A.N.: Para Lele, que escreve as reviews mais hilárias que eu já vi. Acho que você terá mais raiva ainda agora – mas veja bem, eu atualizei (Só demorei três meses e meio...)! Super beijo. Para os outros leitores, peço desculpas pela breguice do capítulo (e pela demora)... Muito em breve eu voltarei pras cenas de angústia, relações internacionais, estratégia, amizade, batalha e filosofia (é a modesta...).


Capítulo 17: Não sei parar de te olhar...

" ... Inclinando-se sobre ele, a hetera espreitou-lhe demoradamente a fisionomia e os olhos fatigados.

Tu és o melhor amante – disse então, pensativa – que já tive em toda a minha vida. És mais forte, mais desembaraçado, mais dócil do que qualquer outro. Muito bem assimilaste a minha arte, ó Sidarta. Um dia, quando eu for mais velha, gostaria de ter um filho teu. E, todavia, meu caro, és ainda um samana. Apesar de tudo não me amas. Não amas a ninguém. Não é?

Pode ser que seja assim – respondeu Sidarta, lassamente. – Sou igual a ti. Tampouco sabes amar. De outra forma, nunca serias capaz de fazer do amor uma arte. Possivelmente, criaturas como nós não poderão jamais amar. Os outros homens, por tolos que sejam, têm essa faculdade. Nisso reside o seu segredo."

'Sidarta', por Hermann Hesse.

Ao saber que sua partida do Reino Silvestre era iminente, Erestor encontrou-se fascinado de diversas maneiras. As receitas, tão exoticamente temperadas, ele achava irresistíveis; os perfumes, encantadores, e as reuniões deliciosamente divertidas ('é só um círculo silvestre, Erestor, por piedade! Quem vê você pensa que nunca se ouviu música nos Salões de Fogo... ' Eámanë tinha dito quando ele tentou explicar seu deleite). Legolas, devidamente avisado de sua posição como estudioso das tradições, mostrou-lhe algumas dúzias de compilações da antiga sabedoria Doriathrin, ditados pelos sobreviventes de Menegroth que haviam migrado para as terras de seus irmãos silvestres, na Primeira Era. E embora seus parentes não estivessem entre os que trouxeram a ruína ao reino de Elu Thingol, Erestor ficou melancólico por vários dias.

Pois tal era o destino dos descendentes dos Noldor, ser eternamente assombrados pelos feitos de seu clã.

Mas não foi a biblioteca que mais sentiu pesar em deixar.

"Então, isto é adeus?" Eámanë sussurrou, inclinando-se em sua direção. Ele recordou-se da primeira refeição que partilharam, séculos atrás, como estavam brincalhões e alegres. Mas agora, ambos estavam sentados e quietos, enquanto os Silvestres cantavam e dançavam em mais um círculo improvisado na clareira. Os guardas da força tarefa do rei partiriam com a aurora, e Erestor e Morin com eles.

"É um 'até logo'," ele respondeu baixinho, apertando-lhe a mão por baixo da longa toalha de mesa bordada.

Eámanë baixou os olhos e não disse mais nada.

Enedhûre ergue-se da cadeira e, muito animado, pediu aos Elfos distribuindo o vinho que não servissem os soldados de partida, o que gerou alguns protestos bem –humorados por toda a clareira. Verdadeiramente, Dorwinnion era um vinho excelente – e tão mais surpreendente por ser feito por Mortais! Não ficava devendo nada ao cordial de Imladris, embora embriagasse os sentidos muito mais cedo...

"Eu embrulhei uma garrafa de Dorwinnion para ti, Erestor," Gwaloth falou. Sua voz partiu-se um pouco no final da sentença, mas seu sorriso estava firme. "E bolinhos de aveia."

"Eu fico-lhe muito grato, Gwaloth."

"E para ti também, Morin. Nunca agradecerei o bastante por terem protegido a minha pequena."

"A sua pequena tem nervos de mithril, minha senhora", Morin falou com uma voz doce. "Tem sido bastante educativo observá-la, eu asseguro-te".

"De fato," Erestor ecoou, e pensou consigo que Morin provavelmente não se referia a Eámanë apenas. Maldição! De todas as donzelas élficas de toda Arda, ele tinha que se associar à mais teimosa, traquina, e imprevisível de todas. Uma aluna sua, que ainda por cima saía da sala de aula direto para frente de guerra. Erestor fechou os olhos até que conseguiu controlar-se novamente e agir de acordo com sua posição e situação. Não seria nada conveniente dar aos Silvestres um espetáculo na véspera de sua partida.

