Capítulo 3:

O Retorno de Linda

Draco não conseguia acreditar no que os seus olhos viam... era a sua Linda, ela estava ali novamente... abraçada ao pai, enquanto a mãe se debulhava em lágrimas. Os padrinhos ao avistarem ele, foram até lá.

- Draco... meu querido! – exclamou Lisbella, era impressionante o tom sincero na voz dela. – Eu sabia que iria conseguir!

- Talvez eu sempre soubesse como salvá-la! – disse ele contente.

- Bem minha querida... – exclamou Joseph... – Eu e sua mãe temos uma reunião... mas, estou muito contente de ter a minha aprendiz comigo novamente! – disse ele, puxando Lisbella pelo braço, até a porta da enfermaria. – Nos vemos no encontro com o seu padrinho!

- Tudo bem papai! – disse ela.

Lisbella e Joseph saíram deixando apenas Draco e Linda... ou pelo menos só os dois que estavam acordados ali... Johan continuava desmaiado. Linda caminhou até a maca do irmão e se sentou ao seu lado, passando a mão em seu rosto suavemente.

- Ele era a única pessoa com a qual eu me preocupava realmente... – disse ela, com a voz embargada. – Os meus pais nunca se importaram conosco realmente... só agora foram notar a nossa existência!

- Isso não é verdade! – Draco disse indignado. – Sua mãe e seu pai são do tipo que não demonstram os sentimentos... qualidade aliás que a senhorita herdou...

Linda sorriu, e começou a murmurar palavras incompreensíveis no ouvido do irmão. Se levantou no mesmo momento em que Hill e Gina entravam na enfermaria... Elas se olharam e deram meia volta.

- Eii! – gritou Linda.

- Desculpe Li, mas não quero estragar o momento dos dois pombinhos! – Gina sorriu. – Nunca vi alguém mais desesperado por causa de um coma...! – olhou de esguelha para Draco que soltou uma gargalhada irônica.

- Cala a boca... – disse ela abraçando Gina... e depois abraçando Hill, era tão bom estar com as amigas... – Sabe, sonhos estranhos vieram me atormentar enquanto eu estava desmaiada sonhos tipo... – Linda começou a engasgar e na cama onde Johan estava ele gritou de dor, quando uma ferida foi aberta no seu braço.

Draco que estava na cama, pulou e correu até Linda que estava tonta, ele puxou ela pelo braço, e abraçou-a, sussurrando no ouvido dela:

- Linda... shhh... a gente não pode falar de nada, até esse inferno acabar! – exclamou ele. Quando Linda conseguiu se orientar, largou Draco e foi até o irmão, pegando no braço dele, sangue jorrava do braço dele...

- Ohhh, Johan! – disse desesperada...

- Da próxima vez será pior! – uma voz desconhecida sussurrou em seu ouvido.

Madame Pomfrey entrou na enfermaria e vendo o machucado no braço de Johan quase teve um ataque...

- Linda... pode dizer-me o que está acontecendo aqui? – antes que Linda pudesse responder, Draco interveio a tempo.

- Madame Pomfrey... – chamou ele calmamente. – O Johan... bem, ele estava se batendo, e se machucou... não é pessoal? – perguntou ele olhando para as meninas...

- É... é! – disseram em uníssono...

- Muito bem, sr. Malfoy... está liberado, Linda... por favor, se quiser ficar com o seu irmão... não me importo! – exclamou ela. Linda era uma excelente aluna de poções e pretendia ser curandeira mais tarde, por mais maldosa que fosse.

- Muito obrigada Papoula, mas acho que já passei tempo demais aqui como paciente, e quando estiver por aqui, só como estagiária...! – suspirou, e se levantou. Draco entrou no banheiro para trocar o pijama, por uma roupa normal, e os quatro saíram da enfermaria

Hillary voltou sozinha para o salão comunal de sua casa, estava exausta. Tinha ficado metade do dia com Kirsten e precisava descansar, mas também precisava encontrar Harry e conversar sobre os recentes acontecimentos entre eles. Não sabia o motivo, mas sentia um grande aperto no peito cada vez que pensava nisso. Parecia que seu coração estava avisando que ia sofrer, mas não queria acreditar no que ele dizia, resolveu que era apenas uma dor boba que passaria logo.

Harry estava deitado no sofá do salão pensando na gravidade do que iria fazer, pensando que iria magoar a única pessoa que ele realmente amava, pensando que perderia ela pra sempre, mas era assim que devia ser. Eles nunca deveriam ter se envolvido. Nunca. Estava viajando nas suas idéias e maneiras de dizer a ela, quando a mesma adentrou no salão.

