Eu esqueci, como se precisasse, de dar crédito para a música desses capítulos... dã... é Bring me to life do Evanescence... ninguém tinha reparado né?Aun... estão ameaçando queimar toalhas... oh céus, protejam as pobres toalhas... elas não tem culpa... elas são úteis também como toalha de pic-nic...¬¬'
Falta UM review para 115... Oo'
Severo precisa enfrentar seus atos, Dumbledore também, com acesso a toda a verdade o que fará Harry?
Capítulo final. (mas longo...14 páginas em fonte TNR 12 no Word...)
.SOB.UM.CREPÚSCULO.PÚRPURA.
.17. Eu tenho que abrir meus olhos para tudo.
"I've been living a lie/There's nothing inside. Estou vivendo uma mentira/vazio por dentro.
Bring me to life.Traga-me para a vida"
Sentia uma estranha calma... apesar de cansado e dolorido... uma calma única o envolvia, um sentimento de paz, de realização... suspirou, quando sentiu algo em seu rosto... um toque suave.
Abriu os olhos.
-Oh...
Os olhos negros o observaram... de um modo estranho, então Severo deixou o pequeno pote de cerâmica no criado mudo e limpou a mão numa toalha que tinha no colo, dobrou-a e saiu do quarto.
Em silêncio... completo silêncio.
Lembrava do que sentira quando Snape entrara...
Ajeitou-se nervoso sentando na cama.
Sim, seu corpo doía.
Lembrava de... Bernardo, do Cruciatus... do olhar.
Tremeu... aquele olhar, aquela sensação de reconhecimento.
Lembrou do que fora dito.
Lembrou do que fizeram naquela noite...
Lembrou do cheiro, do gosto, do prazer...
Recostou-se de novo, entorpecido, mas calmo... e o viu parado na porta.
Severo ficava lindo assim... usava um roupão verde-musgo e tinha os cabelos presos para trás... cheiro de banho.
Ele tinha um pequeno frasco de vidro nas mãos... e se aproximou, sentou-se ao seu lado.
Passou as costas da mão em seu rosto muito de leve.
-A poção fará efeito e não ficarão marcas e logo não terá mais dor.- disse e segurou-lhe as pontas dos dedos da mão.
Harry a olhou, sim havia um creme verde sobre onde levara a cintada. Olhou o homem.
Maravilhoso.
Apesar de sério e aparentemente tenso, era como se visse outra pessoa.
A voz grave e hipnótica era morna, não sarcástica.
O rosto parecia sem idade e não frio.
Os olhos negros pareciam o céu noturno, não um abismo negro.
-Severo...- disse baixo.
Ele fez um sinal para que se mantivesse quieto, então sentou-se mais perto e se inclinou, beijando sua testa, lhe mostrando o frasco.
Na etiqueta dizia "crina de unicórnio".
-O quê é isso?
Snape apenas entortou os lábios, num misto de sorriso de reprovação e preocupação.
-Você sabe que teve a memória alterada...
-Sei... porq...
Severo colocou o dedo sobre a boca de Harry.
-Só escute-me... por favor?- disse ele.
Concordou com cabeça.
-Você deve saber... ou ter chego a conclusão óbvia... sobre o motiv...
-Você... e eu...-Harry calou-se e ruborizou por ter interrompido.
Snape sorriu.
-Impertinente.
Engraçado como aquilo, dessa vez, encheu Harry de calor... se ele sorrisse mais assim... se ele sorrisse... oh.
-Apenas me escute.- ele disse vagando o olhar e cortando um suspiro.- Quero que preste atenção... você sabe que teve as memórias alteradas... porque... por...que...
-Me apaixonei por você.- disse baixo.
-Mas você não lembra exatamente o que houve...- disse ele gravemente.- Isso... são suas memórias... o que foi... roubado de você...sim, foi roubado.- disse ele ao ver a expressão de Harry.- Quero que veja isso antes de tudo, quero que lembre... mesmo... mesmo, que me odeie quando lembrar... ah, sim, você vai me odiar, não fique com essa expressão.
-Eu não vou...
Snape evitou a promessa o puxando para um beijo.
Harry fechou os olhos e sentiu que o outro lhe pressionou o pote contra a mão, segurou-o, então sentiu que Snape se afastou.
-Amo-te...- ele disse baixo e se levantou.- Abra o pote e diga seu nome...
Virou-se e foi até a porta, deu uma rápida olhada e fechou-a.
Harry ficou algum tempo olhando a porta fechada, sem saber se devia fazer aquilo... mas o grande segredo já era, não?
Olhou para o teto, sentiu que começava a tremer.
A mão desatarraxou a tampa do frasco.
Olhou o conteúdo...
Pareciam mesmo com fios de prata, como da crina de um unicórnio.
