Capítulo Vinte

"Eu juro que nunca mais tocarei nele." Harry resmungou enquanto andava para lá e para cá na sala de estar privada sua e de Draco. Leviathan e Lucius o observavam com sorrisos gentis de compreensão, e então sorriram largamente um para o outro.

"Oh, sim, você vai tocá-lo." Eles disseram em uníssono. Harry olhou para os dois e fez a coisa mais infantil que fizera desde que se casara com Draco: ele mostrou a língua para eles.

"E vocês dois não ajudam." Ele murmurou. Lucius se levantou e pôs uma mão calmante em seu ombro.

"Paz, Harry, Draco está bem. Claudius é o melhor Curandeiro do reino e Severus ainda é um Mestre em Poções. Tudo ficará bem. Você não o ajuda se for uma coisa trêmula no chão." Lucius disse levemente. Harry respirou fundo e assentiu, mas foi ficar à frente do fogo, em vez de sentar com seu pai e Leviathan.

Dois meses haviam se passado desde o fim da guerra. Muitas famílias haviam tido de apanhar os pedaços que sobraram de suas vidas após terem vivido em medo pelos últimos seis anos. Hogwarts estava fechada para reparos, mas estaria em operação para o próximo ano letivo e, claro, Dumbledore ainda seria o Diretor, embora Harry tivesse insistido que ele devia ter sido afastado.

"O homem é um bastardo manipulador, ele tem de se aposentar!" Harry dissera, mas o Ministro da Magia não o ouvira, apontando que Dumbledore era o bruxo mais forte e sábio vivo e que Hogwarts precisava dele.

Harry bufara, partindo com seu pai e Severus.

Eles não haviam voltado ao mundo bruxo desde então.

Lucius fitou Harry com algo semelhante a assombro e orgulho. Ele parecia um tanto bonito nas vestes Élficas de seda esmeralda. Ricos culotes cor de bronze moldavam suas longas pernas e botas de couro negro estavam em seus pés. Ele havia cortado o cabelo, deixando as mechas longas à frente de seu rosto, mas seu cabelo ainda era uma bagunça desordenada; mérito de James Potter.

Harry suspirou e então olhou de volta para Lucius, "Você ouviu alguma coisa de Rony e Hermione?" Ele indagou suavemente. Lucius sentiu sua mágoa e amaldiçoou aqueles dois estúpidos por machucarem seu filho. O trio não havia se reconciliado, os dois outros dizendo que Harry havia mudado demais para que eles fossem bons amigos como antes.

Lucius pessoalmente achava que aquilo era um monte de besteira, mas ele não disse isso a Harry. "Não, não ouvi nada. Blaise e Pansy disseram que o clã Weasley está ajudando na reconstrução o melhor que pode. Gregory e Vincent, no entanto, disseram que falaram com Hermione, mas ela disse que se você quer falar com eles, então você tem que voltar para 'casa'." Lucius enrugou o nariz àquilo. Harry o olhou com tristeza nos olhos.

"Mas eu estou em casa." Ele disse baixinho. "Por que eles não vêem isso?"

"Eles vêem o que querem ver, Harry." Leviathan disse simplesmente. "Você não pode fazê-los se conformar com o quanto você mudou, não mais do que eles te fizeram se conformar com o que você era." Harry suspirou pesadamente e voltou-se para as chamas.

Draco?

Harry, você parece transtornado, você está bem? Draco perguntou, sua voz mental estava um tanto tensa e Harry deu um risinho.

Você está na nossa cama, prestes a dar à luz e você está me perguntando como eu estou? Como você está? A risada de Draco o varreu como o sol morno de um dia de primavera; linda e brilhante.

Eu estou bem. Sei que você está andando para lá ou para cá ou na frente do fogo. Por que você não entra? Claudius deixará, e Papa também. Harry sorriu à sua referência a Sev. Depois de Draco ter sido curado de suas feridas, principalmente as equimoses em seu rosto, Sev lhe dissera discretamente que permitia que Draco o tratasse como a um pai. Draco ficara tão feliz, ele concordara prontamente, dizendo que sempre considerara Severus seu outro pai. O nome de Narcisa não era mencionado na presença de Draco e Lucius.

"Eu vou entrar." Harry disse subitamente e passou elegantemente por eles, bateu à porta, e entrou. Leviathan e Lucius deram um risinho.

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"Ele será um pai maravilhoso." Leviathan murmurou.

