Capítulo Treze

Harry refletia silenciosamente na escuridão de seu quarto. A janela permitia a entrada do luar como um farol de esperança; esse farol estava rapidamente se enfraquecendo dentro de sua mente. Ele detestava que Vince tinha de ser ferido nisso... Ele sabia exatamente como era perder um pai e ser selado com a responsabilidade de ser o chefe da família.

O acontecimento abrira seus olhos para a proximidade de Vince e Greg, agora ele conseguia ver o quanto eles realmente amavam o outro. Era uma visão privada em suas vidas; com sorte, ele nunca teria de vê-la novamente. Algumas coisas simplesmente são íntimas demais para serem reveladas, não, não íntimas; frágeis. Ele sacudiu levemente a cabeça e seus olhos se estreitaram; ele tinha coisas muito mais importantes em que pensar.

"Amor?" Harry se virou para a cama e sua respiração se prendeu na garganta. Draco estava sentado na cama, seu rosto contorcido por preocupação, sua pele incandescia-se no luar suave e Harry lhe sorriu e foi até ele, se ajoelhando ao lado da cama e correndo uma mão por sua barriga protuberante. "Há algo errado?"

"Ele está vindo, consigo sentir isso." Harry sussurrou, "Tenho muito pelo que lutar agora." Ele afagou amorosamente o estômago de Draco. "Eu simplesmente não sei..."

"Shh, venha para a cama." Draco disse baixinho. "Pense nisso depois. Você precisa ter seu descanso. O Pai tem te exaurido." Draco puxou Harry para a cama e puxou as cobertas sobre ambos enquanto eles se deitavam juntos. "Tudo ficará bem no fim. Em pouco tempo, tudo isso estará terminado."

"Não acho que será assim tão fácil."

"Nunca é fácil, querido." Draco disse baixinho e afagou o peito de Harry. "Você já devia saber disso."

"Eu sei, bem no fundo." Harry disse pesarosamente. "Devíamos fazer nossas provas finais em breve... Sinto que Hogwarts não estará de pé no final do ano." Draco se aconchegou nele o máximo que conseguiu.

"Harry, eu te amo e confio em você." Draco disse baixo; Harry sorriu, Draco sabia exatamente o que dizer para fazê-lo se sentir melhor.

"Eu te agradeço por isso."

"Durma." Draco disse sonolentamente. Harry beijou sua testa enquanto seu Consorte adormecia facilmente; Harry teve problemas em imitá-lo. Seus sensos estavam tão atordoados que ele mal conseguia pensar direito. Harry correu os dedos pelo belo cabelo de Draco e fechou os olhos...

... Ele não adormeceu até a alvorada.

Draco andou lentamente pelos corredores, se mantendo principalmente nas sombras. Enquanto os estudantes se agitavam, ele tristemente sacudiu a cabeça para suas expressões felizes. Eles não percebiam o quão próximo estava o fim? Ele tremeu com a agitação que correu por ele; Harry estava em um humor realmente ruim. "Draco?" Ele ergueu o olhar e viu Vincent e seu coração imediatamente se torceu por seu amigo. Para quem soubera da morte do pai havia três dias, ele estava impressionantemente calmo, mas Draco conseguia ver sua dor cuidadosamente velada.

"Vince, como você está?" O jovem grandalhão deu de ombros.

"Bem,"

"Não, como você está de verdade?" Draco indagou. Vincent olhou ao redor e por um breve minuto a máscara sumiu e Draco discretamente pousou a mão na lateral de seu rosto antes de a puxar devido à quantidade de dor que radiava dele. "Oh, Vincent, você devia faltar em algumas aulas, você não pode..."

"Greg e eu temos um trabalho a fazer. O mundo não saiu de seu eixo quando meu pai morreu, e não o fará agora. O mundo irá, entretanto, ser dominado por um louco se esses malditos idiotas não se unirem." Ele disse baixo. Draco assentiu.

"Não há muito que possamos fazer quanto a isso." Draco suspirou e então esfregou a parte baixa de suas costas. Vincent o olhou com preocupação.

"Você está bem, o bebê...?"

