Capítulo 19: Estrela cadente


James fechou cuidadosamente a porta da enfermaria atrás de si. O quarto estava silencioso e as cortinas ao redor da cama, fechadas. Lily certamente ainda estava dormindo, sedada, como lhe explicara o doutor Derwent.

Com cuidado, ele se aproximou, sentindo o coração bater descompassado. Lily estava viva. Sua Lily... Apesar de tudo o que acontecera, ela estava bem. Assim como Susan. Ele suspirou, afastando as cortinas de leve. Entretanto, ainda havia Lyncis...

Para sua surpresa, no entanto, quando abriu o dossel, encontrou a cama vazia. No mesmo instante, um par de mãos macias cobriu seus olhos e ele sentiu um peso conhecido sobre seu ombro.

- Adivinha quem é? - ela perguntou com a voz quase num sussurro, bem próxima ao ouvido dele.

James sentiu todo o corpo se arrepiar quando ela se encostou às costas dele.

- Hum... Você pode me dar uma pista? - ele perguntou, sorrindo - Faz muito tempo que eu não ouço essa voz...

- Já esqueceu de mim, querido? - ela perguntou, afastando-se.

O moreno se virou, encarando os olhos brilhantes de Lily, que respondeu com um sorriso fraco.

- Eu jamais esqueceria de você. - ele confessou, aproximando-se.

Ela deu um passo para trás, deixando o rosto sério.

- Tiersen tinha me dito que vocês estavam na taverna. Estão todos bem?

Arrepiando os cabelos de leve, ele sentou-se na cadeira próxima a cama, encarando-a com certa tristeza.

- Sirius levou um tiro no pé, mas já está devidamente medicado. Harry levou alguns arranhões, nada muito preocupante. - ele apressou-se a acrescentar ao ver os olhos dela se estreitarem -Wenticht e Malfoy estão mortos, Lascelles foi preso. Mas Hestia está morta. Quando chegamos ao hospital, encontramos os amigos de Harry e eles nos contaram o que aconteceu. Remus está trancado numa das salas de cirurgia com ela.

Lily mordeu os lábios, aproximando-se dele, os olhos marejados.

- E Lyncis, James? Eles disseram que ela também tinha ido com vocês... O que aconteceu com ela?

Ele abaixou os olhos ao lembrar-se do grito do amigo quando a filha caíra desacordada no chão. Nunca vira Sirius tão furioso. Malfoy não tivera tempo sequer de prever o golpe que quebrara seu pescoço. Mas o pior fora chegar ao hospital e encarar Susan logo na entrada, pálida como a morte ao ver Lyncis se esvaindo em sangue. Embora os olhos negros denunciassem toda a dor que ela sentia, Susan não se deixara abalar e seguira com a jovem para a sala de cirurgia.

E, enquanto Lyn era operada, uma das enfermeira lhe trazia um recado do diretor do hospital, avisando que Lily estava na enfermaria ao lado do escritório dele e que, embora muito fraca, estava bem. Ele não pode se impedir de sentir-se extremamente feliz, apesar de todas as circunstâncias. Mas ele teria preferido não ter que dizer aquilo para ela. Ela já estava sofrendo por causa de Hestia. Por que dizer que a filha de sua melhor amiga estava correndo risco de vida?

- James? - ela apertou o ombro dele, fazendo-o levantar os olhos para ela.

- Ela vai ficar bem. - ele forçou um sorriso - Na idade deles, eu já tinha enfrentado coisa pior.

- Como, por exemplo... - ela questionou, arqueando a sobrancelha e cruzando os braços.

- Você, por exemplo. - ele respondeu, puxando-a de modo a fazer com que ela caísse sentada em seu colo.

Lily sorriu inocentemente.

- Eu não sou tão má... - ela murmurou, encarando-o.

James roçou os lábios dela com os seus.

- Não, nem um pouco...

Ela sentiu ele estreitá-la pela cintura com carinho. Entretanto, Lily podia sentir, havia alguma coisa que ele estava escondendo dela. Ela afastou-se dele, fixando as orbes esmeraldas nos olhos dele.

