Capítulo 15: A taverna abandonada
Os sons de tiros ecoaram não muito longe de onde eles estavam. Sirius levou o discreto binóculo aos olhos, observando a batalha que era travada alguns metros atrás deles.
- Em vez de deixarem a taverna, os covardes estão atirando das janelas. Nossos rapazes estão improvisando uma trincheira.
James bufou, enquanto forçava um pequeno trinco enferrujado.
- Wenticht teve sua surpresa, mas gostaria de saber quantos terão que perecer essa noite para pagar essa brincadeira. – o moreno suspirou, tirando a pistola do bolso – Vocês dois, para trás.
Lyn e Harry estreitaram os olhos.
- Pai, se atirar aqui, certamente vai chamar a atenção de quem está dentro da taverna e...
Um som seco seguiu-se à tentativa de argumentação de Harry. James acabara de dar uma coronhada com o cabo da pistola do trinco, fazendo-o ranger e cair no chão, abrindo a porta.
- Nós não somos os iniciantes por aqui, meu caro. – James sorriu, empurrando um pouco mais a porta para que pudessem olhar lá dentro.
Estava tudo às escuras. Havia pouquíssimos móveis, todos cobertos por lençóis brancos, como grandes fantasmas de tempos há muito passados. James ergueu a pistola, deixando-a em posição, enquanto penetrava nas sombras do lugar que um dia fora seu lar.
Lyn e Harry seguiram logo atrás, com Sirius na retaguarda, todos completamente alertas. Não sabiam o que lhes esperava lá dentro, mas tinham que ser rápidos. Seus inimigos já sabiam de sua presença, embora não conhecessem ainda o fato de que já estavam dentro da taverna e não junto com os outros valetes, na barricada do lado de fora.
James, à frente, perguntava-se onde Wenticht poderia ter escondido Lily e Susan. Se conseguisse libertá-las antes de encontrar-se com o ex-tenente... Klaus poderia usá-las como reféns e ele não tinha certeza até que ponto Klaus queria chegar com aquilo. Temia pela vida da esposa. Se alguma coisa acontecesse a ela...
Os sons de tiros ainda vinham do lado de fora. Não demoraria muito para que alguma patrulha da polícia aparecesse para descobrir o que estava acontecendo. Isso já estava nos planos deles. Tinham usado um dos contatos na Scotland Yard para fazer com que todos que estivessem ali, do lado de fora, fossem presos e colocados em uma mesma cela. Na noite seguinte, os prisioneiros fugiriam inexplicavelmente, deixando para trás os corpos dos rivais. E os jornais comentariam sobre a terrível guerra de gangues que assolava os bairros mais pobres da cidade.
Sirius olhou para cima. A taverna tinha dois andares além de um grande depósito subterrâneo, o que significava muitos esconderijos para quem estavam procurando. Aquilo dificultava ainda mais seu trabalho. Por alguns instantes, ele encarou a pequena varanda que se sobrepunha ao balcão das bebidas. Aquilo lhe lembrava histórias de velho oeste, os sallons cheios de prostitutas e de pistoleiros armados até os dentes jogando pôquer.
Lyn virou-se para o pai ao ouvi-lo engatilhar a arma. Logo James e Harry também observavam Sirius, um tanto surpresos.
- O que pensa que está fazendo? – James perguntou em voz baixa, aproximando-se.
Sirius estreitou os olhos, ainda com a cabeça voltada para cima. Tivera a impressão de ter visto um par de olhos brilhantes observando-os em meio à escuridão.
- Há alguém ali. – ele apontou com o cano do revólver.
James seguiu o olhar do amigo, sentindo-se ansioso. Mas não viu nada que pudesse lhe chamar a atenção.
- Deve ter sido uma ratazana. – ele respondeu após um exame minucioso – Vamos continuar.
Os outros assentiram, seguindo James. Fosse o que fosse que Sirius tivesse visto, não estava mais lá.
Peter seguiu com os olhos os quatro vultos movendo-se silenciosamente na escuridão. Sorriu, sentindo um certo triunfo antecipado. Logo poderia pagar na mesma moeda o que lhe tinham feito há muito tempo atrás, numa noite como aquela, a mesma noite em que Tom Riddle morrera.
James e Sirius o tinham subestimado. Como todos, aliás. Nem mesmo Klaus acreditara quando ele avisara que aquele tiroteio na frente da taverna era apenas uma encenação. Ele não conseguiria entender que, ao final das contas, James fora um discípulo de Riddle. Como Peter tinha sido.
