Capítulo Oito

Harry observou Draco dormir da porta de seu quarto. Fora uma noite ruim para ele. Acima de tudo, havia em sua mente o sangue, gritos e a risada escarninha de Voldemort enquanto ele e seus Comensais da Morte atacavam Hogsmeade naquela noite. Sua cicatriz pulsava insistentemente com a magia residual de seu pior inimigo. As pessoas do vilarejo não haviam tido aviso.

Fora um banho de sangue.

A bile subiu em sua garganta mais uma vez e ele correu para o banheiro antes de lançar o que ainda havia em seu estômago na privada. Uma faísca de medo e preocupação correu por ele enquanto ele sentia os dedos delicados e sedosos de seu Consorte correrem por seu cabelo, tentando confortá-lo. "Harry, o que está errado?"

"Voldemort... Ele atacou Hogsmeade." Ele disse baixinho. Ele ouviu Draco ofegar e o sonserino o ajudou a se erguer do chão. Draco afobou-se pelo aposento, tão elegante quanto um cisne, dando-lhe água e então uma escova de dentes com pasta.

"Eu vou pegar alguma coisa para acalmá-lo, por favor esteja na cama quando eu voltar." Ele disse educadamente, mas com um tom de aço por baixo da voz; era uma ordem. Harry sorriu gratamente e fez como lhe havia sido dito. Quando Draco voltou, ele estava sentado na cama. Draco sorriu e lhe estendeu um copo fumegante de alguma substância.

"O que é isso?"

"Apenas beba." Ele disse. Harry deu de ombros e bebeu. Seus olhos queimaram com lágrimas reprimidas.

"Merlin, o que é essa coisa?" Draco correu uma mão confortante por suas costas.

"Fire Whisky, vai ajudar em um minuto." Ele disse delicadamente. "Agora deite-se e me conte o que você viu." Harry se sentiu como uma criança; ele estava sendo mimado. Ele deitou-se contra seu parceiro de vida e lhe contou a destruição que vira através dos olhos de Voldemort. "O Pai estava lá?" Ele finalmente perguntou depois de um momento de silêncio.

"Não, ele não estava. Voldemort lhe disse para ficar na retaguarda. Os aurores apareceram pouco depois deles terem começado, tarde demais para salvar algumas vidas, mas ainda assim... Ele deve ter contado a Severus." Draco assentiu e afagou seu cabelo bagunçado.

"Você está bem?"

"Eu queria ter estado lá." Harry murmurou amargamente. A mão de Draco parou brevemente antes de continuar.

"Você teria estado em perigo."

"Estou acostumado."

"Mais vidas teriam sido perdidas; eles teriam feito qualquer coisa para te proteger." Harry engoliu com dificuldade.

"Eu sei."

"Mas você ainda acha que devia ter ido?"

"Sim."

"Por quê?"

"Porquê é meu destino matá-lo, e quanto antes eu o fizer, mais cedo o mundo estará livre dele."

"Se você se precipitar para isso, as conseqüências serão bem maiores do que se você pensar e planejar por mais tempo." Draco disse baixinho. "É melhor assim."

"É melhor assim!" Ele gritou. "Essas pessoas estão morrendo por minha causa! Cedrico morreu por minha causa! Sirius morreu por minha causa! Estou cansado de pessoas morrendo porque eu não estava ali ou por causa de um erro estúpido que eu fiz! Eu quero que o maldito bastardo suma! Morra e suma! E se eu sentar aqui e esperar, nada acontecerá!" Draco sentou-se e aceitou sua raiva; ele não tentou corrigi-lo, apenas escutou. "Dumbledore esconde coisas de mim, porque ele não me quer lá fora. Ele diz que é melhor e isso é besteira e você sabe disso. Eu estou cansado de ser escondido enquanto vejo através dos olhos daquele louco enquanto o mundo inteiro, que eu amo, é massacrado à minha frente. Eu não posso mais suportar isso, apenas não posso."

"Posso falar agora?" Draco perguntou delicadamente. Harry apenas o olhou e Draco começou gentilmente.

"Você não está pronto."

"O que você disse!"