"Nós estamos bem, só cansados." Draco disse sorrindo. "Venha, é hora do almoço, depois nós só temos uma aula e então nós iremos descansar," os olhos de Draco se estreitaram e Vincent se encolheu quando aquele olhar mercúrio brilhante o encarou. "E eu não estou falando de mim e do bebê."

"Sim, Mãe." Vincent disse sarcasticamente. Draco sorriu e inclinou a cabeça para o lado, dizendo silenciosamente que eles deviam continuar a descer o corredor. Vincent apenas sorriu e seguiu o Consorte. Muitos estudantes ainda não sabiam da condição de Draco, ele mantinha um encantamento; mas apenas no horário de aula, entretanto, Vincent sabia que alguém iria descobrir; era só uma questão de tempo. Foi súbito, mas uma fria onda de medo o encheu quando ele e Draco entraram no Saguão de Entrada, indo até as portas para almoçarem. Ele se virou e observou aqueles ao seu redor; não viu nada fora do comum. Seus olhos se estreitaram. Que o chamassem de paranóico, mas ele confiava em seus instintos.

Algo definitivamente estava errado.

"Deusa, você está lindo." Lucius disse suavemente ao ver Severus pela primeira vez em dois meses. Seu Consorte bufou.

"Eu pareço, e me sinto, uma baleia encalhada," Severus murmurou e seu Esposo apenas sorriu em deleite e o beijou delicadamente. "É realmente bom te ver." Lucius suspirou enquanto sentia a tensão de seu vínculo se afrouxar e então desaparecer.

"Também é realmente bom te ver." Ele expirou e então deixou suas mãos descansarem no estômago muito saliente de Severus. "É para você estar assim tão grande? Quero dizer, você só está de seis, sete meses." Severus sorriu amorosamente.

"Não se preocupe, estou perfeitamente saudável. Demetrius, Leviathan e Claudius estão cacarejando ao meu redor como uma galinha Mãe, estou em boas mãos. Claudius veio da Casa de Cura; ele sabe o que faz. Eles ainda insistem que não estou comendo o suficiente."

"Bom, porque eu não acho que você esteja." Severus se amuou e Lucius riu.

"Hmm, você se acha engraçado, é?" Severus disse rolando os olhos enquanto punha uma torta na boca. "Eu estou comendo, como o dia todo, todos os dias, estou surpreso por não estar com o dobro de tamanho."

"Você está compensando energia e Magia perdidas, Criança, você devia saber irá comer um bom bocado, no entanto, você podia engordar mais um pouco." Lucius se virou e sorriu para Demetrius que deslizara para o aposento com um sorriso. Severus suspirou pesadamente.

"Vocês Mlafoys são todos iguais, insuportavelmente preocupados." Severus disse e então comeu outra torta, "Essas são boas." Demetrius lhe sorriu afetuosamente e então olhou para Lucius.

"Vejo que você está bem. Como vão as coisas?" Lucius suspirou e então sacudiu a cabeça.

"Não muito bem. Lorde Crabbe está morto, fazendo de seu filho o chefe de suas propriedades anos antes do planejado. Pansy e Blaise não estão autorizados a voltar à escola, e eu mal obtive permissão para visitar meu Consorte. Ele está convocando todas as suas forças, planeja atacar Hogwarts, e a guerra está prestes a começar."

"Os Antigos já chegaram?" Ele indagou. Lucius balançou a cabeça.

"Harry e Draco não disseram nada. Eles teriam me contatado se os Antigos tivessem chegado."

"Estou certo disso, mas os Antigos disseram que estariam ali." Demetrius disse franzindo o cenho. "Mas eles fazem as coisas em seu próprio ritmo. Algumas vezes a imortalidade tem suas desvantagens. Eles não pensam da mesma forma que nós. Um século poderia passar e eles pensariam nisso como se fosse uma hora."

"Estou certo de que se eles disseram que estariam ali, eles estarão." Severus disse calmamente para os dois Elfos. "Como está Draco, Lucius?"

"Ele está bem, a gravidez está indo bem, no entanto, ele está estressado, e parece que Harry teve de escolher, no fim das contas."

"Escolher?"

"Entre seus velhos amigos e Draco e os novos amigos sonserinos que tem. Ele escolheu Draco." Lucius disse baixo. "Isso o magoa porque magoa Harry."

