Paternidade

Cap. 6 – Quarto à moda trouxa

- Temos que ir até uma loja que eu vi, onde tem uns lindos móveis infantis. Podemos já encomendar os móveis enquanto pintamos e reformamos o quarto. Quando chegar, é só colocá-los no quarto pronto – Lílian me contou, toda sorridente, passando a mão pela barriga que a cada dia crescia mais. Já estava com 6 para 7 meses. Mas ainda não escolhemos um nome...

- Mas Lils – teimei com ela. Ainda não concordara em fazer o quarto na forma mais difícil, à moda trouxa – ficaria tão mais simples se fizermos alguns feitiços!

- Ah, Ti – ai, ai... manha... já disse que é golpe baixo... - vai ser tão gostoso se a gente pintar tudinho, decorar, é divertido também.

- Sei que é divertido – comentei sarcástico, observando-a pelo canto dos olhos, enquanto subia as escadas para o andar superior.

Ela parou de subir os degraus, e deu um daqueles sorrisos que fazem com que eu faça qualquer coisa por ela, e fez um sinal para que eu a acompanhasse. Subi atrás dela.

Entrei no quarto que reservamos para o nosso futuro filho. Era bem espaçoso, e no canto direito, no fundo, havia uma porta onde era o banheiro. Quando nos mudamos para nossa casa, no centro de Londres, colocamos nossas coisas que não usávamos mais, ou nossas lembranças neste quarto. O famoso quarto de bagunça. Teríamos que tirar tudo aquilo para pintarmos.

Lily já havia se sentado no chão perto de algumas caixas. Assoprou levemente para que o pó que havia se juntado se dissipasse um pouco. Espirrei. Ai ai... essa minha alergia...

Com o meu espirro, Lílian, lembrando-se que sou alérgico, fez um feitiço para a poeira sumir, e com isso pude me sentar ao seu lado. Abrindo lentamente a tampa da caixa, Lílian abriu um sorriso, pegando umas cartas de dentro.

- "Argh, aquele atrevido do Potter me mandou um presente de Natal" – ela começou fazendo uma vozinha fina, fazendo-me lembrar de como ela falava comigo, quando ela dizia que não gostava de mim – "e ainda teve a maior ousadia de me escrever um bilhete, dizendo 'Quer sair comigo, Lily? Feliz Natal, e beijos do seu amado Tiago'" – terminou ela, lendo um bilhete.

Rindo, me virei para ela, abraçando-a pelos ombros – É...você dizia isso, mas amou o bichinho de pelúcia que lhe dei naquele Natal.

-É... mas você sempre teve bom gosto para presentes. – viu? Eu sou demais!

Olhando divertido para ela, dei um beijo estalado nela, e voltei a ver o que estava olhando antes. Abri uma caixa de madeira que se encontrava em cima de uma cadeira, e achei várias fotos antigas. Sorri, vendo uma foto, acho que foi a primeira que tiramos, onde se encontravam todos os Marotos, no nosso primeiro ano. Eu e Sirius fazendo zona, Pedro rindo, admirando nós como sempre, e Remo rindo também das nossas zonas, mas um pouco mais tímido; e atrás de nós encontrava-se o lago de Hogwarts. Belos tempos.

Chamei Lílian para mais perto quando encontrei uma foto que tiraram de nós, quando a pedi em namoro...Na foto, eu com um grande sorriso, tentando segurar uma Lílian, que toda envergonhada, tentava fugir da foto. Um dos melhores dias da minha vida...

Estávamos entretidos com nossas lembranças, que nos assustamos quando ouvimos um estalido no andar de baixo. Eu e ela nos entreolhamos, estranhando. Sacando nossas varinhas, eu a frente, descemos silenciosamente as escadas e ouvimos uns barulhos vindos da cozinha. Tempos de guerra todos ficam apreensivos demais... Entreolhamos-nos novamente, e confirmando silenciosamente, avançamos cozinha adentro, apontando as varinhas.

Mas tem que ser o senhor Almofadinhas pra matar a gente de susto né? O melhor foi a cara de confuso e de susto que ele fez! Huahua! Só ele mesmo...

