Gakkou no Kaidan - Histórias de Fantasmas

O Fantasma do Acampamento

De P.Buffay

Declaração: O anime 'Gakkou no Kaidan' não me pertence!

Capítulo 9: Uma história um tanto sinistra.

Os garotos se dirigiram lentamente à margem do lago. Puxaram, cada um, uma minhoca do balde que Reo trazia e prenderam-na no anzol. Atiraram a vara no lago:

- Pescar! Pescar! Era só o que me faltava mesmo... – resmungou Hajime, enquanto segurava monotonamente a vara com uma das mãos, apoiando o queixo na outra. – E quem aquele cara pensa que é, afinal!

- Fala do Yutaro? – perguntou Reo, que mesmo segurando a vara com as duas mãos, esta parecia prestes a cair.

- E de quem mais... – balbuciou Hajime entediado. – Quero dizer, o cara se acha! - e mudou a voz, de modo que esta se tornou um tanto esganiçada: - "Remem! Tão achando que as barracas vão se montar sozinhas? Pesquem! Façam isso, façam aquilo, ou vocês não são capazes?".

Reo deu uma risadinha. Keiichiro, que brincava com uns pedacinhos de grama e segurava a vara com a outra mão, apenas olhou de relance para Hajime e, muito forçadamente, abriu um sorriso.

- É, ele é um pouquinho convencido mesmo... – disse Reo, descansando uma das mãos que já estava dormente.

- Um pouquinho! – retrucou Hajime imediatamente. – Fala sério! O cara acha que é o tal! Viu como ficou se exibindo pra Satsuki e pra Momoko!

Reo fitou Hajime por alguns segundos e riu baixinho:

- Hajime, você tá...com ciúmes? – perguntou.

- Ciúmes! Não tô com ciúmes! Por que tu tá dizendo isso, rapaz! – respondeu o garoto depressa, se atrapalhando bastante com as palavras. – Quero dizer, quem se importa se o cara quer se exibir como se fosse o tal? Não tô com ciúmes de ele ficar fazendo isso pra Satsuki!

Reo franziu as sobrancelhas para o amigo. Keiichiro subitamente parou de brincar com a grama e também olhou para Hajime, que não entendia porque os dois o estavam olhando daquele jeito... se deu conta...:

- Satsuki? Eu disse Satsuki? Hum, er... Não quis dizer isso, quer dizer, quis! NÃO! – o rosto de Hajime corou com tal velocidade que era até espantoso. Reo franzia cada vez mais a cara pra ele, Keiichiro o mirava imóvel. – Eu, er, não tô com ciúmes! E parem de olhar pra mim desse jeito! Temos de pescar, não? Foi o quê mandaram a gente fazer, não foi?

- É, tem razão... – concordou Reo, voltando às feições normais e acenando levemente com a cabeça. – Foi o cara de quem você tá com ciúmes que mandou...

- Cala a boca! Pela última vez: NÃO-ESTOU-COM-CIÚMES! – gritou Hajime, cujo rosto agora era irreconhecível em meio a uma plantação de tomates...

Meia hora se passou e os garotos ainda não haviam conseguido nada...

- Mas que droga de peixes! – reclamou Hajime, atirando uma pedra na água. – Apareçam! – exclamou ele zangado. De repente, a vara de Keiichiro começou a tremer:

- Gente! Acho que peguei alguma coisa! – gritou ele, puxando-a.

- Beleza! Segura aí, Keiichiro! – disse Hajime feliz, largando a vara, e correndo para ajudar o garotinho com a sua. – Puxa! – Reo também ajudou. – Puxem! – e alguma coisa saltou da água, mas era só uma bóia furada. – Mas o quê! – exclamou Hajime. – Cadê o peixe!

- Acho que não tem peixe nenhum, Hajime... – lamentou-se Reo, examinando o bóia.

- Meninos! – chamou a voz de Satsuki. – Venham logo! O jantar já está quase pronto... só falta os PEIXES!

- Ah, mas que droga! A gente não pegou nada! – resmungou Hajime, atirando a vara contra o chão com raiva.

- É mesmo! Elas vão ficar furiosas!... – acrescentou Reo, nervoso.

- Então não vai ter peixe? – perguntou Keiichiro.