"Você não está pronto, querido." Draco disse. "Você tem o coração muito transparente; você é fácil demais de ser lido. Voldemort sabe como você vai reagir, ele sabe o que te enraivece, o que você teme acima de tudo, e ele usa isso para te atrair. E quando você sai do esconderijo, como você diz, você está irracional, desesperado, e raivoso. Você não pensa." Ele disse descaradamente. "Você meramente age; como todos os malditos grifinórios. Eu vi algumas das suas memórias," ele admitiu, "eu sei que o chapéu seletor queria te pôr na Sonserina. O chapéu estava certo." Os olhos de Harry se arregalaram. "A Sonserina teria sido melhor para você. Ela teria te ensinado a mascarar seus sentimentos, esconder seus desejos por detrás de escárnio, expressões vazias, e orgulho falso. A Sonserina teria te ensinado a controlar esses sentimentos, a engarrafá-los quando não precisasse deles, então você conseguiria pensar sem com que eles se envolvessem." Draco sorriu tristemente. "Você teria prosperado na Sonserina."

"E o que diabos a Grifinória tem que é tão ruim?" Harry disse bruscamente. Os olhos de Draco se estreitaram.

"Eles o fizeram fraco." Ele disse cautelosamente. "Os grifinórios se orgulham em praticamente causarem a morte uns dos outros. Eles são irracionais, eles não pensam, eles partem para a ação e se tudo corre bem, tudo corre bem, se não, eles colocam uma pedra sobre isso ou culpam os outros. Eles dão as costas àqueles de sua própria Casa nos tempos de maior necessidade, por não ouvirem nada que qualquer um diga, eles ouvem sua raiva, suas próprias inseguranças. Agir primeiro, perguntas depois; esse deveria ser o lema da Grifinória.

"Harry," Ele disse delicadamente, "é isso o que eu vejo. Você não consegue ver isso porque você viveu nisso por muito tempo. Eles te põem em um pedestal acima dos outros e esperam que você cuide de todos os problemas deles. Isso não é certo. Sim, você é Harry Potter, e sim, você decidirá o destino desse mundo, mas você só tem dezoito anos, ainda é um garoto, tem seus próprios medos, suas próprias inseguranças, e sua Casa não os vê porque não quer. Se algo der errado, eles lhe darão as costas em um segundo, e quando você estiver no topo, eles correrão para você como se tivessem estado ali o tempo todo. Por favor, me diga que você percebeu isso." Draco disse baixinho.

Harry não podia culpar sua lógica. Ele de fato se sentira sob muita pressão com todos os seus amigos olhando para ele por respostas o tempo todo. Ele se lembrou dos anos em que eles haviam se voltado contra ele quase instantaneamente; o ciúme de Rony, a raiva das Casas, Cho Chang gritando com ele sobre Cedrico e então quando tudo estava dito e feito...

... Eles foram amigáveis e lhe sorriram, como se nada tivesse acontecido.

E ele se lembrou de como Draco e seus amigos e o resto da Sonserina meramente lhe esnobara, sempre parecendo se ressentirem de sua celebridade, porque... Seus olhos se arregalaram. "Draco, você e sua Casa sempre se ressentiram da minha celebridade," Draco assentiu, "era porque vocês não viam o motivo dela, certo?" Os lábios cheios de Draco se curvaram em um sorriso apreciativo enquanto ele assentia.

"Todos da Sonserina, com algumas exceções, vieram de riqueza além da imaginação de qualquer um." Ele respondeu. "Nós tivemos os problemas que você está tendo, com a celebridade de nossa fortuna, pessoas correndo para nós para serem 'nossos amigos' por causa de nosso nome e fortuna, e isso não era nada de novo. Então é claro que nós achamos injusto e errado que você fosse tratado diferentemente; e daí que você é o Garoto Que Sobreviveu?" Draco sorriu delicadamente, "você teria sido tratado como todos os outros na Sonserina; você tem boas aparências, dinheiro, e poder... Exatamente como o resto de nós."

Harry pensou sobre isso e como teria sido, ser apenas um estudante e não o Garoto Que Sobreviveu... "Eu teria gostado disso." Ele disse pensativo. Draco bateu no colchão a seu lado e Harry se sentou. Ambos se deitaram nos travesseiros e Draco se aninhou no lado direito de Harry. "Desculpe-me por ter gritado com você."

"Tudo bem, só porque meu Pai te deu o presente da calma e clareza, isso não quer dizer que toda a sua raiva e amargura se foram. Elas se vão com o tempo." Ele respondeu serenamente. "Você se sente melhor, querido?"

"Sim," Harry respondeu. Draco assentiu.

