N/A: Bem, como a única review foi da Lily Dragon e eu já respondi, vamos à história.
2. Angústias e prazeres
Lupin respirou fundo e abriu a porta da cozinha para encontrá-la vazia e supôs que a senhora Weasley e quem mais estivesse com ela tinham ido para a pequena sala dA toca, e realmente se virando ele viu que a senhora Weasley estava sentada de frente para alguém com cabelos curtos e castanho-foscos.
- Ah, Remo, você está aí, Tonks estava me dizendo que tinha algo a conversar com você...
- Realmente, eu convidei ela para vir aqui hoje – Disse ele, lembrando-se da conversa que tivera com Tonks na noite passada, seu estômago completamente revirado – Desculpe se abusei, Moly.
- Não, remo eu prefiro conversar lá fora – disse Tonks, numa voz fraca.
- Então vamos, atrás de você... – Respondeu ele, meio ressabiado.
Saíram para o jardim ensolarado com o sol da tarde já baixando. Foram para trás da cerca, e se sentaram embaixo de uma azaléia. Lupin tentava imaginar o que ela teria para falar... Talvez ela tenha pensado melhor e realmente fosse dizer que estava errada, que partiria para um homem mais jovem... Estranhamente esse pensamento que devia animá-lo deixava-o ainda mais mal-humorado. Definitivamente ele precisava falar da missão com alguém, e Tonks, sendo uma auror provavelmente poderia ajudar. Contudo, antes que ele pudesse falar sobre qualquer coisa, a auror interrompeu o silêncio:
- Remo, por que você não quis me acompanhar ontem de noite? – Disse ela, num tom bastante chateado.
- Olha Tonks, sem querer ser rude, é que eu não quero que as pessoas pensem que estamos saindo... – Respondeu o costumeiro nó na garganta de volta.
- Mas o que importa o que as outras pessoas pensam! E qual é o problema se nós começássemos a sair? Cada um tem o direito de escolher o que vai fazer com a sua própria vida!
- Mas você tem idade para ser minha filha...
- Eu sei a idade que tenho muito obrigado, mas o que importa isso? A idade é alguma barreira? – Disse ela, se aproximando do lobisomem, os olhos (agora castanhos) o encarando como se lessem a sua alma.
- Não, não é, mas a condição de lobisomem e a financeira sim! – retrucou ele, levantando a voz.
- Só porque alguns dizem assim! Devemos sempre nos curvar aos outros, como se não tivéssemos opinião? – Disse ela levantando a voz também – Se for assim então não sou digna de viver, pois como minha querida família não deixa de repetir, eu sou uma traidora do próprio sangue!
- Isso é outra história, não vem ao caso... Quero dizer... Você ainda é jovem, tem um emprego decente, não se transforma numa besta sanguinária todo mês e é linda! Muito ao contrário do que eu!
- Mas eu não me importo, eu quero você e mais ninguém!
Seguiu-se um tremendo silêncio, onde parecia que até a cerca estava escutando. Num milionésimo ele se deu conta de como os seus lábios estavam quase tocando os dela e que ambos estavam abraçados. Logo após isso ele sentiu o leve toque dos lábios da jovem nos seus, e sentiu o corpo dela tremer por inteiro, enquanto sua mente parecia ter se ausentado por completo e ele era todo lábios e mãos.
Ficaram assim, imóveis por poucos minutos, mas que para ele pareciam séculos passando na velocidade da luz, cada instante mais intenso que o anterior. Subitamente ele deu-se conta do que estava fazendo e se afastou da auror num pulo.
- Eu não devia ter feito isso, definitivamente eu não devia ter feito isso...
Era demais para ele. Além de se envolver numa nova missão, estava quase se envolvendo com uma mulher quase vinte anos mais nova que ele (e com uma vida muito melhor que a minha, pensou ele), tudo com inúmeras dúvidas que não o deixavam nada tranqüilo.
- Eu não devia ter feito isso, eu devia estar me concentrando na missão... Ah, eu acho que vou explodir... – Repetiu ele perdendo o controle de si mesmo.
- Mas que missão? Aquela da qual tanto falava na noite passada? Quando você vai?
Ele olhou para ela, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto moreno cheio de cicatrizes, e viu que pela primeira vez Tonks parecia preocupada.