- Meninos! O que estão fazendo! Venham logo! – a voz de Satsuki tornou a chamar.

- Er... é... a gente já tá indo! – gritou Hajime, nervoso. – Droga! Que é que a gente faz agora! – perguntou, voltando-se para os amigos e baixando a voz.

- Não sei, er...

- Saiam da frente! – gritou Cody, despindo-se da camisa e mergulhando no lago apenas com a bermuda azul-marinho. – Ah! Aqui está! – disse, subindo novamente à superfície. Em uma mão ele segurava um peixe que se debatia. Os três garotos o observavam, todos boquiabertos.

- C-c-como é que você fez isso! – perguntou Hajime impressionado.

- Já tenho prática... – explicou Cody, entregando o peixe à Reo. – Meu pai e eu sempre pescamos juntos...

- M-m-mas isso é in-incrível! – exclamou Reo. – Dá pra você pegar mais alguns? É que a gente não teve sorte, sabe... hehe... – e mostrou o balde que deveria estar cheio de peixes, mas estava vazio...

- Tudo bem, sem problema... – respondeu Cody, ficando de pé e olhando para o fundo do lago.

Quando voltaram às barracas, foram repreendidos por Satsuki que gritara um 'Até que enfim, hein!' e jantaram todos ao redor da fogueira, que fora acendida graças à madeira seca que Cody havia recolhido. Ao acabar, Yutaro fez uma pergunta que animou a mente cansada de Reo:

- E aí? – começou o guia. – Alguém conhece alguma história de terror?

- Não. – responderam Hajime e Satsuki imediatamente e ao mesmo tempo.

- Eu conheço uma! – disse Reo, mirando os amigos que lançavam olhares de aversão a ele. Ignorando-os, ele limpou a garganta, tomou uma grande quantidade de ar e falou clara e pausadamente: – Bem, tudo começou em uma pequena cidade no sul da Alemanha, no ano de 1903. Todas as pessoas estavam felizes, porque o antigo prefeito havia sido derrubado do cargo. Ninguém de fato gostava dele, pois seu governo era quase como uma ditadura... mas na noite em que perdeu o mandato, ele jurou se vingar de todos aqueles que não haviam votado nele. Então, subiu até o sótão de sua casa, e se suicidou mutilando o próprio corpo com um grande facão! E diz a lenda que a cada quatro anos, no dia em que seria re-eleito, o fantasma do prefeito vaga pela cidade a procura de eleitores. Quem disser que não o conhece ou gritar ao vê-lo, tem os membros decepados!... E quem disser que não votaria nele, tem o corpo mutilado, quero dizer, dos pés a cabeça!... Há boatos de que pessoas já foram pegas por esse fantasma... mas não existem registros... mesmo assim, não se deve esperar por um registro, pois o fantasma do prefeito pode atacá-lo quando você menos esperar! – e deu uma risada de maléfica, fazendo Keiichiro pular no colo de Momoko com medo. – Fim. – concluiu ele.

- Nossa! Muito boa! – disse Yutaro, aplaudindo o garoto.

- Nessa você exagerou um pouco, não foi Reo? – comentou Hajime, abrindo um bocejo.

- Ah, cala a boca! A minha história foi muito boa, tá!

- Eu tô com medo! Não quero mais ouvir histórias de fantasmas! – declarou Keiichiro, abraçando Momoko.

- Não se preocupe Keiichiro. É tudo de mentira. – tranqüilizou-o Satsuki, sorrindo.

- Sim, você não precisa ter medo. – concordou Momoko.

- Bem, acho que agora vou dormir... as histórias do Reo sempre me dão sono... - disse Hajime sonolento, ignorando o olhar zangado que Reo o lançava.

- Esperem. Vocês ainda não ouviram a minha história. – disse Cody com palidez.

- Tudo bem, então... pode contar a sua, Cody. – falou Yutaro.

