Capítulo IV

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In the dark of night

Those small hours

I drift away

When I'm with you

Na escuridão da noite

Aquelas pequenas horas

Eu me perco

Quando estou com você

In the dark of night

By my side

In the dark of night

By my side

I wish you were

I wish you were

Na escuridão da noite

Ao meu lado

Na escuridão da noite

Ao meu lado

Eu gostaria que você estivesse

Eu gostaria que você estivesse

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No templo em ruínas, Tristão acabara de entrar, acompanhado de dois rapazes altos e fortes como ele, mas um possuía os cabelos e olhos verdes e o outro, era loiro de olhos cor-de-rosa. Ambos muito sérios e loucos para entrarem em ação.

-E nosso mestre?

-Está em seus aposentos, descansando. Precisa estar pronto para quando o momento chegar.

-Mal posso esperar para lutar!

-Não querendo ser chato, Edward, mas não creio que será necessário lutarmos. Nossa presença aqui é pura e simplesmente por segurança.

-Mas e os cavaleiros de Atena?

-Não creio que irão interferir. O único que poderia não se manifesta de maneira ameaçadora, como seria o costume... Aquele "cara" não está mais na Terra.

-Como pode ter tanta certeza disso, Tristão, se ele também não retornou ao Olimpo?

-Se ele ainda estivesse entre nós, Heiner, certamente teria se revelado. Não conhece o temperamento dele, sempre tão disposto a aparecer?

-Mudando de assunto... - Edward, o rapaz de cabelos loiros interferiu - Tem alguma notícia sobre ela?

-Algumas... Ela está na Grécia, mas seu cosmo ainda não se manifestou...

-Como não? Pelas nossas contas, ela deve estar com vinte anos, idade suficiente para isso!

-Eu sei, Heiner, mas talvez as condições para que ele se manifeste ainda não estão propícias.

-E enquanto esperamos, será que poderíamos visitar nosso amigo?

-Posso saber que tom meloso é esse que usou na palavra amigo? questionou Heiner, ganhando um olhar de desprezo e raiva de Edward. Tristão riu, divertindo-se com os dois.

-Não podemos, Edward. Ele está em uma missão especial...

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-Ah, como Deus é maravilhoso... - comentou Afrodite para si mesmo, descendo as escadarias das doze casas. Tinha acabado de passar por Capricórnio e ficara um bom tempo jogando conversa fora com Shura. Óbvio que não ouvira quase nada do que o amigo dissera, estava observando Adrian trabalhar e sem camisa!

Continuando seu caminho, ele chegou até a casa de Gêmeos e estancou o passo ao ver Petra lavando os fundos, esfregando o chão com uma vassoura. "Eu não disse que Deus é maravilhoso? Como pode uma jovem de tipo tão comum ser tão bela? Parece até que há algo de especial nela...", pensava o cavaleiro, segurando uma de suas rosas vermelhas e observando Petra trabalhar. Petra lavando os fundos, esfregando o ch de dentro da casa, carregando uma caixa cehia de papvem.

Quando foi ligar a mangueira para enxaguar o chão, a jovem viu Afrodite parado próximo à escadaria. "Bem, pelo porte deve ser um homem... Mas é tão bonito que lembra até uma mulher!".

-Deseja alguma coisa?

-Estava somente de passagem. A senhorita é a serviçal de Saga?

-Sim, senhor. Me chamo Petra.

-Petra... Um belo nome, exemplar para uma jovem tão bonita e graciosa como a senhorita.

-Oh, senhor...

Corando, Petra largou a vassoura no chão e desviou o olhar para o nada. Afrodite aproximou-se dela e lhe entregou a rosa que segurava, em um gesto galante.

-Obrigada, senhor...

-Afrodite, cavaleiro de ouro de Peixes.

-Afrodite? O nome da deusa do amor e da beleza! Meu avô costuma me contar histórias sobre ela...

Ao dizer isso, os olhos de Petra brilharam. E um intrigado Afrodite viu um brilho cor-de-rosa neles, algo momentâneo, mas extremamente bonito e sedutor. E uma pequena força pareceu se manifestar ao redor da jovem quando ela pegou a rosa. "O que será isso? A rosa pareceu-me mais vistosa nas mãos de Petra! Muito estranho...".

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No templo em ruínas, Tristão e os demais estavam conversando quando sentiram algo se manifestar ao longe, ainda que discretamente. Sorrindo, Heiner foi quem falou.

-Parece que as condições estão aparecendo, meus caros amigos... E nosso mestre já percebeu também...

Do templo, um cosmo de energia maléfica se manifestou, em meio a uma gargalhada que soava estranha.

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-Petra! - exclamou Homero, acordando de seu cochilo matinal. Com a mão sobre o coração, o velho homem levantou a cabeça e lançou seu olhar na direção do Santuário.

-Minha neta... Espero que esteja bem...

Mas, quando Homero deitou-se novamente, sentiu uma outra força no ar, uma força maléfica que encobria uma parte do céu de Atenas.

-Por Atena! Ele está aqui...

No Santuário, a deusa da justiça também sentiu, dando um salto em seu trono que chamou a atenção de Marin e Shina, que estavam com ela.

-O que foi, Atena?

-Algum problema?

-Não foi nada, fiquem tranqüilas... - disse Atena, mas apenas para não sobressaltar ninguém. "Este cosmo... Eu conheço este cosmo...".

-O que é isso... - questionou Saga para si mesmo, deixando de lado o livro que lia e indo para a janela de seu quarto. Tinha sentido um cosmo estranho no ar, tinha certeza disso. De súbito, seus olhos adquiriram uma cor avermelhada e uma expressão séria tomou conta de seu rosto.