-Ha... Har...
Suspirou...
-Harry Potter...-disse num tom baixo e vacilante.
De início parecia que nada havia acontecido... e subitamente, como se Harry houvesse soprado dentro do pote, os fios se agitaram...
E saíram dele... agitando-se a sua volta... acima de sua cabeça, se desfazendo... como se fossem gotículas prateadas... como orvalho na manhã.
Frios como orvalho.
E Harry sentiu um formigamento que começou em sua testa e se espalhou...
Deixando-o com sono.
Severo tinha acordado e olhado com quem dividia a cama... lembrado do que fizera... de amaldiçoar um aluno com uma imperdoável a revelar-se em frente a Dumbledore... será que Dumbledore o perdoaria? Nunca admitira, mas era o mais próximo de família com que poderia contar... a rejeição do velho mestre com certeza não seria saudável... pra sua vida já nem um pouco saudável...
Tratou o seu menino... todos os ferimentos que ele apresentava só o faziam crer que a Cruciatus que lançara deveria ter sido o Avada que desejara.
Havia ficado um tempo na banheira decidindo o que fazer quando a lembrança daquele frasco o assaltara...
Será que Harry o perdoaria?
Se fosse sinsero, não teria esperanças.
Mas apesar de tudo... pensou ao se servir de uma dose de uísque... ainda era um ser humano, ou um arrimo de ser humano...
Tinha esperança.
É ainda tinha esperança de ter aquela criatura em seus braços e partilhar mais noites com ele...
Seu garoto.
Era um cretino, cínico... de ainda querer... depois do que fizera.
Mas não podia deixar que um certo pedaço sonserino lhe dissesse que não tinha nada a temer.
"Você se adapta. Seja ao que for..."
Olha sua sala particular, a lareira, o sofá, o aparador... a pilha de profetas e pergaminhos...
O tempo não passa?
Melhor que não passe...
Um som abafado no quarto o sobressalta, mas não se levanta, espera, gritos, ou mesmo um avançar furioso... qualquer coisa... então se mantém sentado, com um fim de uísque no fundo copo.
O som se aproxima, o som da porta, os passos lentos e o rapaz passa por ele... vestindo uma camisola de dormir sua... aberta até a metade, para que não pise nela... sim, ela está meio grande, ele deve ter pego de cima da cadeira, do quarto... antes de vir...
E senta a sua frente o olhando de modo firme.
Os olhos verdes parecem pedaços de vidro.
Transparentes, mas frios.
-Eu me lembro...- Harry diz numa calma distante.
Severo apenas aperta o copo.
Harry parece medir palavras, abre e fecha a boca, mas os olhos ainda são aquele vidro... é compreenssível.
-Eu... eu... eu me lembro daquele ataque... e de você... com o rosto sujo de terra... de sua varinha e de sua vassoura...engraçado... eu não tinha esquecido isso, mas não conseguia me lembrar com tantos detalhes... Eu lembro de quando você arrancou a capa de meu pai das minhas mãos... eu... lembro...
-Essas memórias não deviam ter sido afetadas...- acabou dizendo.
-Mas foram... a maior parte de mim foi afetada... eu posso perguntar algo?
Ficou em silêncio por um tempo, deveria deixá-lo perguntar? O que ele poderia... aquiesceu com a cabeça.
-Quando... você se apaixonou por mim?
Oh... aquilo era difícil de responder... tentou manobrar.
-Porque acha...
Harry baixou o olhar e disse um tanto ferino.
-Por favor... acho que agora... só agora... eu mereço... a verdade.
O silêncio seguiu-se arrasador... sim... não tinha o direito de negar nada, muito menos, fazer o que havia feito antes... contornando-o o tempo todo.
"Severus Snape... você vai tentar ser sincero... respondendo algo que não tem resposta?" Pensou com raiva de si mesmo.
-Não posso dizer...-disse e olhou o fundo do copo..."ou seria do poço?"- Porque eu mesmo não sei...
Não levantou a cabeça para conferir o resultado da resposta, parecia que o mundo se restringia aquele uísque diluído no gelo derretido, hábito adquirido observando trouxas... quem diria?
-Obrigado.
Severo ergueu os olhos e ele já estava de pé a sua frente... já o havia abraçado.
O rosto perigosamente próximo.
Deixou-se tomar pelo verde vivo nos olhos do menino... sim, agora vivo... e... menino não. Não eram olhos de menino, homem... não, eram inocentes demais e vividos demais... esmeraldas são muitas.
Os olhos verdes dele sempre seriam únicos... pensa arrebatado até escutar uma voz urgente que praticamente o desperta.
-Quantas vezes eu vou ter que pedir... até você...
Não, ele não precisaria pedir mais... só...
Beijou-o devagar...