- Eu não quero te deixar mais esse peso, você já está mal emocionalmente, se eu te contar você vai se preocupar ainda mais comigo, não vale a pena.
- Bem, agora você já me deixou preocupada... Se essa missão te deixa assim tão nervoso então divida ela comigo...
- Eu vou ter que viver entre os lobisomens, não se sabe se vão me aceitar, terei que inventar uma desculpa a cada mês para enviar um relatório à Ordem e se eles me descobrirem provavelmente eu estarei morto antes que possa somar dois mais dois!
A auror sentou-se novamente ao seu lado e o abraçou, começando ela por sua vez a chorar também. E assim ficaram, e já era noite quando a voz da senhora Weasley despertou-os desse estado de torpor.
- Lupin, Tonks, vocês estão aí? O jantar está na mesa, aproveitem enquanto a comida está quente!
Olharam-se e Lupin falou:
- Obrigado por estar aqui, Tonks. Você me deu apoio quando eu mais precisava mesmo eu não tendo feito o mesmo.
- Por favor, me chame de Dora... E, além disso, eu não guardo ressentimentos de ninguém, você deveria saber disso...
Depois de secar a roupa dos dois com a varinha, Remo começou a caminhar para a casa, onde a luz da cozinha e a porta aberta os convidavam a entrar. Aparentemente Moly já tinha jantado e subira para conferir os últimos retoques nos quartos dos filhos antes que o marido chegasse. Remo num instante percebeu como estava com fome e foi comer junto com Tonks.
- Eu não quero que você me procure depois que eu partir na minha missão, pode me denunciar e colocar você em perigo.
- Quanto a te denunciar, você se esquece que eu sou uma auror, eu não pensaria nisso, mas você acha que eu me importo?
- Não sei, mas eu me importo. Não quero arriscar qualquer um da Ordem por causa da minha missão.
- Quer dizer que eu sou qualquer uma?
- É, digo, não! Não foi isso que eu quis dizer, mas você está incluída!
E ficaram em silêncio, apenas saboreando a deliciosa comida que a senhora Weasley preparara, cada qual perdido em seus pensamentos. Tonks estava com seu cabelo rosa-choque de novo, um claro sinal de que ela estava satisfeita com os acontecimentos. Lupin se concentrava ao máximo na comida que ele saboreava, pensando que essa poderia ser a sua última refeição decente por muito tempo, e refletia sobre o que acontecera embaixo das azaléias.
- Bem, acho melhor eu arrumar minhas coisas e ir, não quero chegar lá com a lua já alta – Disse Lupin numa voz sombria.
- Mas não estamos na lua cheia, e com certeza eles devem ser mais ativos a noite, não?
- Duas verdades, mas eu não quero pegar a "casa" cheia. Quanto menos pessoa, melhor.
- Se você diz assim...
E subiu, recolhendo alguns pertences que estavam na escada. Ao chegar ao quarto, tirou a capa de viagem da mala e executou o feitiço "arrumar malas" cuidando para que elas entrassem todas dobradas e arrumadas por cor na mala. E, executando o "locomotor Mala" ele desceu as escadas para a cozinha. Ali, encontrou a senhora Weasley e Tonks conversando enquanto esperavam por ele.
- Mas você tem certeza de que não quer dormir aqui? Não há problema, essa casa tem vários quartos...
- Não, Moly, eu realmente preciso ir pra casa. É melhor para eu ir amanhã para o trabalho. Mas eu volto para dar um alô um dia desses. Além disso, aqui é a base temporária da Ordem. A casa já vai estar bem agitada...
- Mas eu insisto...
- Não, muito obrigado pela oferta, mas eu realmente preciso ir.
- E eu também estou saindo, Moly, muito obrigado por tudo, eu não esqueci nada, pode deixar... E se tiver esquecido não me mande! Acho difícil que alguma coruja seja aceita para onde eu vou. EM compensação, guarde para mim que quando eu puder volto aqui e pego. – Disse ele entrando na conversa.
- Tudo bem, Remo, obrigado pela ajuda com a faxina mais uma vez, se cuide. – respondeu a senhora Weasley.
- Então vamos, atrás de você, Ninfadora...
- Já disse para me chamar de Dora... – Sibilou ela em reposta.