"Eu sei que ele já é um irmão maravilhoso." Lucius disse com um sorriso largo, pensando em suas crianças, que, no momento, dormiam profundamente. Ele fitou o fogo e Leviathan ficou em um silêncio confortável por breves momentos, até que falasse.

"O mundo trouxa, eles sabem sobre nós?" Ele indagou. Lucius balançou a cabeça; pequenos sinos tilintaram suavemente, entrelaçados nas mechas prateadas.

"Não, com a ajuda Dela, as barreiras se expandiram e se fortaleceram, quando Draconis e sua família destruíram o resto das forças de Voldemort, os trouxas sequer perceberam que algo estava acontecendo."

"Como foi?" Leviathan lhe perguntou e quando Lucius se voltou com uma expressão confusa, Leviathan sorriu. "Como foi sentir o toque Dela?" Os olhos de Lucius se arregalaram por um momento e eles ficaram em silêncio pelo mais breve dos momentos.

"Foi como tocar a alma da Terra." Ele cochichou. "Ela é tão bela. Ela é a Terra, o verdadeiro coração pulsante da vida nesse planeta, é quem Ela é. O poder Dela é gentil, mas forte, e-eu nunca havia sentido algo assim antes na minha vida." Ele disse suavemente. Lucius voltou-se para Leviathan com um sorriso gentil. "Mas, a menos que você esteja realmente enjoado da cor de seu cabelo, eu não recomendaria a experiência, é um pouco intensa."

"Foi isso o que aconteceu?" Leviathan perguntou enquanto tocava as mechas prateadas que formavam um pequeno amontoado no chão. Lucius assentiu.

"A Deusa se desculpou por isso. Ela disse que era por isso que Ela raramente toca um ser mortal. Por ter vivido por tanto tempo, o Toque Dela enlouqueceria um mero mortal, e, embora sejamos de certa forma imortais, a nossa tolerância é maior, mas não sem um preço." Lucius torceu uma longa mecha de seu cabelo prateado e sorriu suavemente. "Ele mudou um pouco da aparência de meu corpo, como a cor de meu cabelo, meus olhos agora luzem muito mais freqüentemente do que antes, e eu sinto a Terra mais pessoalmente agora, mas se pudesse fazer tudo de novo..." Ele sorriu. "Eu não mudaria nada."

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Harry foi até a cama, onde os três Consortes riam enquanto Draco passava por suas contrações. "Olá, amado, que bom que pôde se juntar a nós." Draco disse um tanto sem fôlego, mas seu sorriso estava iluminado por alegria. Harry sentou-se na cabeceira da cama, se inclinou um pouco e beijou Draco profundamente.

"Eu estava preocupado com você." Ele murmurou. Severus riu e Harry ergueu o olhar para ele e sorriu. Era como se o homem amargo que ele conhecera por seis anos nunca tivesse existido. Em seu lugar, estava uma pessoa linda, com uma inteligência assustadora, espirituosa e sarcástica. Severus era de fato muito gentil, mas com aqueles com quem se importava. Lucius estivera certo, os meses que Severus passara no mundo Élfico haviam feito maravilhas; Severus não parecia ter mais de trinta anos agora. Sua pele era de um alabastro suave, seus olhos o mais escuro dos abismos e seu cabelo cheio e saudável, e crescendo rapidamente, descendo por suas costas. Ele nunca seria classicamente belo, seu rosto era único, não algo que se vê todos os dias andando pela rua, e que, por si mesmo, faria qualquer um quere olhar de novo e de novo. "Como você está?"

"Um pouco cansado, mas Claudius diz que é normal." Draco disse. "As contrações estão ficando mais próximas, então Claudius provavelmente começará muito em breve."

"O que ele vai fazer?" Harry perguntou cautelosamente ao finalmente ver uma faca de lâmina comprida e outras coisas ao lado do Elfo. Os olhos whiskey de Claudius cintilaram.

"Está tudo perfeitamente normal, Harry; tudo foi especificamente preparado para Draco. Você realmente não tem nada com o que se preocupar." Claudius pousou uma mão no estômago saliente de Draco e assentiu e sorriu docemente para o Consorte de Harry. "Excelente, você está na hora exata. Malfoys, sempre pontuais, em seu próprio jeito, o que as pessoas normais podem fazer em meio à perfeição?" Claudius perguntou, em uma voz desamparada e forjada. Severus rolou os olhos e Draco riu.

"Claudius, você precisa se lembrar que Dysis e Adonia não vieram na hora certa." Draco apontou e Claudius sorriu para Severus.