- Agora, fale a verdade. O que aconteceu na taverna?

- Você deveria estar descansando. - ele tentou desconversar, desviando os olhos novamente.

A ruiva segurou-o pelo queixo, forçando-o a olhar para ele.

- A verdade, James.Ele respirou fundo.

- Muito bem. Como queira então.


Sirius sentiu as mãos delicadas dela tocarem os curativos em seu pé, deslizando por sua perna à medida em que ela se aproximava dele. Susan lhe deu um sorriso cansado, sentando-se na beirada da maca.

- Como ela está? - ele perguntou, rouco, observando-a com ansiedade.

Susan ajeitou os travesseiros às costas dele, de modo a não encará-lo. Ele, entretanto, segurou-a firmemente pelos pulsos, respirando fundo ao perceber que os olhos dela estavam lacrimejando.

- Su... - ele chamou em voz baixa, como se estivesse perdido.

Ela mordeu os lábios, engolindo um soluço ao mesmo tempo em que se jogava nos braços do marido. Sirius a abraçou apertado, tentando passar algum conforto para ela ao mesmo tempo em que achava algum conforto para si.

- O tiro atingiu o pulmão. - ela respondeu com a voz entrecortada - Conseguiram extrair a bala, mas ela continua inconsciente. Eles disseram que há uma chance se ela reagir bem aos antibióticos. O Doutor Derwent pediu permissão para usar uma combinação particularmente forte com ela, visto que é uma substância nova e ainda não foi devidamente testada... Se não houver nenhuma infecção, talvez haja uma chance e...

- É o suficiente, Su. - ele a interrompeu baixinho, acariciando os cabelos negros dela ao mesmo tempo em que a beijava de leve na fronte - Não precisa dizer mais nada. Só fica aqui comigo, certo? Vai dar tudo certo.

Ela assentiu e ele a trouxe mais para perto, sem deixar de abraçá-la.

- Órion já sabe de alguma coisa? - ele perguntou, após alguns instantes de silêncio.

- Harry encarregou-se de conversar com ele. Ele queria ficar aqui, mas James mandou-o para casa com os amigos.

Sirius assentiu, fechando os olhos. Ele só esperava que tudo aquilo terminasse o mais breve possível. E que terminasse bem. Para todos.


Draco estava sentado à mesa de jantar junto com Órion. Depois que Lyncis tinha partido com os outros, o garoto o libertara e se pusera a conversar com ele, divertindo-se imensamente ao descobrir que ambos eram primos. Os dois tinham passado quase toda a noite ali, esperando notícias, e o loiro surpreendera-se ao perceber o quão agradável e parecido o menino era com a irmã. Nunca tivera paciência para perder seu tempo com crianças. Entretanto, Órion tinha conquistado em menos de duas horas seu respeito e lealdade.

O dia amanhecera nublado, e as ruas de Londres estavam agora cobertas de neve. Era véspera de Natal.

- Você acha que eles ainda vão demorar muito? - Órion perguntou, esfregando os olhos.

Antes que ele pudesse responder, os dois ouviram o som de um carro brecando violentamente junto ao portão. Órion foi o primeiro a se levantar, correndo para a porta ao mesmo tempo em que Irma aparecia no corredor. Draco levantou-se, encarando a porta com curiosidade no exato instante em que três pessoas passavam por ela.

Hermione foi a primeira a vê-lo e arregalou os olhos, dando um passo para trás. Ron a segurou antes que ela fosse ao chão ao mesmo tempo em que Harry se voltava para ele. Os olhos verdes do rapaz brilharam com fúria e, antes mesmo que qualquer um dos presentes pudesse falar alguma coisa, o moreno avançou para cima de Draco, que desviou-se por muito pouco do soco que Harry pretendia lhe dar.

- Desgraçado, o que está fazendo aqui? Veio terminar o maldito serviço do seu pai! - Harry gritou, avançando novamente para cima dele.

- Harry, não! - Órion o segurou pelo pulso, enquanto Draco permanecia impassível, embora sentisse agora uma leve preocupação ao ouvir as palavras do outro rapaz - Foi Lyn quem o trouxe para cá!