"Durma agora, amanhã é sexta, você tem seu exame de Transfiguração."

"Maldição," ele resmungou e seu Consorte riu sonolentamente.

"Você irá bem."

"Claro que sim; estou estudando com um dos dois melhores alunos de Hogwarts; não tem como eu ir mal." Harry disse arrogantemente.

"Babaca convencido."

Harry riu.

Draco assentiu para os colegas de classe por quem passou no corredor, no caminho para a suíte de Harry e sua. Fora um longo dia. Enquanto Harry meramente tivera um teste, Draco tivera três; Runas, Adivinhação, e Sev lhe dera uma poção particularmente difícil para fazer. Draco suspirou pesadamente enquanto entrava no corredor aparentemente abandonado na ala Sul de Hogwarts.

Ele pôs a mão nas portas duplas; o véu suspirou ao reconhecer seu feitor e as portas se abriram silenciosamente. Enquanto ele andava pelo corredor de mármore negro, as tochas e lareiras na sala de estar, sala familiar e quarto começaram a fulgurar com vida. Ele saiu de seu uniforme, pendurando-o nos cabides de seu closet antes de pegar uma rica veste Élfica de seda carmesim e as calças de couro que iam com ela. Ele suspirou enquanto o tecido leve caía por seus ombros e soltou seu cabelo; os sinos que ele entrelaçara neles naquela manhã tilintando musicalmente enquanto ele se movia.

Ele se serviu de uma taça de vinho antes de voltar silenciosamente para o quarto seu e de Harry. Ele subiu na cama e se deitou, deixando a taça de vinho na mesa de cabeceira e fechou os olhos. Sentia a frustração de Harry com seu teste e inconscientemente lhe enviou um pouco de calma reconfortante. Você sabe essas coisas, não fique frustrado e acalme-se. Harry imediatamente respirou fundo e releu o problema enquanto transfigurava o que devia na primeira tentativa.

Obrigado. Ele respondeu, sem receber resposta. Draco caíra no sono.

Harry sabia que tinha ido bem no teste. Ele sorriu convencido; ser casado com Draco tinha suas outras vantagens. Uma delas era que ele agora tinha uma das melhores notas em suas aulas. Ele brincou com seus amigos no salão comunal da Grifinória por algumas horas após o término das aulas e então começou a voltar à sua suíte privativa. Alguns sonserinos passaram por ele nos corredores, e eles o olharam longa e duramente antes de lhe dar um breve aceno e continuarem seu caminho. Harry balançou a cabeça.

A maioria dos sonserinos não falava com ele, diabos, sequer percebia sua existência, outros como Pansy, Blaise e os dois guarda-costas Crabbe e Goyle, meramente falavam com ele sobre besteiras, mas ao menos falavam com ele.ç

Isso tinha de significar alguma coisa.

Ao entrar na suíte, ele sentiu a presença de Draco quase imediatamente e o vínculo dentro dele suspirou de alívio, assim como ele. Ele estava um pouco envergonhado de dizer que um de seus piores medos agora era entrar em seus aposentos e Draco não estar ali. Não sabia se conseguiria viver sem a presença calmante do Elfo em sua vida, e a seu lado. Draco ainda dormindo; ele conseguia sentir o silêncio em sua cabeça enquanto se aproximava do quarto deles. Harry abriu as portas e como sempre, teve de parar e olhar o ser exótico enrodilhado na cama.

Mechas platinadas caíam pelo lado de seu rosto e então pela cama. Seu peito subia e descia delicadamente. Surpreendentemente, ele estava vestindo uma veste de seda carmesim, e as calças negras de couro vestiam justamente seus quadris e pernas. Harry sentiu desejo preenchê-lo e ele sorriu, um sorriso digno de Malfoy, e furtivamente se adiantou e então subiu na cama. Ele agarrou o pote de óleo e começou a esfregar seus dedos juntos lentamente enquanto olhava o Elfo inocentemente adormecido. Um aceno de sua mão e Draco estava gloriosamente despido. Ele era sexo e beleza encarnados. Algumas vezes ele parecia saber disso... Em outras... Como quando Harry comentava sua beleza, ele coraria como uma virgem e então a mente de Harry entraria em ação, e eles estariam na cama em um minuto. Ele pressionou dois dedos dentro de seu Consorte e assistiu, seu desejo escurecendo seus olhos, deixando-os em brasa, enquanto seu cônjuge se arqueava tentadoramente e soltava um gemido de prazer.

