Música desse trecho: The Real Folk Blues – Cowboy Bebop Vitaminless

Luccas observou Andraas, enquanto os dois estavam ocultos atrás de uma viga...

– Tá disposto a morrer? – disse Luccas, sorrindo um sorriso estranho.

– Você tá querendo dizer... – disse Andraas.

– Isso. – disse Luccas, divertido, quase como se estivessem apenas assistindo algum jogo interessante – Pelo jeito, vamos morrer de qualquer jeito. Se isso for verdade... Bem, pretendo levar esses filhos-da-puta comigo para o túmulo. Pelo menos, estarei fazendo esses desgraçados pagarem caro por terem matado meu Mestre Mao Yenrai...

– Espera! – disse Andraas – Acabei de perceber! Podemos tentar fazer Mao Yenrai aparecer no Portal!

– Como?

– Eles já executaram o ritual, transformando o diário em um portal para o mundo dos mortos... Só precisamos pagar o preço para chamar uma pessoa...

– Deixa comigo. – disse Luccas – Qual é esse preço?

– Sangue... – disse Andraas – Esse tipo de ritual em geral envolve um pouco do sangue de alguém envolvido...

– OK... – disse Luccas, sacando um dos punhais e pulando para fora da viga.

– Luccas! – disse Andraas, enquanto saía da proteção da viga e cobria Luccas.

Ananova percebeu a intenção de Luccas de avançar para o local do Ritual:

– O que...

Luccas sacou o punhal e cortou o próprio braço, e sem saber explicar porque, disse:

– Sangue do discípulo, de espírito vingador, traga de volta o seu tutor!

E arremessou o sangue que estava no punhal ao diário.

Poucos segundos depois, Luccas pode ver o espírito de Mao Yenrai ressurgir dentro do vortex:

– Luccas, é bom o ver novamente!

– Mao, precisamos impedir esses caras de fazer o mal. Eles me obrigaram a dar as suas Pedras...

– Eu sei... – disse Mao, com a voz tranqüila e sábia que sempre impressionara Luccas, mesmo sabendo que Mao era um grande assassino. Mao observava Tom Riddle com um olhar de desprezo – As táticas desonrosas dessas pessoas irão lhes custar tudo...

– Cale-se, trouxa! Avada Kedavra! – disse Tom Riddle, apontando sua varinha para Mao Yenrai.

Ananova e Pitr observaram na espectativa de ver uma morte causada pelo seu Lorde das Trevas, enquanto Andraas e Luccas observavam calados, a possibilidade de Mao ser morto...

... mas não se pode matar o que já está morto.

O feixe de luz verde passou por Mao sem sequer o assustar. Ele apenas riu do esforço tolo de Tom Riddle:

– Tom Riddle... Sim, eu sei que esse é o seu nome...

– Esse não é o meu nome! Eu sou Lord Voldemort...

– Para mim, – disse Mao, em um tom mais profundo e sério – você é apenas um tolo, Tom Riddle.

– Ananova! Pitr! – disse Tom – Matem esses tolos!

Tom ergueu a varinha contra Luccas, e Mao desviou-a...

... na direção de um dos bruxos que tinham sido nocauteados por Luccas e Andraas.

O raio verde atingiu o bruxo: todos observaram o bruxo cair no chão, sem vida. Tom riu com gosto:

– Tragam-o para mim! – disse Tom.

Música desse trecho: Live in Baghdad – Cowboy Bebop OST 2

Ananova e Pitr correram na direção do morto. Luccas virou-se para Andraas:

– Vamos acabar com essa loucura!

– Certo! – respondeu Andraas.

– Vão! – disse Mao, ainda dentro do vortex, procurando se engalfinhar com Tom Riddle – Eu atraso esse bruxo!

Luccas e Andraas correram para as Pedras da Lua. Com dificuldade, pois pareciam presas por magnetismo ao chão, Luccas arrancou a primeira delas.

Pitr e Ananova observaram assustados:

– Seus loucos! – gritou Ananova.

Luccas sorriu:

– Posso morrer, mas levo vocês comigo! – disse Luccas, erguendo a pedra – Ou, ao menos, impeço-os de conseguir o que querem!

– Você está louco! – disse Pitr. – Isso vai...

– ... provocar um novo Incidente do Portal! – disse Luccas, ensandecido – Vocês deveriam pensar nisso antes de brincarem com o que não conhecem, bruxos imbecis!

– A quem você está chamando de imbecil, seu trouxa?

– A vocês! – disse Andraas, às gargalhadas – Até a alguns minutos atrás estavam totalmente confiantes, agora estão borrando as botas de medo! Vocês são uma vergonha mesmo! – depois Andraas voltou-se a Tom Riddle, rindo, e disse – É em babacas desse nível que você estava contando, Tom Riddle? Meu avô foi um grande imbecil em acreditar em você...

O vortex começou a sugar tudo: o diamante, o diário, o altar... Tudo!

– Começou! – disse Andraas, assustado e sorridente. – Acabou para vocês, seus tolos!

– Vocês vão morrer junto conosco, trouxa! – disse Ananova.

– Eu não tenho medo de morrer! – disse Luccas.

Aos poucos, os bruxos que tinham sido nocauteados por Andraas e Luccas foram tragados pelo vortex. O bruxo morto caiu dentro do vortex. Ananova se agarrava a Pitr.

– Luccas! – disse Andraas, firmando o corpo o máximo que podia e resistindo à força poderosa do vortex, ao mesmo tempo em que tentava arrancar uma Pedra da Lua do chão.

– O que? – disse Luccas, em situação igualmente desesperadora.

– Existe uma forma de impedir que todos morramos nessa loucura! – gritou Andraas, conforme tudo era sugado para o vortex, o barulho alucinante, como se um tufão dos desertos terríveis de Io estivesse passando por ali naquele momento. – Precisamos arrancar todas as Pedras e jogá-las de uma vez no vortex. Existe uma boa chance de morrermos com a explosão resultante, mas não iremos fazer Vênus sumir do mapa!

– OK! – gritou Luccas, correndo para outra Pedra, enquanto Andraas arrancava sua Pedra.

– Não! – disse Ananova – Não vamos deixar vocês nos impedirem de trazer de volta nosso Mestre! Crucio!

Ananova não podia saber, mas o vortex também sugava a energia mágica: sua varinha ligou-se ao vortex, e seu Crucio atingiu Tom Riddle, que desapareceu no meio do vortex:

– NÃO! NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO! – disse Ananova, revoltada. Tentou romper a ligação, mas era tarde demais: o vortex estava tentando tragar, consumir, a varinha de Ananova que olhava horrorizada o que criara. Rapidamente Ananova não tinha mais o que fazer, pois sua varinha foi sugada aos pedacinhos para dentro do vortex.

Enquanto isso, Luccas e Andraas arrancaram, a muito custo, as Pedras da Lua dos pontos marcados e, com igual esforço para andarem de contra às poderosas forças envolvidas, se posicionaram diante do vortex, que tinha crescido tanto que ameaçava engolir o prédio inteiro de uma vez:

– Agora, Luccas! – disse Andraas.

Luccas não precisou de mais nada, apenas observou o sorriso de Mao, como se agradecesse pelo que Luccas estava fazendo. Luccas arremessou com Andraas as Pedras da Lua no Portal...

... e tudo fez-se Luz!