Maldito nazista... Ele teria o que merecia na devida hora. Na posição em que Peter se encontrava agora, ele era dono do próprio destino. Para a lei, ele não existia. Era um proscrito da terra dos vivos. Seria então um arauto da mansão dos mortos. Podia fazer tudo o que quisesse.
Aquela taverna era o campo de batalha perfeito para isso. Só havia uma pessoa que a conhecia melhor que ele mesmo. E esse alguém era James. Mas James logo estaria morto. Assim como Sirius e seus imprudentes herdeiros. Quanto a Lily e Susan... Era culpa delas seus dois amigos terem traído os Valetes primeiro. Deixaria que Klaus agisse com elas como bem quisesse.
Um rangido na madeira do piso fez com que ele se levantasse de seu esconderijo e começasse a descer o pequeno alçapão que levava aos subterrâneos. Eles estavam bem perto... Perto de sua bela ratoeira.
James ouviu a madeira rangir alta e congelou. Estavam numa área arriscada... O chão ali era totalmente feito de madeira e, da última vez em que estivera na taverna, havia algumas tábuas soltas, outras podres e cheias de cupim...
Deveriam ter feito outro caminho. Aquele era o mais curto, mas era também o mais perigoso. Um passo em falso e tudo aquilo poderia vir abaixo. Chamando a atenção de quem não deveria chamar... E, talvez, até mesmo matando-os.
Virou-se para avisar aquilo aos outros, mas, nesse instante, ouviu o som de madeira sendo arrastada e, pouco depois, um enorme estrondo. Por instinto de sobrevivência, pulou para frente no exato instante em que o chão lhe faltava sob os pés. Uma nuvem de fumaça subiu, sufocando-o.
Por alguns instantes, só o que ouviu foram as batidas aceleradas do próprio coração. Aos poucos, a poeira começou a baixar e alguém tossiu próximo a ele.
- Harry? – ele chamou com a voz preocupada.
Sentiu uma mão pousar sobre seu ombro e, em seguida, olhos muito azuis encararem-no, assustado.
- James? – Sirius perguntou, ainda tossindo um pouco – Onde estão Lyncis e Harry?
Os dois voltaram-se quase ao mesmo tempo para o enorme rombo no assoalho. Parecia um buraco negro, pronto para engolir qualquer desavisado. Ou, pior ainda, para desaparecer com seus filhos.
James engatinhou cuidadosamente até a beirada do buraco, tentando divisar alguma coisa nas sombras. Ouviu o som de vozes abafadas e suspirou ao reconhecê-las. Os dois estavam vivos.
- Harry! – ele gritou, sem se importar em ser escutado ou não. Àquelas alturas, não era segredo para ninguém a presença deles ali.
- Pai! – a voz de Harry veio abafada, um tanto insegura – Onde o senhor está?
- Estamos aqui em cima. Está tudo bem com vocês?
Harry voltou-se para Lyn, que ainda estava sentada no chão, segurando o pulso com força.
- Diga que estamos bem. – ela sussurrou – Que nos viramos. Mande-os procurarem nossas mães. Nós vamos ficar bem.
Ele assentiu antes de lembrar-se que ela não podia enxergá-lo com aquela escuridão. Erguendo a cabeça, ele colocou as mãos em concha junto à boca.
- Estamos bem. Continuem as buscas, nós nos viramos aqui!
James e Sirius se encararam e Sirius balançou a cabeça, quase imperceptivelmente.
- Saiam da taverna. – James pediu – Nós vamos encontrá-los quando tudo estiver terminado.
Lyn fez uma careta, levantando-se com cuidado, sentindo os escombros estalarem sob seus pés. Harry aproximou-se dela, envolvendo-a pela cintura com uma mão, ainda tentando enxergar alguma coisa acima deles.
- Como está seu pulso? – ele perguntou em voz baixa.
- Ele vai ficar bem. – ela respondeu – Só dei um jeito nele. Por sorte é a mão esquerda. Ainda posso atirar, se for necessário.
Nesse momento, Harry lembrou-se da pequena lanterna que sempre carregava consigo e soltou a moça, começando a apalpar os bolsos da capa até encontrá-la. A luz azulada iluminou o rosto dos dois, ambos muito pálidos e cobertos de poeira.
- Temos que ir. – ele murmurou de volta, observando o lugar ao redor deles – Temos que encontrar uma subida e sair daqui.
