Capítulo quatro: Misteriosa.

Draco e Pansy tiveram que organizar o velório e o enterro de Narcisa Malfoy sozinhos. Pansy comprou flores, lírios brancos. As flores preferidas de Narcisa Malfoy. Draco organizou o velório. Iriam fazer uma pequena reunião onde chamariam os velhos amigos.

-Draco... Posso mandar uma coruja para o Snape? – perguntou Pansy.

-Pode... – respondeu Draco arrumando um vaso cheio de lírios brancos.

-Ficou sabendo que Snape tem uma filha? – voltou a perguntar Pansy escrevendo a carta.

Ela ouviu o barulho de vidro se quebrando e sentiu alguns cacos perto do seu pé. Virou para trás e viu o vaso de vidro que Draco arrumava no chão. Cacos por todas as partes e milhares de lírios espalhados pelo piso de pedra.

-Snape... Com uma filha? – perguntou ele surpreso virando-se para Pansy.

-Sim... Só que ele nunca contou para a gente... Ele também nunca revelou quem é a mãe dela... – disse Pansy voltando a escrever a carta.

-Estranho... – falou Draco tirando a varinha do bolso.

-Muito... – concordou Pansy.

-Reparo! – disse Draco apontando para o vaso que em poucos segundos se concertou.

Terminando de escrever a carta, Pansy colocou-a no pé da coruja que levantou vôo logo em seguida.

-Como eu nunca vi a filha dele em Hogwarts? – perguntou Draco estranhando.

-Ela era um ano mais nova que a gente... – explicou Pansy.

-Hum...

-Draco... Vamos dormir... Temos que descansar... Amanhã é a reunião... – disse Pansy levantando-se e indo para o quarto.

Draco ficou sozinho pensando na vida. Porque o destino teve que arrancar-lhe sua mãe? Porque não sei pai, que era um inútil? Sem forças para voltar a pensar no assunto, Draco subiu as escadas e foi para seu quarto.

-Pansy...? – perguntou ele ao abrir a porta.

Pansy Parkinson já dormia. Draco deitou ao seu lado e fechou os olhos. Adormecendo no mesmo instante.

-DRACO! ACORDA! – gritou Pansy.

Os olhos de Draco se escancararam. Pansy se encontrava vestida já. Usava um vestido preto e longo. Carregava nas mãos um vaso cheio de lírios brancos e outro com algumas rosas vermelhas, brancas e amarelas.

-O que foi Pansy? – perguntou Draco se levantando e esfregando os olhos.

-A reunião Draco! Já está quase na hora! O pessoal vai chegar daqui a pouco!

Draco saltou da cama e colocou um terno preto qualquer. Pegou mais algumas flores que descansavam sobre o colchão branco da cama e desceu acompanhado por Pansy.

-Senhores... Os primeiros convidados já chegaram! – avisou o elfo doméstico eufórico.

Draco e Pansy se dirigiram até a Sala de Estar e encontraram, sentada ali Bellatrix Lestrange.

-Bellatrix! – gritou Pansy abraçando a mulher.

Bellatrix revirou os olhos e abraçou pansy contra a vontade.

-O que aconteceu com a minha irmã? – perguntou ela assim que soltou Pansy.

-Não sabemos... Cheguei em casa e ela estava morta! – falou Draco abaixando a cabeça.

Bellatrix voltou a sentar no sofá e se distraiu com um antigo tabuleiro de xadrez de bruxo. No qual já faltavam algumas peças.

-Senhor! Senhor Malfoy! – urrou o elfo correndo até Draco. – Mais convidados!

Draco chegou à porta a tempo de ver Crabbe e Goyle entrando.

-Crabbe! Goyle! – disse Draco sentido um pingo de felicidade em ver os antigos amigos.

Crabbe sorriu e Goyle fez uma careta que poderia ser tomada como um sorriso também.

Draco levou os amigos até a Sala de Estar onde eles sentaram com Bellatrix e Pansy.

O elfo doméstico havia levado uma bandeja com xícaras de chá e bolachas, e Draco disputava uma partida de Xadrez de Bruxo com Bellatrix quando o elfo os incomodou mais uma vez.

-Chegou mais! – disse o elfo levando Draco até a porta.

Draco estacou antes de chegar à porta. De longe ele conhecer a figura alta e magra que se encontrava parada na porta ao lado do seu ex-professor de Poções e Defesa Contra as Artes das Trevas. A mesma mulher que ele tinha visto no elevador do prédio onde começara a trabalhar, estava ali, parada na sua frente. Usava o mesmo sobretudo preto com o capuz escuro que lhe cobria os olhos. Draco podia ver apenas a boca dela, sem maquiagem nenhuma.

-Draco... Essa é a minha... Filha... Melissa! – falou Snape fazendo o favor de falar a palavra "filha" o mais rápido que podia.

-Por favor, Severo... Não tem obrigação nenhuma de me chamar de "filha"... Uma coisa que eu nunca me considerei sua... – disse a mulher sem se preocupar se estava sendo grossa ou não.

A voz era maravilhosa. O jeito de agir era maravilhoso... Será que ela pode ser maravilhosa também?

Draco deu o sorriso mais bobo do mundo naquele instante, enquanto se afastava para dar passagem ao ex-professor e sua filha.

-Pansy... – falou Melissa sem nenhuma empolgação na voz.

-Mel! – gritou pansy e abraçou a garota.

Melissa retribuiu o abraço, mas se soltou logo.

-Como Snape nunca nos contou de você? – perguntou Bellatrix olhando desconfiada para Snape.

Melissa sentou-se no sofá e, sem tirar o capuz, encarou Bellatrix.

-Ele não faz questão nenhuma de me considerar filha. E eu não faço questão nenhuma de ser considerada filha dele!

Draco continuou a sorrir bobamente. Estava realmente admirado com aquela garota... Misteriosa.