Um Casamento "Adorável"

Minha família estava me enlouquecendo!

Meu pai me dava sermões porque eu atrapalhava minha mãe tentando ajudá-la usando a varinha ("tudo bem que você já é maior de idade, meu filho, mas se parece com uma criança de oito anos se comportando assim!)". Minha mãe, por outro lado, já partia para uma agressão física (continue aparatando do meu lado e vou lhe dar um motivo para você aparatar pra longe de mim!). Fred e Jorge implicavam comigo quando eu errava os feitiços (não tente conjurar água que você põe fogo na casa!) e Gui parecia uma bomba prestes a explodir em segundos. Eu perguntei a ele se ele estava nervoso e ele me respondeu "não me provoque Ronald, ou você passa o meu casamento no St. Mungus!". Eu ia dar uma resposta bem dada quando lá veio minha mãe:

- Rony, deixe o seu irmão em paz. Faça um favor pra mim, coloque o sofá do lado da mesinha do rádio, por favor.

- Pra quê?

- Para as visitas de amanhã!

- Mas mamãe, o casamento será no jardim.

- Vai logo, Rony! – Disse meu irmão, se intrometendo.

Fui, de imenso mal-humor, para a sala de estar. Hermione estava sentada no maldito sofá, lendo um livro. Perguntei, sendo ríspido, sem querer:

- Dá licença, por favor?

Hermione me olhou, incrédula. Então se levantou, acrescentando:

- Ta bom, irritadinho.

Fingi que não tinha ouvido o que ela disse. Tentei levantar o sofá com as mãos, sem sucesso. Era muito pesado, provavelmente com um feitiço anti-roubo de trouxas. Hermione ficou olhando o meu esforço sem fazer nada. Ela devia estar "pê" da vida com a minha grosseria. Tá bem, fui um completo ANIMAL, mas eu estava realmente de mal-humor. Quero dizer, REALMENTE de mal-humor. Depois de muito esforço para mover ao menos um centímetro daquele sofá (eu fui pensar na possibilidade do feitiço anti-roubo só agora), ela acabou dizendo:

- Ah, Rony, peraí: Destravik!

O sofá ficou momentaneamente envolto por uma luz vermelha, depois apagou.

- Tente movê-lo, agora.

- Pode me ajudar, por favor?

Dessa vez, eu fui menos grosseiro, porque ela tinha acabado de me ajudar. Mas deixei claro que AINDA estava de mal humor.

- Ah, tudo bem.

Eu segurei a frente do sofá e ela segurou um braço. E levantamos o sofá. De repente, Bichento saiu correndo debaixo do móvel, me assustando.

- AAAAAHHHHHH!

Larguei o sofá com tudo, e Hermione fez o mesmo, para não se machucar. Me desequilibrei e caí em cima do sofá, e Hermione tentou me segurar e acabou caindo... Em cima de mim.

Quando olhei para os olhos dela, bem perto de mim, comecei a sentir meu rosto BEM quente. Quando ela abriu a boca para dizer alguma coisa, a porta da sala se abriu e Harry entrou, arrastando o malão.

- Vocês moveram o sofá muito bem!

Hahaha, engraçadinho.

Acho que a primeira coisa que pensei foi "Vem aqui, seu idiota, que eu vou mover o sofá direto na sua cara", mas depois me peguei pensando "você podia ter chegado uns cinco minutos depois, seu estraga prazeres!".

E esse pensamento me assustou. Se não fosse Mione, eu teria ficado parado ali, tal o choque do meu pensamento. Ela saiu de cima de mim e explicou rapidamente o que havia acontecido. Mas o sorriso maroto (de onde eu tirei essa? Sorriso maroto...) no rosto de Harry não saía. Nem do rosto do idiota nem da minha cabeça. Seu pervertido! Como pode pensar uma coisa tão impura (cara, eu estou mesmo apavorado com esse negócio de casamento...) como essa entre eu e a Mione? Não há nada entre nós, NADA!

Mas você podia muito bem ter demorado um pouco mais na cozinha, né...

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Era o dia do casamento. Todo mundo se aprontando, procurando meias e sapatos sem par. Todos passando suas vestes a rigor. Todos, inclusive eu, tentando ficar bem para a festa. Um pouco parecido comigo, neste momento. Exceto que não era eu quem ia se casar. Era o Gui. Mas ele também estava pálido, tremendo que nem um doido, e suando frio. Deve ser de família.

Minha mãe corria pela casa toda, cuidando dos preparativos. Fleur ficou trancada no quarto dela o dia inteiro, com a Gina. Meu pai entrava e saía direto, do Beco Diagonal para casa, e vice-versa.

Por falar em Gina, ela e o Harry nem se olhavam na cara direito. Estavam meio constrangidos com os próprios comportamentos. Mas fala sério, eles pareciam uns bebês se falando nas cartas. Um teimava com o outro. Chegava a ser cômico.

Então chegou a noite. O jardim, onde eles iam se casar, tinha ficado lindo. Tudo branco. Me sentei na fileira da frente de cadeiras, ao lado de Hermione, que estava linda com um vestido rosa-claro. Harry se sentou do outro lado dela e Gina se sentou um pouco atrás.

Entraram os padrinhos, Fred e Jorge, e as madrinhas. Eram duas primas minhas, Carolina e Priscila. Depois entraram os padrinhos da noiva. E, por fim, o noivo, acompanhado pela minha mãe.

Gui estava bem diferente. Não havia cortado o cabelo, mas tirara o brinco de osso, e eu nunca tinha visto ele de terno.