- Sirius, você aparata aqui em casa e já sai assaltando a geladeira! – perguntou Lílian, dividida entre a indignação e o divertimento.

- Mas eu já sou de casa – respondeu o cachorro, sentando à mesa, com pão e frios para fazer um sanduíche – E também não tem comida decente em casa...

É um cachorro safado mesmo!

Revirando os olhos, minha ruivinha, levantou-se, rindo, pegando as coisas das mãos dele – Relaxa Sirius, que eu faço isso para você.

-É por isso que eu amo você, ruivinha! – exclamou Sirius – Com pena do seu amigo aqui né?

- Não – respondeu ela – Pena da minha cozinha, mesmo. Não quero que você exploda com ela.

Essa é a minha Lílian! Enquanto eu ria, sentei-me ao lado de Almofadinhas, que estava fazendo uma cara de falsamente ofendido.

- Mas conte-me, e as novidades?

- Sim – Sirius abriu um grande sorriso – Você não tem noção do que acabei de comprar! Vocês serão os primeiros a saber!

- Que honra – ouvi Lils murmurar, fazendo os sanduíches, rindo.

- E o que é, afinal?

Sirius se levantou, todo sorridente, fazendo sinal para que o acompanhássemos. Abriu a porta, e seguiu até os jardins da frente. Olhei para o céu, e já estava escuro, onde milhares de estrelas brilhavam. Vimos Sirius parar ao lado de algo grande e dar pequenas palmadinhas naquilo. Aproximamos-nos, e Sirius abriu mais ainda seu sorriso.

- Lembra, Pontas, que eu tinha te falado que queria realizar aquele meu sonho?

- Que sonho? Ter um harém somente para você? – tentou adivinhar Lílian, rindo.

- Esse é um outro sonho que pretendo realizar, mas não por ora – piscou ele. Quando eu falo que ele é um cachorro, em todos os sentidos...

- Você comprou? – indaguei.

Não sei como Sirius está conseguindo sorrir mais ainda. Fez aquela musiquinha de suspense com a boca. Só se for suspense para Lily, pois já sei o que é... Ele retirou um pano de cima, revelando uma bela motocicleta preta, último modelo, que Sirius me mostrara uma vez em uma loja.

- Ahn? Isso? – perguntou Lílian, tentando parecer feliz, mas tanto eu quanto Sirius percebemos que ela achou que a moto não precisava de toda essa atenção. Mulheres...

- Isso é um dos maiores sonhos da minha vida! E já consegui realizá-lo! Pelo menos, Lils, você podia fazer uma cara mais feliz – e piscou.

- Oh, sim – Lílian abriu um grande sorriso falso. Mas depois abriu um verdadeiro – Parabéns Sirius. Se isso é o que tanto deseja, parabéns. Mas não se mata, está bem? E nem mate o meu marido – nisso, ela me abraçou.

- Não vou matar ninguém, não. Relaxa. Só vou utilizá-la para passeios, ou assuntos muito urgentes – e riu. Ai ai... pelo jeito ele já vai querer formar o harém dele. Haha.

Levantando a sobrancelha, Lils chegou mais perto da moto e a esta roncou alto.

- Tiago, você deixa a sua esposa ser cantada por uma moto? – e gargalhou. Agora quem levantou a sobracelha fui eu. Puxei a Lílian para perto de mim, na qual ela estava vermelha – Viu? Minha moto tem bom gosto! – e deu outra palmadinha na moto.

- Sirius – avisei, no que Lílian já ficara mais vermelha.

- Legal que tenha nos mostrado, Sirius, ela é igual ao dono, safada... Vamos entrar, os sanduíches já estavam prontos, e temos algo a lhe contar – nisso ela trocou um olhar muito significativo comigo. Será que ela não quer falar nisso agora? Ela tinha me falado que havia concordado...

Quando estávamos todos à mesa, Sirius e eu comendo os sanduíches, enquanto Lílian comia uma maçã, ela começou.

- Bem, Sirius, o Tiago já tinha me falado isso, e eu na hora fiquei em dúvida... – Ah, é isso mesmo que eu tava pensando, por isso continuei.

