Capítulo Um

Draco Malfoy estava graciosamente esparramado na larga poltrona de camurça preta no escritório de seu pai. Ele encarava, casualmente, a taça de cristal, cheia de vinho tinto, que pendia de seus dedos e seus olhos prateados como mercúrio a encaravam negligentemente, antes que ele tomasse um pequeno e deliberado gole. "Alguma notícia?" Ele disse com voz arrastada. Lucius olhou a silhueta de seu filho, momentaneamente atordoado pelo quão belo seu único herdeiro era. Suas mechas loiro-platinadas haviam crescido rapidamente no último verão, e batiam em seus quadris, ele havia crescido mais algumas polegadas, deixando-o com 1, 75 metro, uma altura respeitável para alguém com o seu tipo físico. Ele tinha ossos delicados e uma graça flexível. Seus olhos não eram mais blocos de gelo, mas sim mercúrio líquido e quente, enquanto olhava para seu senhor.

"Não, nenhuma." Ele o informou após um breve momento. Ele sorriu com escárnio. "Deveria? Sua mãe nunca foi uma apreciadora minha na escola, isso não teria mudado em vinte anos de casamento, teria?"

"Claro que não, mas eu sei que você a respeita, apesar de eu nunca ter conseguido entender por que." Ele respondeu delicadamente. "Meu único desejo é que você seja feliz." Ele murmurou e seu olhar pousou no rosto belo e maduro de seu pai. "Você merece alguma felicidade." Lucius afastou seu olhar dele, erguendo-se graciosamente de sua cadeira de couro; ele andou para seu armário de bebidas, apanhou uma garrafa de scotch, e serviu para si mesmo um drinque forte. Apoiando o quadril em sua escrivaninha, ele olhou para seu filho de dezoito anos com orgulho paternal e afeição amorosa.

"Eu estou feliz; é tudo o que eu posso querer. Você é o que me faz continuar." Draco balançou a cabeça, seu cabelo longo caindo sobre seu rosto ao fazê-lo.

"Eu sou um de dois. O outro você tentou esquecer, mas como você poderia? Todas as vezes que você olha as minhas vestes escolares você pode ver o rosto dele. Papai," a respiração de Lucius deu um nó por causa da dor e da confusão naquele nome; o nome que Draco não usava desde que tinha seis anos. "Sev sente tanto a sua falta. Eu não entendo. Por quê vocês dois têm que se torturar tanto?"

"É o que nós fazemos."

"Tudo porque você cometeu o erro de se unir a Voldemort?" Draco zombou, "Isso é ridículo. E além do mais, nenhum de vocês tomou essa decisão, seu pai estava conduzindo-o para isso. Você consegue sentir que o fim está chegando. O reinado dele nunca começará. São todos sonhos que esse homem insano tem, você tem que perceber isso." Draco disse severamente.

"Eu percebo isso, droga! Não há saída! Severus e eu temos nossos papéis a representar nesse jogo de xadrez. Dumbledore está prestes a tomar a rainha, especialmente com Harry Potter a seu lado. O garoto tem mais poder do ele consegue perceber. É uma causa perdida, Draco, mas eu escolhi meu caminho."

"E Sev escolheu o dele, só que ele renunciou a ele e escolheu outro caminho." Draco ergueu-se regiamente de sua poltrona, "Você pode fazer o mesmo, eu sei que você pode."

"Dragão, por que você insiste tanto?" Lucius olhou para seu filho com olhos cansados. "Meu destino já está selado, eu tenho tentado aliviar a severa realidade disso. Eu me associei, secretamente, com Harry Potter, através de Sev, eu lhe dou as informações que você passa para seu padrinho, que conta para Dumbledore, que conta para Harry Potter. É tudo o que posso fazer. Eu sou o único contato que eles têm dentro de Círculo Íntimo de Voldemort e você sabe disso." Lucius andou por trás de sua escrivaninha e olhou para os jardins da casa que estava em sua família há séculos. "Se Dumbledore me denunciar, eu escaparei de Azkaban uma segunda e última vez. Depois disso, não haverá mais necessidade de fazer o que faço."

"Isso se Dumbledore concordar. O homem é manipulador como Salazar e duas vezes mais vil. Nós temos jogadores em ambos os lados do tabuleiro e ele ainda pode nos trair. A Sonserina nunca foi popular em Hogwarts, muito menos seus alunos. As coisas são assim e eu duvido que elas mudem algum dia... Mesmo se o que está programado para acontecer aconteça." Draco franziu o cenho e seu pai voltou-se para os papéis em sua escrivaninha relutantemente. "Você não consegue achar nenhuma alternativa?"

"Não."

"Então, isso acontecerá?"

"Sim." Draco tomou mais um gole de seu vinho e então beliscou a ponte de seu nariz em irritação. Seu cabelo caiu para a frente, por sobre seus ombros, e suas orelhas pontudas apareceram.

"Você tinha que ser um Elfo, não Pai?" Ele zombou, encarnado seu senhor. Lucius arqueou uma sobrancelha com o tom dele e Draco rolou os olhos e detalhou. "Você tinha que ser sangue puro e um Elfo puro, me fazendo ser um também, me fazendo uma profecia, me fazendo casar com Harry Potter no meu décimo oitavo aniversário, que é quatro dias antes do Natal, se posso acrescentar."

"Eu nunca disse que você tinha que casar com Potter." Ele disse inocentemente com voz arrastada enquanto apanhava os pedaços de papel antigo em sua escrivaninha. "Os Profetas da raça Élfica viram isso milhares de anos atrás."

"Bem, que se danem também." Draco murmurou, terminando sua taça de vinho antes de tocar a campainha para que um elfo doméstico lhe trouxesse mais.

