PEQUENOS GRANDES PROBLEMAS

CAPITULO 08 – SOLUÇÃO BABÁ

Brad abriu os olhos e se espreguiçou. Uma das poucas vantagens em ser criança era que ultimamente ele dormia muito bem... Coçando a cabeça, foi ao banheiro, depois abriu as cortinas do quarto. Estava nevando! Se nevasse o dia inteiro, amanhã já daria pra escorregar de trenó com Jei...

Se o pervertido não tentar me enterrar na neve...

Abriu a porta do quarto, satisfeito em ser o primeiro a acordar. Hora de aporrinhar aquele ruivo metido. Outra vantagem era poder tirar Schuldig do sério o tempo todo. O alemão, se já não pensava em ter filhos, depois daquela temporada com Crawford, não chegaria perto de uma criança pelo resto de sua vida. Sorrindo maldosamente, o pequeno abriu a porta devagar e se esgueirou pra dentro. Schul dormia de barriga pra cima, esparramado na cama. Brad abriu mais o sorriso, subiu na guarda da cama, se equilibrando com uma certa dificuldade e gritando : BANZAI! Pulou na barriga do companheiro, acertando também outras partes delicadas.

A reação foi imediata. Schuldig se sentou na cama com o impacto, ergueu as cobertas jogando o atacante contra a porta do quarto, berrou todos os palavrões em todas as línguas que lembrou no momento mais o nome de Nagi, que assustado, procurou ver o que estava acontecendo logo cedo. O alemão encolhido de dor apontava o moleque que se esborrachava de rir:

Some com ele daqui! Se eu cruzar com ele hoje, sou capaz de comer as bolinhas dele com manteiga!

Farfarello se levantou também, puxou Brad, pôs no pescoço e saiu para a cozinha comentando:

Então você fez mesmo o que nós treinamos...

Fiz! Foi legal. Agora paga o saco de pirulitos que você me prometeu.

Claro! Trato é trato...

Nagi ficou olhando aquela dupla de delinqüentes sumir de sua vista, olhou pra dentro do quarto de novo onde Schuldig gemia, suspirou. Tinha que agilizar suas pesquisas de cura pela Internet afora...

Enquanto isso, na Koneko, Aya entreabria os olhos só pra confirmar que a mão que lhe apertava o braço de encontro ao corpo era de Ken Hidaka. Ele estava tirando sua temperatura. Já fazia dois dias que o ruivinho estava gripado. No primeiro dia, Omi surtou legal. Deu um sermão nos TRÊS companheiros que nenhum deles acreditou que estava ouvindo. Depois saiu, comprou todos os remédios pediátricos pra gripe que encontrou e deu um telefonema. À tarde, uma ruiva de cabelos vermelhos e olhos verdes entrou na floricultura. Yohji abriu seu melhor sorriso, mas ela já foi perguntando:

Omi-kun está? Eu sou Kitty.

Um momento. Ele está lá dentro, cuidando de nosso... er... priminho resfriado.

Pois é. Ele me chamou. Eu sou prima de Manx. Vou ser a babá de Hiro.

Ken e Yohji não contiveram a surpresa:

BABÁ?

Sim. Eu tenho experiência. Cuido de crianças desde os meus 13 anos. Já tenho cinco anos de referências.

Ah, então a senhorita já é maior de 18 anos...

KITTY! – a voz do arqueiro se fez ouvir. – Kitty Sune, entre, venha conhecer Hiro. Ele está gripado e muito manhoso, mas é um bom garoto. Apenas seja firme com ele e estará tudo bem.

Pode deixar, Omi. Foi um prazer vê-los pessoalmente, Ken e Yohji. Manx já tinha me falado de vocês.

E foi assim que Aya se viu com uma babá. No primeiro momento, ele estava muito ruinzinho pra se dar conta das mudanças em sua vida. A única coisa que ele se lembrava daquele primeiro dia, foi uma tentativa de embate corpo a corpo com Ken para não deixar o outro pingar remédio em seu nariz. Mas o moreno prendeu as perninhas do garoto com as suas, segurou as mãos dele com uma só das suas e Kitty virou a cabecinha dele pra cima. Fujimiya estava com muita febre pra xingar tudo que queria, então só choramingou de protesto. A outra mudança ele estava sentindo agora, incomodando suas pernas... Assim que Ken tirou o termômetro e estava conferindo a ligeira melhora, Aya abaixou a mão e conferiu o meio de suas pernas.

Ken, o que é isso aqui?

Está rouquinho ainda... Isso aí... é uma fralda descartável, Aya.

HEIN?

Você estava muito febril, estava nevando ontem à noite, Kitty achou melhor te colocar uma fralda pra não ter que te tirar da cama pra fazer xixi de madrugada...

Aya ficou da cor do cabelo. Mas teve que reconhecer que tinha lógica. Ele estava mesmo muito abatido pra ficar levantando toda hora. Kitty estava dando bom dia a Yohji e Omi na floricultura e entrando em casa:

Oyaho! E nosso doentinho?

A febre abaixou bem. Mas ainda ta um pouco quente. O nariz continua entupido e ele está rouco.

Depois que eu fui embora ele comeu?

Que nada.

Bom, hoje dá até pra ver que ele tem lindos olhos violetas. Olá, Hiro. Eu sou a Kitty. Sou sua babá...

Aya franziu o nariz. Se lembrava vagamente dela ontem, lhe incomodando a toda hora com remédios e tentativas de fazê-lo engolir alguma coisa... E espirrou, outra coisa que ele odiava. Pois sempre tinha alguém com um lenço de papel lhe apertando o nariz. Mas Kitty limpou sem procurar tirar o nariz fora. Levou o garoto para o sofá da sala, com um pano na testa e ligando a TV foi ver se fazia algo líquido, gostoso mas saudável pra começar a encher a barriguinha. Aya, sonolento, se perdeu em pensamentos:

"Até agora, era sempre eu que tomava a frente, me preocupava, cuidava dos outros, fazia os planos, executava as ordens... Faz mais de duas semanas que eles fazem tudo e ainda cuidam de mim. E cuidam bem... E pra melhor ou pra pior, eu to gostando... dessas férias forçadas. Eu queria que eles descobrissem logo um antídoto, mas nada me impede de aproveitar um pouquinho mais das prerrogativas de criança..."

E já estava quase fechando os olhos de novo, quando a senhorita Sune voltou à sala.

Nada disso, garotão. Não vai dormir de novo sem nem tentar comer...

Aya sacudiu a cabeça, de olhos fechados, que se abriram assim que sentiu algo estranho ser colocado entre seus lábios:

Queéisso?

Uma mamadeira de suco de laranja com beterraba. É docinho, saudável, vai encher seu buchinho e vai te força pra sarar da gripe. Vamos, meu bem, só um pouquinho...

Aya suspirou. Fralda, mamadeira... Tinha que se sujeitar a cada coisa... E com certeza ia piorar quando Kitty quisesse trocar sua fralda. Precisava MESMO sarar daquela gripe... E tomou a vitamina de laranja.

N/A: Pronto, Evil, ta dentro da história, tomando conta do ruivinho... Affe, já cheguei no capítulo 08. No próximo capítulo, o ataque final das Scheirentas e a descoberta da cura. Oras, bolas, não subestimemos o Nagi e o Omi. Eles estão feito loucos procurando...