PARENTE É SERPENTE

CAPÍTULO 1:

Shura e Maíse se encontravam em uma situação, no mínimo, vexatória. A chegada inesperada da família de sua namorada, em uma manhã após compartilharem uma noite de amor, não era o que ele havia planejado...na verdade, sua intenção era aproveitar o momento e fazer o tão esperado pedido à ela.

Parada a porta, a senhora esperava que a filha se mexesse e a convidasse a entrar, mas Maise fechou a porta no rosto da mãe e de seus familiares. Shura a encarou abobalhado.

"EU NÃO ACREDITO!"-ela gritou.-"Minha mãe...e eu fechei a porta na cara dela!"

"Fechou mesmo!"-ele concordou.

"Maíse Maria Alcântara Bueno!"-a senhora chamou, batendo na porta.-"Abra já essa porta! Que criancice é essa?"

"Um momento!"-ela pediu.-"O que está esperando, Shura? Vamos trocar de roupas!"

Logo eles trataram de se vestir de maneira adequada, mas Maise estava muito nervosa.

"Eu não acredito que ela veio!"-estava realmente nervosa.-"É bem típico dela! Aparece sem mais nem menos, para se meter na minha vida!"

"Não está exagerando?"-Shura comentou.-"Está um pouco nervosa porque ela nos pegou em uma situação...um tanto constrangedora, mas..."

"Você não conhece a minha mãe...nem meus cunhados e irmãs..."-ela coloca a mão na testa.-"Ela trouxe a família toda!"

"Calma. Não podem ser assim tão terríveis."-Shura em seu intimo estava odiando a 'visita' dos parentes de sua amada.

"Quer apostar?"

Depois de devidamente vestidos, eles atenderam a porta. A senhora estava com cara de poucas amigas. Ela entrou no pequeno apartamento, sendo seguida pelos demais visitantes.

"Mãe...que surpresa...agradável!"-disse Maise com um sorriso forçado

"Sinto se chegamos em...má hora."-a senhora olhou para Shura dos pés a cabeça.-"Se soubesse que estava acompanhada teria avisado. Mas queríamos surpreende-la."

"E conseguiram."-resmungou Maise.-"Mãe, esse é o meu namorado...Shura."

"É um prazer conhece-la, senhora."-ele falou estendendo-lhe a mão.

A senhora olhou para a mão e disse, de maneira seca, sem aceitar o cumprimento.

"Prazer."-depois virou-se para a filha, que estava aturdida pela indelicadeza da matriarca.-"Tem alguma coisa para beber? Esse país é tão quente quanto o nosso!"

"Não ligue para a sogrinha."-sussurrou um dos rapazes, de cabelos castanhos bem cortados, que chegaram com ela para Shura.-"Dona Lucrecia não gosta de ninguém!"

"Verdade?"-falou irônico.

"Vou te apresentar a família e te mostrar no que está se metendo. Sou Luis Fernando, casado com Maraisa, a filha do meio. Este é Pedro. Marisa, a ruiva é sua esposa."-ele cumprimentou o espanhol e depois apontou para o homem meio fora de forma que estava com eles e mostrou as crianças.-"O rapaz entretido no mini-game é seu filho, Lucas. E as três gracinhas ali brigando no sofá por espaço são meus: Cássio, Carla e Sarah."

Shura olhou para aquelas pessoas e se sentiu mais perdido que, parafraseando o velho ditado, Shiryu em tiroteio. E o olhar da sua 'querida sogra', não ajudava em nada.

"Ele é mais bonito pessoalmente do que pelas fotos, Maise!"-uma de suas irmãs, de cabelos loiros tingidos, sussurrava para a caçula, ajudando-a na cozinha com refrescos.-"Que homem é esse!"

"Contenha-se Maraisa."-disse a outra, de cabelos ruivos e curtos.-"Você é casada!"

"E você também, Marisa."-retrucou.-"Mas isso não a impediu de ficar de queixo caído pelo namorado da Maise."