"Não, eles vieram um mês antes, mas nunca vieram atrasados."

"Oh, pelo amor da Deusa." Severus murmurou. "Estou rodeado por crianças." Ele começou a mergulhar as lâminas em água escaldante enquanto Claudius dava uma piscadela para Harry e Draco. "Harry, por favor, sente-se atrás de Draco, é melhor se ele estiver em um ângulo adequado para que a incisão seja feita."

"O quê? Você vai abri-lo?" Harry perguntou horrorizado enquanto se movia para se sentar atrás de seu Consorte. Draco reclinou-se em seu peito e apertou levemente sua mão quando outra contração o assaltou.

"É claro, Harry," Severus disse ressentido, "O que você achou que ele fosse fazer, empurrá-las para fora? Você se esquece, Harry, que Draco e eu ainda somos homens, e não importa como nosso corpo mude, ele não mudará só porque estamos grávidos, bom, não muito." Severus sorriu gentilmente. "Na nossa anatomia, não temos as... Partes necessárias, para ter um parto normal como uma mulher. Sendo assim, todas as gravidezes masculinas são assistidas muito cuidadosamente e quando é hora de dar à luz, uma cesárea é realizada."

"Oh, não dói?" Harry perguntou. Severus balançou a cabeça, os minúsculos sinos entrelaçados em seu cabelo tilintando suavemente.

"Não, ele não sentirá nada. Seres mágicos, como Elfos e bruxos, até um certo ponto, são protegidos por sua magia o tempo todo, especialmente quando grávidos." Ele estendeu uma lâmina para Claudius, que assentiu em concordância e começou a cortar. "Como uma gravidez exige muito mais de um corpo masculino do que de um feminino, devido ao fato de que não fomos feitos necessariamente para dar à luz, a nossa magia nos insensibiliza, até certo ponto, à dor." Claudius lhe estendeu a lâmina, agora ensangüentada, de volta e Severus lhe deu uma ainda maior.

Draco estava respirando lenta e calmamente, seus olhos assistindo o procedimento calmamente. Harry, no entanto, estava preocupado. Draco suspirou e virou levemente a cabeça, beijando o maxilar de Harry. "Amado, se você ficar ainda mais agitado, eu vou ter que pedir para você sair."

"Como você pode estar tão calmo assim, eles estão te cortando." Harry disse temerosamente. "E se algo der errado, e se não funcionar, e se...?" Draco o beijou; amor e energia confortante correram pelo vínculo e o acalmaram. Severus e Claudius pareciam divertidos, Draco parecia irritado, mas divertido e Harry estava vermelho de embaraço.

"Melhor?" Draco perguntou e Harry assentiu, resmungando uma desculpa em seu cabelo sedoso.

"Okay, Draco, talvez você sinta um pouco de pressão, assim como Severus, lembra?" Claudius perguntou gentilmente e Draco assentiu. "Tudo bem, respire fundo, solte lentamente." Draco obedeceu e naquele intervalo de segundos, Claudius cuidadosamente escorregou suas mãos para dentro. Draco murmurou em desconforto, mas foi só isso.

Harry assistiu em fascinação enquanto Claudius movia suas mãos dentro do estômago de Draco. Olhos whiskey faiscaram enquanto ele trazia para fora uma criança totalmente formada. Claudius limpou parte do sangue no corpo e rosto do bebê. "Parabéns, garotos, vocês têm um menino. Harry, você quer cortar o cordão?" Claudius perguntou gentilmente. Harry piscou e então assentiu estupidamente enquanto gentilmente se movia levemente atrás de Draco, pegando uma faca pequena que Claudius lhe ofereceu e cortou o cordão.

"Por que ele não está gritando?" Harry perguntou, preocupado. Claudius começou a dar um risinho, até que Draco gemeu e se moveu. Ele piscou e então examinou novamente o estômago de Draco e ofegou, antes de escorregar novamente suas mãos para dentro, e momentos depois, outra criança estava em seus braços. "Maldito Merlin." Harry disse engasgado; pontos começaram a aparecer diante de seus olhos. Severus abafou sua risada enquanto abria uma pequena garrafa de tônico e a punha debaixo do nariz de Harry. Harry fez uma careta e ouviu o riso de Draco e ergueu o olhar para o rosto sorridente de Draco. "Gêmeos, você estava grávido de gêmeos todo esse tempo? E por que eles não estão chorando?"