"Draco não gosta que seu Esposo esteja com qualquer tipo de dor." Severus disse sorrindo levemente, e então seus olhos escuros se iluminaram e seu sorriso se alargou enquanto ele afagava sua barriga. "Sua criança acha que isso é engraçado." Ele assistiu os olhos de Lucius se suavizarem e se encherem de alegria e amor enquanto ele pousava suas mãos sobre as de Severus e sentia a criança deles chutando.

"Que maravilhoso," Lucius disse suavemente. O momento se perdeu, no entanto, quando os olhos de Lucius se encheram de dor e suas mãos foram para sua cabeça. Os olhos de Severus se encheram com preocupação e medo quando seu Esposo caiu no chão, agonia ricocheteando pelo vínculo deles como um relâmpago. "Deusa," ele gemeu.

Demetrius caiu no chão ao lado dele, virando-o de costas rapidamente. "Não, é cedo demais." Ele disse preocupado. Severus se encolheu quando outra onda de dor o varreu, agora abafada pelo escudo de Demetrius.

"O que está acontecendo com ele?" Severus perguntou em voz baixa. Lucius gemeu em agonia e tentou se enrodilhar em uma bola.

"Não, minha Criança, você deve fazer isso, a dor só piorará." Demetrius disse tristemente enquanto fazia Lucius se estender de costas. Ele ergueu o olhar para o assustado Consorte e suspirou. "Severus, querido, sente-se, antes que você desmaie, você está grávido, afinal de contas." O Mestre de Poções se sentou em uma cadeira e voltou seus olhos negros para Lucius e então para o Alto Profeta. "Não era a hora dele; ele está tendo a sua primeira visão."

"Mas isso é impossível; Lucius tem tido visões desde que era jovem." Severus disse. Demetrius balançou a cabeça.

"Aquelas eram o que eu chamo de relances; não visões verdadeiras. Ele obtinha o suficiente para saber o que iria acontecer, o que realmente ia acontecer. Uma visão, como a que ele está tendo agora, dá a ele séries de eventos, que se desenrolam para um clímax, e cada série é diferente. Isso lhe mostra o desfecho da mais provável primeiro e então vai até o desfecho mais horrível." Demetrius disse; Lucius se convulsionou e Severus deixou um grito de dor escapar.

"Quanto tempo elas duram?" Severus indagou.

"Podem durar minutos, horas, dias..., algumas duram quase um mês." Demetrius disse, seus olhos ficando assombrados e tristes. "As piores visões duram um mês ou mais." Ele mudou seu peso de lugar para segurar Lucius enquanto ele se convulsionava novamente. "Essa é uma particularmente ruim." Ele disse entre dentes. "Claudius!" O Elfo veio correndo e seus olhos se arregalaram quando ele viu Lucius no chão.

"Deusa, as visões dele já começaram?" Ele perguntou. Demetrius assentiu.

"Venha aqui e o segure. Eu preciso me certificar de que ele está bem." Severus olhou para os dois e então os encarou.

"O que diabos você quer dizer com bem?" Ele exigiu. Claudius sentou-se em seus calcanhares, surpreso, enquanto aqueles olhos de ônix escuro penetravam os seus.

"Algumas vezes, quando os Profetas começam, eles se tornam parte da visão. Eles não conseguem distinguir entre realidade e futuro, enlouquecem. Demetrius vai se certificar de que ele está a salvo." Claudius explicou enquanto se sentava ao lado de Lucius e o segurava contra o chão. Demetrius pôs as mãos na cabeça de Lucius e fechou os olhos, procurando...

"Eu... Deusa," ele ofegou e reorganizou seus pensamentos. "Eu não consigo achá-lo, a visão está quase terminada, acho, mas não consigo achá-lo." Severus apertou o braço da cadeira quando outra onda de agonia o varreu.

"O que isso significa?"

"Significa que ele está ou perdido na visão ou saindo dela." Demetrius disse. Lucius ficou mole nos braços de Claudius e o Elfo o olhou com preocupação.

"Lucius?" Ele perguntou cautelosamente. Olhos de mercúrio prateado e cheios de dor se abriram e Claudius suspirou de alívio. "Graças à Deusa."

"Tarde... Demais..." Lucius ofegou. Demetrius empalideceu.