Hermione abafou um soluço ao ouvir o nome da amiga, escondendo o rosto junto ao peito de Ron. Harry fechou o punho com força, voltando-se para o garoto.

- Por que Lyn traria esse idiota para cá?

- Porque eu era o único que sabia onde suas mães estavam. - Draco respondeu, com os olhos brilhando de ódio - E o único que estava disposto a ajudá-la.

Harry estreitou os olhos, enquanto Órion punha-se entre os dois rapazes.

- Por favor, parem com isso... Harry, onde estão os outros? Onde estão meus pais e Lyncis?

Soltando os punhos, Harry encarou o pequeno com tristeza.

- Tia Susan está bem... E Sirius levou um tiro no pé, mas nada muito preocupante.

- E Lyncis? - foi Draco quem perguntou, encarando-o dessa vez sem esconder a preocupação.

- Seu pai tentou me matar. - Harry respondeu, entre dentes - Ela entrou no meio e... - a voz dele falhou.

Órion segurou o rapaz pelas mãos, encarando-o com os olhos brilhantes.

- Minha irmã está morta, Harry? - ele perguntou com a voz quase num murmúrio.

Harry meneou a cabeça.

- Ela foi operada durante a madrugada. Ninguém sabe como vai reagir aos remédios... Por hora, Lyncis está em coma. E os médicos não têm certeza se ela vai sobreviver ou não.

Órion deu um passo para trás, dando as costas a todos e correndo escada acima. Draco abaixou a cabeça por alguns instantes, tentando refletir sobre tudo o que acontecera.

- Seu pai está morto. - a voz de Harry voltou a arrancá-lo de seus pensamentos - Sirius o matou.

- Nada mais justo. - Draco respondeu, encarando-o novamente antes de passar por ele, em direção à saída - Até outro dia, Potter.

E, em seguida, desapareceu pela porta, deixando-os sozinhos com seus próprios fantasmas.


Remus fechou os olhos, sentindo Leda apertar sua mão de leve, enquanto Ariadne jogava uma última rosa sobre o túmulo da mãe. Era Natal. Era Natal e ele estava ali, em um cemitério. Era Natal e ele estava se despedindo. Era Natal e sua esposa acabara de ser enterrada.

- Pai? - Ariadne chamou com a voz doce.

Ele virou-se para ela, sorrindo de leve ao ver refletida na garota a imagem de Hestia.

- Nós temos que ir. - Leda ajuntou, apertando a mão dele novamente.

Uma garoa fina caía sobre eles. Sirius estava apoiado em um par de muletas, observando tristemente a lápide ao lado de Susan. James e Harry estavam lado a lado. Alguns detetives da Scotland Yard também tinham comparecido para prestar as últimas homenagens à amiga e colega.

- Sim, nós temos que ir. - ele assentiu, a voz triste.

As duas acercaram-se dele, forçando-o a se abaixar de leve e o abraçaram, uma de cada lado.

- Não se preocupe, papai. - Ariadne sorriu - Ela se transformou em um anjo agora.

- E vai estar sempre conosco. - Leda ajuntou.

Dessa vez, ele não pode se impedir de sorrir.

- Sim, meninas. Ela vai estar sempre conosco. - ele levantou-se, colocando o chapéu - Sempre.


Lily estava impaciente já. Fazia dois dias que estava presa naquela enfermaria, esperando que Derwent lhe desse alta. Tentara deixar o quarto para falar com Susan e Sirius, mas as enfermeiras a tinham impedido terminantemente de sair dali. De acordo com elas, ainda estava muito fraca e não podia sentir nenhuma emoção mais forte.

Pena que não tivessem pensado nisso quando deixaram James visitá-la. Como queriam que ela ficasse quieta ali sabendo que Hestia fora enterrada no dia anterior, que Lyncis estava em coma num quarto por ali perto, que Susan estava sofrendo, que... Raios! Aquilo era tortura!

- Lily? - a voz tranqüila de Derwent soou na porta e ela sentou-se na cama, observando o médico e amigo com um meio sorriso.

- Veio me dar alta, Dilys?

