Título: Morpheus
Autor: FollowTheWhiteRabbit a.k.a. dlz
Censura: T
Classificação: Romance/Humor
Disclaimer: Trata-se de uma estória cujo único propósito é entreter sem a intenção de infringir os direitos autorais das obras nas quais foram inspiradas ou auferir qualquer lucro.
Distribuição: Fanfiction Net
Pares: Lois/Clark
Personagens: Clark, Lois
Spoiler: Não tem
Sinopse: Clark acorda e descobre que as coisas não são mais as mesmas. Será apenas um sonho?
Nota do autor: Morpheus (do grego "morphe", aquele que dá forma, que molda): filho de Hypnos e Pasithea; capaz de introduzir elementos ou visões nos sonhos; responsável, especificamente, pelos sonhos de grandes reis e heróis; considerado deus ou mestre dos sonhos; também chamado de Sandman.


CAPÍTULO 1

O sol brilhava pela fresta da janela e iluminava a face de Clark que, aos poucos, despertou. Estranhamente, embora tivesse dormido mais do que de costume, sentia-se exaurido. Abriu os olhos, e olhou para ver as horas. Eram oito e meia. Notou, porém, que aquele não era seu relógio. Ajeitou-se na cama, e sentiu que havia alguma coisa errada. Ele não estava no seu quarto. Mais do que depressa, Clark se sentou à cama, e percebeu que aquele, definitivamente, não era seu quarto.

Olhou ao redor, e viu que além de estar num quarto completamente estranho, não estava sozinho. Ao seu lado, com as costas desnudas, e o lençol cobrindo apenas do quadril para baixo, repousava uma mulher com cabelos escuros e o rosto virado para baixo. Clark ruborizou e se virou rapidamente para o lado. Ouviu, então, barulho de carros pela janela. Soube então que, que não estava mais no Kansas.

Clark olhou à volta, e não fazia idéia de onde podia estar. Como se não bastasse, ao colocar os pés para fora da cama, notou que também estava nu. Olhou, então, sua mão. Usava uma aliança. Desesperado, olhou novamente para o lado, e esticou um pouco o pescoço, porém, não o suficiente para conseguir ver quem era. Seu coração disparou. Aquilo não podia ser real. Olhou novamente ao redor, e viu sobre uma cadeira o que pareciam ser um par de calças e uma camisa. Levantou-se em sobressalto, e as vestiu apressadamente, sem olhar novamente para a mulher deitada à cama. Encontrou um par de sapatos, pegou-os e saiu o mais depressa que podia do quarto.

Isso não é real, pensou, caminhando pelo apartamento, enquanto terminava de abotoar a camisa, e olhava para tudo ao seu redor, em busca de alguma evidência que lhe revelasse onde estava, o que havia acontecido e, acima de tudo, quem era a mulher nua na cama com a qual havia se deitado. Foi, então, à sacada, e descobriu que estava na cobertura de um edifício onde parecia ser Metrópolis. Clark apoiou as mãos no parapeito, sem se aproximar muito, e ficou pensativo, enquanto olhava a imensidão de arranha-céus. Tinha que descobrir se aquilo era um sonho.

Virou-se, e voltou para dentro, disposto a encontrar alguma coisa familiar. Viu, então, sobre uma lareira, alguns porta-retratos. Aproximou-se, e viu que eram fotografias dele com seus pais, Chloe, Lana e Lois. E havia uma apenas com Lois. Clark tratou de procurar por mais alguma coisa, até que ouviu um barulho vindo do quarto. Mais do que depressa, procurou a porta e saiu.

Ao sair do elevador, Clark se deparou com o hall de entrada. Olhou cautelosamente para os lados, e caminhou em direção à saída. Precisava sair dali o quanto antes.

"Bom dia, Sr. Kent!"

Clark se virou. Era o porteiro.

"Resolveu aderir às lentes?" perguntou ele.

"Como?" indagou Clark, confuso.

"Os óculos?" perguntou o porteiro, gesticulando com o indicador na direção dos olhos.

"Ah, sim... Bernard" respondeu Clark, confuso, após ler o nome no pequeno crachá dourado abotoado no casaco do sujeito.

"Algum problema, Sr. Kent?"