"Eu acredito que esteja tudo pronto?"

"Até onde sei, sim. Dumbledore foi avisado, e eu tenho certeza de que ele avisou seu precioso Garoto de Ouro também. E se Potter sabe, então marque minhas palavras, o Weasel e a Granger também já sabem. Eles vivem atrás dele como uma matilha de cães de caça." Ele disse sarcasticamente enquanto as portas do escritório se abriam e um elfo doméstico corria para dentro, apanhava sua taça vazia da mesa, lhe estendia outra e se desvanecia com um estalo baixo. Seu pai riu.

"É mesmo?" Ele disse sabiamente. "Bem, então eu acho que sua mãe vai perder o evento social da temporada. Ora, quem imaginaria; o Príncipe da Sonserina se casando com o Garoto de Ouro."

"Muito engraçado." Draco disse amuado. "Não é você que tem que ficar por baixo dele." Lucius puxou o filho para um abraço e lhe beijou a testa.

"Você será um belo Consorte, Dragão. Belo, gracioso e régio. Você é um Malfoy, você sempre será um, é quem você é, de onde você vem, e você não conseguiria imaginar o quão orgulhoso eu estou de você, ou o quanto eu te amo. Eu dou as minhas bênçãos para essa união porque ela não apenas te dá meios de fugir de um futuro sombrio, mas também porque eu acredito que ele realmente é a sua outra metade, os Profetas nunca estão errados em alguma coisa, querido. Eles nunca o colocariam em um lugar onde você fosse ser infeliz."

Draco sentiu sua garganta se fechar, e seus olhos queimarem, seu pai não havia abraçado-o assim desde antes que ele pudesse se lembrar, era tão tranqüilizador ter o amor e a aprovação de seu pai nisso. "Você não tem idéia do que isso significa para mim, Pai." Ele disse, sorrindo gentilmente. Lucius também sorriu.

"É hora de ir para seu último ano em Hogwarts, seu malão já está pronto para partir. Você está?" Draco ficou totalmente ereto e correu uma mão por sobre suas vestes. Lucius sentiu uma pequena reunião de magia ocorrer e observou enquanto as vestes de seu filho se transformavam em suas vestes escolares.

"Eu estou pronto, como sempre estarei. Na próxima vez que eu lhe vir, eu estarei casado." Lucius sorriu largamente.

"Traga seu esposo para casa com você. Eu gostaria de encontrar Harry Potter mais uma vez." Ele deu uma piscadela; Draco amuou-se e desaparatou para a estação de trem. Lucius sentiu mais uma vez o frio deslizar para seus ossos, e o fardo que ele selara involuntariamente sobre si mesmo por duas décadas caiu novamente sobre seus ombros. Ele fitou os jardins novamente, seu rosto tomado por uma escuridão que não deveria estar ali. Ele não soube quanto tempo permaneceu ali, ou quando a presença no aposento mudou, mas ele soube, quando aquele corpo familiar apoiou-se em suas costas, que podia relaxar, apenas por mais alguns minutos. Ele respirou os aromas familiares de sândalo, veneno de dragão, e muitos outros, mas por baixo desses, estava o aroma inconfundível de seu amor.

"Eu acredito que você tenha recebido as notícias?" Ele disse gentilmente.

"Claro, querido, o velho tolo não teve escolha a não ser me contar, eu não iria deixar meu afilhado se casar com aquele grifinório sem valor sem meu conhecimento ou aprovação." A voz sombria e abafada enviou desejo por sua espinha enquanto ele se voltava e olhava dentro dos olhos de ônix de Severus Snape. Ele se virou nos braços dele.

"Eu senti sua falta." Ele respirou. "Eu te quero tanto."

"Eu sinto o mesmo." Severus murmurou enquanto afundava o rosto no pescoço pálido e elegante do segundo homem mais temido na Inglaterra bruxa.

"Draco diz que nós podemos ficar juntos."

"Ele diria, ele sabe o quanto nos machuca ficar separados."

"Voldemort o mataria, Sev."

"Ele te mataria também, assim que descobrisse que sou um espião." Os braços de Sev se apertaram ao redor dele e Lucius sentiu os olhos queimarem com lágrimas não derramadas.

"Seria covarde se eu dissesse que tenho medo do que pode acontecer nesse ano?"

"Não, eu diria que você tem todo o direito de estar com medo. Seu filho está prestes a se casar com o número um na lista dos alvos de Voldemort. Essa pessoa é provavelmente a sua outra metade, e ele irá carregar as crianças dele. E então você," a voz de Sev se encheu de dor, "você é o segundo em seu comando e pode morrer ou ser mandado para Azkaban, e nos deixar." Ele enterrou o rosto no cabelo de Lucius. "Deusa, deixe-nos sobreviver a isso." Ele murmurou enquanto brincava com as orelhas pontudas de Lucius. Em meio ao seu alvoroço emocional, ele devia ter deixado seu feitiço cair. Severus se afastou e acolheu a notável criatura. Lucius parecia uma versão mais velha de Draco, exceto por seu cabelo, que era mais longo, quase em seus pés, e quando o elegante elfo se movia, a música de sinos minúsculos que estavam entrelaçados em seu cabelo soava.

"A Deusa irá nos proteger a todos." Lucius murmurou enquanto olhava sua alma gêmea nos olhos. "Ela nos protegerá."

"Se você diz, é verdade. Assim será." Severus murmurou, ele fez uma reverência para Lucius e desapareceu. Lucius fechou os olhos e tomou uma respiração firme. Seu feitiço reapareceu ao seu redor e ele alisou rugas não existentes em seus trajes.

"E assim começa."

N/T

e aih, gostaram? espero q sim!

bem, de qq jeito, deixem reviews, please!

G.W.M