Ele sorriu, meneando a cabeça.

- Ainda não, Lily. Mas acredito que amanhã possamos providenciar isso. Na verdade, eu vim conversar com você. Seu marido avisou que viria hoje antes do jantar e eu tenho uma notícia para transmitir a vocês.

Lily estreitou os olhos. Ainda faltava mais alguma coisa? O que seria agora?

- Aconteceu alguma coisa, Dilys?

Ele abriu ainda mais o sorriso, assentindo, ao mesmo tempo que entregava alguns exames para que ela os visse.

- Dê uma olhada nisso. Agora eu preciso sair... Devo dizer que receber Sir Potter às vezes é um tanto complicado, visto que ele ainda reclama mais que você sobre sua alta...

Lily sorriu, ajeitando-se na cama e começando a ler os papéis que o médico lhe entregara. à medida que ia passando as páginas, um sorriso enorme aparecia em seus lábios.

Quando uma batida na porta avisou que ela tinha visitas, Lily rapidamente enfiou os papéis numa mesinha que tinha ao lado da cama e, com a face mais angelical e inocente que podia fazer, virou-se para ela.

- Pode entrar.

A face de James apareceu, sorrindo.

- Olá, querida.

Ela piscou os olhos, sorridente, enquanto ele se aproximava da cama.

- James. - ela o cumprimentou com a cabeça - Como estão todos?

O sorriso morreu na face dele quanto ele se sentava na beirada da cama.

- Remus já voltou ao trabalho. Ele está tentando se ocupar para não pensar em Hestia. E não sofrer, em conseqüência. Lyn continua inconsciente.

Ela assentiu, abraçando-o.

- James... Eu tenho uma coisa para te contar. - Lily começou, com um tom incerto.

Ele soltou-se dela com cuidado, observando-a, curioso. Ela só usava aquele tom quando estava muito nervosa. Ou quando tinha algo particularmente espinhoso para conversar com ele.

- O que houve, Lils?

Ela desviou os olhos para o colo, brincando com as mãos.

- Hum... Você se lembra daquela história de que trocar fraldas é o ápice da carreira de pai e não sei mais que besteiras você e o Sirius falaram?

Um sorriso maroto surgiu nos lábios dele, enquanto seu coração começava a bater vertiginosamente.

- Isso significa o que eu penso que significa?

- Se você já está se visualizando de avental, fazendo papinhas e trocando fraldas o dia inteiro, sim, isso significa exatamente o que você acha que significa.

O sorriso de James alargou-se ainda mais e ele puxou a esposa para seu colo, abraçando-a gentilmente enquanto acariciava a barriga dela.

- O que seria de mim sem você, ruivinha?

Ela apenas sorriu docemente em resposta antes de inclinar-se para os lábios dele.


Pé ante pé, ele entrou na sala em que tinham isolado Lyncis. O quarto estava na penumbra e, pela janela entreaberta, ele podia enxergar o céu escuro. Ela ocupava a única cama da enfermaria, rodeada por máquinas que piscavam e apitavam, analisando cada batimento do coração da morena.

Harry aproximou-se, observando o soro que alimentava sua amiga. Uma a uma, as gotas caíam, lenta e silenciosamente. Ele sentou-se na cadeira ao lado da cama, cadeira que Susan colocara ali para suas vigílias junto à filha. Àquela hora, ela estava com Sirius, que tentava forçá-la a comer alguma coisa, antes de voltar para o pé de Lyn.

Ele encarou a garota adormecida por alguns instantes, antes de aproximar-se e acariciar de leve a mão dela.

- Quando você vai acordar, Lyn? - ele perguntou em voz baixa - Sabe, eu não estou gostando muito dessa sua brincadeira de bancar a Bela Adormecida.

Deslizando a mão para debaixo da mão dela, ele a apertou de leve, aproximando-se ainda mais.

- Quem devia estar aqui era eu... Aquele tiro era para mim. Por que você tinha que ser tão teimosa? Por que tinha que entrar no meio?

Harry desviou o olhar para a janela e sorriu de leve. Uma estrela riscou o céu naquele momento e ele lembrou-se dos dois, crianças ainda, fazendo pedidos para estrelas cadentes.

