Harry Potter e correlatos pertencem a tia Rowling... Ave JKRowling sama!
Essa fic é continuação de SOB UM CÉU VERMELHO SANGUE, e tem muita coisa feia que criança não pode ver... NC-17/Slash/non-con/(o non-com é nessa parte Serim... foi erro meu colocar lá na SCUVS)menção ao uso de substâncias tóxicas e outras coisitas más... Shipper? Hahaha... o bicho pega geral, lembram da minha máxima? Harry e todo mundo? Por aí vai.(Sevie seu destino é sofrer... se morder, remoer e roer de cíume...)
.SOB.UM.CREPÚSCULO.PÚRPURA.
Alguém que ama algo que não mais lhe pertence, cujos segredos pesam na conciência...
Alguém que perdeu a coisa mais importante de todas... a capacidade de amar...
Talvez quando o erro for percebido, seja tarde demais.
.SOB.UM.CREPÚSCULO.PÚRPURA.
.01.VERSÕES.
.Alvo Dumbledore.
Quando ambos saíram, ficou um estranho silêncio na sala, o silêncio que não ficava ali presente desde quando? Desde do dia que Voldmort ressurgira e Harry Potter contara como o enfrentara cara a cara... sim, foi o mesmo silêncio de quando tudo acabara e deixara aquela criança na enfermaria...
E aquele menino crescera, tão rápido... como o outro que o precedia com um olhar marcado e duro, talvez por isso entendesse os sentimentos de Harry por Severo... eles eram tão iguais, tão marcados que podiam se reconhecer como criaturas da mesma espécie e por isso talvez por isso não disse nada, não houve mentira, só omissão, não poderia tornar pior e mais duro o que havia acorrido e se Harry havia decidido por protegê-lo... não ia ser ele que iria condenar o que só o amor podia compreender.
Conhecia o menino mais que ele mesmo, do mesmo modo que Harry, Severo fora alguém a quem devotara um pouco de atenção, alguém a quem dedicaria um pouco de compreenção, ele não conseguia transpor por vezes as barreiras tão duramente impostas em sua vida, os hábitos, os vícios.
Já era punição suficiente para ele ser privado daquele sentimento, não poderia impor maior castigo a ele.
E não havia nada de errado afinal, o que sentiam, o que Harry sentia não era errado, por mais que ninguém entendesse, e agora, compactuava com o erro de julgar algo que não deveria ser julgado. E pedia que fosse melhor assim. Não seria melhor para Minerva e Hermione no entanto, Minerva demoraria a entender o que ocorrera e o caminho escolhido, ela achava que regras, rigidez e retidão eram a solução para tudo... mas como disse no campo do coração, nenhuma regra se aplicava. Hermione teria que finalmente aceitar as responsabilidades que tanto tomava para si...
Que um dia, se pudessem, ou houvesse a possibilidade...
Que um dia Harry e Severo os perdoassem.
Que um dia Harry pudesse ter o que lhe era roubado.
.Minerva McGonagall.
Um erro desde o começo, foi o que foi, não que Severo tenha culpa é a natureza dele, mas insistir no erro, Harry é jovem, por vezes precisa esfregar a cara no problema para aceitá-lo e sinceramente a teimosia é mais do que marca no rapaz.
Foi a medida mais extremada possível, mas o que fazer, é para o bem de todos e sabe que Alvo está sempre pensando e zelando por todos. Agora houveram os primeiros sacrifícios verdadeiros.
Mentira, sempre é o mesmo cordeiro sendo sacrificado, tem coração, sabe que é verdade, sabe que é isso, o menino é sempre o primeiro a perder algo... andava atrás do Severo como um condenado... já cansado do ataque... partindo para despertar muito depois... vazio.
Dessa vez, há também Severo, que apesar do erro, faz o que mais odeia, todos podem dizer que não, mas o conhece, ele tem arrependimentos e o que fez dessa vez é o que mais odeia saber fazer... os olhos dele, frios, mas invariavelmente mais duros que o costume revelam que algo de marcado ficou.