Beijaram-se devagar.
-Quando você disse depois... se referia a isso não é?
Sorriu torto... hum... era nisso que o garoto estava pensando? Benditos hormônios... Santificada adolescência.
Sim... quando dissera depois estava se auto justificando... não o violara antes, porque não estavam no mundo real, não o tomara a pouco, porque ele não estava completamente são.
Agora, era diferente... pensou sentindo a urgência dele que o puxou novamente para o quarto e parou ao lado da cama...
Era diferente, havia escolha... abraçou-o pelas costas...
Empurrou-o muito devagar com o corpo...
Muito devagar...
Harry subiu na cama de joelhos e ele acompanhou-o, ainda abraçados... assim ficaram... o silêncio parecia sagrado... Harry apenas descansara sua cabeça contra seu ombro... as mãos segurando as suas, que enlaçavam o corpo franzino para a idade.
Não imagina o que ele pode estar pensando, mas se dedica a sentir o cheiro da pele macia e sentir o toque dos fios rebeldes e negros em seu rosto.
A voz surge... baixa.
-Ah...Severo...
-Hum?
-O que você vai fazer?
Sabia que o garoto não podia ver, mas sorriu... não havia malícia explícita na voz, mas a pergunta era maliciosa em si... ah, grifinório temerário...
-Isso depende, seu tolo.
-Depende de quê?
-Do que você quiser fazer...
-Ah...
A voz é cheia de expectativa... cheia de promessas... é melhor não acostumar com isso...
Desce sem pressa a mão abrindo os botões da camisola... o quer todo nú... mas sem pressa... as mãos dele também não tem pressa... se movem devagar em suas pernas dobradas ao lado das dele.
-Voc...cê tem cheiro...
-De coisas velhas... poeira e ingredientes de poção... eu sei...
-Hum... não... Severo...
Ele suspira quando a mão entra pelo tecido e roça sem piedade num mamilo...
-Vo... você cheira... a ervas e...
Harry tenta se mover, então o prende num abraço apertado, descendo a mão.
-Absinto!... Você cheira absinto... oh!
Quando ele arqueou-se, os olhos encontraram-se.
Deuses, ele estava corado... e bem animado também...
Diabos... e com certeza ele estava sentindo sua empolgação, comprimida contra o traseiro dele.
-Quero você... dentro de mim... agora.- o rapaz diz ainda arqueado para trás o encarando.
-Ainda não...- disse lânguido na orelha dele...
Não... quer prolongar isso, sentí-lo mais derretido em seus braços enquanto o toca.
-Eu não vou aguentar mais...- O rapaz gemeu entre os dentes, com a respiração presa.
-Quer que eu pare?
-Seu sádico... não... maldito.
Subiu a mão naquela cintura, deixando o membro, jovem e completamente ereto só.
O corpo do rapaz tremeu enquanto ainda o segurando, apenas sugou-lhe o pescoço.
Harry tremia inteiro, gemia.
-Você me quer mesmo?
-Si...Sim!
Empurrou-o contra a cama de modo leve,mas firme, puxando a camisola dos braços, único ponto onde ainda estava enroscada no corpo jovem e tocou as costas dele... descendo até as nádegas...
-Não assim...- Harry ofegou.
-Co..Como?- acabou gaguejando, ele não iria mudar de idéia agora iria? Seria difícil parar naquela situação...
Mas não, com um esforço, o rapaz virou-se sob ele... encarando- o de frente.
-Quero olhar nos seus olhos.
"Ah, menino inocente..."
-Grifinório tolo... desse jeito vou machuca-lo.
-Eu quero... desse jeito.
O olha de modo grave e exasperado... não pode deixar isso acontecer.
-Tem mesmo certeza?
-Tenho.
Ele finge absoluta certeza, mas a sombra de um temor passa por seus olhos, a única experiência que ele tem foi muito dolorosa... e está fresca na memória... se estivesse preparado, teria a poção ideal á mão.
Mas não tem.
"Pense homem... primeiro com a cabeça... depois o resto toma conta... pense..."
Levanta.
Há uma poção que servirá... é ungüento e ajuda a amenizar a dor e tem a consistência certa... não tem contra indicação... está no banheiro... vai até lá.
Quando retorna o observa nu, ajoelhado na cama, mãos a frente, como um animalzinho á espera...
Tão selvagem e perfeito.
Tem que se controlar para não o possuir sem preparo quando ele faz um gesto para que volte pra cama com um olhar oferecido... tentador...
-Deixa... eu tirar isso também.- ele diz soltando o roupão.
Ele traça devagar um traço do pescoço, peito até lá.
-Não me desconcentre... pestinha.
-hum hum hum...- ele meio que ri malicioso, envolvendo seu pênis com a mão.- Minha vez de maltratar você.
