Capítulo Oito – Missão: Separar Luan Rogger e Lílian Evans

- Ei! Ei! Acordem! - gritou.

- Ah, por favor, Tiago, dê-me só mais cinco minutos! – falou Sirius virando-se para o outro lado da cama.

- Última chance: acordem ou eu serei obrigado a usar o Tarantallegra!

- E quem é que está dormindo? - perguntou Pedro se levantando da cama assustado.

- Tiago, eu espero que seja algo importante - disse Sirius mal humorado.

- Cadê o Christian? – observou Remo.

- Está no Salão Principal. Foi um trabalho árduo, mas finalmente, depois de muitas tentativas, eu consegui acordá-lo; usei o feitiço Tarantallegra e, quando ele acordou, ou seja, uns dez minutos depois que eu lancei o feitiço, disse-lhe que nosso despertador tinha quebrado e que estávamos atrasados. Mal sabe o coitado que na verdade ele não está atrasado e sim adiantado. Mais especificamente, Christian está uma hora adiantado! Enfim, não os acordei para falar sobre a proeza de ter conseguido acordar Thomas, e sim para dizer que pensei numa maneira de Lílian terminar com Luan.

- Tiago, você por acaso dormiu hoje? – perguntou Sirius.

- Não! Fiquei o resto da noite tentando elaborar um plano.

- Fala logo desse maravilhoso plano! – disse Remo zombeteiro.

- Certo. O que é que um casal de namorados mais teme? Traição – Tiago respondeu a sua própria pergunta animado.

- Genial! Agora me conte o que faremos para que esta traição aconteça?

- Vai me dizer que vamos jogar uma garota em cima do Luan e fazer com que Lílian os veja! – disse Sirius irônico.

- Hum... Tecnicamente este é o meu plano - admitiu sem graça.

- Eu não acredito que você não dormiu para elaborar um plano desses! – riu Remo. – Nenhuma garota irá topar uma coisa dessas. Por mais que a garota possa gostar, ou amar, o Luan, ela não nos ajudará nisso, pois sabe que ele é apaixonado por outra e, além disso, ele nunca irá perdoá-la.

- Talvez Remo esteja certo, mas ainda há uma alternativa: podemos usar a Poção Polissuco. Então um de nós – temos que escolher qual -, dará em cima do Luan – sugeriu Pedro. - Ei... por que vocês estão me olhando desse jeito? Oh... não, não, não! - falou o bruxo quando finalmente percebeu o que os amigos pretendiam fazer o que ele sugerira.

- Pensando bem, a idéia da Poção Polissuco é boa, mas não a usaremos. – Pedro suspirou aliviado. – Acabei de me lembrar que esta poção demora um mês para ficar pronta. Até lá Jim e Gabriely já terão nascido!

- Tiago, quem são Jim e Gabriely? - perguntou Sirius.

- São os gêmeos, filhos de Luan e Lílian.

- Céus! Tiago, eles estão namorando há menos de uma semana! Só se Lílian fosse um coelho para dar a luz no mês que vem! – falou Remo. – Cara, como eu sou idiota. Fico aqui perdendo o meu tempo discutindo com um maluco!

- Bem, talvez essa coisa de Jim e Gabriely seja um pouco de exagero... – disse Tiago recuperando a sanidade. – Em todo caso, a idéia da traição é boa e temos que usá-la. Bem, já tenho tudo planejado: Sirius, você terá que convencer Sol a entregar o bilhete que irei escrever para Luan. Sabe, para que ele pense mesmo que foi Lily quem mandou. Sol entregará o bilhete na hora do almoço. Luan lê o pergaminho e vai ao local onde a suposta Lílian marcou o encontro: a sala de Binns. A sala dele é ideal, pois Binns não dá atenção para seus alunos, portanto, se ele resolver aparecer em sua sala antes do final do horário de almoço, ele não notará nossa presença e, se notar, pensará que somos alunos que chegaram antes do horário para obter um bom lugar. Eu fico segurando Lily na estufa onde teremos aula de Herbologia, que é a nossa última aula antes do almoço. Depois de uns dez minutos, arranjarei uma maneira de levá-la até a sala de Binns e ela verá a garota e Luan numa situação comprometedora. Pronto. Lílian estará novamente livre.

- Idéia genial, Tiago! Mas, você se esqueceu de um detalhe: a garota – lembrou Pedro.

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- Lily, acorde – cutucou Sol.

