Capitulo Três – Invadindo Dormitórios Alheios
Enquanto esperavam a sala comunal esvaziar-se para que assim pudessem ir até o dormitório dos garotos sem serem percebidas, passaram o tempo lendo o Semanário das Bruxas e ouvindo Lua e Sol contarem as fofocas sobre o que aconteceu no passeio a Hogsmeade. De dez em dez minutos uma garota do grupo descia as escadas espirais para observar se ainda havia alguém na sala comunal.
- Finalmente, Larissa e Albert resolveram parar de se agarrar e foram se deitar! – informou Ingrid.
- Chegou a hora, meninas! – avisou Lílian, sentindo borboletas voarem em seu estômago.
As garotas saíram do quarto com os pés descalços para não fazerem muito barulho. Todas estavam com suas varinhas em mãos sob o feitiço lumus. Passaram pela deserta sala comunal e subiram as escadas espirais que davam para os dormitórios masculinos. Passaram pelo patamar do primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto e finalmente chegaram ao patamar do sétimo ano.
- Então, qual é o quarto dos garotos? – perguntou Sol.
- Eu não sei – respondeu Lily sem jeito.
- O QUÊ? – gritou Anne. – O quê? – sussurrou em seguida depois de ouvir os vários PSIU que as meninas fizeram. – Eu não acredito! Você sabe que ele dorme do lado do pomo e não sabe qual é a droga do quarto?
- É... Mas foi por isso que chamei vocês! Vejam: neste andar existe cinco quartos. Nós estamos em cinco, então se nos separarmos nós encontraremos o dormitório do Potter em menos tempo do que eu levaria procurando sozinha.
- Ok – falou Lua já abrindo a primeira porta com um grande letreiro onde se lia ALUNOS DO SÉTIMO ANO. Após constatar quem estava no cômodo, fechou a porta e ficou pálida. – Merlin! Merlin! Merlin!
- Eles estão ai? – perguntou Lílian ao fechar sua porta; eles não estavam nesse quarto.
- Merlin! Merlin! Merlin!
- Minha irmã ficou abobalhada! – concluiu Sol, aproximando-se dela. – Deixe-me ver este quarto. – Ela abriu a porta e, após dar uma longa olhada lá dentro, fechou rapidamente. – Merlin! Merlin!. Ô, Merlin!
- Céus! O que tem nesse quarto? – perguntou Lílian começando a se zangar e, ao ver que nenhuma das duas responderia, disse: - Ingrid, vá lá dar uma olhada.
- Eu não! Não estou a fim de ficar abobalhada como elas! Vá você!
- Ei, nem olhem para mim! – disse Anne.
- 'Tá, 'tá, eu vou lá dar uma olhada!
Lílian abriu a porta, olhou para dentro do quarto e, então, teve que segurar um gritinho.
- O que é, Lily? O que tem lá dentro? – perguntou Ingrid.
- Se você falar, Merlin, eu juro que te espanco – ameaçou Anne.
- Gean, o goleiro da Grifinória... ele está dormindo aí.
- E o que isso tem de mais? – perguntou Anne.
- Ele dorme nu – falou Lua, finalmente recobrando a fala.
- Sério? Ah, isso eu quero ver! – disse Ingrid se aproximando da porta seguida por Anne.
- Não! Meninas, nós estamos aqui para outra coisa! – disse Lílian se pondo em frente à porta.
- Chata! - resmungaram Anne e Ingrid.
- Prometo que depois que pegarmos o pomo vocês podem voltar aqui e olhar, mas agora precisamos descobrir qual é o quarto certo.
- Ah, isso é fácil – falou Ingrid. – É aquele ali. A última porta. É a que eu tinha aberto, mas não disse nada, pois queria saber o que estava acontecendo com Sol e Lua.
As meninas sussurraram "nox!", e suas varinhas se apagaram. Seguiram para a porta que dava no quarto. Lílian e suas amigas entraram no cômodo andando pé ante pé para não fazerem barulho. A bruxa procurava pela cama de Tiago. Ao encontrá-la – era a cama do meio, entre a cama de Sirius e a de Remo -, foi direto para o criado-mudo, onde encontrou os óculos do garoto e a tal caixinha de madeira aonde jazia o pomo. Pegou a caixa e acenou para as garotas vitoriosa. Anne foi abrir a porta novamente para elas saírem, mas um rangido saiu da porta. Todas prenderam a respiração. Tiago mexeu-se da cama e viu Lílian.
- Não acredito... estou tendo alucinações.
A bruxa respirou aliviada. Logo o garoto dormira novamente .Graças a Merlin ele achou que fosse uma ilusão.
- Bem, pelo menos é uma alucinação boa – Tiago, ainda deitado, segurara Lílian e a colocara delicadamente na cama.
O garoto começou a beijá-la. E a bruxa deixou, ficou com medo de que se fizesse algo de errado poderia acordá-lo. E, principalmente – embora ela não quisesse admitir – deixou que ele a beijasse porque estava gostando.
- Meninas! – cochichou Lua. – Não acham que devíamos fazer algo?