Ah, se todos os maus tratos do mundo se resumissem a um amante de dezesseis anos lhe dando tanta atenção... o mundo seria uma utopia paradisíaca.
Se todas as torturas fossem feitas daquela boca que encontra o caminho... deuses... essa boca não vai deixa-lo ter controle por muito tempo...
-Achei que me queria em você... digamos, agora mesmo.- diz com certeza no último fio de voz acariciando a cabeça da qual vê apenas os fios negros e arrepiados.
-Achei que não me queria... mais...- ele responde erguendo o rosto.
-Você presume demais.- diz ele o empurrando de volta á posição horizontal.-Pensa demais e fala demais...
Seu Harry apenas sorri.
-Então você me quer.
-QUERO seu peste, agora cale-se para podermos continuar...
-Você não gosta da minha voz?
-Não se ela me faz gozar antes de te ter...- disse na orelha dele.
-Então imagine como me sinto com você falando no meu ouvido...- Harry diz.
Harry não o engana, está no controle, Severo tem que admitir... Harry está no controle de tudo, ele mal consegue segurar o frasco onde está o unguento... tanto suas mãos tremem... se não fosse o rapaz ajudar com suas mãos... talvez fosse impossível.
-Calma.- Harry sussurra.
Deuses! Quem parece o virgem inocente agora?
Bom, tem que admitir... é sua primeira vez... apesar de tudo, nunca fizera isso antes, só se envolvera intimamente com mulheres... só fizera isso com mulheres...
-Está pronto? Tem certeza?
-Oh, pare de perguntar isso!- Harry se torce e enrosca as pernas em torno de seu pescoço, posicionando-se perfeitamente.
-Você já fez isso antes?
Tem que perguntar... é perfeito demais para ser verdade.
-Sim... milhares de vezes...
Severo sente o coração perder o compasso, o rapaz sorri ainda mais, fechando os olhos e dizendo de modo sedutor:
-Sempre que sonhava com você... e depois imaginando quem você seria para me completar tanto... Severo... eu preciso...
Afundou-se nele... o unguento foi perfeito.
-Você deveria ter sido sonserino, moleque diabólico.- disse grave contra o olhar desfocado do rapaz.
-Sim... me elogie e vou gozar agora mesmo.-ele diz baixinho, enquanto se move para recebe-lo melhor.
-Não vou deixar... não se preocupe.- disse mordendo-lhe a orelha.
-Ah! Meu pescoço...
-Hã?
-Como da primeira vez... meu pescoço.
Sim, como da primeira vez que mordiscara aquela pele alva, deixando ali a prova de seu crime...
Harry suspirou... e relaxou completamente em seus braços... com as pernas sobre seus ombros, enquanto o tomava num ritmo constante e forte... saboreando a pele fina, como se fosse um vampiro.
Harry goza em sua mão, derramando-se todo enquanto murmura algo ininteligível.
Quando goza, murmura o nome de seu menino e derrama-se dentro dele... não imaginava possível sentir aquela completude.
Nunca.
Ficam em silêncio.
Um silêncio entre o cansaço e o alerta.
A linha fora ultrapassada.
Harry ainda está com os olhos fechados... sente-se exaurido e satisfeito... muito satisfeito, finalmente tivera o que tanto esperava no seu íntimo... a total entrega ao seu homem, seu espião, seu mestre de poções, seu comensal da morte, seu, seu, seu... sente-se sorrir sob o abraço pesado e acolhedor dele, que tem uma mão tocando-o nas costas e outra lhe acarinhando os cabelos. Suspira feliz e abre os olhos...
Os olhos negros estão fixos nos seus...
Os olhos dele estavam carregados de preocupação... de certa forma, carregados de dor.
-O que houve?- perguntou tenso.
-Sabe que tudo agora vai ser difícil... sabe que...
-Difícil por quê?
-Não seja tolo...- o nome fica preso junto ao sobrenome na boca de Severo.
-Harry... por favor...- diz baixo.
-Isso não o exime...- disse Snape grave.
O silêncio pousou como uma ave agourenta...
-Você está preocupado... com sua segurança? Com o segredo? Ou com... com... o que fez a Wiry? Com...
-Você sabe que tudo isso são complicações...- a voz grave se tornou vaga.
-Não é isso não é?
Ah, céus... pela primeira vez na vida... compreende, se faz claro, como foi claro voar de vassoura... se torna simples.
Os olhos negros...
How can you see into my eyes Como você pode ver através de meus olhos
like open doors como portas abertas?
É como se um arrepio forte o percorresse... mas não era bruto ou violento como fora das outras vezes...
Não era violador.
Não, era quase doce, suave.
E o rapaz está igualmente surpreso.
Como isso aconteceu? Intimidade? Talvez?