Apesar de ter passado a madrugada quase toda com Sirius, Sol não perdeu a hora; não conseguiu dormir. Ficou lembrando do encontro com Sirius, lembrou do quão educado ele fora ao não reclamar e agüentar as pisadas que ela deu. E se perguntara o porquê de Sirius não ter lhe dado um beijinho sequer.

Bem, Sol só aceitara sair com Black pois o acha atraente, engraçado e, principalmente, por estar curiosa - queria saber o que esse bruxo tem que deixa a maioria das garotas loucas por ele. Sol conseguiu o que queria, descobriu exatamente o artifício de que Sirius de utilizava para fazer com que tantas garotas se sentissem tão atraídas por ele: ser ele mesmo, Sirius Black. A bruxa tinha certeza de que o garoto não estava atuando ou tentando impressioná-la, ele apenas estava sendo o Sirius, e isso foi o suficiente para que a bruxa ficasse fascinada e perdesse suas restantes e preciosas horas de sono pensando nele.

- Ah, Lily, vê se toma o café-da-manhã conosco! – pediu Anne. – Faz alguns dias que você nos abandonando para ficar com Luan.

- Ciúmes, Anne? – perguntou Ingrid. – Deixe a garota aproveitar o namorado dela!

- Não é ciúme... E quem foi que disse que Lily está namorando ele? – rebateu.

- Por favor, meninas! Dêem uma folga a Lily. Ela acabou de acordar e vocês já estão falando sobre isso – pediu Lua.

- Obrigada, Lua. E não se preocupe, Anne, eu ficarei com vocês.

Quando as garotas terminaram de se arrumar, desceram as escadas em espiral e encontraram a sala comunal praticamente vazia - havia alguns primeiranistas conversando, alguns quintanistas terminando a redação que a professora de poções pedira e... Sirius.

Assim que Sol pousou seus olhos em Sirius e viu que ele a observava, seu coração disparou. Ele está me olhando de uma maneira como se quisesse dizer algo... Ele está querendo falar comigo!, pensou a bruxa.

- Oh, droga! – praguejou. – Esqueci o meu tinteiro! – disse quando ia passar pelo Retrato da Mulher Gorda com as amigas.

- Vai logo pegar! Nós te esperamos aqui. – disse Lua.

- Não, não, podem ir. Talvez eu demore muito para encontrá-lo... hum... Nos vemos no Salão Principal.

- Bem, se você quer assim – disse Anne.

Quando a entrada da sala comunal se fechou na sua frente, Sol deu meia volta e caminhou até Sirius, ainda não acreditando que conseguiu fazer com que suas amigas acreditassem naquela desculpa esfarrapada de procurar o tinteiro.

- Preciso falar com você.

- Eu sei. Quero dizer, eu percebi – corrigiu-se ao ver a expressão confusa no rosto do outro. – Pode falar.

- Não com eles aqui – disse o bruxo mostrando a Sol os poucos alunos que estavam na sala comunal. – Venha, vamos até o meu quarto – ao dizer isso, Sirius começou a caminhar, parando segundos depois ao perceber que não era seguido e que Sol permanecia imóvel no mesmo lugar onde estivera desde o começo da conversa, apenas o encarando com uma cara indecifrável. – Escute, eu não vou te agarrar lá em cima ou coisa do gênero! Quero dizer – começou o bruxo com um olhar malicioso –, se você quiser... – parou de falar ao ver que se terminasse de fazê-lo, a garota certamente não subiria com ele. – Não farei nada! Dá para você parar de desconfiar de mim, parar de achar que sou um psicopata estuprador, pelo menos por alguns minutos! – pediu o bruxo irritado ao se aproximar dela.

- Desculpe.

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- Eu me recuso a fazer isso! – exclamou Sol quando Sirius lhe contou sobre o plano de Tiago.

- Mas você mesma disse que preferia que Lílian ficasse com Tiago! – replicou o bruxo.

- Sim, e ainda prefiro, mas não quero que eles fiquem juntos graças a uma armação! – rebateu.

- Não é bem uma armação... – falou Sirius balançando as mãos como se de alguma forma aquilo pudesse ajudar a bruxa a compreender. – E uma espécie de teste da fidelidade. Será bom para Lílian descobrir se Luan realmente gosta dela.

- Hum... – fez a bruxa pensativa. – Vendo por esse lado... bem, vamos ver se o Luan gosta mesmo da Lily. Cadê o bilhete?

- É assim que se fala! – disse Sirius animado, tirando um pedaço de pergaminho do bolso de suas vestes e entregando à garota.

- Nossa! Está tão borrado que quase não consegui ler a mensagem – comentou a bruxa depois de ler o conteúdo do pergaminho.