- Até mais então... – e com um último aceno de mão Lupin desaparatou e Instantes depois estava na borda de uma floresta escura, a lua crescente despontando no horizonte, uma brisa fria soprando dos campos mais ao longe. Uma fraca claridade vinha de um lampião sobre uma pequena estrada de terra, parecendo apenas um vaga-lume em comparação às luzes da cidade ao fundo. Parecia que estavam na área rural em volta de Londres. Onde exatamente ele não conseguia dizer. Ele suspeitou imediatamente, pela falta de movimento em contraste com a grande proximidade dos trouxas, que aquela área devia ser imapeável.
E suas suspeitas estavam certas, embora ele mesmo não soubesse disso à época. Ela fora, desde a Idade Média, um local aonde bruxos de renome vinham para estar novos encantamentos e treinar novos pupilos na arte de duelar. Para que não fossem incomodados nem tampouco caçados, eles fizeram com que qualquer trouxa que chegasse perto visse um pântano mal-cheiroso, lamacento e com uma neblina extremamente espessa. Após a caça às bruxas do século XVI, no entanto, a área deixou de ser freqüentada até mesmo pelos bruxos. Com o passar dos tempos as pessoas começaram a evitar o lugar após ouvirem lendas de cães selvagens que atacavam todos aqueles que se aproximavam.
E realmente havia um fundo de verdade em tudo isso. A verdade é que durante a sua ascensão, Lorde Voldemort reforçou os feitiços que existiam ali, embora sem executar o feitiço do fiel por não achar um confiável e "deu" a área para Fenrir Greyback, à época um jovem lobisomem que juntou em torno de si alguns "amigos" e semelhantes, em troca de serviços. Os "cães selvagens" não eram ninguém menos que Fenrir Greyback e seus comparsas que atacavam crianças e as levavam de casa, criando-as em casas espalhadas pela região.
Infelizmente, a Ordem não tinha conseguido reunir essas informações, tudo que Lupin viu foi a luz de um lampião numa estradazinha rural refletindo numa casa extremamente mal cuidada, lembrando (Um arrepio percorreu sua espinha com essa lembrança) horrivelmente a casa dos gritos. Respirando fundo, Lupin se dirigiu à entrada e, sem saber se deveria bater, ficou parado na soleira observando a casa toda apagada. Repentinamente sentiu que estava sendo observado e só teve tempo de se virar para ver um vulto ataca-lo, os dentes à mostra, antes de desmaiar após uma pancada na cabeça.
Acordou horas mais tarde com o braço inchado e sangrando um pouco e com a cabeça girando. Estava (aparentemente) dentro da casa que vira antes de ser atacado, deitado num sofá extremamente empoeirado e rasgado.
- Ah, finalmente a donzela acordou. O que você queria na minha casa, estranho? – Perguntou uma voz vinda de trás da sua cabeça.
Virando-se, ele viu um homem magro que ele não conseguia reconhecer. Levou um tempo até que ele se lembrasse porque estava ali.
- Eu sou lobisomem e estou procurando um lugar para viver, acabei dando nesse lugar e queria saber onde estou...
- Coitadinha, está perdida... Mas eu vou te localizar. Você está no território de Fenrir Greyback, e ele é quem manda aqui. – Disse ele, com um tom nada amigável na voz – Me desculpe pela mordida – Continuou alterando o tom para um bem mais amigável – Mas são ordens. Todos aqueles que acharem estranhos em nosso território devem atacá-los e leva-los à casa de Greyback.
- E quando eu terei que ir?
- Você não precisará. Já está nela.
- E onde ele está?
- Está fora, recebendo ordens do Lorde das Trevas. Devemos ter um ataque em breve. Deve voltar a qualquer hora... Meu nome é Staceway... Mas pode chamar de Stace
- Lupin.
- Só não digo que foi um prazer conhecer você, pois sua carne é muito dura... Essa é a segunda melhor razão para não morder um Lobisomem. A primeira é que se ele morder você de volta quem sai no prejuízo é você...