Ou talvez isso seja o tal poder que Dumbledore tanto alardeia.
O fato é que nem Dumbledore nem Voldmort tinham ido tão fundo em sua mente... e nunca iriam nem perto da superfície sem esforço ou seu consentimento.
Não sabe o que sentir ao certo... ele lhe pega justo no mais íntimo dos pensamentos.
A própria culpa.
Então os olhos verdes se tornam levemente distantes... novamente o vidro frio.
Sim, Severo Snape... sexo, bom ou mau, não apaga o que você fez... sexo não apaga a covardia de não ter-se revelado antes e negado os sentimentos...
-Eu não o culpo.- disse Harry olhando o teto.- Não posso perdoar tudo... não posso, estaria mentindo se dissesse que perdoei tudo... só...
Ele lhe olha.
Não resiste, deixa que o os olhos verdes devassem sua perversidade... sua pretensão de ensinar, quando só feria... o prazer que sentiu ao tê-lo sob seus pés, ao vê-lo totalmente entregue...
E Harry sorriu.
-Você realmente não sabe.- ele disse sorrindo.
Sentiu o ar sair de seus pulmões em susto quando o rapaz montou em suas pernas e deixou mãos espalmadas sobre seu peito. Num único movimento lânguido.
-O que eu não sei?- perguntou fascinado pelo sorriso que o garoto lhe dera.
-Quando começou me amar... você sabe quando começou a me desejar...
Oh, aquilo era vergonhoso.
-Me desejava por raiva de meu pai...- a voz de Harry se tornara rouca...
Observa a tempestade de sentimentos que toma o garoto, o abraça...
Harry estremece.
-Você... você realmente desejava fazer tudo aquilo comigo?
A voz sumira na última palavra... sim, desejara fazer tudo aquilo com ele... desejara coisas terríveis.
-Sim, houve um tempo, em que desejei sim.
O segundo pensamento é captado da mente dele antes que a pergunta viesse, mas fatalidade das fatalidades a pergunta vem e tem obrigação de responder.
-Você...sente por mim... essas coisas, por causa... do meu pai?
Impossível dizer que não tivera ganas de mata-lo por parecer tanto com o pai... mas agora... deixa que a verdade fique bem clara... Harry pisca provavelmente compreendendo a resposta.
-Você gostava dela?
-Todos gostavam dela.
-Você a odiava por isso?
-Não... era jovem e tinha inveja... sua mãe era do tipo de pessoa iluminada... tinha um dom de fazer as pessoas sentirem-se bem... tinha o dom de amar eu acho... como você.
Harry fecha os olhos e acaricia sua face.
-Eu sei o que é se sentir excluído Severo, diferente, sei o quanto é ruim.
Sabe muito bem, que ele sabia, que passara por tudo aquilo... quando começara a ver o passado...ah... sim...
-Agora.- diz abraçando-o mais forte e o olhando intensamente.- Sei quando me apaixonei por você... mas fui tolo demais para perceber.
A imagem mental é muito forte, acaba suspirando.
-Sinto muito, só ter começado a amá-lo quando tirei a imagem de perfeição que você tinha de seu pai... acho que foi aí que comecei a vê-lo... como você mesmo, não como uma cópia dele.
Harry encosta a testa no seu peito.
-Eu sinto pelo que eles lhe fizeram Severo, sinto mesmo.
-Não tem porque sentir, você nem tinha a pretensão de ter nascido...
Levou um falso murro no ombro.
-Então eu fui pretensioso por nascer?
-Com certeza...- diz com um sorriso que ele não vê.-Menino impossível...
O silêncio caiu novamente, a noite parece eterna... continua afagando o cabelo eternamente arrepiado.
Tudo parece eternidade.Antes fosse.
-Quando você... se apaixonou por mim?
Os olhos verdes se ergueram novamente.
-Quando você me tomou.-ele o encarou.- Foi quando me apaixonei... você foi intenso... toda aquela noite foi intensa...
Algo havia ficado no ar, sente nos olhos verdes...
-Mas você me fascinou no primeiro dia... –ele corou.- eu era muito... criança... mas me senti nu quando você me olhou depois da seleção, você parecia... me odiar.
-E isso fascinou você?
-Sim... foi o único que parecia não me amar por algo que eu não entendia... parecia... cruelmente mais perto da minha realidade... Claro que eu não entendia... me sentia perseguido.
Deuses... ele já era mais maduro do que pensava.
-Quando começamos a oclumência... eu sentia um estranho misto de irritação e desejo de confrontar você... por mais humilhante que fosse, depois... quando recomeçamos... senti o desejo de...
Ele se cala, e os olhos se tornam tão opacos que é impossível de ler o que se passa... fica preocupado, então ele fica um tanto vermelho e baixa o olhar.