- Mas esta é a intenção. Dessa forma, Luan não conseguira notar que a letra não é da Lily. Er... e então, você vai mesmo nos ajudar?

- Eu já disse que irei, embora tenha medo de que Lily venha querer me matar depois.

- Ela não irá te matar – garantiu Sirius. – Eu já pensei nisso. Veja bem, você pode falar para Lílian que, quando voltou para pegar o seu tinteiro, você me encontrou e eu lhe pedi para que entregasse o bilhete a Luan (o que não deixa de ser verdade), e que você nem imaginava o conteúdo desse bilhete. Fale que o pergaminho foi escrito com uma espécie de tinta cujo só o destinatário poderia lê-la, ou então diga que havia um lacre e que você não poderia rompê-lo, pois seria uma tremenda falta de educação ler coisas alheias. Enfim, pode inventar. Pode me culpar; eu assumo a culpa, só não quero que você se dê mal nisso tudo.

- Hum... ok – disse Sol e, em seguida, caminhou até a porta do dormitório.

- Espere! – a bruxa olhou para trás e viu Sirius abrir um dos cinco malões, que estavam no quarto e pegar um objeto. – Fique com isto, você precisará de um tinteiro. Ah, e tinteiros têm a desagradável mania de saírem rolando e ficarem alojadas debaixo da cama.– Sirius deu uma piscadela marota e saiu do dormitório deixando para trás uma bruxa deslumbrada.

Por que ele tem que ser assim tão gentil, atencioso? Ele ouviu a desculpa que dei para minhas amigas e me ajudou a mantê-la... E, principalmente, por que ele é tão... fofo? Droga, Sol, se controle! Você NÃO pode gostar dele! Lembre-se: ele é Sirius Black, o terror das mulheres!

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- Sol?

- Ah? O que foi, Lily?

- Er... nada, só que, se você não sair de cima do vaso, eu não conseguirei colocar adubo nele – disse Lílian, que estava segurando uma boa quantidade de bosta de dragão com suas mãos calçadas com luvas de couro.

- Desculpe. Espere um pouco, já estamos em herbologia? Nossa! Hoje as aulas passaram bem rápido!

- Talvez – começou a outra enquanto misturava o adubo com a terra -, as aulas tenham passado rápido demais, pois você ficou a maior parte delas dormindo! Sol, por que você não dormiu à noite? E nem me venha dizendo que dormiu – disse a bruxa lendo os pensamentos da amiga -, pois esse seu sono e essas olheiras enormes te denunciam!

E se eu contasse a verdade para Lily? Ela é compreensiva, certamente entenderia que só sai com Sirius por curiosidade...

- Er... vejo que não posso te enganar. Não dormi esta noite porque tive um pesadelo horrível e fiquei com medo de voltar a dormir e voltar a ter pesadelos – mentiu.

Bem, talvez Lily me entendesse, ou talvez não. Melhor não arriscar, afinal, só foi uma noite mesmo.

- Poxa... que chato. E como foi esse pesadelo? – quis saber a bruxa.

- Não me lembro.

- Então, por que você teve medo de dormir novamente e, novamente, ter o sonho ruim, se você nem se lembra como era o pesadelo? – perguntou Lílian confusa.

- Eu tive medo de dormir e me lembrar qual era o pesadelo. Foi isso que quis dizer – esta foi à primeira desculpa que veio na cabeça de Sol, naquele momento.

- Ah... – fez Lílian ainda confusa.

A sineta tocou e Sol saiu da estufa sem se despedir de Lílian, muito menos das outras amigas.

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Encontre-me na sala de Binns, Li. Leu Luan, mentalmente.

- Obrigado pelo recado.

- De nada – respondeu a bruxa saindo de perto da mesa da Lufa-lufa, indo até a mesa da Grifinória almoçar.

Minutos depois, Anne, Lua e Ingrid, sentaram-se ao lado de Sol.

- Custava nos esperar só por uns minutinhos? – perguntou Anne.

- Desculpe, mas eu estava morrendo de fome. Lembram, eu perdi o café-da-manhã, pois estava procurando o meu tinteiro que estava tranqüilamente repousado debaixo da minha cama.

- Ah, é verdade – lembrou-se Anne. – Sou eu quem devo me desculpar.

Sol bocejou.

- Sol, por que você está tão sonole...?

- Onde está a Lílian? – Sol interrompeu Ingrid e mudou de assunto rapidamente. Não estava nem um pouco a fim de mentir novamente.

- Provavelmente, brigando com Tiago – respondeu Lua.

- Só para variar – comentou Ingrid.

