Gakkou no Kaidan - Histórias de Fantasmas
O Fantasma do Acampamento
De P. Buffay
Capítulo 8: A escolha dos monitores e as primeiras atividades no acampamento.
Hajime e Cody dirigiram-se ao caixa. Enquanto o garoto de cabelos negros puxava da mochila algum dinheiro para pagar pelo canivete, Cody percebeu que atrás do balcão existiam prateleiras cheias de doces, todos exclusivos do acampamento.
- Com licença. – pediu à senhora, que recolhia o dinheiro das mãos de Hajime. – Por favor, quanto custa o chocolate? – perguntou, apontando para as várias barras organizadas na prateleira.
- 1 iene. – respondeu ela, entregando o troco à Hajime.
- Vou querer duas. – disse o garoto puxando a carteira do bolso. – Quer? – e ofereceu uma barra à Hajime.
- Valeu! – agradeceu ele, dando uma grande mordida no chocolate.
- Não há de que.
- Hum! Cara, isso é muito bom!
- É, eu sei... – concordou Cody, desembrulhando o dele. – Senti falta disso...
- É, é mui... vo-você disse que sentiu falta disso!
- Sim, senti... – disse Cody. Mas parou subitamente, como se tivesse se dado conta do erro que cometera. – ...Faz muito tempo que não como chocolate... – disse depressa.
- Ah! Sim... entendi... é realmente muito gostoso... – concordou Hajime, voltando às feições normais. – Vou querer seis! – disse à senhora do caixa, que tirou mais seis barras de chocolate da prateleira e entregou-as ao garoto. – Hum, pega. – disse, entregando uma à Cody.
- Mesmo! – Um grande sorriso abrindo-se no rosto do garoto.
- Claro! Você me deu uma, não deu? Pois é, tô te retribuindo.
Naquele momento, Satsuki e Momoko entraram na loja.
- Ei! Vocês! Estamos aqui! – chamou Hajime gritando para as meninas. – Por que demoraram tanto!... Problemas no banheiro? – perguntou rindo, quando as duas se aproximaram deles.
- Ah, cala a boca! – replicou Satsuki no momento em que procurava o irmão com os olhos. – Ué, cadê o Keiichiro? – Neste momento, o garotinho surgiu de um corredor, com mais coisas do que antes.
- Satsuki! Olha só o quê eu achei! – Exclamou. – Podemos levar?
Satsuki demorou um pouco pra reconhecer o próprio irmão, mas quando finalmente percebeu que era mesmo ele, disse:
- Kei-Keiichiro, você está... – e procurou uma palavra - ...ótimo! Me desculpe, mas não podemos comprar isso... temos de economizar dinheiro!...
- Tudo bem... – disse o garotinho triste, tirando os óculos de sol, os quais o deixavam 'maneiro'.
De repente, a voz do Sr. Sakata ecoou pela loja:
"Atenção, todos! Dirijam-se imediatamente à frente do alojamento. Em poucos minutos, iniciaremos o sorteio de monitores."
Ouvindo isso, todos saíram da loja, seguindo a multidão de alunos que deixava o lugar. Reo veio correndo ao encontro dos amigos, tomando uma grande quantidade de ar para poder falar:
- Até que enfim achei vocês!... Procurei-os pela loja toda!
- Ué, estávamos bem na frente do caixa! – disse Hajime.
- Bem, não na hora em que eu cheguei! – retrucou Reo zangado. – Ah, nem pude comprar nada! – lamentou-se.
- Devia estar feliz por não gastar seu dinheiro... – disse Hajime. – Ah, e saca só o quê eu comprei! Tava em promoção... – tirou do bolso o canivete e mostrou-o ao amigo.
- Que legal! Mas... – começou Reo, encarando o Hajime - ...pensei que você não comprasse nada dessas lojas... já que isso é tudo um GRANDE desperdício... – disse caçoando-o.
- E eu pensei que você não demorasse tanto tempo para ir ao banheiro... – retrucou Hajime, enquanto Satsuki, Momoko, Cody e Keiichiro abafavam risadinhas.
- Tava lotado, tá legal! – defendeu-se o garoto.
