Capítulo Dezoito
Harry suspirou baixinho ao abrir sonolentamente seus olhos verde-esmeralda. O pulsar em sua orelha ainda estava lento e constante; lhe dizendo que seu pai ainda estava dormindo profundamente. Harry se ergueu gentilmente para olhar o belo rosto de Lucius. Ele não conseguia se impedir de amar o homem como o pai que nunca tivera. Ele havia feito tanto por ele... Harry afastou o olhar ao pensar com desgosto em Voldemort estuprando Lucius. Ele queria o homem morto, morto nesse instante.
"Tenha paciência, meu filho, você terá sua justa recompensa em breve." Lucius murmurou, sua voz ainda densa de sono. Harry voltou-se para ele e franziu a testa.
"Você ainda precisa de descanso, muita coisa aconteceu nas últimas vinte e quatro horas."
"Sim, isso é verdade, entretanto, meu amor está bem e saudável e não consigo me impedir de me sentir excitado e feliz para ver se nossa criança é um menino ou uma menina." Harry sorriu ao ver a excitação faiscando nos olhos do Elfo.
"Você não sabe, Alto Profeta?" Harry zombou. Lucius rolou os olhos, mas afagou seu rosto, com um sorriso gentil, mas belo, no rosto.
"Eu posso ser um Profeta, mas não posso ver tudo. Além disso, meu Consorte estava assustadoramente cansado e dormiu imediatamente, estou levemente nervoso, embora possa esperar." Seus olhos se turvaram um pouco, "Com sorte, essa guerra estará terminada antes que Draco dê à luz."
"Eu também espero que assim seja." Harry disse, enquanto se inclinava para a mão que o afagava e cantarolou. Sua magia estivera levemente desregulada durante o dia todo, por ele ter estado longe de seu escolhido, assim como Lucius. Ele podia sentir a magia se agitando calmamente dentro deles dois, se ajustando, a tensão deixando suas auras. Houve um vento quando a entrada da barraca foi afastada e Vincent apareceu. Ele se curvou baixo para os dois.
"O que está errado?" Lucius perguntou preocupado enquanto dava tapinhas no cobertor à sua frente, convidando Vincent a se sentar, o que o homem fez, gratamente.
"Parece que Voldemort apareceu, ele está no campo agora, liderando." Vincent disse cansado. "Narcisa não pode ser encontrada, não sabemos onde ela foi, mas temos uma boa idéia quanto a atrás de quem ela foi." Vincent olhou para Lucius e o Elfo assentiu tristemente.
"Ela vai querer a minha morte, ela descobriu que eu mudei meu testamento."
"O quê?" Harry perguntou, tenso; apenas pensar na morte desse homem o deixava doente de pesar. Lucius pousou uma mão confortante em sua coxa e apertou levemente.
"Só uma pequena precaução, eu já vi que vou sobreviver a essa guerra e ao que quer que a Deusa tenha para nós todos, no entanto, como eu não voltarei para o mundo bruxo depois disso, eu precisava me certificar de que meus negócios estavam em ordem, então fiz um testamento declarando que toda a fortuna Malfoy irá para meu Consorte e meu filho, Draco. Agora, como Severus ficará comigo, Draco receberá tudo, não deixei nada para ela."
"Posso entender porque ela está furiosa." Vincent disse com um sorriso cansado. "Além disso, os Três estão praticamente dizimando as forças deles, eles ainda estão muito discretos, no entanto, os clãs de dragões do lado de Voldemort sabem agora que temos três dragões, eles só não sabem quem são eles." Vincent sorriu largamente. "E até o dragão de Draco apareceu uma ou duas vezes, mas somente quando alguém se aproxima demais do palácio."
"Bom." Harry disse em satisfação. Lucius deu um risinho e então olhou para Vincent.
"Como estão Pansy e Blaise?"
"Eu não os vejo desde essa manhã, eles estão trabalhando com os Elfos, então provavelmente estão indo muito bem." Vincent disse. "Os grupos bruxos não os aceitam muito bem." Harry bufou.
"O que há de novo nisso?" Ele murmurou e Lucius o repreendeu fazendo um barulho reprovador em sua garganta. "Desculpe."
"Não fiquemos amargos. Venha, Harry, a batalha espera."
"Sim, ela não espera sempre?"
"Bem, você de fato está de bom humor." Lucius disse sarcasticamente. Harry riu.
"Eu só estou vocalizando o humor de todos aqui; eles não têm coragem de dizer."
Lucius meramente sorriu.