Harry... – ela disse com um sorriso maroto – não te vi o dia todo...

Eu não estava muito legal... – ele falou meio seco.

Você está bem? – ela perguntou sentindo o aperto no peito novamente, mas dessa vez mais forte.

Estou ótimo.

Aconteceu alguma coisa?Você está estranho...

Já disse que não é nada Lupin – ele disse quase gritando.

Nossa, valeu a consideração. Vou deitar que eu ganho mais. Boa noite Potter.

Tinha que ser assim. Precisava ser assim. Ele estava meio que arrependido, mas tinha dado o primeiro passo para ela o odiar. Sabia que passado alguns dias ela iria querer saber o que estava acontecendo e ele teria que falar a verdade, ou...

Não sabia o que era pior, e por enquanto não sabia o que fazer. Resolveu que estava realmente tarde e seria melhor que fosse dormir. Afinal, no outro dia teria que comparecer as aulas.

Draco e Linda chegaram exaustos no salão comunal da Sonserina, as meninas tinham os levado a inúmeros lugares, e eles não agüentavam mais andar... Draco se jogou em uma poltrona e Linda em outra, uma ficava de frente para a outra.

- Draco! – a voz de Emma Nerfall nunca parecera tão irritante aos ouvidos de Linda. – Oh... Monroe, já saiu do seu coma? Então foi para chamar a atenção...? – perguntou ela venenosa.

- Não Nerfall... não necessito de artifícios para ser notada... ! – exclamou, e quando viu que Emma abraçou Draco por trás da poltrona, se sentiu usada. – Bem, Malfoy... adorei o nosso dia, mas infelizmente eu vou ter que ir dormir, sei que sentirá a minha falta!

- Linda, não! – disse ele, se soltando de Emma. E segurando ela pelo pulso. – Temos muito o que conversar...

- Nós não temos nada que conversar Malfoy... o que tínhamos foi dito, ou esquecido quando alguém mais importante irrompeu por aquela porta! – disse ela, soltando-se. – Boa noite, Malfoy! – seu nome foi pronunciado com tanto veneno que Draco teve ímpeto de se jogar pela janela.

- Tudo bem Draco... – disse Emma. – EU estou aqui! – disse abraçando ele.

- Eu não quero você! – disse ele, se soltando dela. Linda já havia subido a escada, e por isso não pode ouvir o que ele disse...

Draco levantou, parecia estar sendo movido mecanicamente, nada mais o impulsionava a fazer isso, hoje tinha aula com Snape e isso era um alívio, o que não poderia agüentar era, Emma... e principalmente Linda, que iria estar na carteira mais distante possível.

Se vestiu, pegou a mochila jogou nas costas, e desceu as escadas do quarto para ir tomar o café da manhã... De relance viu Linda, Gina e Hill, que estavam sentadas na mesa da Grifinória. Draco levantou e andou até elas, se sentando ao lado de Linda.

- A gente precisa conversar, e eu sei que você está pensando que eu ainda estou com a idiota da Emma... mas, a gente terminou...! Eu terminei por sua causa, quando você estava no coma! – desabafou Draco.

- Jura? – Linda sentiu um imenso alívio no peito ao ouvir aquilo, abraçou Draco, e beijou o rosto dele delicadamente.

- Vem Linda! Vamos conversar! – disse ele se levantando, e puxando ela para irem para fora do castelo. O salão inteiro se virou para eles, mas ninguém ousou impedir.

Chegaram perto do lago, e se sentaram na beirada...

- Linda! – disse ele, emocionado... os olhos rasos de lágrimas não derramadas, durante muito tempo. – Minha Linda!

- Shh.. não fique assim meu amor! – disse ela contente, e também com lágrimas nos olhos. Limpando os olhos dele com os dedos começou a cantarolar.

- Eu amo a sua voz...! – disse ele. – Canta pra mim!

- Não!

- Canta... Linda, antes de mais nada... quer namorar comigo? – perguntou ele, meio constrangido como nunca havia se sentido antes.

- É claro! – disse ela se jogando em cima dele. Fazendo com que Draco deitasse no chão, finalmente os seus lábios se tocaram, e foi como uma explosão dentro dela, fogos de artifício pareciam brilhar, e quando ela abriu a boca, para permitir a entrada da língua dele, foi como se fosse o seu primeiro beijo...

Gina, você sabe...se aconteceu alguma coisa ontem com o Harry?

Não, porque Hill?

Ele estava estranho comigo ontem, estava...frio.

