Capítulo 18: Um tiro no escuro


Sirius afastou-se da cratera no chão com certa relutância. Não queria deixar Lyncis sozinha, não queria arriscar a filha como arriscara a esposa. James o segurou pelo ombro, com um meio sorriso.

- Eles estarão bem. Precisamos continuar.

O outro assentiu, engatilhando mais uma vez a pistola, ato seguido por James. Os dois se esgueiraram pelas sombras, mas pararam ao ouvir o som de espadas retinindo. Foi a vez de James sentir-se tentado a voltar, mas, da mesma maneira que o amigo fizera com ele, Sirius colocou uma mão sobre seu ombro, meneando a cabeça silenciosamente.

Os dois subiram as escadarias, ouvindo lá fora sirenes de carros de polícia e uma grande confusão. Mais tiros soaram antes de cair um completo silêncio sobre a taverna abandonada. Com passos leves, quase felinos, eles chegaram afinal ao andar superior do prédio, onde, certamente encontrariam aquilo que procuravam.

James ia na frente e, com o cano da arma, empurrava as portas de madeira, que rangiam tristemente ao longo dos corredores escuros. Por sorte, o vento frio que soprava pelas janelas quebradas fazia quase todas as portas rangerem. O barulho que eles faziam não serviria para alertar seus inimigos de sua chegada.

Nesse instante, passos apressados ecoaram nas sombras pouco atrás deles. James puxou Sirius para dentro de uma das salas vazias, observando Pettigrew passar por eles com a face transtornada, sumindo no fim do corredor. Pouco depois, Lascelles apareceu no umbral, descendo as escadarias rapidamente. Assim que o motorista passou, pé ante pé, os dois valetes seguiram o caminho que Peter fizera, parando de chofre ao ouvir um tiro ressoar contra as paredes de madeira. E, no instante seguinte, a porta por onde Peter passara escancarar-se, revelando as silhuetas de Klaus Wenticht e Lúcio Malfoy.

Os quatro se encararam com certa surpresa, mas, em seguida, Wenticht e Malfoy sacaram suas armas, abrindo fogo contra os recém-chegados. James e Sirius protegeram-se junto de um pesado móvel de madeira, escapando por pouco dos tiros, ao mesmo tempo em que também miravam contra seus inimigos.

Enquanto isso, no andar de baixo, Harry e Lyncis corriam, orientados pelos sons de batalha quando a morena caiu de joelhos com um grito de dor. Harry virou-se para ela, percebendo imediatamente as vestes dela empapando-se de sangue.

- Lyn, o quê...

Ela o empurrou para o chão, caindo por cima dele. Harry sentiu uma bala zunir junto a sua orelha e, virando-se para frente, reconheceu Lascelles. O rapaz tinha descido as escadas silenciosamente para verificar a veracidade das palavras de Peter e, quando voltava pelo corredor, encontrou os dois jovens em seu caminho. Lascelles estava com uma pistola prateada, com um silenciador acoplado ao cano. Sem esperar, o moreno levantou-se, puxando Lyncis com ele na direção das escadas.

Mais dois tiros zuniram, extremamente próximos deles. Lyn mordia os lábios, tentando não se abater pela bala que queimava, alojada em sua coxa. Do lado de fora, o sol pálido começava a surgir no horizonte, iluminando aos poucos as velhas paredes da taverna. No fim do corredor, Harry percebeu o pai e Sirius brigando com dois homens que ele não conhecia.

Por cerca de quinze minutos, Klaus e James tinham trocado tiros, descarregando suas pistolas até não lhes sobrar nenhuma bala. A mesma coisa acontecera entre Sirius e Lúcio e agora os dois pares batiam-se em duelo de espadas. Lascelles largou sua pistola no chão, desembainhando uma espada também, ao que Harry empurrou a amiga de leve contra uma parede, começando a lutar contra o motorista que seqüestrara sua mãe.

James e Klaus estavam quase em pé de igualdade. As espadas retiniam, escarniçadas, e eles respiravam pesadamente, sem desviar os olhos do outro por um instante sequer. Finalmente, por breves instantes, o loiro abaixou a guarda, permitindo que James não apenas avançasse com a espada como também desferisse um soco contra o rosto do ex-tenente nazista.

- Onde elas estão? - James perguntou, enquanto Klaus se esquivava de mais um soco - Onde estão Lily e Susan?

O outro sorriu maliciosamente, estreitando os olhos. Mesmo que não quisesse admiti-lo, James lhe era superior em um embate corpo a corpo. Era hora, então, de irritar o valete. Se conseguisse fazê-lo se desesperar, se conseguisse fazê-lo perder a cabeça... A batalha então estaria ganha.

- Eu a possuí antes de matá-la, Potter. - Klaus sussurrou, o sorriso afetado, os olhos azuis brilhantes de ódio - Ela foi minha pouco antes de ter o adorável pescoço quebrado pelas minhas próprias mãos.

James sentiu o coração despencar ao ouvir essas palavras. Lily... Sua Lily... Morta... Ele não podia, não queria imaginar... As palavras tiveram o efeito exato que o loiro pretendia. A fúria brilhou nos olhos de avelã de James, enquanto Klaus continuava a provocá-lo.