E se afastou, rindo com a própria piada. Lupin continuou deitado onde estava mais por não ter vontade de não fazer nada do que por falta do que fazer ou por dor. Seu braço já estava desinchando e cicatrizando um pouco. Será que Staceway era um Lobisomem? A mordida estava sarando realmente rápido... Levantando-se, ele foi dar uma volta pela casa. Parecia uma construção de dois andares em estilo rural, apesar de bem mobiliada. Estava bastante empoeirada, embora fosse possível identificar que era bastante usada, pois existiam trilhas no chão claramente deixadas por capas. Além disso, havia cinzas na lareira e algumas garrafas de bebidas espalhadas pelo console. Aparentemente Fenrir gostava de outras coisas além de sangue, dado à grande presença em larga escala de garrafas de xerez. Uma escada levava ao nível superior, de onde vinha o som dos passos de Staceway que aparentemente estava preparando algo para comer. De repente ele percebeu que também não comia há horas, e decidiu ver o que o companheiro estava preparando.
Rangendo os degraus, ele subiu a escada para se deparar com um corredor pequeno e mal-iluminado, que levava para uma cozinha onde a única iluminação era a do fogão. Ali estava Staceway preparando o que parecia ser um cozido de carne, que exalava um cheiro muito bom. Lupin se aproximou cauteloso, tendo em vista o estado do amigo e o singular gosto de alguns lobisomens por carne humana. Como que adivinhando o seu pensamento, Staceway disse:
- Relaxe, é bovina. Não sou exatamente o que se pode chamar de um psicopata como, cá entre nós, o Greyback é.
- Ótimo. – Respondeu o membro da Ordem, embora ainda com a garganta seca – Temos algo para beber?
- Sirva-se. – Disse Staceway apontando um armário ao fundo.
Se dirigindo para lá, Remo abriu a porta para encontrar uma profusão de garrafas com bebida alcoólica de todos os tipos e nações. Em cima havia uma parte separada por um vidro onde se lia "RESERVADO". Olhando algumas prateleiras abaixo, Lupin pegou uma garrafa cujo rótulo indicava ser água.
- Você tem bom gosto! Excelente escolha! – Exclamou Staceway do fogão.
Aliviado que tivesse encontrado algo não alcoólico (ele preferia vinhos quando se tratava de bebidas), Lupin pegou um copo do escorredor, ainda se perguntando se o outro lobisomem estaria brincando com ele ou não, ele encheu o copo até quase a boca e tomou um longo gole. Imediatamente cuspiu num jato, sob gargalhadas de Stace.
- Você achou mesmo que era água? – Perguntou ele entre risos.
- Claro! Está escrito no rótulo! – Respondeu Lupin indignado.
- Leia as letras miúdas.
E forçando um pouco a vista por causa da pouca iluminação, Lupin conseguiu identificar "que passarinho não bebe, também conhecida como cachaça ou aguardente. Teor alcoólico máximo: 50" escrito abaixo do rótulo.
- Essa vem do Brasil, mas você tem que tomar misturada em outras coisas, ou se você for duro de trago, pura de uma vez, mas mesmo assim em pequenas quantidades. – E pegando um copo pequeno ele o encheu e virou - Assim.
- É bom saber... – respondeu ele, azedo.
-Relaxe, eu vou fazer um drinque que eu aprendi quando fui lá para você. Mas em compensação, amanhã você faz a comida.
- Ok.
Dali a alguns instantes os dois estavam sentados na mesa que ficava num canto da cozinha comendo o cozido e tomando o drinque que Stace disse se chamar algo como caipirinha. Depois que acabaram de comer, os dois ficaram sentados à mesa até ouvirem uma porta abrindo no andar de baixo e o barulho de passos. Com um arrepio na espinha, eles se levantaram e desceram as escadas. Na sala estava um homem alto e magro que Lupin reconheceu como Fenrir Lobo Greyback, devido aos inúmeros pôsteres do ministério que agora estavam pregados em todos os lugares públicos não-mágicos. Ao vê-los, Lobo perguntou com uma voz extremamente rouca:
- Quem é esse, Staceway?
- Um estranho que eu achei perto de minha casa, senhor, diz se chamar Lupin.
- Remo Lupin. – Completou o membro da Ordem.
- Ah, eu tive o prazer de te conhecer enquanto ainda era criança, Lupin. Ainda Lembro que sua carne era de um gosto um tanto quanto amargo... É um prazer ver que finalmente viu que seu lugar é entre nós, aqueles que realmente vivem à margem da sociedade, embora não por muito tempo.