- Então, Almofadinhas, decidimos que gostaríamos que você fosse o padrinho do nosso filho – terminei sério.

Sirius também ficou sério. Depois abriu um dos sorrisos mais verdadeiros que já vi dar.

- Fico lisonjeado com tamanha honra, Pontas e Lils. – se levantou e nos abraçou. Aha! Ele também é manteiga derretida, já está chorando.

- Que isso, Sirius – Lílian começou – Gostaríamos que, se caso acontecer algo com nós, você cuidasse de nosso filho. Será o tutor também.

- Lógico que aceito ser padrinho e tutor do Pontinhas – ri – mas não sei se mereço tudo isso.

- Sirius, você é meu melhor amigo, te considero meu irmão – cada vez mais ficávamos mais sérios – sei que cuidará bem dele.

- Mas nada irá acontecer a vocês...

- Estamos no meio de uma guerra, tudo pode acontecer – Lílian falou, me abraçando.

- Sei que nada irá acontecer a vocês, mas, como falei, é uma grande honra ser padrinho e tutor do Pontinhas.

Lílian e eu abrimos um grande sorriso, e ela o abraçou e deu um pequeno beijo em sua bochecha. Eu o cumprimentei com um aperto de mão.

- Já que eu ia ser o padrinho, por que vocês também não me chamaram para fazê-lo?

- Sirius Black! – eu e Lílian gritamos, os dois corados de raiva e ela de vergonha também. Tem que ser o Almofadinhas mesmo...

No dia seguinte... Lá estava eu. Já tinha tirado todas as caixas, cadeiras, toda aquela bagunça do quarto com a ajuda do Almofadinhas.

Mas agora estavámos eu e eu mesmo no quarto. Tinha tirado a camisa, pois estava ficando com calor de ter que pintar aquele quarto todo sozinho. Bem que agora poderia ter aparecido alguma coisa no Ministério ou na Ordem para que eu tenha uma boa desculpa e terminar tudo com mágica.

Se bem que estou sozinho aqui... Lílian está lá embaixo, limpando as coisas que tiramos daqui... Uma magiquinha de nada não vai fazer diferença, vai? Ela nem irá notar...

- Nem pense nisso, Tiago Potter – Ai... todo o meu sonho de acabar com isso logo, foi por água a baixo.

- Olá querida – escondi rapidamente a varinha no bolso, mas ela já tinha visto. Enfiei o pincel de rolo na lata de tinta, verde-claro, e continuei a passá-lo na parede. Só tinha pintado metade da primeira das quatro paredes.

- Não é porque não estou aqui te vigiando, que poderá fazer magia para terminar o quarto Tiago.

- Poxa, Lily, você não tem dó do seu maridinho aqui? – me virei, e a encarei com um olhar pidão.

- Tenho - abri um sorriso – mas só um pouquinho.

- Só um pouquinho? – já tinha largado a porcaria do pincel em cima de um jornal, e me aproximava dela.

- Bem pouquinho – ela tentou fazer cara de brava, mas havia um pequeno sorriso no canto de seus lábios.

- Sei... – estava quase alcançando-a.

- Quase nada – ela eu um passo para trás, rindo.

- Você gosta de me ver nesse estado, é? Todo acabado, cansado? – abri os braços para ela ver, fazendo uma cara sofrida.

-Se bem que neste estado – ela apontou para o meu peito nu – eu amo te ver assim – e deu um sorrisinho divertido, passando a unha.

Abrindo um belo sorriso, acabei com a nossa distância, envolvendo-a em meus braços, enquanto sentia seus lábios sobre os meus, e os braços dela envolta do meu pescoço, acariciando meus cabelos. Rindo, entre os lábios, fui a conduzindo para o nosso quarto. Dane-se o quarto. Nosso filhão espera um pouquinho né?

- Para isso você não está cansado, né? – ela riu, enquanto eu beijava seu pescoço, sentido-a estremecer com um pequeno toque.