- Já que você é a Bela Adormecida... Na falta de um príncipe, vai ter que se contentar comigo.

Fechando os olhos, ele se debruçou sobre a cama, selando os lábios de Lyn com os seus. Por alguns instantes, ele permaneceu naquela posição, sentindo a textura dos lábios dela sobre os seus. Foi com certa relutância que ele voltou a se separar dela, observando-a carinhosamente, enquanto passava as mãos pelos cabelos negros dela.

- Você não acordou... O que eu faço agora, Lyn?

Harry fechou os olhos novamente, encostando a testa à dela. Mas logo ajeitou-se novamente ao sentir a mão dela apertar a sua de leve.

- Lyn? Lyn, você está acordada? - ele chamou, com urgência na voz.

Ela não voltou a se mexer e ele perguntou-se por alguns instantes se tinha fantasiando aquilo, até que sentiu novamente a mão dela apertar a sua. Sem esperar por um segundo sinal, ele correu para a porta, assustando uma enfermeira ao abri-la de maneira febril.

- Chame o doutor Derwent. Agora!


Lyncis entreabriu os olhos, sentindo a cabeça rodar. Fazia uma semana desde que acordara pela primeira vez naquela enfermaria, e aquela tontura não passava. O médico dissera que era culpa dos medicamentos que ela estava tomando, que a deixavam sonolenta, meio tonta.

Ela sentou-se na cama, arquejando de leve. Descobrira que agora estava sempre perdendo o fôlego com muita facilidade. Não à toa, visto que a bala chegara a perfurar seu pulmão... Respirou fundo, sentindo o peito queimar.

- Você está bem?

Ela ergueu a cabeça, surpreendendo-se ao ver Draco Malfoy parado junto à porta, observando-a.

- O que está fazendo aqui? - ela sentou-se na cama, enquanto ele fechava a porta atrás de si.

Draco observou o volume que o curativo fazia sob a camisola. Lyn sentiu-se corar de leve ante o olhar cinzento do rapaz.

- Foi meu pai quem fez isso. – ele se aproximou, estendendo a ponta dos dedos sobre o local.

Ela sentiu a cicatriz arder e se retraiu, encarando-o em seguida.

- E ele agora está morto. – ela observou em voz baixa.

- É justo. – ele respondeu com um sorriso triste – Uma velha raposa morre para que uma jovem dama possa viver.

- Malfoy...

- De qualquer forma, ele nunca foi um pai exemplar. – ele a interrompeu com a voz firme.

Lyn suspirou.

- O que vai fazer agora?

- Está preocupada comigo, prima? – ela perguntou com um sorriso quase maroto.

Lyn revirou os olhos, remexendo-se na cama.

- Não me provoque, Malfoy. Não me obrigue a ter que tomar providências quanto a você no estado em que me encontro.

Draco riu.

- Eu não me atreveria a tanto. Mas já que faz tanta questão de saber, eu vou passar uns tempos na França. Minha mãe quer rever tia Bella. E eu vou acompanhá-la até as coisas se acalmarem por aqui.

- Isso significa que finalmente vou me ver livre de você? – ela perguntou em um tom divertido.

- Mas não para sempre. – ele respondeu, sorrindo, enquanto observava um pesado relógio de bolso – Meu navio parte em duas horas, tenho que ir me apresentar ao cais. Creio então que seja a hora das despedidas.

Ele aproximou-se, depositando um beijo rápido sobre a mão pálida dela. Lyn observou-o endireitar-se e dar as costas a ela, seguindo para a porta.

- Draco!

Ele parou, voltando-se para ela. Lyn pulou para o chão com cuidado, caminhando na direção dele um tanto cambaleante. Ela parou bem diante do rapaz, respirando fundo antes de colocar-se na ponta dos pés para alcançar o rosto dele, selando os lábios de Draco com os seus.

O contato durou apenas alguns instantes e logo ela se afastou, sorrindo de leve.

- Boa viagem.

Ele sorriu em resposta.

- Até a volta.

