watashinomori , Eu também, sem aquela voz maravilhosa... bem ainda bem que tenho Cd´s gravados, Sim... The Kinslayer, Planet Hell, mas gosto é do Dead boys poem, 10º man down, walking in the air, wishmaster, sleepwalker... íxi eu amo tudo!
Eu gosto daquela conversa que Harry e Dumbledore tiveram na beira do lago, porque me lembra a mesma conversa sobre o espelho de ojesed no primeiro livro... lá havia um menino e um mestre... e nessa há um rapaz e um velho e todos estão perdidos.
Odeiem Bernardo, ele foi feito para isso.
Cenas fortes de Non-con, e finalmente acho que Sevie e Harry se entendem.
.SOB.UM.CREPÚSCULO.PÚRPURA.
.15.Os cacos de mim .
Hermione roeu suas unhas, não que estivesse preocupada com as provas, que ironia! Mas sim estava preocupada com o amigo, com Rony também, ele estava em negação.
Quando Harry voltara alguns dias antes, Rony conversara com ele, eles se abraçaram e tudo pareceu bem, mas não estava...
Sentia remorso em saber disso, e quando falava com Rony, ele dizia que tudo estava bem... que Harry tinha o direito de se sentir mal, que ia passar logo.
Talvez Rony não percebesse.
Mas aquele ar aéreo de Harry não era normal.
E quando o amigo começou a faltar aulas... que desespero.
No entanto na semana de provas que se iniciara... Harry pareceu mudar de comportamento... como se tivesse interessado única e exclusivamente nas matérias, podia ser visto com livros onde quer que fosse.
Desde que saíra naquela noite de sábado e voltara molhado... fora vago em dizer onde estava... parecia com sono.
Parecia um tanto perdido.
E no dia seguinte... ele parecia sempre ocupado demais.
Ás vezes tão ocupado que faltava á refeições e estava na biblioteca, sempre com um livro... ou um par diferente de leitura.
Como se ele não quisesse a companhia dos amigos.
Sempre com outras pessoas... ele parecia não precisar mais deles.
Acabou, depois daquela noite no lago, acabou... havia atacado e por fim lançado dois feitiços sobre o rapaz... deixando Dumbledore com seus pensamentos, apagara a memória daquela conversa e incutira, como uma hipnose, um pouco de atenção na mente daquele menino.
Engraçado, um tempo antes, o simples fato dele poder ter a chance de ser reprovado lhe daria um estranho prazer...
Agora não achava justo que... ele, não pudesse passar por estar naquele estado.
Mas então acabou, suas esperanças, quando deixou-o no meio do corredor, ainda sofrendo os efeitos do obliviate, percebeu que nada mais seria igual, sentiu-se tão sujo perante o outro. Ainda mais sujo.
Seria impossível voltar a olhar naqueles olhos verdes.
Era uma história dolorosa demais.
Era como soltar numa floresta infestada de predadores uma cobaia ferida.
Era uma enganação.
Era na verdade um cinismo de sua parte, sequer desejar algo diferente.
Cada pessoa com que partilhava uma conversa, ou uma leitura, ou mesmo um mero sentar perto, fazia parte de sua procura.
Cada momento só, cada fuga.
Fazia parte da procura, mas quando se perdeu naquela noite, foi como se tivesse perdido a vontade de procurar.
Se perdesse essa vontade, não seria nada.
Tinha um resquício de vontade, de sonho que estava ligada a uma presença.
Uma memória de presença.
Sua busca.
Quem?
Quem lhe dera esse mínimo resquício de refúgio?
Por quem uma parte de si clamava?
E sabia que por isso perdera tudo.
Agora estava tão claro.
Estava tão aleijado que não se ergueria se não deixasse de esquecer.
Aquela pessoa.
Mas não conseguia, não conseguia sentir essa pessoa.
E sentia-se tão frustrado.
Era algo que dilacerava por dentro...
Frio.
E agora, enquanto lia e estudava, procurava.
Procurava uma pessoa.
Não importava quantos olhos tivesse que espreitar, sorrisos a dar, mãos a tocar.
Não importava os beijos que tivera que dar escondido.
Procurando.
Sabia que mais cedo ou mais tarde teria que achar.
Não importava se era herbologia, Lufa-lufa, feitiços, Corvinal.
Nem se era a merda da sonserina.
O ano estava acabando, as provas passando, a última seria Defesa.
Não importava... sua procura não dava resultado.
Masculino, feminino... onde?
Onde estava sua metade? Com o pedacinho de sua alma que tinha sido arrancado?
Não importava quantos traídos, quantos desiludidos, não importavam o que falassem, ou os que corajosamente vinham pedir alguma explicação.
Porque se importar com o coração dos outros se ninguém se importa com o meu...
