Quando Tudo Começou

Quando tudo começou? Hum, vamos ver...Ah, lembrei. Uns dois dias antes do casamento de Gui e Fleur, já faz uns quatro anos. Não posso deixar de dizer que Hermione estava linda e bem, hã...Deixa pra lá.

Deixe-me explicar a minha situação: TODAS as pessoas da minha família, sem exceção, estavam uma pilha de nervos, principalmente mamãe. Mas, como todos estavam sempre ocupados com alguma coisa, quem serviu de saco de pancada para minha mãe (tchan tchan) fui EU.

Hermione chegou em casa bem na hora que mamãe tentava me acertar com um tacho. Não foi nada agradável. Pude ver que ela se segurou para não rir. Mamãe olhou desconcertada para a porta e disse, rapidamente:

- Ah...Olá, Hermione, querida. Como foi a viagem?

- Ótima, Sra. Weasley.

- Que bom! Rony, ajude Hermione a levar suas coisas para cima, sim?

Peguei o malão dela prontamente. Claro, porque não? Um verdadeiro cavalheiro ajuda uma dama.

E lá fomos nós (que narrativa péssima), levando a bagagem de Hermione. Ela ia dormir no quarto da Gina. Entramos sem cerimônia no quarto dela e a encontramos escrevendo uma carta que mais parecia um papiro egípcio de tão comprida. Perguntei, sonsamente:

- Para quem você está escrevendo isso, Gina?

Ela me lançou um olhar de profundo desprezo e me disse:

- Para quem você acha, Rony?

Claro, como eu não adivinhei. Era para Harry. Mas eu não sei porque ela continua mandando cartas para ele. Veja uma das cartas que ele respondeu:

Gina,

Sei que você vai entender o porquê desse meu comportamento. Já disse que, se continuarmos juntos, ele vai procurá-la para me atingir. Por favor, não torne as coisas mais difíceis para mim. Ficarei muito arrasado se algo acontecer com você.

Tudo de Bom,

Harry.

Gina, no entanto, escrevia coisas assim:

Harry,

Entendo perfeitamente o que você quer dizer. Mas espero que VOCÊ entenda o MEU comportamento. Não vou agüentar ver você lutar enquanto eu assisto de braços cruzados. Acho que você esqueceu com quem está falando. Eu sou uma Weasley. Um Weasley não deixa alguém do seu lado lutar sozinho. Se pensa que vai me deixar como se eu fosse uma donzela em perigo, está muito enganado. Desculpe-me, mas você não vai me fazer mudar de idéia. Está gastando papel à toa. Eu vou estar ao seu lado para o que der e vier. Afinal, para quê serviu a AD? Se já lutei ao seu lado uma vez, no Ministério, sou capaz e tenho coragem de lutar de novo.

Eu te amo,

Gina.

Essa é uma das menores cartas que ela escreveu. Ela ainda não percebeu que o Harry é teimoso e nunca voltará atrás. Eu retruquei para ela:

- Gina, daqui a pouco o Harry vai ter que desenterrar a cama para dormir, de tanta carta que você manda para ele!

- Sai daqui, seu idiota!

Hermione estava meio constrangida, no meio da nossa briga. Quando eu estava saindo, um pouco mal humorado, ela me disse:

- Rony, só vou arrumar as minhas coisas e já desço, OK?

- Ah, OK.

Fui até a cozinha rezando para que mamãe tivesse se esquecido de mim. Infelizmente minhas preces não foram atendidas. Mal apareci na escada, minha mãe recomeçou o ataque com o tacho. Eu perguntei, tentando me defender:

- O que...Ai! O que eu fiz?

- Eu mandei você desgnomizar o jardim, seu irresponsável! Olhe o que um gnomo fez em mim! – A canela dela estava roxa.

- Ai! Tá bem, mãe, eu vou desgnomizar...Ai!

Ainda sob os protestos da minha mãe, fui para o quintal.

Mione chegou quando eu estava pegando o último gnomo. Isso acabou me distraindo: a criatura me mordeu e me fez soltá-lo:

- Ai, seu...Ah, oi, Mione.

- Oi, Rony...Como foram as férias?

- Foram boas. – Decidi ser sincero com ela – Bem, todo mundo está meio ansioso com o casamento, mas nada que eu não possa agüentar.

Ta bem, um pouco sincero.

- Ah, bem...Achei que você estava mais para um saco de pancada de todo mundo.

Mentira tem perna curta.

- É, bem...Bom, como eu disse, nada que eu não possa agüentar.

Hermione riu, mostrando aquele sorriso lindo. Então mudou de assunto:

- Quando Harry chega?

- Amanhã à noite. Percebeu que ele anda meio tenso nas cartas dele?

- Percebi...Bom, talvez seja por causa do que iremos enfrentar.

E se calou. Percebi que ela tinha ficado um pouco nervosa. Decidi amenizar um pouco o clima:

- Quer se sentar?

Tudo bem isso foi péssimo. Mas não me veio nada na cabeça (como sempre...)!

- Eu quero.

- Então...Como foram as suas férias? – Perguntei quando nos sentamos.

- Também foram boas. Eu e meus pais fomos à casa de alguns parentes, eu vi alguns primos...E eu contei aos meus pais o que iremos fazer depois do casamento.

- E o que eles disseram?

- Que eu estava ficando maluca. - Ela me respondeu com um sorrisinho. – Mas eu deixei claro que já sou maior de idade e que tinha direito de decidir o que fazer daqui pra frente.

- Minha mãe ainda nem sabe dos nossos planos. Mas se ela não pôde segurar Fred e Jorge, então não poderá me segurar.

Ficamos um tempo, calados, olhando as colinas, perdidos em nossos próprios pensamentos. Então ela me perguntou, hesitante:

- Acha que vamos conseguir...?

Não respondi imediatamente. Não sei se ela quis dizer "derrotá-lo" ou "sair vivos dessa".

Bom...Temos que tentar, não é mesmo?

Ela sorriu.

- É, acho que sim.

E, dizendo isso, levantou-se e entrou em casa.