- Você nunca vai me ver cansado para isso – sussurrei em sua orelha, beijando-a. Já tinha baixado a alça do vestido que ela usava. Às vezes, a barriga, que, cada vez mais, ficava maior, atrapalhava, mas não importa. Ela já estava de sutiã,quando...

- Querida, cheguei! – Sirius Black! Não... tem queser o Sirius!

- Espero que estejam compostos, pois não quero ver nada que me deixe envergonhado – e riu, com uma risada parecendo latido.

Lílian tentou colocar o vestido rápido mas Sirius já tinha aparecido na porta.

- Opa! Acho que cheguei em má hora.

- Imagina – falou Lílian, sarcástica, tentando se esconder debaixo dos lençóis.

-Sirius! – exclamei, entrando no campo de visão dele para que Lílian pudesse colocar o vestido.

- Ah, olá Pontas!

Irritado, peguei ele pelo braço, e o afastei do nosso quarto – O que está fazendo aqui?

- Oras, Tiago, você mesmo me chamou para ajudá-lo no quarto – nisso mostrou, algumas latas de tinta, e diversos tipos de pincel. Ops... mas isso também não é desculpa pra me atrapalhar com a minha ruivinha!

- Então, por que não foi direto ao quarto dele?

- Eu fui, mas você não estava lá, e ouvi alguns barulhos no quarto de vocês. Já estão pensando em outro filho, sendo que Lílian ainda está grávida?

Acho que minha cara assassina fez com que ele se calasse.

- Sirius? O que está fazendo aqui? – Lílian chegou atrás de mim, me abraçando pela cintura, agora não mais corada.

- Vim ajudar vocês no quarto do meu afilhado!

- Contanto que não derrubem a casa e façam direito... – Lilian se soltou de mim, e foi em direção à escada – Estarei lá embaixo, limpando as cadeiras, também estou esperando as meninas para me ajudarem - Assentimos e fomos para o quarto do meu filho.

- Cê é lerdo, hein, Pontas? Só pintou metade da primeira parede!

- Ah, não enche! – exclamei irritado, pegando o pincel e passando-o na parede.

- Ih...o veadinho tá irritadinho.

- Vai catar pulgas!

- Ai meu Merlin... Então, no que posso ajudar?

- Pega aquelas latas no outro lado do quarto, e comece a passar nas paredes.

A cena que se seguiu foi histórica como aquela na loja de roupas, no parquinho. Sirius andou até as latas, mas tropeçou em uma pilha de jornais que estava no meio do caminho. Ele perdeu o equilíbrio e caiu de cara na lata de tinta! HuaHua!

-Almo-fadinhas, haha, meu... haha, cena hi-hi-hilária! Haha! – ria de me acabar.

- Merlin! O que está acontecendo aqui? Sabia que não podia deixá-los sozinhos, ai, hahaha! Sirius! – Lílian que havia subido até o quarto para saber o porquê do barulho, viu Sirius levantando do chão com a cara verde! Haha!

- O que houve Lils? – Uma voz feminina, conhecida por nós, surgiu atrás de Lílian, mas como ela não parava de rir, juntamente comigo, e estava no meio da porta, a dona da voz não podia entrar.

- Marlene? – Sirius perguntou, assustado, com a voz, reconhecendo-a.

- Sirius? – indagou Marlene, quando conseguiu entrar no quarto – O que é tão engra...? Hahaha! – ela também explodiu em risadas.

- Ótimo... virei palhaço agora né? Todo mundo rindo da minha cara – Sirius sacou a varinha, e com um feitiço tirou toda a tinta verde da cara.

- Mas sempre foi assim Sirius! – exclamou Marlene, tentando se controlar nas risadas. Lílian e eu estávamos tentando parar até agora, mas tava difícil, porque as caras dele, ficavam cada vez mais engraçadas.

- Ah é? – Nisso, Sirius pegou um pouco de tinta verde da lata e atirou em Marlene. A tinta voou e bateu graciosamente na cara dela. Marlene, tentando se vingar, pega um pouco de tinta de outra lata e ataca em Sirius mas com a sua péssima apontaria, cai nas minhas costas. Só porque eu e Lílian estávamos indo embora para não nos sujarmos...