-Eu sentia um desejo enorme de saber como seria ouvir um elogio seu... eu nunca ouvira... agrada-lo se tornou uma obsessão... mas eu estava confuso.
O beija... sabe o que ele quer dizer, a oclumência fora uma experiência traumática para quem já havia sido possuído... e não facilitara nada a morte de Black e seus acessos de crueldade.
-Então você sabe... sobre o ministério... sabe... sobre...
Não devia ter pensado naquilo, a lembrança do último incidente era muito fresca.
-Isso já passou, não há o que ser feito...- tenta consola-lo.
-Mas eu tenho medo... que você também se vá.- ele diz parecendo aterrorizado com a possibilidade.
-Sim... eu sei... por isso...
-Nem pense e dizer o que pensou, não há como nos separarmos...- então a voz dele treme e ele arqueja.- Não... não... dá pra fazer isso de novo, não faça por favor... eu não suportaria passar por tudo... eu o amo... quero proteger você, mas...
-Eu não faria tal insanidade de novo... nem permitiria...- diz segurando o rosto dele e olhando firme nos olhos assustadiços.- mas talvez, tenhamos sim que nos separar... talvez, eu seja mandado embora, ou preso, a situação com Wiry não ficará impune... Não sei o que o diretor...
-O desgraçado... me estuprou! Eu queria que você o tivesse matado... se eu estivesse com minha varinha... eu o teria...
-Não...
-Ele era um deles...
-Eu fui um deles.
-É diferente... ele era louco, mau.
-Eu fui mau.
-Mas você desejou mudar... não?
É... desejara mudar... mas até chegar lá... não, nunca fizera aquilo...
-Eu devia ter matado aquele bastardo.- acabou rosnando.
-Dumbledore não vai fazer nada, ele tem que ajudar, ele vai.
-Eu não acompanho sua fé.
-Ele tem que ajudar... ele me deve... isso.
Melhor afastar os pensamentos sombrios, os olhos verdes se tornam novamente frios... aquele frio... aquele Harry que parece capaz de tudo... novamente o silêncio... agora marcado pelo bater dos corações acelerados e ansiosos.
-Faz quanto tempo?- a voz dele surge.
-Pouco... umas três horas.- diz suspirando.
Harry o olha surpreso.
Severo acaba sorrindo.
-Parece a eternidade não é?
-Poderia ser...
-Sim... quisera fossemos deixados em paz pela eternidade.- desejou fechando os olhos e descansando a cabeça no travesseiro, já que seu pescoço estava dolorido.
-Severo?- escuta-o dizer enquanto pousa novamente a cabeça em seu peito.
-Hum?
-A última lembrança... você vai me devolver?
Ergue a cabeça e o fita espantado.
-Como sabe que eu...
Harry sorri...
-Eu não lembrava direito daquela noite... mas quando falei nela... seus olhos me mostraram algo...
Sim... a lembrança que estava lá em sua própria mente.
-Você nunca me abandonou de fato... você carregou um pedaço de mim o tempo todo.- Harry disse.
-Quando você disse isso achei que era... o elo...
-Você sabe que o elo era fácil de quebrar... e que um feitiço desses não teria um grande efeito sobre mim...
-Convencido.-disse novamente se deixando apoiar a cabeça no travesseiro sorrindo.
-Você realmente parece outra pessoa quando sorri... e sim... eu o acho um homem muito atraente... e um bruxo muito poderoso.
Abre os olhos e fita o teto.
Aquela sensação de prazer e desolação lhe tomando conta... prazer por saber o quanto é para Harry, desolação de não ser capaz de dizer palavras doces...
Sempre fora um homem de língua ferina.
Um som na sala o faz pular, fazendo Harry cair de costas, felizmente na cama.
-Vista a camisola e se ajeite na cama.- diz baixo agarrando a varinha.
Harry agarra o tecido e puxa para si, enfiando os pés sob a coberta, fechando febrilmente os botões da veste, pelo menos os primeiros, Severo havia colocado o roupão e transfigurado em uma veste negra, era espantoso como seus movimentos pareciam calculados, embora, soubesse pelo olhar o quanto ele estava nervoso.
Do mesmo jeito, enfiou-se sobre a coberta, observando como Severo havia solto os cabelos que com um gesto da varinha penderam pesados sobre seu rosto.
Ele parecia novamente o opressivo professor de poções...
Era a máscara.
Agora entendia bem que aquele olhar frio, aqueles cabelos e a língua maldosa, eram a máscara dele.
A máscara que ele lhe mostrara agora.
Severo deixou uma sombra de sorriso passar pela face novamente fria quando o olhou, Harry apenas ajeitou-se na cama e fechou os olhos.
Sentiu algo e percebeu-se limpo... Severo pensava em tudo... alguém batia na porta.