"Tarde demais, tarde demais para o quê, Lucius?" Demetrius indagou, pousando uma mão trêmula em sua testa úmida. Lucius tremeu novamente e engoliu.

"Os Antigos... Chegarão tarde demais." Ele esclareceu. Ele se voltou para Severus, que o encarava, alívio e medo em seus olhos. "Nossas crianças estão com problemas." Severus empalideceu.

"Não," ele disse veementemente. Claudius e Demetrius olharam Lucius severamente.

"O que você está dizendo, Lucius?"

"Voldemort está em Hogwarts."

Eles não haviam tido aviso algum. Harry afastou o suor de sua testa enquanto passava por outro Comensal da Morte. Suas vestes estavam cobertas de sangue fresco e coagulado; sua cabeça estava rachando de agonia; sua cicatriz já sangrando. Graças à Deusa ele tivera sua visão corrigia ou então ele estaria agora com sérios problemas. Voldemort estava ali em algum lugar.

"Onde diabos você está?" Harry rosnou. A maior parte dos professores estava lutando, incluindo Dumbledore, assim como os Anos Superiores. Ele já conseguia dizer que a Sonserina estava se virando muito melhor que as outras Casas.

Na verdade, a Sonserina fora a primeira a entrar em ação após as proteções terem sido quebradas.

Harry só conseguia se lembrar da dor em sua cicatriz enquanto Voldemort se aproximava rapidamente. Ele se lembrava vagamente de ter latido para que Vincent e Greg levassem Draco para seus aposentos e o protegessem. Ele se lembrava de seu coração se apertando no seu peito enquanto ele assistia seu Consorte sendo conduzido rapidamente para longe, com seus dois guarda costas e os sonserinos mais jovens.

Depois daquilo, tudo era um borrão de sangue, gritos e movimento. Harry olhou cuidadosamente ao seu redor; surpreendentemente, os Dementadores não estavam nesse ataque, Voldemort devia estar deixando-os para depois. Harry rapidamente passou pelos corpos de alguns Comensais da Morte e também de alguns estudantes enquanto caminhava pelos corredores. Ele estava com raiva, mas mantinha isso oculto. Os Antigos nunca vieram... Por que eles não haviam vindo? Harry estava perplexo, mas tinha de se manter concentrado e empurrou isso para o fundo de seus pensamentos enquanto avançava pelos corredores.

Os corredores estavam lugubremente quietos. Os quadros haviam sido ou derrubados ou destruídos, ou seus habitantes estavam se escondendo. Seus passos ecoando era tudo o que estava em seus ouvidos. Sua lâmina Élfica estava coberta com o sangue de dúzias, ele sabia, ele se sentia sujo, mas esse era seu destino. Ele deu um risinho amargo ao pensar nisso.

"Potter." Harry parou e virou sua cabeça levemente para trás. A onda de poder negro que ele sentiu o fez tremer de desgosto.

"Olá, Tom." Harry disse sorrindo. Olhos carmesins se estreitaram e Lorde Voldemort rosnou.

"Essa pessoa está morta... Eu sou Lorde Voldemort, garoto impertinente." Ele disse enquanto puxava uma espada de sua bainha. Harry se voltou para enfrentá-lo, sua expressão determinada e sem emoções. O Lorde das Trevas pareceu um pouco desconcertado, mas escondeu isso rapidamente. "Ora, ora, parece que te ensinaram alguns truques." Voldemort inclinou a cabeça, seu cabelo negro cascateando por seus ombros largos. "Não posso ouvir ou sentir nada vindo de você." Ele ronronou. "Meu querido Lucius deve ter te ensinado, ele é um bom brinquedo, você sabia disso?"

Harry engoliu a bile que estava subindo por sua garganta e não respondeu. Ele se concentrou em Voldemort e em sua magia, que ele reunia lentamente ao seu redor como uma capa.

"O que? Nada a dizer?" Voldemort perguntou desdenhosamente. "Você não está nem ao menos perturbado em descobrir que eu estou fodendo seu pai?"

Raiva deslizou por Harry, mas ele a afastou, seu rosto ainda era uma máscara vazia, mas ele respondeu. "Não, o Pai já havia me contado."