- Mulheres grávidas primeiro! – exclamou Lílian, saindo de fininho do quarto, mas Sirius, Marlene e eu jogamos tinta nela...Bem, agora não é só os olhos dela que são verdes...e sim ela inteira.

Ficamos jogando tinta uns nos outros por um bom tempo. Fizemos guerrinha; eu e Lily contra Sirius e Marlene. Até que essa nossa brincadeira serviu pra alguma coisa... Além de descontrair, darmos muitas risadas, criou um ótimo clima entre meu amigo cachorro e a moreninha.

Lílian me chamou e olhou para fora do quarto, para deixarmos os dois sozinhos. Mas de repente me veio uma lembrança... Sempre que eu e Lílian íamos nos beijar, como era o caso deles agora, Sirius sempre aparecia para atrapalhar... Acho que está na hora de me vingar, não?

Fazendo sinal para Lílian me acompanhar e fazer silêncio, fomos até uma lata de tinta que ainda restara, nos aproximando cada vez mais dos dois.

Quando eles estavam quase se beijando – o que houve com Almofadinhas para ficar tão lerdo assim? Ele sempre agarrava as meninas, que não dava tempo para as coitadas fugirem – eu com um olhar malicioso, inocentemente, deixei cair a lata de tinta com a borda para baixo, espalhando tinta no cabelo dele e deixando a lata em cima da cabeça como um chapéu.

O quarto explodiu em risadas. Nós três ríamos tanto, que tivemos que sentar no chão. Até Marlene, que poderia ter ficado chateada por ter interrompido eles, quase estava rolando no chão de tanto rir.

-Potter! – Ops...acho que deixei o cãozinho raivoso. Ele só me chama pelo sobrenome quando está muito bravo comigo. Com um olhar assassino, ele tirou a lata da cabeça,um pouco de tinta dos olhos e sibilou – Potter – hora da retirada.

Sai correndo pelo corredor e escada a baixo, com Sirius na minha cola, tentando me esganar. Quanto mais eu corria, mas dava risada. Sirius mais calmo, ria muito também. Com uma forte dor do lado das costelas, pela corrida, me joguei no chão e Sirius se jogou do meu lado.

- Mancada, hein! – exclamou Sirius, rindo, tentando tirar tinta do cabelo com as mãos. Pegou a varinha e disse Limpar! e a tinta sumiu. Mas com a corrida, tinta se espalhou pela casa inteira. Se eu não fui morto pelo Sirius, vou ser morto pela Lily. Agora não era só o quarto do meu filho que estava verde, e sim a cozinha, a sala, os corredores...

- Me vinguei.

- Vingou-se até demais – ele caiu em cima de mim, fazendo que queria realmente me esganar, e ele tava me esganando mesmo. Acho que a raiva ainda não passou por completo.

- Agora chega, crianças! – minha salvadora, Lílian, exclamou, rindo, descendo as escadas com Marlene, ainda com cara de riso.

-Sim, mamãe! – Sirius e eu nos levantamos, fazendo voz de criancinha.

- Vou ter que me acostumar a ser chamada assim – riu Lílian.

- E eu vou ter que me acostumar a ser chamado de papai – ri também, enlaçando Lílian pela cintura, apoiando minha cabeça no ombro dela.

De repente, a lareira acende-se, e sai de lá um Remo todo cheio de fuligem; Pedro tossindo e retirando a fuligem também.

- Pensei que não viriam mais! – exclamei indo de encontro aos meus dois amigos que chegaram.

-Antes tarde do que nunca, caro Pontas – Remo sorriu para mim – O que andaram fazendo? – perguntou, olhando em volta. A sala estava cheia de muitas poças de tinta verde, nas paredes e nos retratos. Isso sem falar, que eu, Lílian e Marlene ainda nos encontravámos verdes.

- Pequenos acidentes – Lílian riu e com uma batida de sua varinha sumiu toda a tinta verde da casa e de nós.

Nisso, novamente a lareira se acendeu, e apareceu Frank e Alice Longbotton.