Se eu sou... lixo. Os outros são.
Em alguns momentos se via tão perturbado que queria rir.
Queria rir de cada pessoa infeliz... cada pessoa que reclamava de algo errado.
Queria ver aqueles olhares esperançosos, e não dava maior prazer que ver aquelas caras desapontadas quando dizia que não prometera nada.
Ninguém nunca lhe prometera nada, os que prometeram estavam mortos.
Então podia ficar feliz assim?
E depois vinha a culpa.
"Eu não sou assim..."
"Eu não quero machucar as pessoas..."
"Eu não posso ser ruim..."
Isso o exauria.
Quando terminou a última prova, quando as pessoas comemoravam, Harry se afastou dos amigos sem que eles percebessem.
Assustado consigo mesmo, depois que Ana Abott saíra ás lágrimas quando lhe deu uma resposta fria.
Ela achou que tinha uma chance.
Saiu por um corredor menor enquanto Rony e Hermione discutiam sobre a prova, Rony cortara Hermione que começara a reclamar nervosa que não havia colocado tudo que podia ter colocado na questão 12. Ambos também ocupados com os deveres de monitores.
O calor do verão já se instalava, andou pelo caminho que levava ao campo de quadribol, passou por ele e contornou as estufas, escondendo-se no mesmo arbusto no qual chorara por Sirius um ano antes.
Parecia tanto tempo.
O tempo passou, entardeceu, o sol se pôs.
-Olá...- dissera a voz.
Aquela voz que o espreitava, de quem Harry tinha certeza não ser parte de sua busca.
A voz dele.
Daquele que não o respeitava também.
-O que quer Bernardo?
-Posso me sentar?- ele perguntou já sentando.
Harry não respondeu, Bernardo o perseguia, era uma sombra bloqueando seus pensamentos, era uma bola de metal que arrastava presa a perna.
Odiava-o.
Ou pelo menos algo parecido.
O silencio prosseguiu, não conseguia pensar em paz com Bernardo Wiry o olhando.
-O que está fazendo?- perguntou o rapaz se aproximando um pouco.
-Pensando...
-Em quê?
-Nada em especial.
Bernardo deu um sorriso torto que o incomodou.
-Preciso ir.-se levantou.
-Eu o acompanho
Não conseguia andar rápido, estava zonzo de fome, e cansado, mas seus passos ainda assim faziam o rapaz maior dar passadas rápidas.
O castelo já havia silenciado, não haveriam aulas noturnas, quem não estava devolvendo livros na biblioteca estava com os colegas no pátio conversando ou nas salas comunais.
Pensou em pegar um atalho, mas não queria que Bernardo o conhecesse, era um atalho muito útil, continuou andando devagar.
Continuou andando... andando.
Sentiu o braço enlaçando sua cintura.
-O que você fez Wiry?- murmurou.
-Você está consciente?- disse o rapaz.- Você é forte...
-Me solte...- disse vagamente.
Bernardo segurava sua cintura tão forte que machucava... sentia-se tão mole...
-O que você fez?- perguntou tentando se desvencilhar, percebendo-se fraco, na verdade mal andava, era o outro que praticamente o arrastava.
-Como você é teimoso...- disse Bernardo de modo lânguido no seu ouvido.
Tentou falar, mas sua voz não saiu.
-Eu lancei uns três torpores em você, um quando você estava no lago, mas achei que tinha errado... você é tão resistente.- ele disse com uma mão no seu queixo
Torpore... feitiço do entorpecimento... por isso não conseguia...
Sentiu-se levado a uma sala distante... Bernardo sorria e o olhava, a mão que segurara o queixo lhe afrouxou a gravata.
-Me deixe...-tentou se soltar.
Bernardo entrou na sala e o jogou no chão de pedra. Tentou se firmar, mas mal conseguiu se virar para o outro que pronunciava encantos para lacrar e tornar a sala imperturbável.
-Três torpore... isso derrubaria um trasgo adulto...-ele disse se aproximando.-Como disseram, você tem uma resistência excepcional a feitiços, mas estava distraído.
-O que quer?- disse sentindo-se como se estivesse sonolento.
O outro apenas se ajoelhou no chão o puxando com força pelo braço.
-Harry... Harry, o que você está fazendo?- disse ele o segurando contra o corpo e passando a mão em seu rosto.
Harry tentou se esquivar, e o outro deu um sorriso estranho.
-Você me magoa, sai com todo mundo, pensa que não vejo?
-Me largue Wiry...- Harry sentiu os olhos pesados.
-Mau...- disse Wiry.
Harry arregalou os olhos quando sentiu a mão do outro por dentro de sua blusa, Bernardo respirava rápido. Tentou pensar com clareza, mas sentia-se estranho, as sensações pareciam diluídas, mas sabia o que estava acontecendo.