- Como quiser... – falou Hajime em tom de descrença. – Só sei que agora eu tenho um canivete!
- Ora, eu também tenho! – retorquiu Reo, tirando da mochila algo o qual ele chamava de "canivete". Todos ficaram boquiabertos ao ver o moderno aparelho do garoto. – Viu? – disse ele, orgulhoso. – Além de quatro diferentes tipos de lâmina, ele tem saca-rolhas, bússola, lanterna, GPS, monóculo, apito... tudo embutido! ... – explicou, fazendo Hajime guardar o dele no bolso da bermuda. – Trouxe também um pluviômetro, mas este está na mochila...
- Pra que diabos você trouxe um pluviômetro! – perguntou Hajime. E sem esperar resposta, virou o rosto para o outro lado e resmungou, ignorando o amigo que olhara confuso para e ele, e que agora continuava a se exibir com o canivete: - Onde está o professor afinal?
A pergunta de Hajime logo foi respondida: mais lá frente, um grande amontoado de estudantes concentrava-se em torno de alguma coisa. Os seis se aproximaram, e, bem mal, puderam ver o Sr. Sakata. Ao lado dele, outros quatro professores: a professora da 1ª série, um outro da 3ª, e mais dois, ambos da 6ª série:
"Atenção! Iremos agora dividi-los em 11 grupos com 6 alunos cada. Em seguida, os apresentaremos à seus respectivos monitores. Quem for sendo chamado, por favor apresente-se à frente. Todos os alunos de 3ª séries para baixo permanecerão no mesmo grupo de seus responsáveis. No grupo A teremos: Taki, - e o garoto da 6ª série apresentou-se à frente de todos – Sawada, - o menino de cabelos castanhos, também da 6ª série, correu à frente assim como Taki. – Suzuki, Toyo – as duas amigas do quarto ano apresentaram-se ao professor juntas. –e os Hanomi. – os gêmeos da 5ª série correram ao centro do amontoado de estudantes, juntando-se aos outros. – Muito bem. Esta é Shimu Lee. Ela será sua monitora. – disse o professor, apresentando os alunos à jovem de longos cabelos castanhos. – O grupo B será formado por: -e chamou mais seis alunos, os quais constituíram o novo grupo. E depois os grupos C, D e E se formaram. – O grupo F será formado por: Kakinoki, Aoyama, - Hajime e Reo apresentaram-se rapidamente à frente. – Koigakubo, Miyanoshita, er... Satsuki e Keiichiro – Momoko e os dois irmãos juntaram-se rapidamente à Reo e Hajime. – e Ta... Taka... ha... desculpe, o nome está borrado...
- É o Cody, senhor. – murmurou Hajime ao professor, apontando para o menino de cabelos azuis. – Cody Takahashi.
- Oh sim... – agradeceu o homem. - Takahashi! – voltou novamente a falar no microfone, enquanto Cody dirigia-se ao grupo. – Este é Takeru Yutaro. Ele Será seu guia no acampamento. – E o jovem de cabelos negros, que aparentava ter uns 17 anos, cumprimentou a todos, que retribuíram ao 'muito prazer' do rapaz.
O Sr. Sakata acabou de chamar o último aluno do grupo K, apresentando o grupo todo à sua monitora, depois concluiu dizendo: – Agora deixarei vocês com seus monitores, que esclarecerão todas as suas dúvidas, se ainda tiverem, é claro... – e deu uma piscadela para Reo, que trocou um rápido e confuso olhar com Hajime. – Também darão todos os procedimentos necessários para o acampamento... Agora, cada grupo será levado a um lugar, próximo ao lago, onde montarão acampamento. Alguma pergunta? Sim, Sr. Aoyama?
- Er... professor, quando iremos comer? – perguntou o garoto educadamente.
- O almoço será servido em dentro de uma hora, no restaurante do alojamento. – respondeu o Sr. Sakata. – Mais alguma pergunta?
- Ah, sim! Eu tenho! – disse Hajime levando novamente o braço ao ar. – É 'boca livre'?
- Sim, Sr. Aoyama. – respondeu o professor, bastante incomodado com a gíria utilizada pelo rapaz. – O senhor poderá comer o quanto quiser...