- Alice – Lílian sorriu e abraçou Alice. Alice também se encontrava grávida. Estava com o mesmo barrigão que Lílian. Provavelmente nossos filhos iriam nascer em dias próximos.

- Pra que você chamou elas? – perguntei mais baixo.

- Pra elas me ajudarem com as coisas, Tiago. E você chamou todos eles para fazerem um quarto de criança? – ela terminou rindo.

- É lógico! Porque alguém não me deixou fazer o quarto do jeito mais fácil, quanto mais gente pra terminar aquilo logo, melhor.

Lílian e as garotas foram para os jardins para limpar as coisas, se bem que acho que vieram pra colocar a fofoca em dia, mas, enfim...

Seguido por todos, subi as escadas e entrei no quarto de meu filho. Até que estava sendo divertido decorar aquele quarto à moda trouxa... Conseguimos pintar o resto do quarto e colocar, no meio da parede, o papel de parede com vassourinhas que ficavam voando.

Terminamos logo, se bem que com cinco homens pintando um quarto...

Descemos, e encontramos Marlene e Alice sentadas à mesa, conversando enquanto Lílian fazia chá com bolinhos.

Nos juntamos a elas, conversando sobre a Ordem, a guerra, Ministério... Esses assuntos deixam todos apreensivos, até que Pedro mudou de conversa. Ele fica meio perturbado com isso...

- Já escolheram o nome do filho de vocês?

Lílian e eu nos olhamos. Escolher um nome às vezes é difícil.

- Ainda não, Pedrinho.

- Mas pensaram em algum? – Frank perguntou – Nós já escolhemos.

- Neville – Alice falou, sorrindo.

- Lindo nome – Lílian também sorriu – Mas ainda estamos em dúvida...

- Mas de um coisa eu sei... Algum nome que fique bonito com Tiago!

- Pouco egocêntrico... – suspirou Lílian e todos riram.

- Imagine... hum... Henry Tiago Potter? - Acho que pela cara de todos, não gostaram.

- Que tal, Charlie? – arriscou, Remo.

- Muito certinho... – comentei.

- Willian? – tentou Marlene.

- Hum...- acho que Lílian não gostou.

- Daniel?

- Não.

- Michael?

- Não.

- John?

- Muito simples.

- Mas vocês não gostam de nada! – exclamou Marlene.

Sirius, que até então tinha ficado calado, sugeriu – Que tal, Harry?

Harry...? Harry Tiago Potter? Hum... Lilian me olhou, pela cara dela, deve ter gostado como eu.

- Gostei... – Lily começou.

- Somos dois – continuei.

- Fala aí... Eu sou demais né! – depois eu que sou egocêntrico, né!

Depois de muita, mais muita, conversa, todos foram embora, e ficamos somente Lílian e eu.

- Harry Tiago Potter... Harry Potter... Um nome forte não? – comentou Lílian.

- Sim. Um nome forte e simples. Bonito.

- Então, Harry? – Lílian riu, passando a mão pela barriga.

- Gostou do nome? – me abaixei até a barriga e coloquei meu ouvido sobre esta.

Nisso, sentimos um leve chute. Paramos. Olhei pra cima, e vi os olhos de Lílian cheios de lágrima, emocionada.

Abro um grande sorriso, e volto minha atenção para a barriga – Acho que ele gostou do nome de Harry – e ri.

Lílian começa a fazer cafuné nos meus cabelos, ainda emocionada, sentindo uns chutinhos às vezes.

Agora o quarto estava pronto na pintura, mas ainda faltavam os móveis. Mas não bastava todo o meu esforço com a pintura, eu ainda tinha que montar os móveis sem magia! Chego a simples conclusão que Lílian gosta de me ver sofrer.

Peguei emprestada a caixa de ferramentas do meu sogro. Tanta coisinha pra montar um berço! Peguei o estrado do bercinho branco, e juntei com uma das cerquinhas, pegando prego e martelando.

Até que estou conseguindo me dar bem com essas ferramentas trouxas. Esse tal de martelo não é tão difícil... Ai! Por que eu tenho que abrir essa boca?

