PEQUENOS GRANDES PROBLEMAS

CAPITULO 07 – A MISSÃO...

Manx trouxe uma fita da Kritiker: uma nova missão. Cada um se acomodou num lugar pra assistir, Aya nem tentou se afastar, sabia que a ruiva iria pega-lo no colo mesmo. Procurou desestressar e prestar atenção nas informações. Coisa básica, refino caseiro de cocaína e heroína, a droga resultante matando muito mais rápido por conta das misturas.

Molecada mimada se matando... – resmungou Yohji.

Mais que isso. Pequenos tubarões do tráfico conseguindo bocas de fumo novas, viciando playboyzinhos e arrumando dinheiro fácil pra subirem na hierarquia.

E porque não esperar que os grandes tubarões engulam os pequenos?

Lógica correta, se o grupo em questão não estivesse seqüestrando meninas pra ou prostitui-las ou obrigarem as famílias a trabalharem pra eles. Talvez as duas coisas. Ninguém se importa com meninas pobres.

Às vezes, nem os próprios pais... – suspirou Aya.

Bem, apesar de eu não gostar de me envolver com garotas menores de 18 anos, donzelas em perigo são donzelas em perigo. To dentro.

Pode contar comigo. – respondeu Ken.

Comigo também. – Omi se levantou.

Eu vou. – Todo mundo ficou em silêncio olhando pra ele. – Que foi? Algum problema?

O seu tamanho atual não está ajudando muito, koneko... – riu Yohji. – Fora que você está sem arma...

E a hora em que estaremos agindo, normalmente você já está no sétimo sono. – lembrou Ken.

Muito perigoso, Aya-kun... – Omi queria fechar a questão, mas o ruivinho era teimoso.

EU VOU! Eu não preciso ficar na frente da ação, posso ajudar monitorando. E se eu dormir bastante à tarde, à noite não tenho sono.

Todos se entreolharam, Manx com vontade de rir daquela figurinha de pé no sofá, os braços cruzados, o queixo erguido em desafio.

Então está bem! – Yohji pegou-o nos braços e deitou-o pra fazer aviãozinho. – Mas se acontecer alguma coisa, o mínimo que for, você está fora das próximas, combinado?

Omi não gostou nada, nada, mas Aya sempre foi cabeça dura. E foram se ajeitar para a missão dali alguns dias. Na noite escolhida, Omi concordou a contra-gosto deixar Aya de monitor no fusca, com um laptop no colo e os fones nos ouvidos, mas não abriu mão de agasalhar bem o garoto.

Aya-kun, as madrugadas são muito frias para alguém da sua idade...

Mas se ele ficar muito quentinho, gostosinho, vai acabar pegando no sono e... – Ken nem terminou a frase, diante do olhar Tsukyiono-dangerous-mode. Ergueu as mãos e foi pegar a moto.

A missão estava transcorrendo de acordo. No carro, bem acomodado no banco traseiro, Aya tomava mais um achocolatado enquanto monitorava as ações pelo palmtop. Era o terceiro da noite e começou a fazer efeito. Olhando pra telinha, ele viu os três pontinhos se afastando pra saída e pensou que tudo tinha acabado. Calculou que o tempo necessário para Yohji chegar ao carro seria suficiente para ele se aliviar ali perto. Tirando o gorro e o casaco, largou o palmtop no chão e procurou o rolo de papel no porta-luvas. Abriu a porta e foi em direção a uns arbustos. Desviou de um buraco no caminho, dizendo pra si mesmo que devia ter cuidado ao voltar. Mas pra abaixar a calça, precisava tirar os fones de ouvido e a caixinha do transmissor, enganchada no cós. Tirou e colocou numa pedra perto. Enquanto isso, dois "tubarõezinhos", mesmo feridos, escaparam e eram perseguidos por Yohji e Ken. Os garotos eram bons na arte da fuga e levaram uma pequena vantagem. Saíram justamente no lugar do carro, que estava com a porta aberta:

Que sorte do cara. Um carro com a porta aberta e a chave no contato.

Não será uma armadilha?

