Gakkou no Kaidan - Histórias de Fantasmas

O Fantasma do Acampamento

By P.Buffay

DECLARAÇÃO: O anime 'Gakkou no Kaidan' não me pertence!

Capítulo 10: Vingança.

- Hajime! Hajime! – sussurrou uma voz nos ouvidos do garoto que gemeu, virando-se para o outro lado. – Hajime, acorda! – a voz tornou a sussurrar.

- Ãn? O quê? – balbuciou o garoto, sonolento. – Reo? O quê você quer? – perguntou, depois de finalmente reconhecer a silhueta do amigo.

- Preciso ir ao banheiro! – murmurou ele baixinho.

- E eu preciso dormir... – resmungou Hajime pelo o canto da boca, voltando a fechar os olhos.

- É sério! Não sei como atravessar esse lago sozinho! O quê eu faço!

- Ah... faz em qualquer lugar... – gemeu Hajime.

- Ah, qual é, fala sério! – retrucou Reo.

- Então não posso te ajudar... – resmungou o outro com os olhos fechados.

- Ah, qual é! – falou Reo. – Também tem outra coisa... Cody não está aqui...

- Quê? – perguntou Hajime, abrindo os olhos.

- É... realmente não sei onde ele pode estar...

- Provavelmente foi ao banheiro... – supôs Hajime.

- Ah, não mesmo! – discordou Reo. – Ele já saiu há mais de uma hora!

- E você não perguntou aonde ele ia, seu zé mané? – bradou Hajime, baixando rapidamente a voz para não acordar Keiichiro.

- Não... pensei que ele fosse voltar logo... – disse Reo, as feições se transformando. – Talvez... talvez esteja em perigo! – exclamou.

- Perigo que nada! Aqui não tem nada com o que se assustar! A não ser com a cara do Sr. Sakata, é claro... – declarou Hajime com os olhos entreabertos.

- Falo sério, cara! Acho que deveríamos verificar se ele está no alojamento... – disse Reo em tom de decisão.

- Você só tá dizendo isso pra eu te acompanhar até o banheiro! – protestou Hajime.

- Ah, por favor! – pediu Reo, juntando as mãos.

- Não!

- Por favor, por favor, por pavor!

- Não! E nada vai mudar minha decisão!

- Te compro cinco barras de chocolate...

- Feito! – disse Hajime, ficando de pé de um salto e apertando as mãos do amigo. – Mas vamos rápido. – disse, olhando um pouco apreensivo para Keiichiro.

- Tá! – concordou Reo feliz.

Os dois se distanciaram das barracas e caminharam juntos até o barco preso às margens do lago:

- Ah, eu não vou remar nisso aí não! – disse Hajime, decidido, dando meia volta e retrocedendo o caminho. – Além do mais, isso indica que o Cody não atravessou o lago...

- Tem razão... – concluiu Reo. Mal acabara de dizer aquilo, e os dois ouviram um grito vindo da floresta.

- Keiichiro! – exclamaram em voz uniforme.

- Você avisa a Satsuki e os outros! Eu vou atrás do Keiichiro! – gritou Hajime, disparando em direção à floresta.

- Espera, Hajime! – gritou Reo ao amigo, mas este já havia desaparecido de vista. – Droga, é tudo culpa minha!... – lamentou-se, correndo em direção às barracas.

Hajime correu o mais rápido que pôde, desvencilhando-se dos galhos secos que apareciam à sua frente:

- Keiichiro! – gritou. – Keiichiro! – E ouviu um barulho, vindo de sua esquerda. Correu rapidamente para lá. – Keiichiro!

- Hajime! – e encontrou o garotinho, que chorava junto a uma árvore.

- Keiichiro! Você está bem? O quê houve? – perguntou, aproximando-se do garoto, mas ele não respondeu. Mordia os lábios, e tinha os olhos cheios de lágrimas. Com o braço visivelmente trêmulo, apontou para as costas de Hajime. O garoto sentiu alguém respirar atrás dele, e uma terrível sensação de agouro tomou posse de seu corpo.

- Bú – murmurou alguém em sua nuca. Hajime deu um salto para frente, virando-se rapidamente. Era Cody. Ele agora tinha os olhos vermelhos, os quais brilhavam como brasas. Um grande e macabro sorriso espalhava-se por seu rosto. – Ora, ora, ora... você nos achou... – disse lentamente, o maligno sorriso estampado na face. – Não é tão lerdo, afinal...

- O que é que há com você! – Perguntou Hajime nervoso, abraçando Keiichiro. – Quem é você!

- Ué, eu sou o Cody! - respondeu ele naturalmente. – O único problema é que eu morri há 28 anos... – e viu Hajime arregalar os olhos, então continuou: - É isso mesmo, Hajime... eu sou o protagonista daquela história do acampamento, daquilo que você chama de "besteirol". – disse, ainda encarando o menino. – Eu queria muito vir a esse acampamento... você não? – mas Hajime não respondeu... estava com medo demais para falar alguma coisa... - Responde! – ordenou Cody.

