N/A: Eu sei. Demorou. Muito! Saibam que eu não vou abandonar a fic. Então mesmo que eu demore séculos para responder, um dia o capítulo novo vem! E espero que o capítulo 3, que já está mais ou menos estruturado saia logo. Obrigada pela paciência (pelo menos eu espero que vocês ainda estejam aí).
Quero agradecer a Miri, miaka, Cláudia, Pat, Gabi Malfoy (lembro de você sim!), Manu Black, Ellen-Potter, Carol Malfoy Potter, Tamie Honda, Hermione Kinomoto (sua review me deixou com o rosto da cor dos cabelos, que são vermelhos), Chang e Lucka pelas reviews. Não parem com elas, mesmo que seja para brigar comigo.
Agradecientos também a minha beta Julie que além de toda a ajuda ainda foi super fofa e colocou as aspas nas falas pra mim.
Uma outra coisa: mudei a censura da fic. Muitas fics estão sendo reportadas então deicidi pôr a mais que pôr a menos.
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Capítulo 2
"Malfoy, largue-a!" Ron havia puxado a varinha das vestes e apontava ameaçadoramente para o loiro, que havia parado de beijar Ginyy mas ainda a segurava pela cintura.
Os dois haviam se separado para procurar a fonte do barulho que havia sido feito quando Ron se desvencilhou de Hermione. Quando a ruiva viu seu irmão, o sangue lhe subiu às faces. Já o outro a puxou um pouco mais para si, em uma atitude ao mesmo tempo protetora e possessiva.
"Ron, não faça nada estúpido!" Hermione estava claramente arrebatada pela cena que havia presenciado mas tentava manter o controle para impedir o marido de fazer algo realmente grave.
Bastou um movimento um pouco mais brusco de Ron para que sua esposa o imobilizasse.
"Eu lido com ele, Ginny. É melhor você esperar ele se acalmar." Hermione falava apenas com a caçula dos Weasley, não olhando para Draco, que permanecia calado, imóvel e imponente.
Ginny concordou com a cabeça lançando um último olhar para Ron antes de desaparatar. Draco o fez logo em seguida. Já Hermione usou o contra-feitiço para devolver os movimentos ao marido, que balbuciava vermelho de raiva.
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Ginny foi imediatamente para o banheiro de seu apartamento. Acreditava que, se jogasse uma água bem gelada no rosto, iria acordar e descobrir que aquilo tudo era um sonho ruim. Bem ruim. Um pesadelo. Eles não podiam ter sido descobertos. Principalmente não por Ron.
"Ginevra, saia." pediu Draco em um tom sério, em frente à porta do banheiro.
Ela abriu a porta e, ao contrário de como se encontrava momentos antes, o sangue parecia ter-lhe fugido às faces.
"Você parece à beira de um colapso. Não vai desmaiar, vai?" perguntou ele, com uma expressão desconfiada como se a mulher tivesse uma doença contagiosa.
"Perdeu o senso? Draco, nós fomos descobertos. A essa altura, toda a minha família já sabe. Todos na festa já sabem! O escândalo que Ron fez tomou conta disso, pode ter certeza. Deus, vamos estar na capa do Profeta Diário!" Ginny estava histérica.
"Você pode se acalmar?" perguntou Draco, sem alterar o tom de voz. "Seja razoável e pense por um momento. Seu irmão não gosta de mim; logo, se ele tiver o mínimo de sensatez, não vai sair por aí espalhando que nos viu juntos."
Ginny parou para assimilar aquilo por um momento. O que Draco dizia parecia fazer sentido. Ela puxou o ar para os pulmões como se fosse a primeira vez, e esboçou um pequeno sorriso. O loiro passou o braço por seus ombros e a levou para a sala. Fez com que ela se sentasse e conjurou uma única rosa vermelha.
"Está mais calma?" perguntou ele, oferecendo-lhe a flor. "Você realmente precisa aprender a pensar antes." censurou.
Mas a ruiva não estava mais prestando atenção. Tinha os olhos vidrados na rosa que acabara de espetar seu dedo enquanto sua mente era invadida pela imagem de um buquê em chamas. Foi isso que aconteceu com o presente do primeiro homem que a chamara para sair depois de Harry. Ginny tinha recusado o pedido, mas levara as flores para casa. E seu irmão não reagira nada bem. Pois por mais que a linha de pensamento de Draco fosse coerente, Ron não o era.
"Ginevra?" chamou Draco irritado, vendo que nada que dissera havia sido assimilado.
"Não... me... diga... para... ficar... calma!" a cada palavra pronunciada, Ginny usava a rosa para bater no rapaz. No final da frase, a flor estava em frangalhos e Draco agarrava seu pulso com um pouco mais de força do que era necessário. "Você não se importa porque a sua mãe já não fala com você. Mas eu gosto da minha família e não quero ser expulsa!"