Então chegou a noiva. Fleur estava magnífica, os cabelos compridos soltos, ao vento (tudo bem, sei que eu não posso dizer isso, eu vou me casar, mas estou narrando o que eu pensava naquele momento, certo?), e sorrindo, um pouco nervosa. Ela chegou ao altar e a cerimônia começou.

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Foi uma linda cerimônia, Fleur – disse mamãe, quando o casamento acabou. – Você estava linda.

- Obrrigada, Srra. Wisle.

- Ahhh, Gui, meu filho, estou tão orgulhosa de você! Meus parabéns!

Estávamos agora na festa de casamento. Todos estavam cumprimentando a noiva e o noivo. Mas eu havia percebido, assim que o juiz de paz disse "pode beijar a noiva", que a nossa jornada estava mais próxima. O casamento havia acabado. Assim que estivéssemos prontos, sairíamos da minha casa em busca das horcruxes. E pelo que eu percebi, meus amigos (um deles sendo minha futura noiva) estavam com a mesma preocupação na cabeça.

Então Hermione (talvez percebendo a minha cara de...hã...deixa pra lá) se sentou ao meu lado e me perguntou, num tom de voz baixo:

- Então...já contou pra sua mãe?

Com certeza, estava tão desligado do mundo a minha volta que nem ouvi o que ela disse:

- Eu...O quê?

- Perguntei se já falou com sua mãe sobre nossa caça às horcruxes.

- Ah...não, não deu tempo, né...mas vou ter de dizer à ela, não? Mas não vai ser agradável. Ela vai ter um ataque.

- Não se preocupe. Eu vou ajudá-lo, e Harry também.

- Obrigado, Mione.

Olhei para onde meu amigo estava. Ele estava conversando com Lupin e Gui, mas parecia não estar prestando muita atenção na conversa. Franzia as sobrancelhas constantemente e balançava a cabeça positivamente, como se concordasse com qualquer coisa. Então corri meus olhos pela sala, e percebi. Percebi que eu podia não entrar nunca mais naquela sala, nunca mais receber um sermão de minha mãe. Percebi que podia nunca mais ver meus irmãos. Tantas coisas que eu percebi, que demoraria séculos para dizê-las.

Por fim, pousei meus olhos em Hermione. Tão bonita naquele vestido rosa, olhando para mim com um certo olhar preocupado. Então decidi uma coisa.

- Hermione, podemos começar lá fora?

Eu disse começar?

- Começar o quê, Rony? – ela perguntou, desconfiada.

- Eu quis dizer conversar. Conversar lá fora. – corrigi.

- Ah, então tudo bem. – ela concordou, parecendo aliviada.

Não posso culpá-la.

N/A: A partir dessa parte, liguem o som na música You're Beautiful, do James Blunt, ou qualquer outra música romântica que te toque, pra ver o que acontece!

Fomos para o jardim, e andamos um pouco, até parar na beira de um açude banhado pelo luar. Um lugar perfeito para o que eu ia fazer.

- Eu preciso lhe dizer algo, Hermione.

Ela corou ligeiramente, o que também aconteceu comigo. Droga de vergonha que aparece nessas horas!

- O-o quê, Rony?

- É que...hã...

Ela me olhava, vermelha como um pimentão (que linda!), esperando.

- euteamoeseeunãodisserissoagorapodeserqueeunãotenhaoutrachance.

Certo, quando estamos com vergonha, não temos controle da nossa língua. Experiência própria, tomem cuidado.

- O...o quê?

- O que eu quero dizer é que...Eu te amo, Hermione.

Ufa, consegui. Agora é só levar um tapa na cara e tudo bem.

Mas não foi muito bem o que aconteceu. O que aconteceu foi que ela ficou mas vermelha (isso foi possível?), baixou os olhos e murmurou:

- Eu...eu também, Rony.

O que ela quis dizer? "Eu também me amo, Rony", ou "Eu também te amo, Rony"? Tava difícil (pra mim) dizer. Tava mais pra segunda opção. Para mim.

- Eu também te amo, Rony. Tava difícil, pra mim, tomar coragem e lhe dizer isso.

Ufa. Segunda opção.

- E eu tinha medo – ela continuou – de que, se eu não dissesse isso agora, talvez não tivesse outra chance.

- Eu também tinha esse medo, Mione. E tenho medo de não poder fazer isso, também.

E aí, eu fiz maior loucura da minha vida. Pior do que lançar um feitiço com uma varinha quebrada e esse feitiço se voltar contra mim. Pior do que brigar com meu melhor amigo. Pior do que lançar Accio numa bacia cheia de cérebros.

Eu a beijei.

Não sei o que deu em mim. Fiz isso por impulso. Mas o mais impressionante foi que ela correspondeu. Ela me abraçou pelo pescoço e me beijou também. Eu a abracei pela cintura e ficamos ali por um tempo. Depois nos separamos. Eu olhei para aqueles profundos olhos castanhos e disse:

- Se sairmos vivos dessa, eu juro que caso com você, Hermione.

Que idiota. Mas na hora não foi.

- Eu juro que caso com você também, Rony.

Nos abraçamos e ficamos lá, olhando o luar, por um longo (e maravilhoso) tempo.

N/A: Então, estão gostando? Espero q sim, hehehe.

Bom, o próximo capítulo é só um final, depois tem mais um que é outro final (oxi, quantos finais).

EU KRO REVIEWS!

Um bjo,

Naty.