PEQUENOS GRANDES PROBLEMAS

CAPÍTULO 09 – NAGI SURTA

Depois de três dias, Aya melhorou da gripe o suficiente para começar a resmungar contra a babá. Kitty percebeu que o pequeno "Hiro" não era um garotinho normal, pelo contrário, era genioso e queria sempre valer sua opinião. Através de acordos, os dois concordaram que Aya tomaria mamadeira somente antes de dormir assim como as fraldas seriam postas apenas durante a noite, para que ele não tivesse que se levantar no frio das madrugadas de inverno. Em troca, ele comeria QUALQUER coisa que a senhorita Sune pusesse em sua frente...

Devíamos ter contactado uma babá logo no começo... Olha só que tranqüilidade... – Yohji comentou.

Não esperávamos que Aya fosse ficar tanto tempo desse jeito. Trinta e três dias...

Trinta e três dias procurando uma pista nessa maldita Internet e nada...

Veja pelo lado bom... A gente nunca mais cruzou com as Scheirents...

Pois eu não me iludo. Elas não iam desistir assim, tão facilmente...

Mas se Omi já estava desesperado aos 33 dias, uma semana depois ele pirou de vez. Eles haviam saído para uma missão e Kitty Sune ficou para dormir com Aya (inventaram uma balada imperdível, mas a garota adorava aquele ruivinho, ela nem ia reclamar por dormir com ele). Voltaram era quase manhã, foi cada um para o seu quarto, dois para dormir, Omi fazer o relatório. Apesar do frio, Aya se levantou e arrastando Bombay por uma orelha foi para o quarto de Tsukiyono.

Omitchi...

Aya-kun! Mas já de pé? Está frio e... – quando Omi se virou, seu coração gelou. Tentou arranjar uma explicação lógica para o que ele estava vendo... – "É o sono. Estou cansado e vendo coisas. Ele ainda está sonolento..." Que foi? Deixou Kitty dormindo sozinha?

Fome...

Quer um pouco de leite quente? Vamos lá pegar. Acho que vou tomar um pouco também...

Após a "boquinha", Aya voltou para o seu quarto, Omi enviou o relatório e tentou se acalmar para dormir... "Vi coisas... estou cansado e vi a mais..."

Kitty também estranhou quando acordou que Aya não tirou a fralda sozinho, como todas as manhãs e não acordou resmungando. Mas os temores de Omi se confirmaram quando todos se encontraram para o almoço e Aya pulou para os braços de Ken gritando:

Nee-san! Vamos jogar bola depois do almoço? Vamos, vamos, vamos?

O queixo de Yohji foi parar no pé. Ken segurou a bolinha de energia e ficou olhando para o rostinho de Aya, vendo a mesma coisa que o arqueiro tinha percebido logo de madrugada. Os olhos de Fujimiya tinham perdido a frieza, pareciam até maiores.

Regrediu de vez? – Manx ficou superpreocupada com o telefonema de Omi e foi a primeira coisa que quis saber quando entrou. Quase chorou quando o garotinho se ofereceu para o colo e a beijou! – Ah, mas ele fica bem melhor assim...

Manx...

Sei, sei... Em que ponto estamos?

Estamos quase o perdendo, essa é que é a verdade. – gemeu Omi, vendo Ken alimentar o ruivo sentado no seu colo.

Mas não há nada que não esteja ruim que não possa piorar. Ken conseguiu explicar ao garoto que não podiam jogar bola porque o campo estava debaixo da neve, mas que poderiam ir ao supermercado fazer compras. Yohji levou os dois, o coração apertado em vários pressentimentos ruins. Um deles se confirmou ao instalarem o ex-espadachim no carrinho de compras e virem de relance os Schwarz virarem um corredor do mercado. (1)

K'so! Até parece brincadeira, parece que eles nos seguem...

Acredito que eles sigam mesmo, Kenken. Afinal, eles querem a cura também. Vamos à lista de compras. O supermercado é grande, talvez os evitemos.

Ainda bem que Aya não fazia o tipo "muito pidoncho" porque a tudo que ele esticou a mãozinha, foi posto dentro do carrinho. (2) Também esperar o que de dois homens fazendo compras com uma criança? Daí passaram por uma assistente de promoção, que estava oferecendo bolachas de uma nova marca aos clientes. (3) Yohji ajeitou o seu melhor sorriso, mas foi o olhar de Aya que venceu a parada. A jovem pegou uma bolachinha da bandeja e veio oferecer diretamente ao menino. Que pegou, disse "obrigado" e enfiou toda na boca.

Ai, mas que garoto mais fofo vocês têm. E é tão educadinho. Filho?

Priminho...

E esganado. Hiro, não era pra enfiar tudo na boca, olha aí, agora nem consegue mastigar direito...

Não se preocupe. É amanteigada, ela derrete fácil, ele não vai se engasgar...

Enquanto isso, Farfarelo, Nagi e Schuldig haviam chegado perto. Brad pulou do colo de Jei e ficou olhando aquela demonstração de bajulação explicita. Decidiu acabar com aquilo da melhor forma: pegou a bandeja de bolachas e saiu correndo! Jei deu uma gargalhada e saiu correndo atrás, pra poder comer também. Schuldig correu atrás pra não perder o menino num supermercado tão grande. A promotora de vendas correu pra salvar um pouco de dignidade. Instalou-se um principio de confusão generalizada. Nagi rolou os olhos e se virou para comentar algo com os Weiss, que estavam distraídos com aquela travessura. E constatou que o ruivinho havia sumido do carrinho!

Onde foi o líder de vocês?

Hein? Será que ele pulou do carrinho?

Pra que? Será que ele foi atrás do Brad pra pegar mais bolachas?

Os três acabaram indo atrás da confusão pra procurar o garoto.

Brad tinha conseguido dar um "olé" em todo mundo e conseguido um canto sossegado pra comer as bolachinhas em paz. Jei o encontrou e antes que pudesse exigir uma parte do saque, levou uma pancada na cabeça. Crawford, de boca cheia, nem pode gritar de susto ao ser arrastado. Viu que o ruivinho também foi pego e estava com a boca tampada. Teve um pensamento adulto "Voltamos ao ponto de partida". Depois foi envolvido pelo medo de ser seqüestrado pelas pessoas que mais os odiavam... Schuldig achou Farfarello caído e não teve que pensar muito sobre quem seria capaz de nocautear o garoto e levar Brad. Quando Nagi e os gatinhos chegaram, ele disse apenas uma palavra:

Scheirents.

N/A: Nhaaa, e chegamos à reta final. O próximo capítulo é o último. Algumas explicações: 1. Não sei como é um supermercado japonês. Me baseei nos nacionais, que têm cadeirinhas nos carrinhos. 2. Lembrei do comercial do "Mãe, me compra um brócolis?" Será que o Fujimiya faria igual? 3. Também não sei se os supermercados japoneses têm promotoras de vendas. Adaptei, porque a cena eu vi numa das minhas idas ao mercado. A moça ofereceu uma bolachinha a uma criança, que ignorou aquela e enfiou a mãozinha no tupperware agarrando um monte. Foi ótimo! 04/09/05