Capítulo 5 - Me dá um

Draquinho estava perdido em seus pensamentos durante aquela aula de Poções, logo a matéria que mais gostava, com o professor mais cruel que tinha, uma ótima aula pra aprender a ferrar grifinórios insuportáveis. Mas, naquele dia, nem parecia que Harry estava a apenas poucos metros de distância dele, na mesma direção. Nem parecia que havia outras pessoas naquela sala. Havia apenas aquela doce Tiara brilhante escondida junto com o material do Draco, da qual ele não conseguia tirar seus belos olhos cinzentos.

Lembrava-se de cada passada de mão, tão vívidas em suas memórias, da fogosa noite com sua bela Julieta naquele baile estupendo.

Suspirou lembrando-se da assanhada morena que saiu da sua vida tão estranhamente como entrara. Aliás, ela não saíra, correra! Mas que menina estranha! Correr dele! Como assim? Que ultraje!

Ainda mais depois de todos aqueles amassos! Não seria ela de outro planeta, pensou o loiríssimo Romeu enquanto mirava a belíssima tiara abobalhadamente.

Foi então que algo aconteceu.
Um vento frio passou por ele, levantando seus fios loiros de cabelo e chacoalhando-os em sua testa. A porta da sala de aula havia sido aberta.
"O que essa imbecil veio fazer aqui?", pensou Draquinho, completando ainda "Porque existem Weasleys no mundo? Ele seria tão melhor de ser habitada sem esses ruivos horrendos sarnentos!"

A ruiva chacoalhava os quadris ferozmente, enquanto andava na direção do professor Snape.

'Recado da Stra. Spinner pro senhor', disse Ginny estendendo a mão, visivelmente irritada por estar ali. Não tinha um elfo doméstico pra fazer isso não? Ou outro aluno qualquer!

'Aguarde um instante, Srta Weasley', disse Snape cuspindo o nome logo depois de ler o recado, 'Enquanto escrevo uma resposta para esta excelente professora'.

Ainda revoltada, rodou a sala com os olhos e avistou Harry, perdido em devaneios. Foi quando notou um pequeno utensílio de cristal reluzindo em suas mãos. 'Oh, céus! O sapatinho de minha fada madrinha! Isso vai dar encrenca!'

Harry imediatamente guardou seu precioso objeto, vendo que ele havia sido descoberto. Contudo, aquilo lhe fez pensar e ficar muito intrigado com a evidente curiosidade da garota no objeto que apreciava. Decidiu então que falaria com ela logo que tivesse um intervalo.

Draco observava a nojenta cena: o cicatriz idiota e sua namoradinha sardentinha se entreolhando. A sardenta fez então uma careta de desagrado, sendo retribuída pelo Potter com uma expressão de descoberta. Lindo casal, pensou. Eca, que nojo, completou internamente.

'Cai fora, garota, tá esperando o quê?' - rosnou Snape, que estava há meia hora com a mão estendida para a ruiva pegar a resposta do recado e se mandar.

'Si-si-sim-m-m, Snape', gaguejou ela dando no pé rapidinho, sem esquecer de chacoalhar os quadris.

Logo que a ruiva saiu da sala, o sinal tocou, porém, Snape, carrasco como é, manteve os alunos na sala, até que terminassem a poção.

Draco permaneceu aéreo e nem ligou muito para o fato de não terem sido liberados, mas a rapidez com que uma garota passou por ele em direção ao professor lhe chamou a atenção. Notou surpreso que se tratava de uma sonserina: Pansy Parkinson (ou seja lá como é o nome dela). Draco se assustou mais ainda ao ver pompons nas mãos da menina: um cinza e outro verde escuro.

Então, o pior aconteceu.

Me dá um S

Me dá um N

Me dá um A

Me dá um P

Me dá um E

SNAPE! No meu coração, que brilha e bate com emoção!

A agitação da sala deu lugar a um constrangedor silêncio, onde todos focavam apavorados o rosto da sonserina.