- Ela está morta, Potter! Morta, e você não pode fazer absolutamente nada para me impedir!

Entretanto, o plano de Klaus não funcionou da maneira exata que ele pretendia. Em vez de seus golpes de James tornarem-se mais incertos, dominados pela raiva, eles foram se tornando cada vez mais precisos. E, enquanto James adquiria cada vez mais vantagem, dominado pelo ódio e pelo desejo quase inconsciente de vingança, Sirius era derrubado por Lúcio com um tiro no pé, de uma segunda arma que o loiro mantivera, até o momento, escondida nas costas.

- Seu maldito! - Sirius berrou, afastando-se rapidamente de um segundo tiro - Está jogando sujo de novo, Malfoy!

- Eu não sou você, Black. - Lúcio sorriu, engatilhando a arma mais uma vez - Isso não é um embate de cavalheiros. Não há regras aqui.

Antes que Sirius pudesse fazer alguma coisa, Lúcio afastou-se dele, fazendo mira em Harry, que estava a ponto de acabar com Lascelles. Lyn apertou os olhos com força, a cabeça girando com a dor. Entretanto, antes que qualquer outra pessoa, ela percebeu o objetivo do pai de Draco. Respirando fundo, ela tentou se levantar. Precisava impedi-lo, precisava...

- HARRY!

Lyn se precipitou sobre o amigo, empurrando-o para o chão, soltando um grito abafado ao sentir novamente uma dor lancinante um pouco abaixo do peito. Caindo de joelhos, ela pressionou com a mão o lugar onde a bala lhe acertara.

Os sons se confundiam dentro de sua cabeça quando ela abaixou os olhos. Afastando a mão do ferimento, ela viu o sangue empapando-lhe a roupa. Respirou fundo, sentindo uma dor insana ao fazê-lo. Aos poucos, sua visão escureceu.

Lyncis Black mergulhou então na mais profunda e completa inconsciência.


Eu matei a Lyn? O.o Era desse final que eu estava falando? Agora o Harry pode ficar com a Ginny sem nenhum obstáculo. E o Draco fica sozinho. Agradei a gregos e troianos. Ou não agradei a ninguém.

- risadas sádicas de uma escritora maníaca assassina –

O próximo é o último capítulo. Chamar-se-á "Estrela cadente". O que será que acontece nele? Bem, pelo nome, eu arriscaria dizer que é sobre a queda de uma estrela. Ou sobre o enterro de uma estrela. HUAHUAHUAHUAHUAHUA...

Sim, sim, eu sei que estou sendo fantasticamente perversa neste capítulo e nestas n/as... Mas está sendo preciso. Eu também não acredito no que estou fazendo e estou tentando rir para não voltar atrás e apagar todo o capítulo e recomeçá-lo sob melhores auspícios... Ou talvez eu ainda tenha uma ou duas cartas na manga...

Entretanto, os fatos desse capítulo foram necessários para o desenlace da história. Vocês vão entender no próximo... Vão compreender o que levou a Silver a matar uma de suas personagens mais queridas. Afinal, eu matei a Su em Hades. Preciso matar alguém de quilate igual ou superior em NdJ. A sorteada foi a Lyn...

Eu estava planejando tudo isso desde o início, mas confesso que foi difícil. Vocês viram um trecho dessa cena em um dos trailers. Sim, ela já estava pronta na minha cabecinha doente há muito tempo. Assim como o último capítulo, que já está pronto e vem semana que vem.

Depois dessa, creio eu que vou receber muitas ameaças de morte. Mas, o que fazer, não? – mais risadas sádicas – Vocês me entendem, não?

Ok, eu vou indo. Antes que alguém tente explodir minha cabeça através da força do pensamento. Esperem até semana que vem, talvez tenhamos ainda algumas surpresas.

Beijos a todos que estão desesperados com o que acabei de fazer. Agradecimentos especiais a Flávia Fernandes, Gaby-fdj-black, BelleLolly, Eowin Symbelmine, Helena Black, Carol Previtalli, Washed Soul, Bia Black, Luci E. Potter, Lele Potter Black, Nany Potter, Andy Black, Lisa Black, Dre, Natalia Lima, Bruna Martins, Thalita, Ana, Mirtes e para os que estão rindo sadicamente comigo.

Devo dizer que o número de reviews do último capítulo bateu recordes. Estou espantada. Será que esse capítulo consegue bater o recorde dele? Vejamos, vejamos... Escrevam para mim que eu escrevo pra vocês, não se esqueçam. Trata-se, por sinal, de uma troca bastante justa. Aliás, há outro recado feliz para vocês...

Cliquem lá em cima no link Silverghost para entrar no meu profile e divertir-se com alguns presentinhos que deixei para vocês. Além de capaz, dolls e histórias originais, de agora em diante eu vou postar sempre por lá, como um diário de escrita. Vocês vão saber pelo profile quando estréia fic nova, quando tem capítulo novo, se estou ou não acabando de escrever, etc, etc, etc... Além de poderem enviar mensagens diretamente para mim graças a mais um dos maravilhosos recursos do FF. Infelizmente, só pessoas cadastradas podem escrever, mas já é alguma coisa, não?

Beijinhos, turma! E até terça-feira com o último (sim, ja é o último) capítulo de O Nome do Jogo!

Silverghost.