-Um momento.-diz ele.
Pelos olhos entrecerrados vê apenas Severo agarrar o frasco com o ungüento e a toalha com que limpara a mão antes.
E vai até a porta.
Harry cerra os olhos de modo leve... não vale o teatro todo se parecer apertar os olhos... tenta respirar devagar... como se estivesse dormindo.
-Como ele está?-a voz lhe chega abafada.
-Descansando.- diz Severo.
-Gostaria então de conversar?
-Pode entrar, Alvo, sente-se... ainda estou tomando algumas providências... ele está dormindo.
-Certo...
Sabe que ele o fez para que pudesse escutar... mas Alvo Dumbledore... Harry tem que se controlar para não sentar e encarar o velho bruxo.
Escuta o som da cadeira e sente Severo sentar ao seu lado, passando um pouco do ungüento em seu rosto.
-O que será feito... Alvo...
-Devo informar que Bernardo Wiry morreu.
Foi involuntário, Severo ergueu-se completamente surpreso.
-Morto?- acabou perguntando abrindo os olhos.
-Sim, Harry morto.
-Alvo eu...
Dumbledore o olhou.
-Oh, rapazes, não... Severo, não, não foi a sua maldição.
-Como?
-Ele chegou a voltar a consciência... ainda que completamente fora de si... ainda tinha esperanças de cumprir sua missão quando o veneno fez efeito... parece ter sido uma garantia.
-O Lorde das trevas tem usado pactos de morte com seus servos mais jovens...-Severo disse sentando-se.
Dumbledore olhou para Harry.
-Como se sente Harry?
-Como acha que me sinto?- perguntou frio.
-Não posso compensa-lo por minhas falhas... não posso compensar nenhum dos dois pelos caminhos que acabamos por tomar...
-Com certeza.- disse Harry involuntariamente apertando a mão de Severo.
-Vejo que Severo resolveu por fim devolver suas memórias.
-Alvo...- dessa vez a voz de Severo tornou-se mais séria.
-Eu já andava pensando muito sobre isso... novamente não creio que desculpas simplesmente apagariam o mal feito... a vocês dois.
-Com certeza... desculpas não apagariam o que passamos.- Harry disse encarando o diretor.
-Assim imaginei.- disse Alvo com um ar cansado.
Rony e Hermione estavam sentados na arquibancada do estádio... o vento fazia as roupas se agitarem, apesar do sol estar firme no céu.
Ambos estavam tensos... ambos estavam novamente esperando...
Hermione ainda estava abalada ao saber que Bernardo Wiry estava infiltrado na escola e havia atacado Harry... ele estivera sempre tão perto...
Rony ainda se perguntava se Harry estava bem e porque não o deixaram ir vê-lo...
Então um som na escada da arquibancada os fez olhar para trás.
Ele foi se aproximando devagar com as mãos nos bolsos da veste. Parou na beira da arquibancada e olhou para baixo.
-O campo está perfeito...- Harry disse.- Pena não ter mais jogo.
-Podemos dar uma volta depois... não temos mais aulas...- disse Rony com um sorriso.
Harry apoiara-se de costas para o campo e olhara seus dois amigos.
-Acho que... precisamos ter uma conversa bem séria.
-É... acho... que você tem muita coisa, pra dizer pra gente não é?- perguntou Hermione tensa.
-É tenho.
Rony havia passado a mão no cabelo de modo nervoso e Hermione levou a mão a boca uma, duas vezes antes de coloca-las espalmadas sobre os joelhos.
Harry dirigiu-se a Rony.
-Eu pretendo casar com Snape em breve.
-Ah...- Rony abriu a boca...- Ah...
-A sua memória...- Hermione começou muito baixo.
-Então... você é gay... mesmo...- Rony suspirou.- tá então... certo... já escolheu a data?
Hermione encarou o amigo e Harry sorriu para Rony.
-Ainda não... Severo me devolveu minha memória... – disse olhando para Hermione.- o que vocês sabem sobre a morte de Bernardo?
-Ele tinha algo... um veneno no sangue... provavelmente para não ser capturado...bom, Tonks comentou que não foi o primeiro caso... quando vieram buscar o corpo...
-E sobre a missão dele?
-Nada... não sabemos muita coisa... só que ele te atacou.
-A missão era me seqüestrar... – disse e ergueu o rosto para o céu.- Eu... – Se aproximou dos amigos e agachou-se em frente dos dois.- Posso ser muito sincero?
-Claro cara.- disse Rony engolindo em seco.
-Eu fiquei muito decepcionado com você Mione... não porque acatou as ordens... mas porque não confiou em mim... sei que você agiu pensando em meu bem... mas você... você contou o que eu havia confessado pra você, num momento em que eu estava com problemas.