Quando abriu os olhos, Eámanë ainda estava rígida como uma estátua, olhando fixamente para o prato de assado que não tocara.

"Você está bem?".

Ela não respondeu, mas Erestor viu que tremia.

"Talvez um pouco de ar fresco lhe faça bem," ele falou, embora estivessem todos a céu aberto. Morim era curador, talvez ele devesse examiná-la novamente. Erestor tinha sido aplacado quanto à concussão que Eámanë sofrera, meses atrás, mas ela estava sempre a receber uma pancada ou outra nos campos de treino...

"Com a licença de todos..." Ela falou de repente, agarrando a mão de Erestor de um modo que não poderia passar despercebido. "Preciso discutir alguns detalhes de última hora com meu mestre. Voltaremos em alguns minutos."

Gwaloth ergueu as sobrancelhas, mas não falou nada. Morim encheu o copo da matriarca e sorriu, muito mais cordato e animado do que antes. "Não se preocupe conosco. Tenho certeza de que Gwaloth me tolerará por alguns momentos."

"Obrigada," Eámanë disse, e arrastou Erestor para o bosque. Ele a seguiu cegamente, mesmo quando as luzes das fogueiras ficaram distantes e estavam perdidos em um circulo de escuridão, com apenas alguns animais noturnos a perturbar o silêncio.

"Não creio que mesmo os ouvidos dos Elfos Silvestres possam escutar nossa conversa a esta distância," Erestor anunciou, escondendo as mãos dentro dos bolsos da túnica. Ele não percebeu, em seu embaraço, como parecia imponente e distante naquela pose. Ela parecia não conseguir decidir-se se ficava frente a frente com ele ou se lhe dava as costas, e terminou por dar voltas ao redor de si mesma como um filhote brincalhão.

Mas não havia leveza nem brincadeira entre eles naquela noite.

"Tanto melhor," ela respondeu, e terminou por apoiar-se contra o tronco de uma nogueira jovem, olhando Erestor pelo canto dos olhos. "Não quero testemunhas hoje."

"Não é conveniente que estejamos assim, à sós..."

"Já dormimos nós dois, à sós, então pare com os fricotes. Não temos tempo para frivolidades."

A vergonhafez dele pouco cavalheiro. "Frivolidades, ela diz. Em qualquer outro lugar da Terra-média, com qualquer outra pessoa, tratar-se-ia de regras básicas de etiqueta e cortesia. Mas tais coisas são por demais frívolas para a dama - ela deve ter o que quer, às custas do resto do mundo".

"Reconheço que teria sido melhor que não nos tivéssemos encontrado nos estábulos, assim eu morreria só – ou não, e ninguém sofreria com a minha tolice; mas os fatos ocorreram de outro modo".Ela desviou o olhar, escondendo o rosto nas sombras. Não havia luar, e as fogueiras estavam longe, mas dos Elfos emanava uma luminosidade suave, e assim ele pode ver que ela mordia o lábio. "Mas eu não sou assim tão mimada, Erestor. Houve coisas que eu quis e me foram negadas, coisas que eu não reclamei."

"Ainda isso?"

Eámanë devolveu a ofensa anterior com o mesmo desdém ferino. "Isso, ele diz. Significa tão pouco, não é mesmo? Não me lembro de tê-lo forçado, Erestor. Se me lembro bem, você participou de livre e espontânea vontade."

Erestor passou as mãos por entre seus cabelos com tanta violência que as tranças se desfizeram todas, e as mechas escuras escorregaram, livres, por suas costas. "Não pensei que o assunto se desdobrasse pelos séculos dos séculos..."

"Não se desdobrará. O assunto estará acabado muito em breve."

"Pelos Valar, Eámanë, o que mais quer? Não é possível!" Ele alcançou a nogueira e a dama em algumas passadas. Desta vez ela esperava pela explosão e deixou-se tomar pelos braços com uma passividade orgulhosa. "Eu sou o Conselheiro Chefe de Imladris. Você acaba de prestar juramento ao exército de Thranduil. Não percebe que haverá centenas de milhas entre nós, que um ou ambos de nós provavelmente não sobreviverá para perseguir nenhum compromisso? Eu não posso ficar. Você nem ao menos esperaria uma escolta decente para voltar. Não me olhe como se eu tivesse seduzido você nas montanhas; eu agi de modo honrado!"