Uma risada fria ecoou, vinda do nada. Harry sentiu-se congelar, enquanto Lyn aproximava-se dele, tentando controlar as próprias batidas do coração. De repente, luzes fortes se acenderam, iluminando todo o corredor onde eles se encontravam, deixando-os cegos por alguns instantes.
Quando Harry voltou a se acostumar com a claridade, descobriu estar em um corredor cujas paredes eram cobertas de espadas antigas. Já ouvira o pai falar sobre aquela pequena coleção, que tinha pertencido a Tom Riddle. Nunca pensara, entretanto, que as veria. James sempre dissera que ela tinha se perdido, especialmente quando Sirius começava a reclamar que gostaria de colocá-las junto a sua própria coleção como herança de seus tempos irresponsáveis.
Um homem estava em pé, junto à única porta do corredor. O corpo flácido estava coberto por uma capa de veludo, extremamente extravagante. Os olhos claros brilhavam com um certo ar de maldade, que combinava perfeitamente com o sorriso falso que ele tinha nos lábios.
- Creio que não fomos ainda apresentados. Uma pena, visto que eu e seus pais fomos muito amigos no passado. – ele observou, com a voz melíflua, num tom claramente irônico – Infelizmente, quando vocês nasceram, eu estava muito longe... Mas, permitam-me fazer as introduções. Peter Pettigrew, ao seu dispor.
Harry estreitou os olhos, enquanto Lyn mordia os lábios de leve. Ele ergueu a pistola, que estivera o tempo todo em sua mão. Peter riu, meneando a cabeça.
- Ora, vamos... Somos cavalheiros, rapaz. Vamos resolver isso à forma dos cavalheiros. Em um duelo! Se conseguir vencer, a passagem para a liberdade fica... livre. – ele sorriu de maneira desdenhosa.
Peter desembainhou a espada, sorrindo enquanto encarava Harry, que acabara de largar sua pistola para puxar uma das espadas da coleção. Lyn respirou fundo, encostando-se à parede.
- Como você queira. – Harry respondeu, desembainhando sua espada – Será à sua maneira.
Eu gosto desse capítulo... Harry preparando-se para acabar com a raça de Peter... hehehe... Mas vamos aos agradecimentos... Paty Felton, Gaby-fdj-Black, LMP3, Thalita, Belle Lolly, Lisa Black, Bebely Black, Helena Black, Sarh-Lupin-Black, Bia Black (meu pai, quantos Black...), Moony Ju, Jully Andrews, ThatPotter, Cacaia e todos que estão lendo a fic!
Alguns esclarecimentos... O trailer ilustradode Nome do Jogo não está mais disponível. Ao final das contas, estamos na reta final da história, deu problema no meu pc e eu o perdi... hohohoh... Infelizmente, não, eu não sei desenhar (não tenho talento enhum para tanto) e não há fanarts das fics da Silver.
Segundo... Peixes não sangram sangue vermelho... HUAHUAHUAHUA...
Terceiro... Harry e Lyn, Harry e Ginny, Lyn e Draco... Quem vai ficar com quem no final? Nem eu sei! HUAHUAHUAHUAHA...
Quarto... Sim, Mylla sempre é culpada de tudo! Ela é a culpada por eu demorar a escrever, a culpada por eu escrever, a culpada por... ELA MATOU O SIRIUS! HUAHUAHUAHUAHUAHUA...
Quinto... A demonstração da Lyn com armas (dançando) já ocorreu, na cena em que ela faz o Draquinho falar... hehehe... Mas no próximo capítulo (é no próximo? nem me lembro mais...) tem mais dela...
Sexto... Hum... Estou sem tempo ultimamente, pessoal... Não dá para avisar cada um que tem atualização... Já mal dá tempo para escrever! Culpem os professores... e a MYLLA!
Sétimo... Tem sétimo? Nem lembro... Vocês perguntam muito, não? Mas eu adoro responder as dúvidas de vocês! Então escrevam para mim! Sim, sim, escrevam, escrevam, escrevam!
Oitavo... Nem demorei muito... HUAHUAHUAHUA... Quando virá o próximo?
Nono... Alguém já percebeu que eu estou enrolando hoje? Surtei, para variar... Mas daqui a pouco meu irmãozinho vai me levar para passear de carro! HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA... E vai me levar para lanchar também! Adoro isso...
Décimo... TIREI DEZ EM PENAL! VIVA! Será que ainda vou ter que freqüentar a terapia?
Ok, agora que eu já surtei por aqui, tenho realmente que ir... Beijos, pessoas!
Silverghost.
p.s.: sexta-feira tem Nárnia!