Nossa, depois daquela noite?Que estranho mesmo...será que...ele não estava sob efeito da pena?

Não, não...não pode. Ele seria diferente. Ele parecia querer me afastar sabe...

Pode ser que ele esteja com medo...ou não sei...

Vamos ver como ele vai estar hoje né... – ela disse tentando dar um sorriso verdadeiro, mas estava difícil. Só de olhar para ela, dava pra ver que ela não estava nada legal...estava infeliz.

E ele percebeu isso quando entrou no salão acompanhado de Rony e Mione. Sabia que esse olhar triste era sua culpa, mas sabia que era assim que tinha quer ser. Eles não poderiam ficar juntos. Por segurança dela.

Os olhos se cruzaram e quase todos perceberam a frieza nos olhos de Harry. Uma frieza que ele estava fingindo, e não tinha nem consciência de que estava tão boa. Hill sentiu um aperto forte no peito novamente que fez tudo rodar em volta dela. Fechou os olhos e respirou fundo.

Hill, amiga, você está bem?

Eu...não. Ai, que dor...

Ai amiga, o que ta acontecendo?

Nada, já passou...foi só uma dor no coração...acho que é algum pressentimento...algo ruim vai acontecer...

Para com isso, por favor...tenho pavor dessas coisas...

Não se preocupe, algo ruim vai acontecer...comigo.

Pare com isso agora Hillary Lupin... – Gina gritou.

Gina, fala baixo. Vamos, vamos pra aula.

Então pare com essas coisas... – ela disse com lagrimas nos olhos. – se acontecer algo a você ou a Li de novo, não sei o que eu faço...

Calma...não vai acontecer nada... – ela disse abraçando a amiga e pensando bem o contrário do que tinha dito.

O dia passou rápido pata aqueles que estavam concentrados nas aulas, mas para quem estava viajando totalmente o dia foi muito longo. Duas pessoas tiveram os dias mais cansativos. Um sem o outro. Um tendo que conviver com sua decisão e a outra com a distancia que estava nascendo entre eles, sem mesmo ela saber o motivo.

Resolveu buscar em seu armário o objeto escondido a algum tempo. A sensação de poder do objeto já havia passado e resolveu entrega-lo ao dono. Mas por um pequeno descuido, acabou respirando o pó que a pena expelia. Caiu no chão inconsciente.

Parvati, eu achei seu sapato lá em...MERLIN...ALGUÉM ME AJUDA, POR FAVOR...HARRYYYYY... – gritou Mione do quarto.

O que aconteceu?HILLARY...

Ele a pegou nos braços e correu para a enfermaria. Tinha visto ela passar mal no almoço, mas achou que não era nada. O que ele não havia reparado era na pequena pena que a garota segurava. Somente quando a deitou na maca que a percebeu.

Não...não pode ser...ela não... – ele dizia desesperado a Madame Pomfrey.

Meu querido, eu...sinto muito...

Porque...você me prometeu...porque... – ele dizia entre as lágrimas.

Harry, o que ela tem? – disse Gina ao entrar correndo na enfermaria. Olhou para ele e pode perceber o que os olhos avermelhados lhe diziam: sua amiga tinha sido a nova vitima. – não...por favor Harry, diga que não...

Por favor garotos, saiam. Eu tenho que ver o que posso fazer por ela, se é que posso fazer algo né.

Os dois saíram da enfermaria chorando. Gina estava abraçado a Harry e não conseguia parar de chorar por um momento. Já não bastara ter passado tudo aquilo pela Li, agora sua outra melhor amiga estava na mesma situação. Queria fazer algo para ajudar, para tira-la daquele transe...mas não sabia como fazer.

Olhava para Harry e chorava mais ainda. Dava para perceber como ele sofria pela aparência. Olha desligado, andava como se seus pés conhecessem tudo, as lagrimas caiam naturalmente uma atrás da outra. Estava desesperado, mas ela não sabia o que fazer, afinal, estava desesperada também. Acabaram trombando com um casal que estava rindo: Linda e Draco.

Oi Gina...nossa, que caras de enterro...o que aconteceu? – disse Li olhando serio para Draco.

Li... – disse Gina abraçando a amiga e soluçando mais e mais.

O que foi?Fala meu, eu to ficando preocupada...fala Gina...

A Hill ta em coma...ela estava com a pena... – disse Harry que olhava para o chão e não fazia nenhum movimento. Naquele momento Draco ficou com pena do cicatriz, afinal...ele já tinha sentido aquilo. Mas esse momento passou rápido, pois onde já se viu, um Malfoy com dó do Potter?Nunca.

Nããããão... – gritou Linda.