"Então você devia ter escolhido outro." Draco lançou a ela um olhar frio, ficou de pé e desaparatou sem dizer mais uma única palavra.
Ginny jogou o que restava da rosa no chão e foi para o quarto batendo a porta atrás de si e se jogando na cama.
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Na manhã seguinte, Ginny acordou tarde, quase na hora do almoço. Estava, contudo, sem fome e permanecia sem saber o que fazer. Seus pais e irmãos estariam incrédulos com a história de Ron, enquanto Draco, o motivo da confusão, tinha ido embora. E com bons motivos; afinal, eles já haviam previsto as conseqüências de ficarem juntos e Ginny não deveria ter ficado naquele estado de nervos. Ela, no entanto, não imaginava ter que lidar com tudo isso tão cedo.
Passadas algumas horas durante as quais tudo que a ruiva fizera fora encarar um ponto no teto fixamente, Ginny finalmente decidiu que teria que se explicar mais cedo ou mais tarde e seria melhor se ela tirasse isso logo do caminho.
Após tomar um banho mais longo do que planejara, colocou vestes simples e escuras e aparatou em Ottery St Catchpole. Não foi direto para o quintal da' Toca, mas optou por caminhar por uma certa extensão da estrada de terra. O objetivo era ativar a memória daquela noite que estava agora há dois meses de distância, e planejar melhor o "controle de danos" que iria fazer quando atingisse seu destino.
Finalmente ela chegou à porta. Respirou fundo e bateu. Demorou para alguém vir atender, mas, quando aconteceu, Ginny queria sumir. Fora seu pai quem viera à porta e, ao vê-la, sua expressão mudou completamente e tornou-se completamente fechada.
O Sr. Weasley deu caminho e indicou levemente com a cabeça que ela entrasse. Ginny foi até a cozinha e lá encontrou sua mãe. A ruiva estava agradecendo silenciosamente por seus irmãos não estarem por perto e então o silêncio foi quebrado.
"GINEVRA MOLLY WEASLEY!"
"Mãe, não..." a menina tentava intervir, mas ser chamada de "Ginevra" a lembrava de Draco e ela acabou por não ser muito eficiente.
"EM QUE VOCÊ ESTAVA PENSANDO! DRACO MALFOY! DE TODAS AS PESSOAS DO MUNDO VOCÊ O ESCOLHE!"
"Não era você que estava defendendo-o outro dia?" argumentou ela, enquanto seu rosto atingia todas as cores possíveis.
"Então você admite estar com ele! O que você sabe sobre esse rapaz?" questionou a mais velha, ainda em alto volume.
"Mais do que você, obviamente." retrucou a filha, mais para si do que para qualquer outro no cômodo.
"Não fale assim com a sua mãe, Ginny, ela está certa. Como você pode confiar nele?" Arthur, ao contrário da esposa, não gritava, mas permanecia extremamente sério.
"Você disse para nunca confiar em algo que eu não pudesse ver onde está o cérebro. Bem, eu sei muito bem onde o cérebro dele fica."
Ginny não estava certa se deveria ter dito aquilo, mas obviamente as coisas estavam piorando para ela: dois barulhos de estalo foram ouvidos e os ponteiros no relógio dos Weasley indicaram que os gêmeos estavam em casa. Molly continuava a esbravejar, mas sua filha apenas puxara uma cadeira e esperava o caos que iria tomar conta do local.
Atraídos pelo barulho, Fred e George foram imediatamente para a cozinha e, ao verem a caçula, uniram suas vozes a de sua mãe. Ginny podia identificar algumas poucas palavras como "louca", traidora", "herege" e "maldição Imperius". Ela tentou se controlar por uns longos quatro segundos, antes de jogar a cautela e o decoro para os ares.
"É a minha vida. Por que eu não posso leva-la do meu jeito? Esse é o problema dessa casa: tem muita gente presente para dar opinião. E todos com visões já prontas. Eu gosto dele. É tão difícil de aceitar isso?"
"É!" responderam os gêmeos em uníssono.
"Bem, descubram um jeito de aceitarem." terminou ela, séria. Levantou-se e desaparatou assim que soube que não seria vista da' Toca.
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Uma semana se passou desde a discussão n'A Toca. Ginny, trabalhando extra por vontade própria, não viu nenhum de seus familiares ou se comunicou com Draco por qualquer meio. Ao contrário do que previra quando foram pegos, a notícia não parecia ter saído do círculo familiar dos Weasley. Ou pelo menos não havia chegado à mídia e à França, mas era impossível para a ruiva dizer o que ocorria no Ministério.