"Ele contou, e o Consorte prostituto deletambém sabe?"

"Sev sabe, sim. Ele soube assim que começou." Harry disse baixo, ainda reunindo sua magia lenta e cuidadosamente, para não alertar o louco à sua frente.

"Ah, sim, Lucius era tão bonito então." Voldemort suspirou enquanto acuava Harry; ele sorriu maliciosamente, "Ele ainda é bonito... Bonito, loiro bonito e bonito." Ele disse de um jeito cantado. "Mas não se engane, meu Lucius é engenhoso, ele late e definitivamente morde. O poder dele é intoxicante, ele tem sorte de me ter como seu mestre."

"Não, Tom, você tem sorte de tê-lo, porque estou certo de que ele te odeia agora." Harry disse calmamente, lentamente andando para o lado, seus olhos ainda colados em Voldemort. Olhos rubros se estreitaram em raiva, e o homem rosnou.

"Não sou Tom, sou Lorde Voldemort. Harry, você tem de aprender, como você me servirá se não escuta?"

"Nunca servirei você, preferiria morrer." Harry disse, Voldemort desdenhou.

"Então você morrerá." Ele disse e pulou para Harry. Harry desviou o primeiro golpe; o som de suas espadas se encontrando e pressionando uma a outra ecoou pelos corredores. Um passo; estocar, passo seguinte; defender, e assim continuou, Harry na defensiva e Voldemort dando fortes golpes que sacudiam seu braço e o fazia cerrar os dentes para que não mordesse a língua. Parecia que as lições de esgrima estavam servindo para alguma coisa. Parecia ser um impasse até que Harry passou pela guarda uma vez e correu sua lâmina pelo abdômen do mais velho em um golpe violento. Voldemort rosnou de dor enquanto recuava, sangue correndo de sua ferida, manchando sua camisa. Ele encarou Harry e Harry empalideceu com a fúria flagrante e ódio que o encarava de volta.

Chega de jogos. A escuridão naquela voz enviou calafrios pela espinha de Harry e ele sentiu que seu corpo e sua magia recuavam em desgosto e horror enquanto Voldemort jogava sua espada para as sombras e linhas dissonantes e retorcidas de sua magia se ergueram na visão mental de Harry. Sua magia não era mais humana; era feita de poder e sangue de almas torturadas, tanto bruxas quanto trouxas.

"Você é um monstro." Harry disse, como se tivesse finalmente percebido, olhando nos olhos do homem, ele finalmente viu tudo. Até mesmo a criatura decrépita que ele vira em seu quinto e sexto ano não lhe fazia justiça. Devia ser a morte dentro dele, a deterioração de sua alma para o mundo negro de raiva, fúria, desejo por sangue e ambição. Voldemort apenas riu.

"Obrigado pelo elogio, jovem." Ele disse enquanto erguia a palma de sua mão para Harry. Uma nuvem negra de magia começou a enxamear ao redor de seu braço e Harry pulou para a direita para evitar o golpe negro. Ele desviou novamente quando Voldemort novamente cuspia sua magia letal. A própria Hogwarts parecia recuar ante Voldemort e sua magia letal. A construção gemia, quase se inclinando para fora, para fugir. Harry grunhiu ao aterrisar em suas ancas e se equilibrou o suficiente para formar um escudo ao seu redor. "Isso não vai te ajudar."

"Isso me dá tempo." Harry disse simplesmente enquanto calmamente encarava sua nêmese uma vez mais, se compondo. Isso era muito importante; Lucius havia enfatizado esse ponto. Voldemort conta demais com sua raiva e engenhosidade, ele realmente nunca pensa sem nenhuma emoção furiosa por trás, deixe sua mente vazia, e se concentre. Tome seu tempo; não se apresse Harry, porque, quando apressado, alguém sempre comete um erro fatal. "Sim." Harry agora concordava com seu pai, Voldemort de fato contava muito com sua raiva. Uma mão firme e uma cabeça fria ajudariam muito quando lutando contra alguém tão poderoso e perigoso quanto ele.