-Sim... Ele está aqui...

-Ele quem, Saga? - perguntou Kanon, entrando pelo quarto. Mas, quando o cavaleiro se virou, ele tomou um susto.

-A... Ares?

-S... Hã? Disse alguma coisa, Kanon? - perguntou Saga, voltando ao normal. Kanon engoliu em seco o susto e balançou a cabeça em sinal negativo.

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But my dreams, they aren't as empty
As my conscience seems to be
I have hours, only lonely
My love is vengeance
That's never free

Mas meus sonhos não são vazios

Como minha consciência parece ser

Eu tenho só horas, sozinho

Meu amor é vingativo

Isso nunca é de graça


No one knows what it's like
To feel these feelings
Like I do
And I blame you

Ninguém sabe como é

Sentir estes sentimentos

Como eu faço

E eu culpo você

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Carregando a vassoura, Petra entrou pela casa de Gêmeos acariciando a rosa que tinha nas mãos, suspirando alto.

-Petra, eu preciso de uma... Quem lhe deu esta rosa? - perguntou Saga, entrando pela cozinha junto com o irmão. A jovem colocou a flor em um copo com água e respondeu sorridente à pergunta.

-Foi Afrodite, senhor Saga. Ele acabou de passar por aqui.

-Aquele peixinho, hein! Tá se revelando um tubarão, isso sim! - riu Kanon, tirando sarro do cavaleiro de Peixes. E Saga pareceu não gostar muito, só não se sabia se era da brincadeira ou do presente.

- Senhorita Petra! - ele a chamou, em um tom tão grave e autoritário que até o irmão se assustou.

-Se - senhor?

-Esqueça esta rosa idiota e volte ao seu trabalho! Há muito que fazer por aqui!

A jovem corou por um momento e Kanon pensou que ela iria baixar a cabeça e chorar. Mas logo percebeu que não era de vergonha e sim de outra coisa.

-Desculpe, senhor, mas tenho de lhe dizer uma coisa: não é porque sou sua serviçal que tem o direito de falar assim comigo, nesse tom autoritário.

-O que disse?

-O senhor me ouviu. E quanto à rosa, não é nenhum presente idiota, muito pelo contrário, mostra o valor que um homem como o cavaleiro de Peixes enxerga em uma mulher.

As palavras de Petra irritaram Saga, que deu dois passos na direção da jovem, como se fosse agredi-la de alguma maneira. Mas o cavaleiro limitou-se a serrar os punhos disfarçadamente e se controlar.

-Volte ao seu trabalho, senhorita...

A jovem pediu licença e foi para um dos cômodos. O cavaleiro deu meia volta e retornou para o quarto. E Kanon ficou parado feito um dois de paus no corredor.

-Tipo, isso foi uma cena de ciúmes?

Ciúmes? Seria isso mesmo que sentiu quando Petra falou da rosa e de Afrodite? Ora, mas que besteira! Ele, o cavaleiro de Gêmeos, não podia se prestar a este tipo de sentimento. Não o merecia, essa que era a verdade. "Mas podia pelo menos desculpar-se com a senhorita Petra, não é mesmo?", pensava, afundando sua cabeça no travesseiro.

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"Hunf, só por que é um cavaleiro de Atena pensa que pode falar daquele jeito comigo! E ele parecia ser tão gentil! Ah, eu só não respondi do modo que merecia porque meu avô está doente, senão esse Saga de Gêmeos ia ver uma coisa, ah se ia!", pensava Petra, varrendo a entrada da casa com tanto ímpeto que a sujeira, ao invés de assentar, voava para mais longe.

-A senhorita precisa de mãos leves para poder varrer direito...

Petra estava tão doida da vida que já ia xingando a pessoa pelo comentário idiota, mas parou ao notar quem era.

-Ah, é você Adrian... Foi às compras para o senhor Shura?

-Não exatamente, estas frutas são do pomar do Santuário. Agora me diz, por que está tão nervosa?

-Não vale a pena perder tempo com isso, meu caro...

-Sendo assim, eu vou para a casa de Capricórnio. Até mais!

-Tchau!

Porém quando passou ao lado de Petra, Adrian acabou olhando para a jovem e viu, estarrecido, a marca de nascença que ela possuía: uma rosa. "Mas que interessante, Petra...", pensou ele, subindo pelas escadas.

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Sabem de uma coisa? Enquanto eu escrevia este capítulo, eu me peguei pensando por que minha primeira fic foi com o Saga e não com outro dos cavaleiros que mais amo, tipo o Shura ou o Kamus. Seria o caminho mais natural, né? Pois é, quando essas perguntas filosóficas existenciais aparecem, não tem jeito: parei tudo o que escrevia e fui buscar a resposta viajando no meu subconsciente e logo percebi o motivo: no fim, das contas, ele é o cara! Analisa: Ele foi o primeiro e, na minha opinião, o mais cruel dos três vilões mor de CDZ; quando se tornou um espectro, ele mandava mais que o Shion, o Shura e o Kamus só obedeciam!; e, para coroar tudo isso, o cara é maravilhoso, tudo de bom e o que mais de elogio existir!

Pelo jeito, eu me empolguei e viajei foi na maionese... Melhor me concentrar no capítulo cinco...

Ah, sim, o nome Heiner pronuncia-se "Rainer", eu amo a língua alemã e amo esse nome também, acho a pronúncia dele tão poderosa, sei lá...