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- Eu e minha MALDITA boca!

- Ah, não fale assim! – disse Remo rindo. – Você está linda!

Pedro e Remo estavam na sala de Binns. Foi lá que Pedro se trocou e vestiu o uniforme feminino da Grifinória que Remo arranjou com um elfo doméstico numa rápida visita à cozinha.

O bruxo ficou muito parecido com uma garota, já que ele tinha alguns traços femininos no rosto e um cabelo comprido – fora Remo quem, com um feitiço, alongara os cabelos de Pedro.

- Agora me sinto mais aliviado! – ironizou o outro.

- Bom, é melhor eu ir; não posso estar aqui quando Luan chegar. E, Pedro? Não esqueça de afinar a voz – Remo saiu da sala gargalhando.

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- Lily? Ei, Lily! – chamou Tiago quando Lílian e suas amigas saíam da estufa.

- Er... eu acho que estão te chamando – disse Ingrid para Lílian ao ver que a amiga não tinha reagido.

- Eu sei disso! – respondeu ríspida. – Mas eu estou o ignorando.

- LILY! – gritou ele atrás dela.

- NÃO PRECISA GRITAR! – gritou.

- Mas é que você não tinha ouvido, então eu pensei... Enfim, nós podemos...?

- Não, não podemos – interrompeu o outro.

- Nossa, Lily! Deixe-me pelo menos terminar de falar!

A bruxa deu um longo suspiro e depois disse "Ok".

- Bem, nós podemos conversar?

- Não, não podemos! Pronto já deixei você falar – dizendo isso, a bruxa e suas amigas recomeçaram a andar.

- Mas, Lily – começou a falar o bruxo quando novamente a alcançou –, o que tenho para falar é MUITO importante.

- Hum... sem querer ser intrometida nem nada parecido, mas acho melhor você ouvir o que ele tem a dizer; ele está apreensivo – sugeriu Anne.

- Tudo bem – falou Lílian depois de mais um longo suspiro, demonstrando sua falta de paciência.

- Er... temos que conversar em particular – disse o bruxo.

- Ok, já deu pra entender – disse Anne. – Vamos garotas. Lily, nós estaremos te esperando no Salão Principal.

- Pronto. Fale! – mandou Lílian assim que viu que as amigas já estavam bem longe.

- Você se lembra daquele dia em que ficamos presos na sala de feitiços? Sabe, aquela coisa de ficar sem a varinha é realmente ruim. Você meio que se sente inútil...

- Potter, aonde você quer chegar? – perguntou a bruxa cruzando os braços.

- Bem, é que com aquele tempão que você ficou sem varinha, bem...

- Fale logo!

- Eu queria saber se você anda tendo cuidado com a sua varinha. Sabe, nunca se sabe quando algo pode acontecer, e se você perder a varinha não poderá se defender melhor – disse mantendo a expressão apreensiva no rosto.

- Não se preocupe, Potter, estou cuidando muito bem da minha varinha. Ninguém sem a minha autorização a pega.

- Bom saber... – respondeu sorrindo. – Mas ainda estou meio inseguro – fingiu estar refletindo. – É, acho melhor fazer um teste! – ao terminar de dizer isso, Tiago puxou a varinha que saía do bolso das vestes de Lílian e saiu correndo. A bruxa chamou o garoto umas três vezes e, ao perceber que ele não iria parar, correu atrás dele.

Correram por salas, corredores, subiram escadas... Lílian já estava desistindo – e pensando em procurar McGonagall – quando Tiago, finalmente, parou de correr e parou próximo da sala de Binns. A garota foi até o seu encontro, ofegante.

- Tiago... a... varinha!

- Antes de devolvê-la, eu preciso mostrar-lhe algo. Dizendo isso, o bruxo abriu a porta da sala de Binns e ambos ficaram boquiabertos com o que viram.

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- Quem é você? - perguntou Luan ao entrar na sala.

- Ora, bobinho! – riu. – Sou a Lia!

- Você é a Li? Eu achei que o "Li" era de Lílian...

Tsk, tsk, tsk, fez Pedro.

- Estava enganado. fofinho.

- Er... eu percebi – respondeu o outro sem conseguir disfarçar a decepção. Bem, o que você quer de mim?

- Oras! – gargalhou. – Quero você! – Pedro se aproximou do garoto e envolveu seus braços no pescoço do outro, rezando para que Tiago e Lílian não demorassem a chegar. Luan deu um sorriso amarelo.

- Fico lisonjeado – disse enquanto tirava os braços de Pedro de cima dele –, mas acho que não posso ajudá-la. Eu gosto de outra garota.