Voldemort deixou seu poder jorrar das pontas de seus dedos em uma onda mortífera de escuridão que praticamente destruiu tudo o que tocou. O corredor onde eles estavam estava em ruínas; os dois poderosos homens ali estavam destruindo tudo. Harry focou sua magia e a convocou. Relâmpago faiscou entre suas mãos e então a luz cresceu, se tornando uma esfera de poder que se revolvia lentamente e que era dourado como o sol, mas em alguns lugares, vermelho como sangue. Ele descarregou seu poder em direção a Voldemort e então os dois colidiram. Harry cerrou os dentes, mas firmou as mãos quando elas tremeram enquanto cada ataque encontrava o outro. Foi então que ele acreditou no que seu Consorte, e seus pais e amigos lhe haviam dito; ele não estava pronto.

Voldemort ainda era muito mais poderoso do que ele. Ele conseguia sentir isso, e ele sabia disso bem no fundo. A escuridão da magia que ele estava combatendo estava comendo a sua magia como uma praga e lentamente ganhando terreno. Ele estava se enfraquecendo e viu o triunfo doentio nos olhos de Voldemort quando o homem começou a perceber que a magia de Harry não ia além. "Desista, garoto."

"Nunca." Harry disse, mesmo quando começara a recuar. Se ele continuasse com isso, a magia eclipsaria a sua própria e então ambas iriam corroê-lo até que ele não fosse nada além de uma concha vazia de quem fora. Ele não podia deixar que isso acontecesse. Harry sabia que tinha de sobreviver... Havia muito pelo que viver. Quando a magia decadente começou a se aproximar, Harry começou a diminuir a pressão da sua própria magia e começou a erigir uma barreira à sua frente. Ele sabia que ia doer como o inferno quando a magia se chocasse contra ele, mas... Valeria a pena.

"Morra, Harry Potter." Voldemort disse, desdenhando abertamente enquanto soltava outra onda. Harry sorriu agourentamente.

"Hoje não, Tom, talvez outra hora." Ele disse calmamente enquanto convocava sua magia de volta e reforçava a barreira que erigira. A magia negra vindo em sua direção o atingiu como um maremoto. Harry se sentiu voar contra as paredes de pedra com um 'crunch' nauseante. Dor chamejou por seu corpo e ele abriu os olhos para ver que a barreira havia funcionado; ele sentira apenas uma pequena porção daquela magia horrenda e o resto estava se precipitando de volta para Voldemort.

Os olhos de Voldemort se arregalaram e o homem soltou um grito furioso quando sua magia voltou para ele. Claro, não o feriu tanto, mas isso lhe daria uma dor de cabeça dos infernos. Harry gemeu dolorosamente, a negridão da inconsciência estava vindo rapidamente. Ele se ergueu trêmulo e usou a parede como apoio enquanto tateava de volta para a entrada do corredor.

Marque minhas palavras, Potter, sua cabeça será arrancada de seu maldito corpo e será servida para mim em uma bandeja até o fim desse ano.

Harry tremeu e respondeu sarcasticamente, isso é um desejo ou uma promessa, Tom? Voldemort alastrou-se dentro de sua mente, através da conexão deles, até que uma força invisível a fechou. Harry piscou estupidamente por um momento, sua visão embaçada e pontos brilhantes começando a cobri-la. Ele viu algo à sua frente e franziu a testa.

Botas... Três pares de botas.

Harry ergueu o olhar e sentiu que seus olhos se arregalavam e então foi como se seu corpo simplesmente se apagasse. Tudo de que Harry pôde se lembrar foi as escamas cor de ébano que agraciavam o belo rosto de alabastro do homem do meio, as ricas escamas vinho que agraciavam o da mulher e as escamas prateadas que agraciavam o do outro homem. Uma voz profunda e ressonante chamuscou em sua mente.

Descanse, Primeiro Lorde Malfoy.

E então tudo era escuridão.

N/T

sorry! O cap estava prontu há milênios, mas eu fikei sem internet por toda essa semana...

bom, eu gostaria que, qm puder, mande reviews assinadas, pq assim eu posso respondê-las direto para que a mandou, entaum, vcs podem fazer esse favor para mim? Juro que eu respondo, mesmo que demore um pouco!

vou tentar pôr o próximo cap no domingo, mas não garanto nada, tenho que cuidar das minhas fics, que estão abandonadas por causa dessa.

Eternal Requiem