Snape, por sua vez, assumia uma expressão mais sebácea que o habitual, enquanto gotículas de suor escorriam por sua testa.

Lentamente risinhos foram ouvidos, o que se tornou, dentro de poucos nanosegundos, uma estrondosa gargalhada.

A gargalhada logo deu lugar a uma série de versinhos, distinguíveis entre o caos que a sala havia virado. Logo se ouvia acima de tudo um coro cantando uma musica estilo cheerleader enquanto Pansy e suas fiéis seguidoras dançavam adoravelmente ao redor do, ainda chocado, professor Snape.

Draco observava tudo atônito, imaginando se Pansy realmente tinha ido a fila dos cérebros quando nasceu.

Rolando os olhos com impaciência, percebeu quando uma evidente e única cicatriz ambulante levantou-se, fugindo da sala mergulhada na desordem. Precisando se divertir, Draco seguiu Potterzito até o corredor, e presenciou uma ótima e surpreendente conversa.

x-x-x-x-x

'Ginny!', gritou Harry, tentando vencer o mar de pessoas lerdas e inúteis que pararam pra conversar no corredor. (o mesmo que ele iria fazer, né? duh!)

'Harry', a ruivita sorriu, 'Como vai?'

'Er, vou bem, é que eu queria te perguntar uma coisinha...', começou ele meio sem jeito.

Oh, Merlin, pensou ela, lá vem bomba.

'Hmmm, pergunte', tentou parecer calma.

'É sobre... bem.. o baile sabe?'

'Sim, o que tem ele?', perguntou desconfiada.

'Você foi?'

'Aham', disse baixinho, ao que ele apurou os ouvidos, grunhindo um 'Como?'..

'SIM, eu fui!', explodiu ela, chacoalhando os quadris inconscientemente.

'Então... você viu uma garota toda boa gostosa que tava de fantasia medieval e um sapatinho de cristal?'

'Ah.. sei lá Harry. Eu não tava prestando atenção nisso', disse sem mentir.

'Ah', disse desanimado, com toda sua esperança descendo pelo ralo.

'Algum problema?', ela perguntou, ainda desconfiada.

'É que, bem. Você olhou tão assustada para o sapatinho hoje, que, bem, eu pensei que você a conhecesse.'

'Ah isso. É que é um sapatinho tão bonito e caro. Não sei como foi assim, perdido.'

Se Harry fosse um cachorro, naquele momento uma orelha sua teria levantado para ouvir melhor. Ela havia dito "bonito", "caro" e "perdido"? Como sabia que era caro e que havia sido perdido?

'É caro é? Como sabe?', perguntou acusador.

'Oras, tudo que é comprado na Madame Bullevier é uma fortuna!'

'E você já comprou lá?'

'Er... lógico que não Harry, não tenho dinheiro pra isso...'

'ONDE ELA ESTÁ, GINNY?', gritou Harry já cansado de todo aquele joguinho, 'Onde está a MINHA Lady?'

'Como assim sua Harry? Estou avisando, não se meta com ela!', disse Ginny entregando o jogo.

Harry parou sem palavras. Então ela SABIA quem era sua lady, a dona de tal sapatinho de cristal, sua cinderela!

'Porque eu abdicaria dela?', retrucou, enfrentando Ginny.

'Ela está comprometida Harry. É melhor mesmo que você se afaste e a esqueça. Talvez ela nunca mais apareça'

'Com-com-comprometida? Com quem? Foi algo que eu fiz de errado? Foi outro cara do baile?'

Ginny suspirou, inspirou, suspirou, inspirou e suspirou novamente.

'Sim Harry, sim! Foi outro! Do baile! Agora nós-deixe-em-paz'.

'E porque ela não me disse!'

'Você deu oportunidade? Por isso ela saiu correndo!', mentiu Ginny, falando qualquer coisa.

Harry parou para raciocinar alguns segundos, e então, um pensamento lhe veio a mente, uma coisa que não tinha pensado antes:

'Então... você era a outra gostosa que estava acompanhando ela?'

