Acordei me revirando e vendo Shippou correndo em círculos. Senti o vento fresco da manhã tocar minha pele. Sentia frio e ainda não entendia o por que. Isso porém veio como resposta pouco tempo depois. Podia parecer besteira minha, mas havia acontecido alguma coisa muito estranha por ali. Me enrolei no tecido mais próximo que encontrei, uma yukata.
Olhei assustada a minha volta. O que, afinal, era toda aquela confusão? Revirei os olhos, vendo Shippou ainda desesperado e ao lado dele, um nabo. Sim, um nabo gigantesco. Aquilo me pareceu estranho. Por um breve momento lembrei de Shippou chegando ali com aquele estranho nabo. E com um lapso maior, lembrei de Miroku apanhando as roupas intimas do chão e olhando vidrado para aquilo.
Arrepiei. Esperando que tivesse comido algo que havia feito mal a mim mesma. Minha esperança foi embora ao ver Kagome vestindo as estranhas roupas e se atirando em Inuyasha. Era como se eu realmente não tivesse acordado ainda. E era essa minha última esperança, não estar acordada ainda. Me joguei sobre o emaranhado de coisas presentes no chão.
O que havia feito? O que havia acontecido com minhas roupas? O que havíamos feito? Que trocara o chá pelo sakê? Essa última pergunta foi respondida imediatamente. Assim que vi Miroku segurando algumas garrafas de sakê ainda cheias. Revirei os olhos. Aquilo não era de se esperar vindo de alguém como ele? Fiz uma nota mental: Aceitar Miroku depois.
Ainda me lembrei vagamente de algumas coisas: Inuyasha cantava animado após tomar sakê. Cantava e DANÇAVA animado. Algo que nunca esperei presenciar na minha vida. E o pior... A maldita música ainda não saíra da minha mente. 'Eu me remexo muitoooooo'. Além da excêntrica dança que era... Gerada com essa música.
Kagome ainda estava em um canto, cozinhando algo de aparência estranha. E o cheiro pior ainda. Acho que a bebida lhe fizera achar que era uma cozinheira de primeira. Ou alguma coisa relacionada. O cheiro intragável permaneceu no cômodo por um bom tempo. E depois disso. Lembro dela falando alguma coisa estranha e indo embora. Mas ela ainda estava ali. Acertei minha própria testa, esperando que a dor passasse ou que lembrasse de mais alguma coisa. Em vão.
Por algum tempo... Fiquei calada, me livrando da maldita dor de cabeça. Apesar dos ocasionais gritos de Shippou. 'Socorro o Naboles quer me pegar, ele vai me matar... Socorroooooo' . Kagome e Inuyasha corarem de hora em hora. E ainda Miroku analisar algumas roupas intimas como quem analisa... Soldados para comprar.
Amarrei a yukata e me levantei, o que fez com que o olhar de Miroku me seguisse. Ótimo... O que eu havia feito para que o monge me olhasse daquela forma? Talvez eu também tenha exagerado na bebida. Talvez eu tenha passado a mão nele. Ou talvez pior... Eu tenha... Sim, talvez eu tenha feito coisa pior com ele.
Pensar nas possibilidades me deixava constrangida. Por que eu tinha que passar por aquilo? Será que não poderia ser outra pessoa?