Eámanë, que tinha começado a baixar a guarda, apertou os olhos de repente. "E eu não? Eu o joguei no chão, por acaso? Ou interpretei seus sinais erradamente, ou o forcei de alguma forma—".

"Não!"

"Então o que importa quem deu o primeiro passo?"

"Não importa, nada mais importa. Devemos nos conformar cada qual com seu dever".

"Mas eu não posso me conformar ainda, pois há algo que eu preciso saber". Nervosa, ela passou a língua nos lábios. Erestor já a vira repetir aquele gesto uma infinidade de vezes, sempre que ela se enroscava em uma pergunta difícil ou estava armando-se de coragem para falar algo desagradável. Recentemente o gesto fazia com que tivesse de se controlar para não engoli-la inteira. "Em algum momento, chegou a me amar?"

"Como?" Chocado, Erestor largou-a, deixando os braços caírem inertes para os lados. "Eu não compreendo..."

"Não, meu amigo", Eámanë sussurrou, enquanto as lágrimas brotavam, "Eu que não compreendi nada. Mas que tola eu fui!" E ela caiu na gargalhada; e chorou e gargalhou baixinho, com igual desespero. "Pelas estrelas, meu irmão é profeta! Cabeça-de-vento, sem dúvida!"

"Eámanë, você está me assustando", Erestor afirmou, austero, tentando fazer com que Eámanë voltasse a seu estado normal. Ele tinha muito pouco talento para cuidar de moças histéricas.

"Perdoe-me". Ela limpou o rosto com as costas das mãos, e acalmou-se aos poucos, embora aquele sorrisinho triste persistisse. "Não tornarei a importuná-lo. Não deveria tê-lo feito nem hoje, mas não consegui me conter. Eu precisava saber".

"Eu continuo sem entender nada".Erestor tornou a colocar as mãos dentro dos bolsos, embora sentisse que o estrago já fora feito, e nem mesmo a imagem de calma estivesse a seu alcance. "Você faz tudo rápido demais, Eámanë. Eu sinto-me tonto, só de estar perto".

Ela ergueu o olhar do chão e o encarou, com olhos lúcidos novamente apesar de ainda estarem vermelhos. "Meu querido, você não foi mesmo feito para emoções súbitas. Deveria ter pedido a Glorfindel que me ensinasse, e tê-lo deixado em paz. Ai! Eu fiz tudo errado".

"Poderia, por favor, falar em um código que eu conheça?" Ele cruzou os braços, enfezado. "Eu duvido muito que Glorfindel a beijasse nas montanhas".

Eámanë deu um passo a frente até que a distância entre eles fosse de alguns poucos centímetros, mas não havia nada de amigável ou brejeiro em sua pose. "Espero que não esteja com isso dizendo que me crê uma aventureira atrás do partido mais vantajoso?"

"Não!" Erestor gritou, agarrando-a pelos ombros novamente. E pensar que, antes de conhecê-la, ele passara anos sem tocar em um outro Elfo, ele que agora a tocava sob todo pretexto. "Pare de pôr palavras na minha boca".

Mas ele havia pensado. Por um instante, mas pensou em Eámanë sorrindo para Glorfindel, ou tocando de leve em seus dedos enquanto tomava uma xícara de chá, ou inclinando-se por sobre a mesa para apertar-lhe a mão. Erestor viu as cenas com tal clareza, rememorando as longas conversas do Lorde da Flor Dourada com Eámanë, que se Glorfindel estivesse por perto eles teriam discutido. Calorosamente.

"Glorfindel tem seus próprios segredos, não me cabe contá-los". Talvez ele mesmo me conte quando nos reencontrarmos. Ela arriscou um olhar para a copa cerrada das árvores. "Está ficando tarde. Você partirá com a alvorada, e já tivemos bastantes palavras amargas entre nós. Eu gostaria de me despedir de modo mais afável, em consideração à amizade que tivemos".

"Que temos", Erestor corrigiu, enfático. Suas mãos deslizaram dos ombros para os braços dela, a única carícia que ele ousava. "Seremos sempre amigos. Aqui ou em Valinor ou além dos Círculos do Mundo. Eu tenho por política ser amigo dos bravos, e poucas pessoas teriam coragem de esgueirar-se no meu quarto para coser umas nas outras as mangas das minhas túnicas".