- Tá legal. – começou ele. – Bem, minha história começa em um acampamento de verão, assim como este... – e lançou um olhar rápido a todos, que o escutavam com muita atenção. – Havia um garoto que queria muito ir a esse acampamento... na escola, todos zombavam dele, pois estudava com bolsa... Seu pai tinha um emprego onde não ganhava muito, e sua mãe fazia de tudo para tentar ganhar mais dinheiro, vendendo roupas que ela mesma tricotava... – ele fez uma pausa. – Por isso, todos os materiais do garoto eram surrados, porque os pais dele não tinham dinheiro para comprar materiais novos... – e deu uma rápida olhada para Reo, mas este não percebeu. – Mas os pais do garoto quiseram lhe recompensar, dando a ele essa viagem ao acampamento. Porém, ele não conseguiu fazer muitos amigos lá... na verdade, só fez um... – Cody fez outra pausa, correndo os olhos por todos. - E, em um fim de tarde, quando ele foi o encarregado de recolher gravetos secos, acabou se perdendo em meio à floresta... mas ninguém se preocupou em o procurar ou em atender aos pedidos de socorro do garoto... então escureceu, e uma grande tempestade começou a cair... desesperado, ele correu gritando por ajuda... mas ninguém o socorreu... Então ele tropeçou em uma grossa raiz, e quebrou a perna, torcendo também o tornozelo ao cair... Ele viu um grande galho despencar contra seu corpo... ainda tentou gritar por ajuda, mas não obteve resultados... nem o único amigo que fizera o ajudou... então o galho o atingiu em cheio e ele morreu. – contou Cody. – Fim. – terminou.

- Mas que história triste... – disse Momoko, os olhos brilhando. Agora, a garota parara de abraçar Keiichiro.

- É mesmo... mas é muito bem feita! – disse Yutaro, aplaudindo o garoto mais forte do que fizera com Reo.

- Concordo! – disse Hajime. – Onde você ouviu? – Cody olhou-o depressa:

- Li na internet... – respondeu pelo o canto da boca.

- Legal! – exclamou Reo subitamente. – Em qual site?

- Hehe, Reo também gosta muito dessas coisas... – Hajime explicou a Cody. - Vive perdendo o tempo dele lendo todo esse "besteirol"...

- Ei! Não é besteira! – contestou Reo. Ele e Cody lançaram à Hajime um olhar de censura.

- Tá legal! Tá legal! Hehe... er... Satsuki o que houve? – perguntou Hajime à amiga que mirava a fogueira sem piscar, os olhos muito arregalados. Tinha o rosto muito pálido e visivelmente assustado. – Satsuki? Olá- ah? – falou ele, balançando uma das mãos na frente do rosto da garota.

- Ãn? O quê? – disse ela, voltando a si.

- Tá tudo bem? – perguntou Hajime lentamente, enquanto todos olhavam para ela.

- T-tá! Tá tu... tudo bem! – respondeu a menina, abrindo um sorriso amarelo. – Por quê? – perguntou, retornando às feições normais.

- Por nada... – respondeu Hajime, parando de olhá-la.

- Muito bem, agora já chega! – disse Yutaro subitamente. – Vamos todos dormir! Ao amanhecer, faremos uma trilha pela floresta e chegaremos em primeiro! Vamos vencer as outras equipes! – disse confiante. Hajime virou os olhos para cima numa expressão de desprezo. – Vai ter prêmios pro grupo que vencer... incluindo uma caixa cheia de chocolates da loja e muitos outros produtos aquáticos!

- Legal! – exclamou o garoto de repente, junto com Reo e Keiichiro.

- Então todos para as barracas! – disse o guia em tom de finalização, despejando um balde cheio dágua, em cima da fogueira, apagando-a.

Todos se dirigiram às suas respectivas barracas: Satsuki e Momoko para a barraca do meio, Cody e Reo para a deles, Hajime e Keiichiro para a barraca ao lado da das meninas e Yutaro para a dele, que ficava de frente para as dos outros. Levaram um certo tempo para dormir, até que foram abaixando a cabeça em cima do saco de dormir, e caindo num sono profundo.


Primeiramente: Gente, mil desculpas por ter levado um século para eu baixar este capítulo! É que ultimamente tenho andado realmente ocupada... mas farei o possívle para atualizar os próximos capítulos o mais rápido possível! Em segundo lugar, gostaria de agradecer é claro a todos que estão lendo a história. Espero que estejam gostando. Agradeço a todas revisões e peço para que vocês continuem revisando! Muito obrigada pelo carinho e paciência! O capítulo 11 vem em breve! Peço a todos que aguardem!

Afetuosamente, P. Buffay.