Ele odiava esse maldito veneno. Voldemort fez uma carranca sombria enquanto cortava um bruxo próximo pela metade com apenas um pensamento e então o fez novamente com sua espada. O sangue que cascateou por seu rosto e vestes o revigorou; ele se sentia poderoso e no controle. No entanto, ele podia sentir o veneno que aquele maldito Elfo aplicara nele fluindo constantemente, o enfraquecendo... O matando.
Ele trabalhara tão duro, tudo o que queria estava a seu alcance! E agora isso! Voldemort soltou um rugido e uma onda negra de magia varreu o campo de batalha. Elfos, Lobisomens e Bruxos do lado da Luz caíram como moscas.
Um rugido em resposta encheu o céu e ele assistiu em horror e raiva enquanto dois dragões, um de um negro ardente, o outro de um prateado espantoso, incendiaram um quarto de seu exército restante. Os gritos dos agonizantes correram por ele e ele xingou enquanto cambaleava, a magia vital deles sendo arrancada deles, assim como dele, era de abalar.
"Vão para os fogos do Hades!" Voldemort sibilou na língua das serpentes, aqueles ao seu redor tremeram de medo assim como de medo da aura negra vertendo de cada poro dele.
"Não, você é o condenado aos buracos cheios de fogo do inferno." Voldemort ergueu o olhar e viu um homem; escamas negras cobriam metade de seu rosto, e asas de dragão gigantes se estendiam de suas costas.
"Quem é você?"
"Eu sou o mais velho de todos os Dragões. Sou Draconis." Ele disse baixinho, mas os dragões que estavam subindo no ar atrás de Voldemort pararam e encararam em horror o seu Antigo. "Vocês todos desonraram minha esposa, meu filho e eu. Vocês não são mais Dragões aos nossos olhos. Se uma garra for erguida contra o Alto Profeta Lucius Malfoy e seu exército uma vez mais, vocês serão considerados mortos."
"Suas ameaças são vazias."
"Para você, elas podem assim parecer, mas elas não o são. Nós os massacraremos."
"Eles também são Dragões." Draconis lhe deu um sorriso sinistro.
"Eles podem sê-lo, mas eu fui o Primeiro, recebi a vida da Donzela. Minha esposa foi a Segunda e Nosso Filho, nascido de nosso Amor, foi o Terceiro. Nós somos os Antigos; nós somos os Deuses entre eles. Eles nos enraiveceram, eles envergonharam todos os Dragões, e por isso eles devem pagar." Draconis disse e com um grande salto ele estava no ar, se erguendo acima deles, sua esposa Illyrian e seu filho Dion a seu lado.
"Matem-nos!" Voldemort sibilou. Os Dragões hesitaram, alguns estavam chorando, outros já haviam deixado sua magia despedaçar seus corpos em pesar por terem desonrado seus Antigos. No entanto, aqueles ainda vivos sabiam, sabiam seu destino, eles iriam morrer, mas eles prefeririam morrer com honra a sem honra alguma. Rugidos horripilantes subiram no ar enquanto os últimos dos Cinco Clãs dos Dragões convergiam para os Três que haviam se erguido quando o tempo começara.
Foi um massacre sangrento.
Voldemort assistiu enquanto a mais forte de suas forças era massacrada. "Malditos sejam vocês!"
"Meu Lorde." Voldemort girou violentamente e inconscientemente lambeu os lábios. Embora ele preferisse homens vestidos de couro justo, Narcisa Malfoy aplacaria suas luxúrias o suficiente.
"O que é, Lady Malfoy?"
"Eu encontrei um caminho para entrar no palácio."
"Sério?" Ela assentiu, "Planejo matar meu filho; você tem alguma objeção quanto a isso?"
Voldemort atirou a cabeça para trás e riu e casualmente girou o pulso e enviou vinte homens para suas mortes. "Vá em frente."
"Obrigada." Ela murmurou e furtivamente saiu do campo. Voldemort se virou e sorriu malignamente, no entanto, dor correu por seu sangue e ele estava secando sangue um momento depois.
"Maldito veneno." Ele murmurou, mas então sorriu novamente. "Draco morto... Agora, se isso não tirar Potter de seu esconderijo, eu não sei o que o tirará." Sua risada ecoou sobre todos os combatentes e sua voz mental deixou muitos tremendo de desgosto.
Potter, apareça, apareça, onde quer que você esteja.
Draco foi cautelosamente até o quarto de Severus. Embora ele soubesse que eles estavam a salvo, sempre havia uma chance de que algo estivesse errado. Ele não queria arriscar. Sua magia estava baixa, e isso o amedrontava, ele não era melhor que um aborto na maioria dos dias, não que ele se importasse. Ele sorriu sonhadoramente ao sentir suas crianças chutarem seu estômago. Só lhe restavam mais dois meses, ele deu um risinho suave, e ele sempre quisera que suas crianças nascessem em junho.