Hermione também pobre menina, que agora tem que aceitar que é confidente de um segredo morto para sempre, na sua cabeça um segredo que vale uma vida. Isso pesa.
Que um dia tanto mal se apague ou pelo menos se supere... que tenha valido á pena.
.Hermione Granger.
Sabe daquelas coisas tristes que acontecem... como quando morre alguém... achei que isso doesse, quando Cedrico morreu, quando Sirius morreu, mas agora, algo maior morreu e realmente dói.
Acho que é isso que chamam de crescer, porque não há mais como esconder que os contos de fadas acabaram... eu comparo as coisas sabe? Eu e Rony, tão simples, tão óbvio... tão bom... e nesses momentos juntos eu me pergunto porque não pode ser sempre assim para todos?
Porque a luz de alguns não pode aparecer? Porque a fada madrinha de algumas pessoas sumiu?
Porque inferno eu sei que amar não é suficiente? Que nem todos são amados, agora quando recebo amor, não me sinto mais totalmente feliz, não vejo mais o mundo cor-de-rosa... agora, sinto que roubei algo de meu amigo, me pergunto se fiz a coisa certa... fiz?
Ele confiou em mim... eu não posso esquecer disso.
Ele me contou... com lágrimas nos olhos... agora, aquilo que devia ser algo tão íntimo, me pertence e não mais a ele... eu me sinto como se tivesse roubado.
Como permitem algo assim? Porque precisa ser assim? Porque não outras pessoas? Porque alguém que já perdeu quase tudo? Dói.
Se eu o olho, agora desse jeito, se eu o "vigio" me sinto tão má e suja quanto os que o roubaram, me pergunto quem é mais monstro nessa história. Porque diabos o professor Snape deixou tudo ficar assim? Ele não o merece! Mas também não acho que estão errados como a professora Minerva faz parecer... Harry não tem culpa... alguém pode ser culpado de amar? E de não ser amado? Ou de ter um amor incoveniente, porque o crime de Harry é esse não? Amar de modo incoveniente... é inconveniente que se ame alguém mais velho ou mais novo, do mesmo sexo... professor e aluno... é incoveniente amar um espião...
Mas não é incoveniente que se jogue tudo isso fora como lixo... é o que fizeram não? Com as memórias e os sentimentos dele? Jogados fora como lixo? Então... se as lembranças e sentimentos de Harry são... descartáveis... ele o é? É isso?
Tenho medo de pensar... e agora, eu não durmo... como ele.
Mas eu sei que estou segura porque meu amor não é incoveniente... e ele me sustenta.
Eu só quero um mundo onde todos tenham um pouco disso.
Principalmente o Harry... ele merece.
.Ronald Weasley.
Harry está estranho... mais do que antes... por vezes fica horas olhando o nada como se estivesse preso. Como se estivesse imerso em si mesmo, ele já andava quieto, mas é algo diferente agora... é algo que me faz pensar que eu deixei de saber do que acontecia... é um silêncio perdido igual de quando Sirius morreu, ele não nos evita mais, mas nos olha como se não nos entendesse.
Eu tenho medo... acho que Harry está mesmo ficando louco.
Hermione diz que é normal, e que não entendemos porque não estamos cansados como ele.
Talvez ela tenha razão, e ela também ficou diferente... mais quieta, mais triste, perguntei mil vezes se ela ficou sabendo de algo mais... e ela repete mil vezes que Harry está lutando e nada mais.
Talvez seja essa a tal luta... essa coisa da cicatriz, oclumência e todo o resto... isso talvez o esteja deixando meio maluco...
Não consigo pensar muito nisso... me faz sentir um idiota igual aos que o apontavam no ano passado, Harry é meu amigo, meu irmão.