Eámanë arregalou os olhos, mas se recompôs rápido. "Eu não sei do que você está falando. Nunca estive na Ala Leste".

"Nem mesmo quando o meu xampu misteriosamente sumiu?"

Ela esforçou-se para acompanhar o tom leve da conversa, apreciando a trégua. "Seguramente, os gêmeos devem ter sido responsáveis. Eu não faria isso com você".

"Faria sim". Ele suspirou fundo, apreciando o perfume sutil dejasmim que se destacava dos outros cheiros da floresta. "Sentirei sua falta".

"Não faça isso". Eámanë recuou e se encolheu toda, apertando os braços ao redor de si mesma. "Não é justo".

"Não posso sentir falta de uma amiga querida?"

Ela lançou-lhe um olhar venenoso como as presas das aranhas da terra. "Mentiroso".

Erestor cerrou os olhos e balançou a cabeça, sentindo-se muito cansado. Que seja a verdade então, e que Ilúvatar os ajudasse. "De fato, mas por ignorância mais que malícia. Pois a considero uma amiga querida. Mas amor... Eámanë, eu fui pego de surpresa; não tivemos tempo nem condições de saber se isto é a ligação verdadeira entre almas predestinadas, ou afeto mal direcionado, ou duas pessoas solitárias que se consolam mutuamente. Não nego que você me seja bastante atraente, e a sua companhia é muito agradável, e que eu trema por sua segurança, mas isto é tudo que sei com certeza a este ponto".

"E eu que achava que o Mestre Erestor tinha todas as respostas..." Ela sorriu então, um sorriso como eles haviam trocado com freqüência, de cumplicidade. "Está na hora. Vamos comer alguma coisa, sim? Antes que devorem tudo. E depois será hora de descansar antes de partir".

Ele começou a refazer as tranças como pode, sentindo-se muito grato por preferir estilos mais práticos, e a seguiu de volta à clareira. "Estará nos portões amanhã?"

"Não", ela respondeu baixinho. "Se tiver algo a me dizer, diga logo, porque não verei a tropa partir. Eu detesto despedidas".

Erestor balançou a cabeça, embora ela não pudesse vê-lo. Agora que ele parava para pensar, não conseguia lembrar de uma única ocasião em que Eámanë tivesse despedido-se dos viajantes deixando o vale. Nem teria se despedido dos habitantes do vale, quando ela mesma resolveu partir.

Quando a fogueira estava novamente visível no horizonte, ele se surpreendeu fazendo promessas. "Escreverei sempre que puder, dando notícias. E... se eu chegar a encontrar uma resposta, avisarei a você."

"Não precisa," ela sussurrou. "Se não sabe agora, é porque não é para ser. Não somos assim tão diferentes dos nossos irmãos de outras casas. É uma pena, mas o que se há de fazer? Você mesmo disse, ainda que houvesse algo, as chances seriam muito desfavoráveis. Euficarei bem". Ela olhou por cima dos ombros, sem conseguir alcançar o ar despreocupado de costume. "Além do quê, provavelmente estarei tão ocupada que mal conseguirei respirar – Olha só! E não é que chegamos a tempo de pegar a sobremesa?"

Dane-se a sobremesa, Erestor pensou, mas saudou os Elfos como se nada de extraordinário tivesse acontecido. O assado já estava frio no seu prato, mas ele se forçou a engolir alguns pedaços junto com meia taça do excelente vinho e conversar com os Silvestres enquanto pedaços da conversa que acabara de ter se repetiam em sua mente.

"Maecheneb o elogiou bastante quando o vi ontem", Legolas falou, dirigindo um sorriso radiante para Gwaloth e Galiond, enquanto se sentava entre Eámanë (que se afastou um pouco para criar espaço) e Erestor. "Confesso que fiquei curioso, pois nunca se juntou aos combatentes nos treinos".Ele ergueu sua taça de ouro, sem encravações ou gemas, na direção de Morin. A simplicidade da taca contrastava com os anéis delicados que trazia nos dedos, e um único cordão de prata com pingente de ametista que se destacava contra a túnica verde-pálida. "O curador me deu o prazer de algumas partidas. Se me permite, meu amigo, deverias ter aprendido alguns dos nossos truques, pois se utilizando apenas dos membros superiores, como fazes, perdes muitas oportunidades de atingir o inimigo. Embora deva admitir que os teus movimentos com a espada sejam de dar inveja".