- Não podemos – respondeu Anne. – Qualquer coisa que façamos poderá acordar ele e, conseqüentemente, todos os outros desse quarto.
- Além disso, acho que ela está gostando – observou Sol. – Se ela não quisesse, já teria jogado-no no chão ou feito algo similar.
Ingrid abriu mais a porta, dessa vez sem fazer rangido, e saiu. Anne foi atrás dela.
- Aonde você vai?
- Vou voltar para o meu quarto, mas antes darei uma passada no quarto do Gean.
- E Lílian? Você vai deixá-la sozinha?
- Se tivermos um pouco de vergonha na cara, sim – respondeu Sol, acompanhada por Lua, que haviam acabado de sair do quarto. - Não vejo utilidade alguma para nós no momento. Agora só depende da Lily.
- É, Sol está certa; não podemos fazer nada. Se Lily for sutil, ela consegue sair de lá sem acordar ninguém – disse Anne.
- Então, quem quer ir até o quarto de Gean? – perguntou Ingrid dando um fim àquele assunto.
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Os beijos de Tiago foram ficando cada vez mais intensos. As mãos do garoto começaram a aventurar-se pelo corpo da bruxa que, sem esperar esta reação do garoto, se assustou e acabou soltando a caixinha com o pomo. A caixa caiu no chão, sua tampa se abriu e de lá o pomo saiu voando pelo quarto.
- Lily? – perguntou surpreso o bruxo. – Eu achei que fosse um sonho...
- O que você está fazendo aqui? – perguntou Pedro ainda com os olhos semi abertos.
Remo levantou-se e acendeu as luzes. Lílian saiu da cama de Tiago, púrpura de vergonha, tentando minimizar o amarrotado de sua roupa com as mãos. Pedro estava em estado de choque, permanecendo com a boca aberta; Sirius gargalhava; Remo a olhava, surpreso; Tiago a observava, sem conseguir esconder a sua alegria; e Christian Thomas – o quinto garoto a dividir o quarto -, continuava a roncar na sua cama; ele sempre tivera um sono muito pesado.
- Quem diria, a senhorita Lílian Evans atacando meninos inocentes durante a noite! – riu Sirius.
- Eu... eu não estou atacando ninguém, Sirius! Se eu tivesse essa intenção, não teria vindo para cá com minhas amigas – respondeu a bruxa procurando pelas amigas, que não estavam mais lá.
- Eu não estou vendo amiga nenhuma – falou Tiago com um sorriso malicioso no rosto.
- Mas... elas estavam aqui. É sério! – replicou a bruxa vermelhíssima.
- Tiago, seu pomo – Remo apontou para o teto do cômodo.
Lá estava o pomo, voando tranqüilamente em cima de um dos armários. Tiago e Lílian se entreolharam e, como se tivessem lido um o pensamento do outro, foram tentar capturar o pomo.
Lílian correu até o armário, esticou a sua mão, sentiu as assas do pomo baterem e, quando ia fechar a mão, Tiago a segurou pela cintura a afastando do pomo que, com aquela confusão, acabou voando para outro lugar, mais especificamente para cima da cama de Christian Thomas.
Tiago e Lílian correm até a cama do bruxo. Lílian subiu na cama seguida por Tiago e ambos deram um salto ao mesmo tempo, o que fê-los cair rolando no chão, e então Lílian se levantou triunfante com sua mão fechada, sentindo as asas do pomo baterem numa tentativa inútil de fuga.
- O que foi? – perguntou a bruxa ao ver que todos que estavam presentes no quarto – com exceção de Christian que ainda dormia -, a olhavam atônitos.
- Você pegou o pomo! – informou Pedro.
- Eu sempre pego o pomo! – disse Tiago numa mistura de derrota e orgulho.
- Pontas, você tem razão: Lílian é a tampa da sua panela! – concluiu Sirius. – Veja só: os dois são ótimos apanhadores!
- Ela é uma espécie de Tiago em versão feminina – brincou Remo.
- Parem com isso! E não me xingue, Remo!
- E o que tem de ofensivo em alguém lhe comparar comigo?
- Você... você... ahhh!... o pomo em troca do Tiago! – os bruxos riram. – Er... quero dizer... o pomo em troca do antídoto! – disse a bruxa com a mão trêmula.
- Eu tenho uma proposta melhor: o pomo por um beijo – Tiago aproximou-se de Lílian.
- NÃO se atreva! – disse dando três passos para trás.
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- Eu não acredito que você disse "o pomo em troca do Tiago"! – riu Ingrid.
- Eu é que não acredito! Não acredito que vocês me deixaram num quarto com cinco meninos sozinha! – brigou Lílian enquanto secava seus cabelos ruivos.
- Em primeiro lugar, os cinco garotos estavam dormindo quando a deixamos lá e, em segundo lugar, não queríamos atrapalhar o que vocês estavam fazendo – riu Anne.
- Gente, eu não podia fazer nada! Se eu o jogasse para longe ele acabaria acordando...