Lyn assentiu e ele virou-se novamente para a porta, encontrando Harry em pé do lado de fora, esperando. Os dois trocaram um olhar pouco amistoso e o loiro se foi, deixando Harry entrar.

Ela voltou a caminhar para a cama, sentando-se nela com certa dificuldade. Harry aproximou-se, ajudando-a, e os dois se encararam por alguns instantes.

- Então, você me trocou pelo Malfoy? – ele observou, num tom meio divertido, meio irritado.

Ela sorriu, piscando o olho.

- Bem, eu não posso esperar sentada por vossa excelência a vida toda.

- E que tal deitada? – ele arqueou a sobrancelha, cruzando os braços – Já fez esforço suficiente por hoje, Lady Black.

- Às suas ordens, sir Potter. – ela respondeu, afofando o travesseiro e encostando-se nele, sentindo o fôlego estranhamente curto.

- Você está se sentindo bem? – ele perguntou, tirando uma mecha do rosto dela, colocando-a para trás da orelha.

- Só um pouco cansada. – ela confessou – Mas vou melhorar.

Ele sorriu e inclinou-se sobre ela, beijando-a de leve no alto da cabeça.

- Tia Susan está vindo. Enquanto ela chega, estou encarregado de ser seu guardião. Como tal, ordeno que você vá descansar agora.

- Como se você pudesse mandar em mim. – ela observou, escorregando para debaixo dos lençóis.

Harry observou ela fechar os olhos e, aos poucos, a respiração da morena tornou-se lenta e profunda. Ele acariciou de leve o rosto dela, sorrindo.

- Estou feliz por você ter voltado. – ele murmurou quase que para si.

Das profundezas do seu sono, Lyncis sorriu.


Vocês não têm noção de como eu me diverti com os comentários que recebi no capítulo passado. Aliás, como eu desconfiava, batemos todos os recordes! Fiquei realmente impressionada! HUAHUAHUAHUAHUA... Ameaças de morte (pessoas tentando me matar através da força do pensamento... isso deve explicar os estranhos formigamentos que senti durante a semana...), ofensas, juras de vingança, descabelamentos... Acho que uma das partes mais divertidas foi os comentários contra a Ginny... Até de samambaia ela foi chamada! Chegaram ao ponto de dizer que o Harry deveria ficar com o Draco, assim, não tinha problemas para a Lyn sobreviver!

Aliás, para quem me chamou de sádica, devo dizer que esse agora está se tornando um dos meus apelidos preferidos...

Bem, então,tecnicamente, esse é o fim. Estão vendo? Ela beijou os dois. Como legítima filha de Sirius, ela se aproveitou de todos os partidos disponíveis. HUAHUAHUAHUAHUAHUA...

Então, agradecimentos a Eowin Symblemine, gaby-fdj-black, Flávia Fernandes, Lisa Black, Sarah-Lupin-Black, Helena Black, Manami Evans, Thalita, ludpotter, Luci E. Potter, Dynha Black, Paula Dani, Bia Black, Natalia Lima, Washed Soul, BelleLolly, Julia, Paty Felton, Bruna Martins, Gabi C. Lupim, Gween Black, Gabriela Evans Potter, Andy Black, Mari-Buffy, Bebely Black, Carol Previtalli, Moony Jue todos os que sofreram com O Nome do Jogo...

Eu não sou assim tão perversa quanto vocês acham ao final das contas. Foi um final feliz. Tudo bem que o remus, como sempre, sofreu, mas... ele tem as gêmeas... E elas são tão FOFAS...

Ok, quinta vem o epílogo de NdJ, que é mais uma espécie de capítulo especial. O nascimento do novo Potter. HUAHUAHUAHUAHUA... Será menino ou menina?

Mas não pensem que se livraram de mim. Afinal, eu não disse quem ficou com Lyn (isso tá parecendo novela...). E eu disse que o final ia agradar a gregos e troianos. O que significa... Vocês já sabem o que significa, não? Por que perder tempo dizendo?

Mais informações quando eu voltar de viagem (estejam olhando o profile, não deixem de entrar no profile...).

Beijos,

Silverghost.