Quiser esperar os caras que vêm aí atrás de nós, fique. Eu vou nessa.

E os dois pularam dentro do wolkswagen e fugiram a toda pressa. Aya escutou um barulho de carro partindo assim que estava erguendo as calças e deixando os fones no lugar, correu pra ver o que estava acontecendo. Na pressa, se esqueceu do buraco. E tchuf! Caiu dentro, xingando sua distração e sua altura, que não permitia alcançar a beirada. Yohji e Ken se encontraram no lugar em que devia estar o carro, quase enfartando ao não achar nada. Pelo sinal do palmtop, Aya estava lá. Foi quando Omi entrou em contato com eles pra saber se estava tudo bem.

Bom, quase... – Yohji precisava pensar rápido no que dizer, enquanto Ken saía correndo pra pegar a moto e ir atrás dos que fugiram.

Qual o problema?

Er... Como eu vou te dizer? Estamos em perseguição de dois moleques que fugiram apesar de feridos...

Deixe que Ken-kun e eu vamos atrás deles de moto que será mais rápido. Pegue o carro e leve Aya-kun pra casa. Ele já deve estar cansado. Eles estão seguindo de quê?

No momento estão usando um Wolkswagen prata, placas... – Yohji quase ficou atordoado com o grito de Omi.

ELES SEQUESTRARAM O AYA-KUN!

É o que parece... Achou-os, Kenken?

Sim, já estão no meu campo de visão.

Diga aonde que eu vou até aí te ajudar. – a voz do Tsukiyono estava irreconhecível. Kudou tinha até dó dos moleques.

Mas quando tirou os fones do ouvido, ouviu lhe chamarem. Prestando atenção, reconheceu a voz e foi atrás. Ajudou um ruivo sujo e indignado a sair do buraco.

Demorou pra me ouvir, hein?

Eu estava ocupado, escutando os berros de um certo arqueiro, que enlouqueceu de preocupação com seu aparente seqüestro. Posso saber como eu te deixei no carro e você me aparece dentro de um buraco?

Me deu dor de barriga e eu não podia fazer o que eu tinha que fazer dentro do carro, com os fones de ouvido e tudo... Mas quando eu ouvi o carro indo embora, eu quis voltar correndo e me esqueci do buraco.

Vou avisar sua "Mamãe Gansa" antes que ele arranque a cabeça de alguém com os dentes. Omi! Ken! Encontrei o Aya! Está comigo...

Foi Ken quem respondeu:

Ainda bem. Omi, pare de socar o rapaz. O Aya está com o Yohji onde o deixamos. Vamos acabar com isto logo.

Ken voltou de moto para pegar os dois e levar aonde encontraram o carro, explicando brevemente que ele tinha parado o Wolkswagen e ameaçado os ocupantes, vendo com tristeza que um deles já tinha morrido dos ferimentos e que o ruivinho não estava com eles. Mas antes que pudesse fazer qualquer pergunta, Omi tinha chegado e avançado em cima do rapaz, socando-o com uma fúria que ele nunca imaginou naquele garoto suave e educado.

Nem pensei em interferir. Aquele não era o Omi que eu conhecia...

E aquele Mamoru Takatori ainda estava visível no olhar que Aya levou quando chegaram. Acharam melhor deixar as explicações pra depois. Principalmente quando a voz extremamente fria do loirinho se fez ouvir, antes dele se virar, até tremendo de nervoso:

Última vez, Aya-kun.

O ruivo nem chiou. Entrou no carro, colocou o gorro, se cobriu com o casaco e ficou quieto. Sabia que logo que chegassem em casa, ia ouvir um monte. Merecidamente. Ainda mais porque estava sentindo que a garganta estava raspando, de andar de moto de madrugada sem agasalho. "Só me faltava ficar resfriado. Se eu ficar, Omi vai me falar mais um monte..."

N/A: Affe, cada encrenca que esse ruivo se mete. No próximo capitulo, Schwarz. Calma, calma... Dark Wolf 03, por favor, leia de dia, pra você aproveitar melhor e sua mãe não ficar tão brava. 08/05/05