"Não... Por quê?"

"É a primeira vez em dois anos que me chama assim"

"Bernie?" arriscou Clark, e o porteiro sorriu, assentindo. "Está tudo bem" respondeu.

"Devem ser as lentes" sugeriu o porteiro, simpático.

"É... deve ser isso" concordou Clark, educado.

"E a Sra. Kent? Não vão sair juntos para o trabalho hoje?"

"A Sra. Kent?" indagou Clark.

"Sim. Vocês sempre vão juntos ao Planeta Diário"

Trabalhavam juntos? pensou Clark. No Planeta Diário? Como isso era possível?

"Bem, a... a Sra. Kent vai descansar um pouco mais hoje" respondeu, ainda atordoado com todas aquelas revelações. Em menos de quinze minutos descobriu que morava em Metrópolis, que era casado, embora ainda nem soubesse quem era sua esposa e, ainda por cima, que trabalhava com ela e, ainda por cima, no Planeta Diário! Por pouco Clark não pensou em perguntar ao porteiro o nome da Sra. Kent.

Por outro lado, virou-se para o porteiro, e teve uma brilhante idéia:

"Tem alguma correspondência para a Sra. Kent?" perguntou, na tentativa de descobrir, indiretamente, quem era, afinal, a mulher com quem havia se casado naquele sonho, pesadelo ou seja lá o que fosse aquilo que ele estava vivendo.

"Receio que não, Sr. Kent" disse ele, examinando o escaninho. "Nada por enquanto" confirmou.

Frustrado, Clark sorriu:

"Tudo bem" disse ele, virando-se em direção à porta.

"Tenha um ótimo dia, Sr. Kent!" exclamou o porteiro, sorridente.

Clark se virou e sorriu um sorriso confuso. Ainda não sabia bem como reagir à tudo aquilo. Caminhou então em direção à porta principal. O som do movimento, a canção da cidade, as pessoas, tudo era real demais para ser um sonho.

Olhou então para os dois lados da calçada. Não sabia para onde ir. Se aquele era um sonho, devia acabar a partir do momento em que ele desconfiava que era um sonho. Ou não? Clark olhou para o lado, e ao final da esquina havia uma banca de revistas. Imaginou que seria um bom lugar para começar. Caminhou até ela, e viu a edição do Planeta Diário do dia. Pegou o primeiro da pilha. Definitivamente, estava em Metrópolis. Mas algo estava errado. Ao olhar no canto da página, viu algo inesperado. O ano era 2015.

"Não pode ser!" exclamou ele, abrindo o jornal.

A principal manchete dizia: 'Superman homenageado na Casa Branca'. Abaixo, uma foto de Washington.

"Superman?" indagou ele, perplexo. "Quem é o louco que se autodenomina assim?"

Foi quando que ele viu o autor da matéria: Clark Kent. Então ele realmente trabalhava no Planeta Diário! pensou Clark, cada vez mais confuso.

Desdobrou então o periódico, e mais abaixo leu: 'Lex Luthor irá se candidatar à Presidência no próximo ano'.

"Como! Mas isso é -"

E antes que Clark completasse a frase, uma música ecoou pela rua:

Mr. Sandman, bring me a dream
Make him the cutest that I've ever seen
Give him two lips like roses and clover
Then tell him that his lonesome nights are over

Ao olhar para o lado, Clark viu que a música vinha dos alto-falantes de um carro-propaganda que passava lentamente pela rua.

Sandman, I'm so alone
Don't have nobody to call my own
Please turn on your magic beams
Mr. Sandman, bring me a dream

Quando o carro passou, e não havia mais música, Clark viu alguém do outro lado da rua. Era um homem alto, de pele alva, e cabelos tão escuros como as penas de um corvo, vestido num casaco preto comprido, que lhe acenava. Sem perdê-lo de vista, Clark colocou o jornal de volta na pilha e atravessou a rua. Mas um ônibus passou de repente, e quando ele se deu conta, o sujeito já não estava mais lá. Clark olhou para os lados, mas não havia mais nem sinal dele. Confuso, ficou pensativo. Não podia voltar ao apartamento até descobrir o que estava acontecendo. Resolveu então encontrar com as únicas pessoas em quem podia confiar.

Continua...