E agora eu acho que estamos perdendo ele.
.Severo Snape.
Algumas criaturas andam banhadas em luz própria... outras se esgueiram nas sombras...
"Imagino que Harry se esgueire pelas sombras, carregando um pouco de luz por onde passa..."
Minhas palavras... agora pensando eu complemento:
"Algumas criaturas como eu se condenam merecidamente ás sombras...
Harry ainda se esgueira pelas sombras... mas sua luz está se apagando..."
Não sei se não mereço o remorso que sinto, mas o que eu poderia ter feito de diferente, embarcar no delírio adolescente? Isso talvez mais tarde apagasse aquela luz mais rápido... de uma única vez... Não fico mais pensando tanto em mim... em ter eu mesmo feito aquilo... eu mesmo apaguei da mente dele, aquilo que desejei tanto que ele mesmo tivesse esquecido.
Mas houveram marcas... profundas...
Quando ele acordou já estava diferente, aquele olhar mais frio... era algo que eu nunca queria ver, eu...
Eu queria ter tido a chance de mostrar que ele não era, feio, tolo ou errado em sentir o que sentia... que não era um problema.
Mas é.
Quando roubei aquela cena e a vi pelos olhos dele... me vi, me especial, me vi poderoso, me melhor, vi algo que ele viu... O único problema é que ele não viu a criatura, amarga, mesquinha, covarde e inferior que sou, perto dele... indigno de tocá-lo como o toquei. E ele me protegeu, até o limite de resistência, da dor...
Ele enfrentou o Lorde com unhas e dentes para me preservar.
E eu apenas aceitei torná-lo... incapaz de sentir.
Tenho um imenso medo de ter cometido um erro, mas ainda me resta um pouco de confiança em Dumbledore.
Mas ele não é Deus... foi o que Harry mesmo disse.
.Harry Potter.
Eu tenho medo.
É o que digo... pra mim mesmo quando estou só.
Eu estou só.
Quase o tempo todo... eu vejo coisas, sinto coisas e temo coisas que os outros não temem, não entendem... eu sei que me vigiam, sei que não lembro de tudo que fui... sinto que é um caminho sem volta...
Eu sei que meus pensamentos são escuros e traidores... eu sei que se fosse outro.
Não confiaria em mim.
Dumbledore disse uma vez que podia ver a sombra dele por trás dos meus olhos...
Eu agora o escuto em meus pensamentos, sibilando, sussurrando, instigando.
Eu sei que confiam em mim...
Por isso tenho medo.
Medo de falhar, não ser forte o bastante, como falhei.
Falhei tanto que decidi esquecer... e agora... me sinto estranho.
Dumbledore me disse que minha mente estava cansada, que fui corajoso, mas que esqueci coisas... algumas porque Voldmort conseguiu destruir, outras porque decidimos ser mais seguro esquecer...
Voldmort quer saber quem eu amo.
Amo... eu... não sei, significa que esqueci.
Foi pelo bem dessa pessoa... que esqueci... deveria me orgulhar disso?
Eu tenho medo.
Medo que no fim eu me esqueça de mim mesmo.
Odeio.
Tudo.
Odeio... creio que é a única coisa que fica inalterada...
Me agarro ao ódio então?
Talvez fosse seguro.
O natal da toca foi estranho, os pais de Rony fizeram de tudo para ser algo bom e confortável... e foi... só, não fez diferença.
E quando voltei a Hogwarts...
Não fez diferença. Ah, na verdade... talvez algo esteja diferente...
Eu.
Harry olhou de sua poltrona a imensa janela na Sala Precisa, o luar tinha um estranho tom púrpura... continuava passando o dedo pela borda do cálice.
Ignorando o fato dele estar partido e seu dedo profundamente cortado.
O sangue e o absinto unidos tinham um estranho e escuro tom de vermelho.
Mas Harry não via... absorto em seus pensamentos sombrios.
