Capítulo um: Sentimentos Sonserinos.

Draco Malfoy, cabelos loiros, olhos cinza-azulados, atraente no físico, voz bonita, desejado e adorado por muitas garotas. Mas que só tem olhos para ela.

Pansy Parkinson, garota com cara de buldogue, cabelos pretos e curtos, olhos castanhos, não muito atraente, voz normal, desejada e adorada... Por ele.

Dois Sonserinos, conhecidos por não terem sentimentos. Mas eles têm. Só que não demonstram. "Qual é a graça de ser um bobo apaixonado? Qual é a graça de demonstrar isso ao mundo? Ame secretamente." É o que ele diz quando se pega pensando nela.

-Ame secretamente!

Sempre secretamente. Ela escuta. Ele fala. Ela o olha. Ele sorri. Ela retribui. Ele desvia os olhos. Envergonhado.

-Ame secretamente!

Ele a olha. Ela também. Ele desvia os olhos. Ela sorri. Ele a olha novamente. Ela acena com a mão. Ele retribui. Ela sorri mais ainda. Ele desvia os olhos. Envergonhado.

-Ame secretamente!

Ele a chama. Ela vem. Ele sorri. Ela também. Ele conversa com ela. Ela conversa com ele. Ele fala. Ela escuta. Ele escuta. Ela fala. Ele sorri. Ela retribui. Ele desvia os olhos. Envergonhado.

Como Pansy Parkinson ainda não tinha percebido que tinha o garoto, praticamente, mais desejado de toda a escola aos seus pés? Ela sempre saía de perto dele por algum motivo besta. "Eu amo secretamente" ela fala quando está sozinha.

-Amo secretamente!

Ele conversa. Ela escuta. Ele tenta beija-la. Ela diz que não pode. Ele pergunta por quê. Ela solta uma mentira qualquer. Ele implora. Ela sai correndo. Envergonhada.

-Amo secretamente!

Ele a chama. Ela vai. Ele sorri. Ela também. Ele segura sua mão. Ela a puxa rapidamente. Ele pergunta por quê. Ela mente. Ele revira os olhos. Ela se afasta. Envergonhada.

-Amo secretamente!

Ele a segura. Ela pára. Ele a encara. Ela encara também. Ele tenta se aproximar. Ela o empurra. Ele se irrita. Ela também. Ele insiste. Ela lhe dá um tapa. Ele pergunta por quê. Ela inventa uma desculpa. Ele a encara de novo. Ela vai pra longe dele. Envergonhada.

Draco ainda não tinha percebido que ele tinha a garota que mais queria aos seus pés. O que ele achava que não podia ser real, na verdade era. O mesmo acontecia com Pansy Parkinson. Ela evitava contatos mais abusados. Ele insiste. Ela nega. Ele acha que ela não o ama.

Ela sorri para ele. Ele desvia os olhos. Ela acha que ele não a ama.

Como um amor de verdade pode nascer de onde só há rejeição e medo de amar? De onde só há medo de amar e não ser amado? Como pode surgir o amor, se nenhum deles toma iniciativa?

-Pansy Parkinson! – ele chama.

Decidido. Realmente decidido. Não agüentando mais a dor do medo, ele resolve reagir, tomar a iniciativa.

Como era de se esperar. Ela vem. Como um cachorrinho ao ser chamado pelo seu dono.

-Sim Draco? – ela pergunta.

Doce. Sem medo dele. Mas com medo de ser negada, mais uma vez.

-Quero conversar com você! – diz ele.

Decidido. Realmente decidido. Agarra o pulso dela e a conduz até uma sala. Destranca a porta com um feitiço. Joga-a dentro da sala e entra, fechando a porta atrás.

-O que foi? – pergunta ela.

Sua voz sai trêmula. Com medo dele. Com medo do que pode ouvir. Ela o encara. Os olhos frios e sem sentimentos. Sem sentimentos... Ou... Com sentimentos, que, apenas, não são mostrados.

Ele agarra o pulso dela. Ela se surpreende. Ele a encara. Ela tenta se soltar. Ele a puxa para perto, e rapidamente beija a garota. Um beijo simples e rápido. Pansy fica mais confusa do que já está.

-Draco... O que foi isso? – perguntou ela sem jeito.

-Um beijo, Pansy... Um beijo... – ele explica soltando-a.

Ele se afasta um pouco dela. Conjura uma cadeira. Senta-se.

Ela continua parada. Olhando pra ele. Surpresa.

Silêncio.

-Por que...? – ela pergunta hesitante.

-Por que... – ele repete baixinho. Só pra ele.

Silêncio.

-Por quê? – ela repete.

-Por que... – ele hesita.

Silêncio.

-Porque eu te amo Parkinson! – ele explode. Levanta-se da cadeira e anda, com passos fortes e pesados até ela. Agarrando-a pelos braços e segurando-a contra a parede. – Porque eu te amo Parkinson!- ele repete.

Sobrenomes... Ela odeia quando ele usa sobrenomes.

-Pansy... – ela fala.

Interrompida.

Por um beijo.

-Draco... – ela murmurou.

Ele a soltou. Afastou-se. Voltou a sentar na cadeira.

Ela ficou parada. Sem ação.

Ele a encara. Ela também.

-Aqui Pansy... – ele chama.

Novamente, como um cachorrinho, ela obedece. Caminha até ele. Parando ao seu lado. Ele conjura outra cadeira. Ela senta. Eles se encaram.

-Eu te amo... – ele repete.

-Eu também. – ela admite.

Ele se surpreende. Ela sorri. Ele também.

-Amo secretamente... – ela falou.

-Ame secretamente! – ele completou.

-Sim... Amarei secretamente... – ela concordou.

-Não... Não quero que isso seja secreto.

Ela sorriu.

-Mas... Sentimentos Sonserinos são secretos.

-Não os nossos... – ele falou sério.

-Não os nossos... – ela repetiu.

Ambos se levantaram e caminharam até a porta. Draco abriu-a, Pansy saiu da sala, Draco saiu logo em seguida, fechando a porta atrás de si.