Guiados por Yutaro, os seis amigos caminharam até a beira do lago. Chegando lá, pararam confusos.
- Vamos ter de atravessar? – perguntou Reo.
- Aham. – confirmou Yutaro tirando a mochila das costas.
- Mas... como? – perguntou Reo novamente.
- Ué, como você acha? – falou o guia num tom óbvio. – Vamos remando! – e apontou para um dos 12 ilustres barcos presos à superfície. - Mas é claro que, as meninas não vão precisar remar... – Disse, sorrindo para Satsuki e Momoko, que coraram ligeiramente. Então Hajime, Reo, Cody e Yutaro remaram até a outra margem do rio: - Keiichiro não precisa remar. Ele é muito jovem ainda... – acrescentou o guia aos rapazes que agora fechavam a cara para ele.
- Ah, finalmente chegamos! – exclamou Reo, saltando do barco e relaxando os braços, que a essa altura formigavam.
- É isso aí! Agora tá na hora da diversão! – Disse Hajime dispondo-se rapidamente da camiseta e correndo para o lago. – Saca só esse merguuuuu... – e tropeçou no pé de Yutaro, que o deixara ali de propósito.
- Calminha aí! – começou o jovem guia, enquanto Hajime se levantava de um salto. – Temos de fazer algumas coisinhas antes de cair na água!
- Ah, é claro... o bronzeador! – lembrou o garoto de cabelos negros e bermuda cor de musgo, correndo para a mochila e apanhando um frasco de protetor solar.
- Hehe, não é isso que eu quis dizer... – disse o guia, sorrindo para todos, que não compreenderam. – Vocês tão achando que as barracas vão se montar sozinhas, é?
- Não. – respondeu Hajime. – Eu achei que alguém iria montar elas pra gente...
- Hahahaha! Cara, você me mata de rir!... – disse Yutaro, olhando para garoto. – Então, vamos começar?
- Você quer dizer que nós vamos montar nossas barracas! – perguntou Hajime incrédulo.
- Puxa, eu nunca montei uma barraca antes... – disse Satsuki, olhando confusa para o grande embrulho no chão.
- Nem eu. – apoiou-a Keiichiro.
- Acho que não deve ser tão difícil. – disse Momoko suavemente, abaixando-se para examinar a barraca desmontada.
- Como vamos montar uma barraca! – exclamou Reo desesperado.
Todos então, começaram a tentar montar suas barracas. Cody foi o primeiro a montar a dele, para a alegria de Reo, pois ele iria dividi-la com o garoto. Momoko e Satsuki conseguiram montar a delas graças à ajuda de Yutaro, que mais uma vez deixou as garotas levemente vermelhas. Hajime e Keiichiro ficaram presos na deles, precisando da ajuda de Cody e do guia para saírem.
- Ufa! – exclamou Hajime exausto. – Pronto, agora podemos nos divertir!
- Tudo bem. Estão liberados. – concordou o guia, sorrindo.
- Beleza! – exclamou Hajime, despindo-se da camiseta novamente e correndo para mergulhar no lago, acompanhado de Keiichiro, Satsuki, Momoko e Cody. – Ô, Reo! Você não vem! A água tá uma delícia!
- É sim! – concordou Satsuki. – Tá muito boa mesmo!
- Já estou indo! – respondeu Reo, guardando na mochila, a camiseta, os óculos e o boné. – Espera só um minuto! – gritou, jogando a mochila dentro da barraca de Cody. Ao sair, porém, nem percebeu as pequenas palavras que estavam escritas em um canto da abertura da barraca: Cody Takahashi, 6ª série. Summer Camp 1973.
Passaram-se alguns minutos, e todos foram chamados para almoçar. Na companhia de Yutaro, os seis atravessaram o lago novamente, chegando ao grande restaurante do alojamento.
- Ai, meus braços! Eu não agüento mais remar! – resmungou Hajime quando chegaram à entrada do restaurante. Mas parou, olhando ao redor. O lugar era definitivamente grande, e uma longa mesa localizada no centro, chamava a atenção de todos com seus variados pratos. – Ai, meu Deus! Mas que delícia! – exclamou Hajime com água na boca, os olhos brilhando.