Ginny ergueu a sobrancelha e deu uma risadinha envergonhada, saindo logo depois chacoalhando o quadril e a cabeleira ruiva, deixando um boquiaberto Harry e um intrigado e assustado Draco para trás.

Então ela era a garota fantasiada de Julieta, como ela tinha ficado diferente..., pensou Harry.

Então ela era a garota loira que entrou com a Julieta, como ela tinha ficado diferente..., pensou Draco.

x-x-x-x-x

Dor, muita dor de cabeça. E dor na bunda também, sentiu Volvol ao acordar. Olhou ao seu redor e viu... rosa. Apenas rosa. Tudo rosa! Então, apesar da ressaca, entendeu que ainda estava no corpo da gostosona loira vizinha da Ginny, e que estava no quarto dela.

Sentiu o gosto de pasta de dente na boca, e logo localizou o fator causador de sua dor na bunda. Dormira em cima de uma escova de dentes e um tubo de pasta. Começou, lentamente, a se lembrar da noite anterior.

Lembrou-se que, numa tentativa desesperada de esquecer seus terríveis momentos de tortura com o testa rachada, havia ido beber (num bar?).

Lembrou-se também que, antes disso, havia chorado horrores, soluçando descontroladamente, no colo de Ginny. Que patético, pensou, que decadência! Um Lorde no colo de uma Weasley! Era o fim do mundo mágico sombrio!

Lembrou que contou a plenos pulmões a contaminação que sofrera, e que pedira incessantemente por um tubo de pasta e uma escova de dentes para tirar todos aqueles germes bucais e salivares que tomavam suas células.

Ginny sentira-se culpada, por ter entendido que todo aquele esforço havia sido pra tirar aquele Don Juan pirateado de cima dela, porque ela tinha que ter seu caminho livro para encontrar seu Romeu.

Mas quando a fada tomou-lhe as mãos e docilmente lhe confidenciara que faria tudo para que ela fosse feliz, Ginny cedera e apenas agradecera a bondosa fada.

Cada um destes catastróficos momentos passava pela mente de Voldenho, que era tomado por uma grande vontade de dar funcionalidade às células lacrimais de seu belo rosto feminino.

Então chorou novamente. Foi quando veio a sua mente mais cenas da noite anterior: o grande lorde, bebendo num boteco qualquer com o corpo de uma gostosona, cantando músicas sem sentido como "Nanarabombier" e "I am pretty, oh so pretty!" enquanto recebia olhares animalescos de homens doidos para copular com ela, ou melhor, ele.

Voldinho nem pensara duas vezes! Pegou a varinha da menina e não sobrou um órgão sexual para contar história. Todos no bar haviam sido castrados dolorosamente.

Mas isso não amenizava o sentimento vexatório que se apoderara daquele corpo, que era dominado pela mente alcoolizada do nosso nobre Lorde Supremo. Lorde este que agora, já não sabia se algum dia seria aceito no inferno.

Sim! Porque ele havia feito o gesto mais abominado no mundo Sombrio! UMA BOA AÇÃO!

E para isso havia feito o gesto mais condenável do mundo sombrio:

Beijar o Potter, sem tentar matá-lo.

'Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!', gritara ele, sozinho no bar, um grito que ecoou por todo o mundo bruxo, que mais tarde tornou-se lenda, conhecido como "O Grito!". (N/A/I: Fundo musical do momento: Psicose! Hauhuahuahuaahua)

E se depois de todo esse sofrimento, sua missão não estivesse encaminhada, nosso Lorde decidiria viver para sempre nos céus!

x-x-x-x

N/A/I: Nos somos boas, nos somos insanas, eu (Guta) faço versinhos podres perfeitos... Nanarabombierrrr!

(Manu cantando Nanarabombier!)

Hugs and Kisses,

Azuretadas

OBS: O porque deste título:

Harry quer uma pista de Voldie!

Draco quer uma pista de Julieta!

Pansy quer um alfabeto!

Voldie quer um copo de cachaça!

Sacaram? ;p