Mas ele ainda estava dormindo, Harry descobriu checando rapidamente o estado mental de Draco; ele pensava estar sonhando. Preparando-o lenta e sensualmente, Harry acrescentou outro dedo, e sentiu a paixão de Draco faiscar e seu prazer crescer, no entanto, ele ainda estava preso entre o sono e a consciência. "Harry," ele murmurou e então gritou de prazer quando Harry roçou brevemente os dedos em sua próstata. Harry sabia que ele estava pronto e tão logo ele estava firmemente posicionado dentro do corpo de Draco, aqueles olhos de mercúrio prateado se arregalaram de surpresa e prazer. "Deusa," ele disse, engasgado, e então jogou a cabeça para trás e tremeu de prazer quando Harry foi mais fundo e roçou novamente o ponto que mais lhe dava prazer. "Achei que estava sonhando." Ele ofegou.

"Isso não é sonho." Harry murmurou sedosamente enquanto começava a se mover, muito superficialmente, antes de mergulhar fundo. Draco soltou um grito silencioso, ao quase atingir o clímax e Harry recuar. Embora estivesse em uma névoa de prazer que quase o deixava insano de desejo, ele percebeu o padrão, que começava, que permanecia, que fazia com que ele quisesse gritar de paixão frustrada... Nove superficiais, uma profunda; oito superficiais, duas profundas; sete superficiais, três profundas... E isso continuou até que Harry estivesse tão mergulhado nele que Draco achasse que eles haviam se fundido, seu orgasmo tão perto, e então seu esposo recuaria e o ciclo começaria de novo...

Harry manteve-os no limite por horas. Ele nunca fizera amor tão intensamente, tão longamente, enquanto dormira com outros caras e garotas. Algo em Draco, algo no vínculo que eles dividiam, os votos que fizeram; tudo aquilo deixava tudo mais agradável, mais especial, e era tão lindo, tão poderoso, Harry não queria que acabasse nunca. Ele estava de costas agora, Draco se movimentando sobre ele, seus olhos poças de mercúrio brilhante e prateado rodopiando com um azul tão brilhante que era como olhar o céu. Seus corpos estavam manchados de suor e eles estavam se exaurindo e ainda assim continuavam o ritmo tortuosamente lento que estava quase deixando-os loucos de prazer mútuo.

Todas as barreiras entre eles haviam caído, seu desejo os varria e os prendia em um vórtex de prazer que era apenas deles. Harry viu respeito, desejo, afeição, amizade e algo tão poderoso nos olhos de Draco que jurou que era amor. Ele se puxou para cima, mergulhou fundo em Draco uma vez mais, e engoliu o grito cheio de luxúria de seu Consorte com sua boca enquanto ambos atingiam o clímax. Era de fazer a terra tremer em sua intensidade e ambos se seguraram no outro com o que restava de suas forças, antes de caírem de volta na cama. Eles se encararam em surpresa, choque, medo, e alguma emoção não identificada e profunda que os deixava sem fala.

Draco pôs uma mão trêmula no maxilar de Harry e o acariciou delicadamente. Harry fez o mesmo e trouxe os lábios de Draco aos seus em um beijo lento e satisfeito antes de guiar a cabeça de Draco para seu ombro. Draco passou um braço esbelto ao redor da cintura de Harry e moldou seu corpo ao lado do corpo dele. Harry acenou uma mão displicente e os limpou antes de puxar os cobertores sobre eles. Ele sentiu Draco cair em um sono exausto e sentiu o Elfo suspirar de contentamento e se movimentar para ainda mais perto dele. Harry sentiu lágrimas nos olhos ao perceber o que estava sentindo e tal sentimento suplantava todos os outros que já tivera por alguém... Até mesmo por seus pais.

Ele se apaixonara por Draco. Era tão incondicional e tão consumidor que era aterrorizante para ele. "Eu te amo, Draco," ele suspirou baixinho e começou a cair no sono, mas em sua mente ele ouviu a voz baixa de Draco responder...

"Eu também te amo."

N/T

bem, essi eh um cap curtinhu, mas a action q tem neli...

o negociu eh u seguinte: o cap 9 jah tah prontinhu, soh faltam as reviews preu postar eli, entaum, se vc kiserem o cap pra domingo, achu q 10 reviews daum pra começah...

se naum, soh semana q vem

Eternal Requiem