Os sinos delicados em seu cabelo tilintaram suavemente quando uma lufada fria de vento passou. Draco parou e virou e olhou para trás, fitando o longo e belo corredor.
Não havia janelas ali.
Draco recomeçou a andar e quando uma segunda lufada de ar frio passou por ele, não olhou para trás, ele acelerou o passo, andando tão rápido quanto conseguia. Ele fez uma curva e quase escorregou e caiu... O chão... Ele olhou para seus pés e sentiu um grito de terror borbulhar em sua garganta. Os guardas por quem ele passara havia menos de uma hora tinham suas gargantas cortadas, ele escorregara em sangue. "Oh, Deusa." Ele murmurou e rapidamente contornou os corpos de bruços e disparou pelo corredor, mas em vez de ir para o quarto secreto de Severus, ele foi para o seu. Ele bateu e trancou a porta e se inclinou contra ela, tentando acalmar seu coração acelerado.
"Ora, ora, ora, meu primeiro e único filho está grávido." Era uma voz e calculada; uma voz que Draco jamais esqueceria.
"Mãe?" Ele perguntou baixo. Narcisa Malfoy emergiu da escuridão, seu traje de couro vermelho-sangue e justo brilhando na luz pálida. Ela sorriu friamente para ele.
"Olá, Draconis." Ela disse sarcasticamente. "Parece que seu maridinho esteve ocupado." Ela apontou para seu estômago e ele o cobriu, instintiva e imediatamente com seus braços. Narcisa riu sombriamente. "Oh, você parece tão lastimável agora. Você está de o quê, seis ou sete meses agora? Sua magia deve estar reduzida a nada. Você está, de fato, desamparado contra mim."
Os olhos prateados de Draco se arregalaram em terror quando ele viu a lâmina sangrenta de sua espada em uma mão e a sua varinha na outra. "Mãe, por favor, não faça isso."
"Por que não?"
"Porque eu sou seu filho, esses são seus netos, você tem um coração!" Draco pediu suave e tristemente. Ele quisera tão desesperadamente que sua mãe o amasse por toda a sua vida; ele quisera o amor dela ainda mais que o de seu pai.
"Por que eu deveria me importar?" Ela cuspiu. "Lucius nunca me amou! O homem era feito de gelo, mesmo quando me levou para sua cama. Você não foi concebido por amor, Draconis, você foi concebido por dever." Draco se encolheu e Narcisa sorriu em escárnio. "Como isso te faz sentir, huh? Seu precioso pai, a quem você ama tanto, olhou para sua mãe com desgosto enquanto me tomava e me engravidava. Eu te carreguei por nove meses e ele não deu nenhuma atenção a mim até ele dar uma boa olhada em você quando você nasceu! Ele tinha seu herdeiro! Depois disso, ele não poderia ter se importado menos. Eu queria o amor dele, Draconis, por que seu pai não podia me amar?"
"Ele amou Severus por toda a sua vida, ele era destinado a ele, e certamente você sabia disso antes de se casar!" Draco implorou enquanto se pressionava ainda mais contra a porta enquanto ela avançava para ele. "Ele te respeitou, até mesmo gostou de você por todos esses anos!"
"Eu não queria isso!"
"Mas você também não o amava, então por que você quereria...!"
"Cale-se!" Ela o esbofeteou com o punho de sua espada. Draco gritou enquanto cambaleava para o chão. Um hematoma horroroso já se formava ao longo de seu rosto. "É claro que eu não amava aquele maldito bastardo, não depois da humilhação que ele me fez passar, carregar a criança dele e ele sequer se importando! Tão logo você nasceu eu soube que você seria um Elfo exatamente como seu querido pai, e eu te odiei assim que te vi. Você era tão perfeito, tão lindo, tão Élfico que me fazia querer vomitar!" Draco ergueu o olhar para a mulher que chamava de sua Mãe e chorou, chorou por ela, chorou seu pai e chorou por si mesmo.
"Tudo o que sempre quis foi o seu amor!" Draco gritou para ela. "Tudo o que eu queria era que você se importasse apenas por um segundo comigo, houve algum momento em que você sequer se importou?"
"Nenhum, você era meramente o produto do dever." Narcisa o encarou friamente. "Eu duvido que seu pai sequer te ame, ele tem se afligido pela criança que ele perdeu quando aquele prostituto Severus foi espancado até que quase morresse." Draco empalideceu; não, aquilo não era verdade.
"O Pai me ama."