"Eu não sou cega."-falou brava e depois sorriu.-"Acho que depois de ver o Shura, o Pedro resolverá entrar na academia. Falo pra ele que está ficando gordinho. Você viu como ele olha para o Shura? Como se fosse um inimigo ou rival!"

"Dá pra pararem de falar do meu namorado como se eu não estivesse aqui?"-Maise zangou-se.-"Ah, podiam ter me avisado que veriam! E aí eu não passaria tanta vergonha! E as crianças, meu Deus!"

"Ele nem repararam."-disse Maraisa.-"E alem do mais, mandei um e-mail há dois dias avisando que a gente aparecia hoje. Não recebeu?"

"Dois dias?"-lembrou-se do fim de semana numa praia com Shura e os amigos dele do Santuário, depois do passeio e compras com as meninas ontem, e para terminar, ficou se arrumando para o aniversário do Shura que nem se lembrou de ligar o computador e ver suas mensagens.-"Droga!"

"Não se preocupe, vamos para um hotel aqui perto."-explicou Marisa.-"Acontece que a mamãe fez questão de te ver. Apesar de termos dito que era muito cedo e..."

"Cadê ele?"-perguntou Maise desconfiada.

"Ele quem?"-Marisa fez de desentendida e Maraisa disfarçou.

"O cara perfeito que a minha mãe trouxe com vocês com a esperança de que eu troque meu atual namorado e a Grécia por uma vida de dona de casa no Brasil."-respondeu séria.

"Está lá no hotel...levando nossas malas."-respondeu a mais velha sem graça.

Maise revirou os olhos e suspirou de raiva.

"Eu sabia que ela faria algo assim!"-ela conteve a vontade de gritar.-"Quem é o infeliz desta vez?"

"Bem..."-começou Marisa.

"Fala!"-quase gritou.

"O...Carlos Eduardo."-respondeu Maraisa.

"AAAAAAAHHHHHHHHH!"

Todos olharam para a cozinha por causa do grito de Maise, ela apareceu com uma bandeja de sucos, e um sorriso forçado.

"Mamãe...não me disse que o Carlos Eduardo veio também."-perguntou com um jeito que Shura estranhou.

"Ah, te contaram?"-a senhora olhou para as filhas mais velhas, os genros disfarçaram pegando os copos de suco.-"Achei que ficaria feliz em rever um velho amigo."

"Que coisa não?"-Maise contou mentalmente até dez.

"Vamos para o hotel agora. Estamos exaustos da viagem. Depois nos falamos."-avisou a senhora.-"Querida, por que você e seu namorado não vão ao hotel a tarde. Poderemos passar uma agradável tarde juntos!"

"Não sei se..."-Maise ia recusar.

"Parece ser uma idéia maravilhosa, não concorda Maise?"-Shura perguntou.

"Perfeito!"-a senhora levantou-se e chamou os familiares.-"Até as três horas da tarde de hoje. Nos acompanha até a saída?"

O casal acompanha a todos até a entrada e depois de despedidas rápidas, eles se vão nos táxis que os esperavam. Maise bufou e passou as mãos pelos cabelos inconformada.

"Qual é o problema, cariña?"-perguntou passando o braço em seu ombro e puxando-a para mais perto.-"Não ficou feliz em ver sua família?"

"Não é isso. Eu fiquei feliz sim. Mas..."-ela procurou escolher as palavras.

"Mas?"-ele insistiu, preocupado.

"Como direi...Minha mãe veio com a esperança de que eu volte ao Brasil com ela, de preferência noiva de meu ex-noivo."

"O que?"-ele achou que não havia escutado direito.-"Conte essa história do inicio, nina!"

Continua...

Eu sei...eu sei...

Demorei muito em atualizar e o capítulo do fic ainda ficou pequeno! Mas não tinha muitas idéias pra essa introdução aqui...a coisa esquenta mesmo a partir do próximo capítulo!

Beijos!