Legal... eu não martelei só o prego e sim o meu dedo junto. Com a dor, larguei o berço também para levar o dedo à boca. Ai meu Merlin... Esse quarto está me dando muita dor de cabeça... Literalmente!

E não é que o berço cai em cima de mim! Dou outro grito, e largo o martelo...Posso xingar! Parece que eu vi em câmera lenta. O martelo subiu, rodou e caiu aonde? Na minha cabeça.

Depois disso eu não lembro de muita coisa, né? Já que eu fiquei inconsciente por uns minutos, sendo acordado por um feitiço da minha ruivinha.

- Amor, você tá bem? – ela colocou a minha cabeça sobre o seu colo, fazendo massagem.

- Ai! – gritei de dor novamente.

- Desculpa! – ela tirou as mãos da minha cabeça – Mas que belo galo formou na sua cabeça, hein, Ti?

- Claro... O berço e o martelo caíram na minha cabeça... – Ao invés dela me dar carinho, ela ri de mim. Eu mereço!

- Cabeça dura você, hein!

- Olha quem fala!

- Desculpa, amor... – Nisso, ela puxou a varinha e fez um curativo – Melhorou?

- Só com um beijinho...

Rindo, ela se aproximou de mim e me beijou.

- Acho melhor terminar isso logo né? Eu deixo você terminar com magia, está bem?

Sorrindo, me levantei, um pouco zonzo, e murmurei alguns feitiços e um passe de magia, estava tudo montado, devidamente nos lugares que queríamos. O berço estava perto da janela, à esquerda, onde uma brisa suave balançava as cortinas brancas. A frente estava uma cômoda. Ao lado da porta do banheiro havia um a poltrona, um bauzinho na frente do berço em outro canto um armário, todo branco.

Lílian se aproximou do berço, onde várias luazinhas e estrelinhas giravam em cima dele. Abracei-a pela cintura, ambos olhando sonhadoramente para o berço, imaginando o nosso Harry lá.

- Ele vai ser igualzinho a você, Tiago.

- Maroto?

- Também... Acho que vou sofrer com isso. Vai aprontar em Hogwarts, mas acho que ele será parecido com você fisicamente.

Sorrindo, beijei a barriga dela, fazendo-a a rir.

- Mas terá os seus olhos e seu senso de justiça.

Sorrindo, ambos ficamos em silêncio, sonhando com o nosso filho que estava por vir. Mas também temendo o que poderia acontecer mais ainda com aquela maldita guerra, que estava ocorrendo fora das paredes daquela casa.

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N/A: Demorei um pouco mais de mês, mas acho que valeu a pena né? Tá grandinho esse cap., espero que gostem. Estou muitooo feliz com os reviews! Vi como eu até aumentei o cap? Podem continuar assim, que eu vou tentando me superar D Uma coisinha, não estou citando muito a guerra, mas no final eu só coloquei um pouco da preocupação deles...Mas só pra citar um pouco a realidade da época. E Pettigrew já era agente duplo... / (dá uma vontade de esganar ele...).

Agradecimentos: Angela (Não esqueci da fic não poxa! Tudo bem...acontece, mas sempre que der, comente!); Shakinha (Obrigada pelos elogios! Também sou fã dos Marotos, quem não é né!); Thalita (Continue a acompanhar); Taty Black (Que bom que está gostando, te fazendo rir); Blood Shadow(Obrigada, e continue a comentar!); Fini Felton (Muito obrigada pelos elogios Continue a ler e comentar!); Ana Lu (Brigada, brigada!); Bianca Potter (Que bom que veio ler! Fico feliz que tenha lido! Ah... é louco...quer que eu mande pra você algum cap que não conseguiu ler?Brigada); JhU Radcliffe (Brigada pelos elogios! E brigada pela ideia...Espero que tenha gostado de eu ter colocado os nomes Valeu mesmo!); Cellinha Granger (Brigada!); Mandy Evans (Gostou do chá é? hehe Que bom que gostou!D )

Brigada, Brigadaaa! D Proximo cap? "Desejos"... O que a Lilian vai fazer pra fazer o Tiago sofrer? hauhauhauhauhaua

Bjokinhaz e continuem com os reviews hein? D