Estava indefeso com Wiry... sabia o que ele queria.
Sentiu a respiração do outro no seu rosto, a umidade contra sua boca.
"Não... não é você..." Algo revoltou-se dentro de si.
-Ai!- Bernardo o largou.-Você... me... me mordeu!
Harry não se importou com o jeito perplexo e furioso do outro... seu instinto pedia distância, seu peito ardia, como seu coração estivesse queimando, não podia permitir que Wiry o tocasse de novo.
Rastejou, procurando em sua roupa a varinha.
Então sentiu como se fossem arrancar-lhe a cabeça.
Bernardo o segurara com violência pelo cabelo.
-Onde pensa que vai?- ele disse rouco.
E o virou agarrando-o novamente pelo braço.
-Eu cansei sabia?- disse ele mostrando a varinha.- Tirei de seu bolso no corredor... avisaram que você iria resistir.
"Avisaram"
-Prefiro ver você morto... que com outros...- disse o rapaz.
"Prefiro ver morto."
Sentiu um arrepio, não queria aceitar o que sua mente indicava, mesmo assim, começou a se debater com todas as forças que dispunha.
-Eu devia ter feito um feitiço mais forte.- disse o rapaz, abrindo suas vestes com violência,
Harry sentiu algo crescendo em seu peito, uma dor profunda, uma raiva... Bernardo segurou seus pulsos com apenas uma de suas mãos grandes e a outra se dedicou a retirar-lhe o cinto.
-Eu vou ter o que sempre desejei... eu desejei tanto... então será meu... pra sempre.- disse o rapaz com os olhos febris e obcecados.
"Não... não pode... não é você...' Algo rugia em seu peito, fazendo-o arranjar força suficiente para soltar as mãos, e bater com o punho fechado no rosto de Bernardo.
Então recebeu uma cintada com o próprio cinto, seu rosto queimou o os óculos pararam longe.
Uma segunda, que sentiu ferir a orelha e mão que pôs na frente para se proteger.
Uma terceira, quarta, quinta, sexta. Fortes, que o fizeram se encolher no chão, protegendo as mãos feridas, dando as costas como alvo.
-Você merece morrer... sabia?- murmurou Bernardo arquejante. - Sempre tão teimoso.
Harry também arquejava, o lado mais virado para Bernardo queimava pelas cintadas. Mas ainda assim tentou se afastar dele, assustado pelo que o lufano rosnava.
Bernardo o agarrou agora com total violência, parecia um animal ensandecido.
Sua camisa foi rasgada, e suas calças logo não estavam mais o protegendo.
Lutava... mas não tinha forças, Bernardo era maior e muito mais forte, além de que ainda estava sob os feitiços, ou teria mais chances.
Covarde...
-COVARDE...- a palavra lhe escapou da boca com raiva e num tom mais alto que todas as tentativas anteriores.
E a mão do outro segurou firme seu pescoço calando qualquer outra tentativa de fala, na verdade Harry achava que ia sufocar... encarou o olhar insano de Bernardo e concluiu que aquilo era real.
Wiry estava maluco.
-Eu vou te ter, e quando você morrer, você ficará pra sempre... só meu.
Seu peito queimava. Tentou em vão afastar a mão do outro de sua garganta.
Bernardo mordeu sua boca, ferindo-a, vingando-se por te-lo mordido.
Harry sentiu desespero, desespero por não poder livrar-se do outro.
"Não é você que pode..."
Sentiu-se perdendo o controle, iria desmaiar se Bernardo não largasse seu pescoço logo...
E ele o fez, Harry inspirou profundamente, mas não era o fim, não...
Bernardo apenas queria duas mãos livres para rasgar a sua última peça de roupa, para puxa-lo...
-O Lorde irá tê-lo, mata-lo e você será meu pra sempre... porque eu vou ser o único... o único que lhe teve.- disse o outro febrilmente.
Harry encarou o outro completamente chocado. Bernardo passou a mão em seu rosto e forçou-se contra seu corpo.
Harry gritou.
-Ninguém te merece, você tem que ser puro, morrer puro, só meu, de mais ninguém, só eu tenho coragem de fazer isso por você.
Queria gritar.
Implorar por socorro.
Pronunciar a imperdoável que faria Wiry se contorcer de dor.
Como a dor que sentia ao ter o corpo violado.
O coração violentado.
A alma torturada.
Bernardo iria leva-lo até Voldmort depois disso.
O que seria pior?
O pior seria não encontra-lo de novo.
Seu pequeno paraíso.
Sentiu as lágrimas.
O soluço que ficou preso contra a boca violenta do outro, o corpo maior e pesado alojado sobre si.