Draco, por outro lado, não sofrera nenhum efeito do ocorrido. A notícia realmente não se espalhara, mas ele evitava a todo custo encontrar com algum ruivo pelos corredores. Até então, obtivera sucesso. Contudo, jamais poderia esperar o que encontraria na porta de seu prédio, bloqueando seu caminho:
"O que vocês estão fazendo aqui?" perguntou ele em tom de escárnio.
"Viemos ter uma conversinha 'amigável'." respondeu George Weasley, remexendo em algo em suas vestes que Draco tinha certeza ser sua varinha.
"Já que você, aparentemente, deseja fazer parte da família." completou Fred, fazendo os mesmos movimentos ameaçadores do irmão.
"Não sei do que vocês estão falando, nem como descobriram onde eu moro, então..." Draco tentou abrir caminho pelos gêmeos, mas ambos o seguraram pelos ombros e o forçaram a caminhar com eles até um beco próximo.
"Estamos te levando para um passeio. Como você bem deve saber trabalhando no seu departamento, trouxas estranham se vêem rinocerontes roxos dançando pela rua." disse Fred casualmente.
"Porque é isso que você vai virar se não der as respostas certas." acrescentou o outro.
"Apesar de ser uma pena destruir a fachada do seu prédio ao entrar." lamentou o primeiro.
"É uma bela fachada realmente, Fred," concordou "mas pode vir a ser uma medida necessária."
"De fato. E temos que fazer o que é certo."
"Eu não tenho nada a dizer a vocês." disse Draco, levando a mão direita ao bolso procurando o conforto de sua varinha.
"Mas nós vamos lhe mostrar o que você vai falar. Por exemplo: o que você está fazendo com a nossa irmã?" questionou George, simulando uma expressão de interesse.
"E há quanto tempo vem fazendo?"
"E por quais motivos?"
"E por quanto tempo planeja continuar?"
"Ah, por favor!" exclamou ele com nojo. "Eu não acredito que estou parado aqui, ouvindo vocês dois protegerem a honra da sua irmãzinha." a última palavra foi dita em tom depreciativo. "Não se preocupem, eu já terminei com ela." Mais uma vez, Draco tentou abrir caminho pelos gêmeos. Ele sabia que não podia desaparatar, pois apesar do beco, o risco de ser visto numa hora movimentada como aquela era grande e isso poderia faze-lo perder o emprego. Além disso, eles poderiam simplesmente segui-lo.
"Você não vai a lugar nenhum. Retire o que disse." ameaçou George.
"Retire!" ordenou Fred após segundos de silêncio de Draco.
"Levando para o pessoal?" sob o olhar ameaçador dos gêmeos, Draco concluiu que aquele não era um bom rumo a tomar, por isso emendou. "Pergunte a ela. Não fiz nada que ela não quisesse. E ela preferiu ir abraçar a família. Quanta coragem... Posso ir agora?" perguntou em um tímido tom de impaciência.
"Pode." permitiu Fred, abrindo caminho.
"Mas se nós descobrirmos que você mentiu de alguma forma, podemos vir a fazer uma visita." concluiu George, também abrindo espaço.
Draco saiu o mais rápido que pôde sem perder a pose e entrou em seu apartamento amaldiçoando todos os ruivos já nascidos.
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Ginny havia acabado de chegar em casa e tudo o que queria era um longo e fumegante banho. Tinha se ocupado o dia todo com uma burocracia que parecia se prolongar a cada pergaminho que ela selava.
Quase ignorou quando ouviu as batidas na porta, mas a insistência e o toque urgente de quem quer que estivesse do outro lado a fez ir atender. Encontrou três pessoas e um enorme buquê de tulipas que, muito provavelmente, estavam fadadas a se transformarem em outra coisa se ela ousasse tentar sentir o perfume. Ginny pegou as flores e as deixou em cima da mesa, sabendo que não poderia evitar a entrada dos irmãos.
"Ah, George, nós a ensinamos bem demais!"
"Prefiro acreditar que ela não gosta de tulipas, mas odeio admitir que esse buquê foi feito por causa dela."
"Além de me usar como cobaia para suas invenções, o que vocês querem aqui?" perguntou ela, impaciente e ainda com uma vívida lembrança da última conversa que eles tiveram. E como se aquilo não fosse o bastante, agora Ron estava com eles.
"Viemos dizer que você está bem melhor sem ele e que não estamos chateados com o seu pequeno deslize. Nós... superamos." Era o mais novo que falava e o esforço requerido para verbalizar a última parte fora visível.
Ron havia encontrado os gêmeos no jantar da noite anterior e ouvira o relato do que acontecera entre eles e Draco. Após isso, se recusara a ser deixado para trás na visita dos irmãos a Ginny. Agora, contudo, os mais velhos deveriam estar arrependidos de tê-lo trazido, uma vez que a cabeça da irmã mais nova parecia a ponto de explodir, em uma cena muito parecida com as que se passavam quando a Sra. Weasley estava nervosa.