"A cada qual cabe seu estilo. Não saberia mudar o meu foco de ataque dos punhos para os pés como fazem por aqui – mesmo que aprendesse teus truques, no ardor da batalha eu tornaria ã técnica que me é mais familiar".

"Eu insisto. Não me entenda mal, caro Morin, o teu estilo é assombroso – assim como o teu currículo. Mas continuarei a defender o uso de chutes e golpes de braço igualmente, pois há ocasiões em que é vantajoso saber usar as pernas para mais do que posicionamento e equilíbrio". Legolas gesticulou com a taça novamente, a ponto de quase derramar vinho no conselheiro, que se remexeu no banco rústico. Uma única olhadela lhe deu a certeza de que o príncipe fizera aquilo de propósito, para brincar com ele. "Elas têm um alcance maior, e não raro também mais força".

"Força--!" Morin, assustado por quase ter perdido as estribeiras, enrubesceu e pediu desculpas por seu tom acalorado às damas; depois prosseguiu muito mais calmamente, "meus inimigos sempre amargaram os meus golpes, Alteza".

"Guerreiros de tanto renome ao meu redor, e ele me chamando de Alteza". Legolas balançou as longas trancas louras, fingindo desespero. "Não mereço tão grande distinção!"

Morin, tão reservado e arredio, caiu na gargalhada. Erestor soube então que o guerreiro já se sentia em casa na fortaleza de Thranduil. O conselheiro teria prazer em lembrá-lo de todas as suas palavras de desprezo para com o Reino das Trevas, assim que estivessem ambos bem longe de quem pudesse ofender-se.

Ele inclinou-se para fazer um comentário sobre o humor e a modéstia dos Silvestres. Legolas olhou para baixo, onde a mão esticada de Erestor estava paralisada no ar,e muito discretamente passou para Erestor um prato de amêndoas carameladas que estavam apenas alguns centímetros além do alcance do conselheiro.

O lugar ao lado do Príncipe da Floresta das Trevas estava vazio.


A.N.: Yes! Resuminho-inho-inho!

1. Dorwinnion – A.N.: cap. 15, ponto 12.

2. Cabeça-nas-nuvens (Eá-das-nuvens / Eáspenna) – A.N. do Cap. 9, ponto 4. O nome familiar da Eámanë foi dado pelo irmão dela, e não pela mãe, mas nem que tivesse sido. O Maglin acertou em cheio na qualidade predominante da maninha: a incomparável capacidade de viajar na batatinha frita.

3. Mithril – metal de cor semelhante à prata, muito raro, cuja última jazida conhecida (se não a única) era Moria. Segundo Bilbo, mithril era leve como pluma e resistente como couraça de dragão.

4. "Se não sabe agora, é porque não é para ser. Não somos assim tão diferentes dos nossos irmãos de outras casas".Há uma certa tendência a retratar os amores élficos como paixões fulminantes que demoram ou não um certo tempo para se consumarem. Arwen não se apaixonou à primeira vista por Aragorn, mas nem ele era Elfo, nem ela era totalmente Elfa (um pouco maia, um pouco mortal, várias partes Elfa)... Os Elfos tinham a habilidade de perceber a mente e o coração uns dos outros através dos olhos, ou através de umas conversações psíquicas muito viajadas, que eu ainda vou checar com carinho. Os Elfos sabem se uma pessoa é casada olhando nos olhos dela (Bem, hoje em dia mesmo se pode dizer com uma boa chance de acerto se uma pessoa é virgem ou não no olhômetro), porque o casamento junta os corpos e as almas, etc, e os olhos são a janela da alma. Obviamente, existem exceções, mas Eámanë aqui conclui que se Erestor não sentiu o mesmo é porque ele estava apenas atraído, e não apaixonado.

Também se diz que amor não correspondido era a única desventura que acontecia em Valinor antes de Melkor e do Fratricídio, nem depois que os Noldor rebelaram-se e foram para a Terra-Média.

É isso aí amiguinhos, muito obrigada pela paciência e pela audiência! A próxima atualização deve demorar umas duas semanas, se tudo der certo. Desculpem a demora, eu vou me esforçar bastante para não repetir o bolo. Um beijo e um abraço, um cheiro e um amasso.. Fui!