- Não deveríamos pegar uma mesa, primeiro? – perguntou Momoko aos amigos.
- Acho que é uma boa idéia. – concordou Cody, procurando uma mesa vaga com os olhos. Hajime e Keiichiro, porém, já haviam corrido em direção ao buffet, para pegar um prato. Todos se serviram muito bem. Hajime repetiu 3 vezes. No final, depois de muito o garoto insistir, passaram pela loja para comprar chocolate (Reo aproveitou para comprar outras coisas como um chaveiro e um bloco de anotações, exclusivos do acampamento...) E, ao retornarem às barracas, os amigos brincaram de algo que lembrava muito mímica...
- É... er... um esquilo? – arriscou Satsuki enquanto Hajime balançava a cabeça negativamente.
- Coelho? – tentou Reo, mas sem resultados. – Lebre?
- Pelo amor de Deus! É um rato! – exclamou Hajime, parando a mímica. – Como vocês não puderam enxergar! Tava tão claro!
- Como é que é! – indagou Satsuki. – Um rato!
- O quê você imitou não era um rato nem aqui nem em Marte, Hajime! – afirmou Reo.
- Como não! Estava tão óbvio! Vocês é que não sabem brincar! – retrucou ele zangado.
- O quê! – exclamou Satsuki perplexa. – Aquilo mais parecia um esquilo doente!
- Ei! Também não é assim... – defendeu-se Hajime, enquanto Keiichiro, Momoko e Cody riam.
- Viva! Mais um ponto pra gente! – disse Keiichiro feliz.
- Tem razão. – concordou Yutaro. – Parece que o Águia Sul venceu! – anunciou, verificando os resultados em uma folha de papel.
- Ah... a gente perdeu... – lamentou-se Reo enquanto Keiichiro, Momoko e Cody comemoravam a vitória - ...por culpa do Hajime...
- O quê é que tu tá falando, rapaz! – defendeu-se o garoto. - Vocês é que são péssimos adivinhadores!
- Oh, claro... – disse Satsuki em tom sarcástico. - Você imita uma galinha e diz que é um pato...
Todos riram bastante, exceto Hajime, que ainda tinha a cara amarrada para os amigos.
- Hahaha... Tá legal, tá legal... Agora peguem isso... – disse Yutaro, ainda rindo, mas agora distribuindo varas de pescar aos meninos.
- E... o quê especificamente você quer que a gente faça com isso? – indagou Hajime sem entender. Takeru recomeçou a rir, mas, ao perceber que ninguém o acompanhava (pelo contrário, agora olhavam para o ele incrédulos), falou:
- Nosso jantar de hoje, ué!
- Então... – raciocinou Reo. - ...vamos ter de pescar? É isso!
- E o quê mais! – perguntou o jovem guia, apanhando um balde cheio de minhocas que estava ao lado da mochila. – O quê é que estão esperando?
Os meninos, ainda confusos, pegaram cada um, uma vara de pescar, Reo trazendo o balde com minhocas.
- Ah, mas espera! Precisamos de madeira seca para a fogueira!... – acrescentou Yutaro. – Quem pode ir pegar?
- Deixa que eu vou. – disse Cody apresentando-se.
- Tudo bem, mas não saia dos limites do acampamento, hein! – alertou-o o guia.
- Tá legal. – disse ele, correndo para a floresta. – Eu já volto!
- Tudo bem. – concordou Yutaro, voltando-se agora para meninas. – Então? Sabem cozinhar?
- Ah, sim! – disseram Momoko e Satsuki juntas.
- Ótimo! Vou tentar pegar algumas coisas lá na cozinha... – disse o rapaz. – é que eles não deixam, mas... hehe... ninguém merece comer só peixe, não é? – completou, sorrindo para elas.
Nota da autora: Olá a todos! Obrigada por lerem este capítulo! Estou recebendo ótimas revisão e agradeço muito a todos que revisaram! E peço-lhes que continuemrevisando minha fic.! É muito importante para mim! O capítulo 10 estará disponível em breve! Até lá, agradeço ao carinho e paciência de todos!
Afetuosamente, P. Buffay
