impedindo justamente o que meu avô tanto quis, que era que os seguidores das Trevas de dominarem tudo...

Andraas tinha uma determinação no olhar que assustava Agatha. Quando ela sorriu e disse:

– Malfoy... Acho que nessas horas eu sinto pena de você não ter ido para a Grifinória.

– Vou entender isso como um elogio, Weasley! – disse Andraas, dando um sorriso sardônico.

– Bem... Acho que não temos muito mais o que dizer...

– Mas e nós? – disse Helen.

– O que podemos fazer? – disse Richard.

– Filhos... – disse Luccas – Isso é uma coisa que o papai tem que resolver sozinho. Se algo me acontecer, vocês devem se preparar para o pior, caso o Voldemort venha... Devem estudar muito para se tornarem bruxos poderosos e enfrentarem o mal. Eu preciso resolver isso... E eu não vou estar sozinho. Vou estar com Andraas, e ele é um bruxo gabaritado, pode nos proteger.

Sabia que iria doer fazer aquilo, mas ele tinha que se separar dos filhos para resolver o problema que ele tinha criado... Ou morrer tentando.

– Entenderam? – disse Luccas.

Lágrimas começaram a brotar dos olhos de Helen e Richard começou a ficar triste:

– Andem. Não quero vocês tristes... Vocês precisam entender que eu sempre me preocupei primeiro em os proteger... Eu preciso resolver essa parada, filhos...

– Sim, papai... – disse Helen.

– Vocês têm que me prometer que serão fortes e que irão obedecer aos professores e irão estudar bastante... Pode acontecer de eu não voltar... Se isso acontecer, quero que estejam preparados.

– Certo, papai. – disse Richard.

– Ainda falta saber aonde os Romanov estão. – disse Agatha.

– Eles podem estar em qualquer lugar do cosmos. – disse Sylvester – E mesmo usando o pa-kua para nos guiar nas distorções do tempo-espaço, existe uma boa chance de não chegarmos a tempo.

– Então vão precisar de mais ajuda... – disse uma voz. Luccas olhou para trás e viu Lorens e o fantasma de Gustavo se aproximando...

– Lorens? – disse Luccas, enquanto os bruxos erguiam suas varinhas contra Lorens. Luccas percebeu isso e disse – Não... Ele veio nos ajudar.

– Luccas tem razão. – disse Lorens – Eu percebi que Vicious manipulou todos esse tempo todo, e sou leal acima de tudo ao Dragão Vermelho. E se o que Gustavo, ou o seu fantasma, me disse é verdade, ele é o verdadeiro traidor, e sua traição pode ter conseqüências sérias ao Dragão Vermelho. Estou disposto a quebrar um Édito dos Anciões se, com isso, garantir que o Dragão Vermelho não irá sofrer com a traição de Vicious.

Agatha ouviu atentamente Lorens. Sem que esse percebesse, utilizou Legilimência para ver se as intenções de Lorens eram verdadeiras, e tudo indicava que sim.

– Pois bem... – disse Agatha, agitando a varinha e convocando do ar uma cadeira. – Sente-se.

Lorens sentou-se.

– Aonde eles estão?