- Lily, por favor! Que historinha, hein?
- É a pura verdade, Anne!
- Lily, não adianta nos convencer do contrário. Enquanto você estava no quarto dos meninos, estivemos conversando e todas nós chegamos à conclusão de que você gosta de Tiago – informou Sol.
- Na verdade, há tempos estamos desconfiadas disso, mas só agora resolvemos debater sobre o assunto – falou Anne.
- Opa, dêem um tempo! Eu e Ingrid discordamos totalmente disso. Lílian, até pensei em te ajudar, mas isso acabaria acordado a todos os outros... Eu acredito que você tenha aceitado os beijos de Tiago para evitar acordá-lo e mais, digo que Lílian não gosta de Tiago, e sim de Luan! – falou Lua.
- Ah, interessante! Quer dizer que, enquanto passo maus bocados no quarto de Tiago, vocês ficam aqui, no dormitório, debatendo sobre a minha vida amorosa? Belas amigas eu arranjei! – ironizou.
- Sinceramente, Lily, eu não sei por que você não assume logo que gosta dele! – revoltou-se Anne.
- Talvez, ela não assuma porque ela não goste dele! – rebateu Lua.
- Meninas! Parem de mudar de assunto! Eu quero saber como terminou essa história! – ordenou Ingrid. – E então, Lily, depois que Tiago sugeriu a troca do pomo por um beijo, o que aconteceu?
- Bem, eu me afastei dele e ia sair do quarto levando o pomo – eu estava tão atrapalhada que resolvi sair de lá; não conseguiria negociar nada. Então, Remo bloqueou a porta dizendo que eu não sairia assim, ilesa, e... Disse-me que ia me dar uma detenção!
- Que injustiça! – exclamaram em uníssono.
- Eu sei disso! Mas ele disse que eu tinha que receber uma punição, pois eu ia "pegar emprestado um objeto alheio sem autorização". Daí eu me revoltei e disse que só ia fazer isso porque Tiago fez aquilo com o meu cabelo! Disse também que se fosse para receber uma detenção, Tiago também teria que receber uma, afinal ele tem mais culpa do que eu nessa história! E então... – suspirou derrotada –, Remo usou um ótimo argumento: ele não poderia punir Tiago por algo que supostamente fez sem nenhuma prova concreta (neste momento senti um ódio profundo por Remo. Poxa, ele sabe melhor do que todos nós que foi Tiago o responsável pela anormalidade do meu cabelo! Tudo isso para que eu não saísse com o Luan) e que, por outro lado, ele tinha todo o direito de me punir já que fui pega em flagrante! E, se tudo isto não bastasse, Potter se aproveitou da minha revolta e da minha distração, se aproximando sem ser percebido, para pegar o pomo. Daí Tiago e eu começamos a brigar pelo pomo até que ele conseguiu tirá-lo de minha mão. Depois disso eu comecei a discutir com ele...
- Para variar... – comentou Anne.
- E, no meio da discussão, Remo me aconselhou a procurar a professora Mazurca, o que deixou Tiago furioso – percebi isso ao ver o olhar malevolente que ele lançou a Remo. Quando eu disse que não ia fazer isso porque... bem, o motivo é óbvio, não? Ela só gosta de sonserinos e provavelmente riria de mim e depois, se ela estivesse de bom humor, pensaria se me dava ou não o antídoto... Enfim, Tiago parece que gostou da minha resposta e disse que só me daria o antídoto se eu terminasse com Luan.
- Você falou que terminou com ele? – perguntou Lua curiosa.
- Sim. E ele a princípio não me levou a sério, dizendo que isso era um truque só para ele dar o maldito antídoto. Foi aí que eu fui obrigada a contar como brigamos. Tiago ficou feliz da vida, então pegou a tal poção que estava no armário dele e me deu. Eu fiquei com tanto ódio depois disso! O infeliz teve a ousadia de me avisar que se amanhã eu quisesse "visitá-lo à noite", que eu aparecesse mais cedo porque ele teria que estar descansado para segunda-feira, já que as aulas recomeçariam! Ele é tão... tão arrogante! Dá para vocês pararem de rir?
- Desculpe, Lily – desculpou-se Sol. – Mas você tem que concordar que é engraçado. Enfim – encerrou o assunto ao ver o olhar de censura que Lily lançou -, você sabe qual será a sua detenção?
- Amanhã procurarei Remo e ele me informará. Antes disso ele tem que deixar a Profª. McGonagall a par de tudo – respondeu a garota tristemente e sem conseguir disfarçar a cor avermelhada que surgia em seu rosto. As aulas de transfiguração seriam totalmente desconfortáveis para ela, afinal a professora saberia que a bruxa se "deitara" com Tiago Potter.
- Bem, veja o lado positivo – Lua, tentou confortar. – Pelo menos você conseguiu voltar a ter o seu cabelo ruivo.
É... a fic tem pontos absurdos? SIM.
Mas... céus... é uma comédia e comédias tem esse tipo
de coisa – não que alguém tenha reclamado. Só para evitar
futuras criticas.