"Eu duvido," ela disse secamente e então sorriu em desdém enquanto apontava sua varinha para o coração dele e erguia sua lâmina acima de sua cabeça. "Afinal de contas, por que ele amaria a cria de uma esposa que ele meramente tomou por dever?" Ela parou de sorrir e mesmo ela sendo a perfeição, Draco nunca havia visto alguém tão feio em sua vida jovem. "MORRA!"
A espada desceu e a sombria luz verde da maldição Letal veio da varinha.
Draco fechou os olhos... ME AJUDEM!
ME AJUDEM!
Harry e Lucius giraram violentamente para o palácio. Harry sentiu tal medo e pânico dentro dele com o puro terror da voz de Draco. "Draco!"
"Não, você deve ficar aqui, eu irei." Lucius ordenou e se desvaneceu. Harry ficou imóvel até que ele foi inundado pela assinatura mágica daquele que mais odiava.
"Olá, Tom." Ele disse sem se virar.
"Potter, é hora de morrer."
"Eu não acho." Harry murmurou e se virou, sua espada já desembainhada e uma bola de chamas puras surgindo de sua outra mão. Voldemort confrontou seu ataque...
A terra guinchou quando os dois poderosos adversários colidiram no campo de batalha.
Lucius não hesitou.
Quando ele se materializara no aposento, tudo o que vira fora a espada de sua ex-mulher indo em direção ao estômago proeminente de Draco e a maldição Letal prestes a atingir seu objetivo. "Você morre, agora." Ele rosnou baixo enquanto enterrava sua lâmina Élfica nas costas dela. Narcisa gritou e Draco olhou para ele em alívio e surpresa silenciosos. Sangue havia espirrado em seu cabelo, rosto e vestes, mas tão logo o corpo de Narcisa caiu no chão, Draco estava sendo puxado para o abraço esmagador de seu pai. "Oh Deusa, ela não te machucou, machucou?"
"Não, ela não me machucou." Draco disse enquanto enterrava sua cabeça no ombro do outro. "Obrigado, Papai." Lucius afastou seu rosto de seu ombro e olhou para ele enquanto lágrimas caíam por seu rosto.
"Draco, você não precisa me agradecer por isso. Eu morro antes de deixar alguém tocar em você." Draco apenas o olhou e Lucius suspirou. "Eu te amo, Draconis, eu te amo desde o momento em que te vi. Você era tão lindo."
"Você me ama?" Draco perguntou baixinho. "De verdade? Porque ela..."
"Nem sequer pense no que aquela vadia disse, você me ouviu? Eu te amo e Severus te ama como se você fosse dele. Nunca duvide disso." Lucius disse em uma voz rouca e sufocada enquanto o abraçava novamente. Draco teria respondido, não fosse pela sombra caindo sobre eles.
"Papai!" Lucius se voltou e a onda de magia que se desdobrou daquela sombra escura o empurrou contra a parede. Lucius deslizou para o chão e parou de se mover. Draco o olhou em horror. "Papai!" Ele gritou e tentou se mover; mas uma mão forte se fechou em sua perna e ele se virou e encarou o rosto retorcido da projeção astral de Voldemort.
"Que prêmio você é, meu mestre ficará encantado."
"Mestre?" Draco indagou trêmulo, o Voldemort retorcido sorriu em escárnio, metade de seu queixo estava decaída e Draco sentiu seu estômago rolar.
"Eu sou a alma de Voldemort encarnada; ele está lutando com seu esposo agora." A Alma de Voldemort riu sombriamente. "Eu quero ouvir a agonia dele enquanto ele assiste você e sua criança morrerem." Com um força surpreendente, a forma decaída de Voldemort arrastou Draco para seus pés e então o ergueu.
"Não!" Draco gritou. Lucius tremeu com o som angustiado de seu filho. Ele ergueu a cabeça, sua visão borrada.
"Draconis!"
"Papai!" Voldemort se voltou e enviou uma onda de magia distorcida em direção a Lucius e então pôs uma mão sobre a boca de Draco. Lucius caiu inconsciente novamente e Draco encarou os olhos carmesins e maníacos de Voldemort.
"Grite em seus pesadelos para mim, Belo, porque é para o Inferno que eu estou te levando."
Os gritos de Draco foram abafados e então seus olhos rolaram para dentro de sua cabeça e ele ficou imóvel.
Mesmo na escuridão de sua mente, seus gritos continuaram.
N/T
yay!
bem, esse cap eh curtinhu, mas o próximo eh mais comprido (10 pag´)
só tem mais dois caps e o epílogo! E não se preocupem, já estou de olho em outras fics para traduzir!
E me parece que essa fic vai ter continuaçaum!
Anyways, naum sei se semana q vem vai dah pra postah, entaum... Mas issu NÃO impede os incentivos, right?
Eternal Requiem