-Eu sei... eu fui tão intrometida Harry, sinto muito.- disse ela com lágrimas nos olhos.
-Mas eu sei que o que fez foi pensando no meu bem... eu sei certo?- disse secando uma lágrima dela.-eu fiquei magoado... mas entendi certo?
E olhou para Rony.
-Eu sei... agi como um idiota...
-Não...-Harry disse olhando o amigo.- Eu peço desculpas por não confiar em você... eu não consegui ter coragem de assumir o que queria para você... você sempre foi mais que um amigo... pra mim você é família... você é realmente um irmão pra mim... eu tive medo que você não aceitasse o que eu sou...
Rony estava muito quieto...
-Porra... agora que você se assumiu vai querer que eu chore feito uma menininha?- disse piscando muito rápido.
Harry riu.
-Você também é meu irmão.- disse Rony o abraçando.- Só não dê em cima de mim...
-Eu sou comprometido lembra?
-Tô tentando esquecer...
Os dois quase foram estrangulados por uma Hermione soluçando que os abraçara de modo apertado.
-Nós somos três antas sabia?-Hermione soluçava.
-O que é uma anta?- perguntou Rony.
-Rony!
Harry riu... enquanto Hermione encarava o ruivo de forma indignada.
-Só... não comentem nada a ninguém... só vocês dois e Dumbledore sabem sobre eu e Severo.
-É muito estranho ver você falando assim.- disse Rony.
-É, eu sei.- disse de modo divertido... Dumbledore disse que vai falar... com McGonagall... e bem, eu mesmo quero falar com Lupin... não sei como ele vai reagir.
-Conte com a gente se precisar.- disse Mione.
-Imagino que vou precisar muito quando for oficial.- ele disse se levantando.- Ah... que tal uma ida á cozinha? Quero acalmar o Dobby e bem... tomar o café.
-É pra já, falou a minha língua... tão demorando porquê?- disse Rony se pondo de pé.
Hermione somente rolou os olhos, mas se pôs de pé com um enorme sorriso... seguindo os dois rapazes.
Enquanto subia as escadas, achou que ouvia um crocitar de corvo... mas não deu muita importância.
Passou pela porta e a fechou, dizendo o feitiço para tranca-la.
Deixou a capa escorregar pelos seus ombros, observando a figura recortada contra o céu rosado do entardecer...
-Não devia tirar a capa, alguém pode nos ver.
-Besteira, a maior parte do colégio está jantando... –disse se aproximando.- e se tiver alguém lá embaixo não vai conseguir ver direito.
-Mas se usar um oinóculo...- ele o olhou.
-Paranóico... Severo, você está muito paranóico... o ano letivo acabou... pode relaxar...- disse e sorriu.
Os olhos negros se reviraram e ele murmurou algo como "grifinórios são otimistas..." mas Harry se aproximou e encostou-se nele... erguendo o braço para abraçá-lo pela cintura.
-Estranho te ter tão perto e praticamente não tocá-lo.- disse.
-Ainda temos um ano letivo pela frente.- disse ele.
-E as malditas férias de verão... como eu as odeio.
-É algo inédito vindo de um estudante.
Harry sorriu e ergueu o rosto encarando o perfil dele contra o céu que escurecia muito devagar.
Severo o olhou.
Não precisavam de muitas palavras quando se olhavam assim... e Harry ainda sentia o coração acelerar-se ao ver qualquer sombra de sorriso genuíno no rosto dele. Por mais obstinado que ele fosse em não se revelar tanto.
-Irei visitá-lo...
Sabia que havia arregalado os olhos de modo incrédulo.
-Em nome da Ordem.- ele completou em censura.
Harry acabou sorrindo torto...
-Tenho certeza que meus tios ficarão encantados...
-Ah, sim... eles vão ficar.. enfeitiçados.
Severo tinha um olhar... maldoso.
-Não se preocupe...-ele emendou.-Não é bem com eles que pretendo ocupar meu pouco tempo livre.
-Verdade?
-Não comece a ter idéias agora.
-É sua culpa se começo a ter idéias.
Harry surpreende-se ao ser pego num abraço forte, os olhos negros o devassam, acaba gemendo sem querer.
-Então... melhor remediar minha culpa.
O beijo é possessivo, e sente-se desmanchar-se nos braços dele.
O vento açoita-os com as vestes, e a luz diminui a cada segundo.
O verde e o negro se fundem em desejo sob aquele pôr-do-sol cheio de promessas...
O desejo esperançoso dos dois amantes sob um crepúsculo púrpura.
Fim? HAHAHA! No claro que no... na minha mão o destino de Harry é sofrer e Sevvie também... continua em .Sob.um.Amanhecer.Dourado. Aguardem... um Mpreg Angstésimo!