"Eles são Élficos, amado, bebês Elfos não choram. Quanto a sua outra pergunta, Illyrian me disse, mas Voldemort estava vivo ainda e bem," Draco deu um muxoxo graciosamente, embora cansado. "Nós estávamos tão ocupados ajudando na reconstrução, eu esqueci."

"É uma menina!" Claudius exclamou enquanto cortava o outro cordão. Severus estendeu gentilmente o menino para Harry, que o pegou desajeitadamente, e voltou-se para a menina. Olhos de mercúrio prateado o encararam de volta. Harry estava fascinado; esse era seu filho, seu lindo filho. Claudius curou Draco rapidamente e o ajudou a se sentar. "Aqui está sua menininha; acho que seu Esposo ainda está um pouco chocado."

Draco riu, mas silenciou-se quando viu sua filha. Olhos de mercúrio prateado o encararam inocentemente e Draco se sentiu sorrir. "Olá, minha linda." Ele sussurrou vacilantemente. "Harry, posso ver meu filho, por favor?" Harry o olhou com todo o choque e amor que tinha por ele e Draco sentiu seus olhos queimarem. Draco olhou para seu filho e sorriu. "Eles serão idênticos."

"Sim." Harry disse suavemente. Draco o olhou. "O que foi?"

"Você sabe como quer chamá-los?" Harry piscou e então assentiu. "Então?" Draco o repreendeu, zombeteiro. Harry baixou o olhar para o menino primeiro.

"O nome dele, eu quero que o nome dele seja Galen Vitalis Malfoy." Draco ofegou; era um nome poderoso.

"E a menina?" Draco perguntou. Harry abriu a boca e então olhou para Draco.

"Como você quer chamá-la?"

"Aziza," ele sussurrou. "Eu ouvi esse nome uma vez no Egito e me apaixonei por ele. O nome dela será Aziza Vega Malfoy." Draco olhou para Harry que os luminosos olhos verdes de seu Esposo estavam enevoados por lágrimas. "Harry?"

Harry se inclinou e beijou Draco amorosamente. "Eu te amo, Draco Malfoy, e te agradeço por ter minhas crianças." Draco expirou tremulamente mas sorriu.

"E eu te amo, Harry Potter, e te agradeço por ter me deixado ter o prazer de ter suas crianças."

Harry sorriu, embora corasse, devido à insinuação que Draco pusera nas palavras. Eles sorriram um para o outro, e então para seus filhos, se esquecendo completamente os homens mais velhos no aposento.

Severus supirou feliz e pulou levemente quando uma aura poderosa passou os braços ao seu redor. "Lucius." Ele cochichou. "Hmm, eu te amo, meu Alto Profeta."

"E eu te amo, meu Alto Consorte." Lucius murmurou no vale do cabelo comprido de Severus. Severus sorriu e gentilmente se afastou, indo em direção a Draco e Harry.

"As crianças precisam ser limpas e você precisa descansar, Draco" Severus disse, gentilmente tomando Aziza de seus braços. "Harry, faça com que ele durma. Lucius e eu cuidaremos das crianças." Harry assentiu e estendeu Galen para Lucius.

"Parabéns, meu filho, elas são crianças poderosas." Lucius sussurrou na orelha de Harry. Então seus olhos se suavizaram quanto ele fitou Draco e beijou sua testa. "Parabéns, querido, eles são lindos."

"Obrigado Papai." Draco disse suavemente. "Eu te amo."

"Eu também te amo." Lucius disse e ele, Severus e Claudius saíram.

"Você, já para a cama." Harry disse suavemente. Draco suspirou e assistiu enquanto Harry trocava os lençóis e cobertores com magia. Draco entrou debaixo dos cobertores e esperou por Harry. Harry também entrou debaixo dos cobertores, deitou-se de costas e puxou Draco para si, o mais perto possível, sem machucá-lo. "Deusa, quanto tempo antes que eu possa te ter de novo?" Ele murmurou ao sentir a sensação sedutora do corpo de Draco contra o seu.

"Seis semanas."

"Você poderia ter me dito que eu vou morrer." Harry disse pesarosamente. Draco riu, cansado.

"Nossas crianças são lindas e poderosas... E estou certo de que elas serão agitadas." Ele disse pensativamente.

"É claro que elas serão agitadas." Harry murmurou. "Afinal de contas, nós as fizemos."

"Mal posso esperar." Draco suspirou feliz. Harry sorriu.

"Nem eu."

N/T

yay! o próximo é o epílogo!

Galen: aquele que cura, calma

Vitalis: Vida

Aziza: preciosa

Vega: estrela cadente