A carne que parecia rasgar-se, a dor.
A dor era no coração, não era ele, que procurava, ansiava, quem um dia amara.
Algo em si rejeitava numa dor profunda.
O fato de não ser uma pessoa específica sobre si agora.
Não ser uma pessoal especial em um momento especial.
Ter os sonhos perdidos assim...
E o desejo de ser salvo.
"Não há ninguém por mim?"
Outro soluço veio, junto com novas tentativas de afastar, em vão...
Bernardo gemia... e se forçava contra Harry, satisfeito, o outro estava tão lindo, olhos verdes brilhantes e boca vermelha.
Até o ofegar e as lágrimas eram lindas... o corpo pequeno e quente.
Mordeu-o, sentiu o sangue, escutou os gemidos afogados, sentiu a pele ceder sobre suas unhas.
Possuiu.
Completamente...
Então o som da porta foi tudo.
Um silêncio enquanto se virou... já apontando a varinha para quem quer que fosse que o interrompera, sentindo ainda o outro soluçar daquele jeito tão belo, as mãos ainda o empurrando.
-CRUCIO.
A dor tomou todo o seu ser.
Cada parte.
A dor.
Os dois monitores deram falta dele no fim do jantar, mas na mesa dos professores o próprio diretor o olhou em dúvida.
Levantou-se e tentou procurar, em vão.
Mais tarde quando anoitecera foram dar uma busca na floresta.
Mas algo estava errado, mesmo se indispondo com Dumbledore, voltou ao castelo.
Sentia uma angústia que não podia descrever, poderia ser tarde demais, pensou sentindo um estranho aperto no peito.
Uma dor que o fez parar num corredor ignorado.
Já tinha idade para ter um infarto? Pensou apoiando-se na parede.
Como doía, ardia, queimava.
Sentiu seu rosto umedecer, eram lágrimas.
Aquilo era estranho, então seguiu, como se a própria dor o guiasse.
Harry, a dor lhe levaria até Harry.
Era insano, mas era o que sentia instintivamente.
E fez, parando em frente a uma porta que estava enfeitiçada.
Nada que anos de experiência como espião não desse um jeito.
A porta se abriu com violência.
E o que viu...
O transtornou.
Viu as pernas brancas e nuas, os joelhos ossudos, não precisava ver mais nada...
Escutou os soluços abafados... o óculos no chão...
O outro se virou com uma varinha em punho, viu a face ferida de Harry de relance.
Sentiu que pela primeira vez em anos que perdia a cabeça... sentiu um animal furioso emergir.
A maldição, a imperdoável.
A usou desejando não dor, mas morte.
E o rapaz da Lufa-lufa se debateu, caindo por cima do menor que o empurrou e rastejou para longe.
Nudez mal coberta por uma veste negra rasgada.
E Bernardo Wiry ainda se contorcia no chão berrando a plenos pulmões, alguém poderia estar escutando, mas isso não importava.
Olhou para Harry, que o olhou.
Ambos olharam o outro se contorcendo.
Severo voltou a olhar o outro, ficou chocado.
Havia uma marca muito vermelha no rosto de Harry, os lábios machucados, os olhos vermelhos...
Ele inteiro tremia, mas lhe sorriu.
Um sorriso triste em meio ás lágrimas, e voltou a olhar o outro que gritava.
Sorrindo, tremendo e chorando.
Severo se aproximou, se abaixou e pegou-o no colo.
O outro parou de berrar.
Caído inerte no chão.
Se virou para a porta, Harry o havia agarrado, o rosto enfiado em seu peito.
Dumbledore o olhou.
Parado na porta.
Olharam-se por alguns segundos.
Por algum motivo, Severo apertou Harry ainda mais nos braços, estava perdido.
Os olhos de Dumbledore podiam disseca-lo agora... não conseguia evitar, não tinha cabeça para oclumencia.
Encostou o queixo no topo da cabeça do SEU Harry e fechou os olhos.
Havia pecado muito, mas queria o direito de cura-lo.
Fosse o que fosse depois.
-Vá Severo, cuidarei de Wiry.- disse Dumbledore.
Abriu os olhos. O outro mago havia saído do caminho.
-Leve-o consigo para seu quarto.- disse Dumbledore.
Não precisou de nenhuma outra palavra, segurando o jovem em seus braços, andou o mais rápido que suas pernas permitiram.
Dumbledore apenas olhou o outro inerte no chão.
A ponta da marca negra, aparecia pela camisa rasgada.
-Você evoluiu em seu mal Tom...- disse baixo.
E com a varinha aprisionou Wiry com cordas grossas.
O próximo capítulo é o último, Sevie cuidando do Harry dodói... muito em breve.