- Bem, na verdade, não de início... – começou Hajime pausadamente, a voz alterada por causa do medo. – Esse acampamento é muito caro, sabe?... Acho que só o chocolate vale o seu preço... Eles realmente roubam muito da gente aqui...

- Exato! – interrompeu-o Cody. – E sabe como meus pais ralaram para que eu pudesse vir! Hein, hein! Responde! – ordenou novamente, ao ver que o garoto nada falava.

- É... eles devem... ter dado muito duro mesmo... – concordou Hajime, contendo o medo.

- E como! – confirmou Cody. - Sim, eu queria muito ir àquele acampamento!... Ah, sim... Ia me divertir a beça... tentar fazer amigos! Mas eu consegui? NÃO! EU NÃO CONSEGUI! – bradou ele, as veias pulsando visivelmente. – Em vez disso, eu MORRI!

- Bem... pelo menos você tentou... – exasperou Hajime. Cody, porém, avançou contra ele, apanhando rapidamente o canivete do bolso. Abriu-o com o dedo, e apontou-o para o pescoço de Hajime:

- Não- brinque- comigo. – disse ele, entre dentes. Então sorriu com malícia e afastou-se novamente do menino, que agora suava nervoso. – Hehe... é engraçado, não é? – continuou sarcasticamente. - Durante aquele ano inteiro fui desprezado, humilhado, usado! Todos faziam brincadeiras comigo, zombavam de mim, se aproveitavam da minha pessoa!... Eu permitia que copiassem meus deveres, emprestava dinheiro a todos, mesmo tendo pouco pra mim!... – disse ele, correndo com as palavras. - E sabe o quê eu recebia em troca,... SABE O QUÊ EU RECEBIA EM TROCA! – indagou à Hajime, cujo rosto agora tinha feições tristes, o suor escorrendo pela face:

- Não... – murmurou o garoto, mirando o chão.

- EU ERA HUMILHADO NA FRENTE DE TODOS! – berrou Cody, as veias prestes a saltar da pele. – De todas as formas possíveis: Apelidos, bilhetes presos às costas, trancado no armário de vassouras, comendo comida estragada! – e parou, bufando. Hajime estava imóvel, tinha Keiichiro choramingando em sua cintura. – Mas havia uma pessoa que se importou comigo... e logo nos tornamos grandes amigos... - recomeçou Cody, acalmando-se um pouco e baixando ligeiramente o tom de voz. -...mas quando eu me perdi do acampamento e precisei daquela pessoa, ela apareceu? Ãn? NÃO! Aquele TRAIDOR me deixou morrer sozinho! – berrou ele, e olhou firmemente para Keiichiro, que chorava em silêncio abraçado à Hajime. – Eu ia matar o filho dele pra me vingar do que ele fez comigo... e ninguém ia perceber, já que todos dormiam... e admito que foi muito mais fácil tirá-lo da barraca quando você não estava lá roncando... deixou o garoto sozinho, eh? A irmã dele deve confiar muito em você...

- Não se atreva a tocar um fio de cabelo dele... – interrompeu-o Hajime, recuperando um pouco a coragem, mas ao mesmo tempo, sentindo uma terrível sensação de culpa... Como pôde deixar Keiichiro sozinho?

- ...Foi aí que você apareceu... – continuou Cody, ignorando o que Hajime dissera. – Pra me atrapalhar... Por que você acha que, neste ano, mais alunos compareceram ao acampamento?... Eu os chamei! Vou matar todos! Me vingar de todos! Vão pagar pelo o que me fizeram! – e olhou pensativo para Hajime. - mas se bem que... – sorriu com malícia. - ...posso acabar com você primeiro... é, você será minha primeira vítima... minha grande vítima... vai sentir na pele o que EU senti... – de repente o chão começou a tremer, e um grande buraco abriu-se ao redor deles.

- Eu tô com medo! – exclamou Keiichiro, chorando nos braços de Hajime. Quando finalmente pararam, os dois garotos olharam ao redor. Estavam agora floresta adentro, um pouco mais afastados do acampamento... A atmosfera densa e sombria, fazia-os tremer de medo. Os galhos que pendiam das árvores ao seu redor apresentavam formas medonhas e era realmente difícil de se enxergar alguma coisa, pois a penumbra crescia a cada segundo. De repente, uma grande tempestade começou a cair, encharcando-os rapidamente. Era tanta água, que, por apenas uma fração de segundo, Hajime desejou ter o pluviômetro de Reo apenas para matar a curiosidade de quanta água havia ali...

- Então, Hajime... – começou Cody num tom de desafio, aparecendo às costas dos garotos. – Deixa eu te mostrar como eu morri...


Muito obrigada pelas revisões! Vocês são maravilhosos! Por favor continuem revisando e desculpem por esse capítulo ter demorado tanto para ir ao ar... agaurdem o próximo! Obrigada.

Afetuosamente, P. Buffay.