"VOCÊS SUPERARAM! MEU "DESLIZE!"
"Ginny, acalme-se, você vai quebrar uma janela." pediu Fred, controlando-se para não rir com a semelhança.
"Nós sabemos que vocês terminaram. Fred e George conversaram com Malfoy. Todos cometem erros, Ginny." emendou Ron, começando a corar.
"Ron, é melhor você parar de falar." sussurrou George para o irmão.
"ELES FIZERAM O QUÊ!"
"Olha, Ginny, ignore o que esse idiota" George lançou um olhar atravessado para Ron cujas orelhas estavam em chamas "disse. Nós só queríamos ter certeza que ele não estava se aproveitando de você."
"O que ele provavelmente estava fazendo." concluiu Fred. "Malfoy obviamente não gostava de você. Dava para saber pelo tom de voz dele." Olhando para Ginny, viu que, se possível, a cabeça dela estava inflando e seu corpo ganhava uma magnitude que o superava em metros. "E eu acredito que nós devemos ir."
"Não poderiam ter escolhido um momento melhor!" concordou George "Reflita, Ginny. E não se esqueça de não cheirar as tulipas." puxando Ron pela gola das vestes, eles deixaram o apartamento.
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Duas semanas se passaram sem que Ginny visse algum outro membro da sua família. Logo que descobrira que seus irmãos haviam encurralado Draco, quis mandar-lhe uma coruja certificando-se de que ele ainda tinha todos os membros presos ao corpo e com uma pequena (e dolorosa) maldição por ele ter conversado com os gêmeos de fato. Por sorte, Aranel havia saído para caçar e a ruiva teve tempo de desistir da idéia.
Ao chegar do trabalho em um dia frio característico do final de novembro, encontrou, para seu desespero, Charlie sentado em sua porta.
"Achei que você gostaria de sair para jantar." A caçula tentou interrompê-lo, querendo evitar outro sermão, mas ele a tranqüilizou: "Não ameacei ninguém e não vou julgá-la."
"Se você..." começou ela, em tom ameaçador.
"Se eu estiver mentindo, sei o que você vai fazer. Vamos?" perguntou, levantando-se e estendendo o braço.
Charlie não conhecia os lugares por ali, por isso deixou Ginny escolher o local. No caminho, feito a pé, eles permaneceram em silêncio, mas a situação não era incômoda. Chegando ao restaurante, fizeram o pedido e finalmente o irmão fez a pergunta que o levara ali.
"Como aconteceu?"
E Ginny falou. Charlie parecia não julgá-la e, mesmo que contasse o que aconteceu para toda a família, o que era altamente improvável, não podeiria piorar a forma com que eles encaravam a situação. Ela contou sobre a Borgin & Burkes, mas guardou as revelações feitas lá dentro para si. As coisas que Draco fizera em seu passado foram ditas somente a ela e a ruiva não queria repassá-las. Disse apenas que acreditava nele.
"Não pareça tão horrorizado." pediu, ligeiramente embaraçada.
"Não estou. Só um pouco... surpreso." respondeu Charlie, com o semblante sério.
"Eu não posso contar exatamente o que fez minha atitude em relação a ele, que era a mesma de todos os nossos irmãos, mudar. Ele não pediu segredo, mas eu decidi fazer assim. Só queria que vocês confiassem no meu julgamento."
"Você ainda pensa da mesma forma mesmo agora que vocês não estão mais juntos? Ou Fred e George estavam errados ao afirmar isso?" ele tentava ao máximo manter-se racional.
"Não o vejo desde que fomos descobertos." ela tentava parecer indiferente e teria sucesso se quem estivesse sentado à sua frente não fosse seu irmão.
"Você o ama?"
"Faz diferença?"
"Eu reformulo: você o quer de volta?" ele sorria, sabendo que jamais obteria uma resposta para a primeira pergunta.
"Não sei. As coisas mudaram agora. E eu não sei o que vai acontecer."
"Nunca vi isso te parar, mas não vou influenciar sua decisão." com isso, ele encerrava o assunto.
Os irmãos terminaram de jantar e Charlie deixou Ginny em casa, sem saber que a incumbira de escrever o texto mais difícil de sua vida. Ela começou várias vezes até obter o resultado final:
"Malfoy,
Precisamos conversar. Você não vai ter a última palavra e deixar as coisas assim. Esteja na Grandma's Recepies dia 28 às 7:30. Vamos jantar.
Ginevra"
Ela admitia não ser exatamente algo elaborado, mas não via outra forma de verbalizar aquilo. Além do mais, acreditava que ser direta era a melhor forma de agir. Jamais escreveria um bilhetinho meloso, até porque ele não o merecia. Por isso deu a carta a Aranel e a despachou antes que pudesse reescrever.