- Eu sou gorda! É isso? Bem, só pode ser isso... – foi a primeira coisa que Pedro pensou em falar; ele tinha que segurar Luan até o momento em que Lílian e Tiago chegassem.

- Não, não! Não é isso! O problema é que eu realmente gosto de outra pessoa.

- É o meu hálito, então? Estou com mau hálito?

- Não! Você não me ouviu eu estou dizendo que gosto…

- Meu cabelo! – perguntou Pedro ao balançar os longos cabelos de um lado para o outro. – É, é isso. O meu cabelo...

- Não! NÃO é! – respondeu o garoto começando a perder a paciência.

- Ah, então, se o problema não é comigo... já sei! – disse dando uma risada escandalosa. – Você é tímido! (que Pedro bom de improviso XP)

Pedro aos poucos foi se aproximando de Luan, e este se afastava à medida que o outro se aproximava, com uma leve expressão de horror no rosto – afinal, ele estava sozinho numa sala com uma garota louca por ele e completamente surda (o garoto chegou a esta conclusão, pois só isto explicaria o fato de ela não ter ouvido-o repetir várias e várias vezes que gostava de outra pessoa.)

Foi neste momento que a porta da sala fez um barulhinho. Pedro concluiu que eram Tiago e Lílian. Como seu tempo era curto – a qualquer momento eles iriam abrir a porta -, e ele não conseguiria seduzir Luan a tempo, Pedro fez a primeira coisa que veio em sua mente: correu e pulou em cima do garoto. Os dois caíram no chão; Luan ficou em baixo de Pedro. E a expressão de horror que há pouco estava estampada no rosto de Luan sumiu dando lugar a uma de enorme surpresa.

- Olhe, Lily! Luan está te traindo! – exclamou Tiago triunfante, após abrir a porta da sala de Binns.

- Não é nada do que você está pensando! – disse Luan, ainda em baixo de Pedro.

- O que está acontecendo aqui? E o que raios Pedro está fazendo vestido de mulher e em cima de você, Luan? – quis saber a bruxa.

- Veja, Lily! Luan além de te trair, está te traindo com um outro homem! (XD simplesmente não consigo acreditar nessa cena!)– Tiago tentou arrumar a situação.

- Pedro! – perguntou o bruxo com nojo e, ao ver que Pedro lhe confirmara com um aceno de cabeça, Luan jogou o bruxo para longe dele.

- Potter – começou Lílian. Estava chegando aquele momento em que seus cabelos e sua pele atingiam o mesmo tom -, diga-me que você não tem nada a ver com tudo isso!

- Eu não tenho nada a ver com isso.

- Ok – disse ela revirando os olhos. – Esqueça o que eu tinha lhe pedido e diga-me a verdade.

Tiago deu um longo suspiro e disse tristemente:

- Eu tenho TUDO a ver com isso – mal terminou de falar e já foi fechando os olhos fortemente numa tentativa inútil de tampar pelo menos um pouco seus ouvidos com o gesto – tampar os ouvidos diretamente seria mais fácil, mas deixaria a garota mais furiosa; Tiago resolveu não arriscar, pois sabia que Lílian começaria a gritar.

Mas nada ouviu. Nenhum som saiu da boca de Lílian.

Tiago abriu o seu olho direito para verificar se a bruxa continuava mesmo lá, à sua frente. Ela estava, mas não parecia nervosa, estava calma, e o observava atentamente. Tiago se sentiu encorajado e resolveu abrir o outro olho, e então sorriu simpaticamente para a outra. Será que, finalmente, Lílian reconheceria seu esforço para conquistá-la e decidira não brigar com ele?

- Fico feliz por você não estar gritando comigo.

Pleft. Lílian deu um tapa fortíssimo no rosto do garoto.

- Não gritei porque percebi que isso não causa efeito. Potter, por que você tem que ser tão... tão idiota? – perguntou a bruxa que, em seguida, pegou de volta a varinha das mãos de Tiago, caminhou até Luan, puxando-o pela mão, levando-o para longe de Tiago e Pedro.

- Como foi que ela me reconheceu? – perguntou Pedro a Tiago, que ainda acariciava o seu rosto dolorido.

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Gente. Milhões de desculpas. Demorei para atualizar dessa vez. Estou trabalhando muito, está é a explicação. Só queria dizer MUITO OBRIGADA por lerem a minha fic – e olha que eu estava crente que ninguém iria ler já que é uma comédia cheia de clichês! Hehehe... OBRIGADA e eu não demorarei para atualizar na próxima vez.