- Quer dizer que posso ficar entre vocês? – Perguntou Lupin, dando graças a deus por estar tão acostumado a mentir.
- Mas é claro que sim, desde que me prove que você sabe lutar.
- Duelar, você quer dizer?
- Não, não, lutar como um lobisomem. E você vai me provar isso lutando contra mim na próxima lua cheia. A recompensa é a sua vida.
- Certo...
- Agora suma daqui, eu quero me concentrar na minha última vítima. Staceway te abrigará se ele quiser assim. Se não, ache uma toca no bosque, vai te servir do mesmo jeito. E agradeça por ser tão magro e eu não estar com fome.
Eles não esperaram uma segunda ordem. Mais do que depressa os dois abriram a porta e saíram para a noite agora já alta, andando devagar, pois não tinham pressa. Ainda tremendo um pouco depois da entrevista com o líder lobisomem, os dois seguiram a poeirenta estrada de terra em silêncio. Certa hora, Lupin se lembrou do que Fenrir tinha dito e perguntou:
- E então, vou ter que achar uma toca no bosque?
- Claro que não. Não comigo, pelo menos. Minha casa não é lá aquela coisa, mas dá para dois. E você tem que conhecer minha família.
- Você é casado?
- Naturalmente. Lobisomem também é gente, você sabe?
- É eu sei.
- Você não é casado? Não tem nem namorada?
- Pois é – respondeu Lupin, sua mente voltando-se para Tonks.
- Não sabe o que está perdendo... – Respondeu Stace com um sorriso no rosto.
- Felizmente sei...
Lá de cima a lua olhava tristonha para eles. Ela demoraria ainda bem uns dez dias para se tornar cheia, quando Lupin teria que decidir pela sua vida. Estranhamente, ele não estava nem um pouco nervoso para a data naquele momento. O cansaço e a enorme quantidade de informações que ele estava tentando absorver dominavam a sua mente completamente, e a única coisa que ele sabia é que queria ir dormir, independentemente de onde. A única parte lúcida de sua cabeça o mantinha andando consciente de que provavelmente teria uma recompensa (no caso, uma cama mais macia que o chão) ao terminar.
- Nunca me arrependi de ter escolhido essa casa para morar, assim, longe de tudo. Apesar de ter que andar muito, você não queira saber o que acontece na casa do Greyback. E não fico sob olhares esquisitos toda vez que eu saio de casa depois da lua cheia, como acontecia quando eu vivia com trouxas. – Disse Staceway, embora Lupin naquele momento estivesse mais para morto-vivo do que lobisomem e claramente não estivesse prestando atenção. – Bem, estamos chegando, parece que minha mulher já chegou lá em casa, também.
E levantando a cabeça, Remo reconheceu o lampião que ele vira quando chegara naquela região, horas antes, embora parecesse para Lupin um outro dia. A casa que lembrava a casa dos gritos, antes apagada, estava agora toda iluminada. Uma silhueta feminina baixa e magra passava pela janela iluminada, parecendo para a mente semi-adormecida de Lupin um teatro de bonecos. Ele foi despertado de seu torpor pela voz de Stace.
- Você vai dormir no andar de cima, num quarto que nós usamos para armazenar coisas, mas que rapidamente a gente limpa.
- Tudo bem... – Disse Lupin, contendo um bocejo. Definitivamente, ele estava precisando se exercitar mais...
- Amanhã eu devo sair pela manha, mas fique à vontade. Ah, essa é minha mulher, a Malgrin.
- Ah, Willian, você está aí... Quem é esse?
- O nome dele é Remo Lupin e vai ficar conosco pelo menos até a lua cheia. Ordens lá de cima.
- Um prazer, senhora Malgrin...
- Essa é boa... – retrucou a mulher, que devia estar lá pelos seus 29 anos, pouco mais nova que Willian – Você mal pode se manter em pé e diz que é um prazer me conhecer... Espere para me julgar amanhã, quando estiver perfeitamente lúcido. Venha, vou lhe mostrar seu quarto.
E desejando boa-noite para Stace ele seguiu a jovem até um quarto atulhado de coisas, mas bastante limpo. Após a anfitriã ordenar um "Limpar", Lupin agradeceu imensamente pela hospitalidade e desejou boa-noite e já estava dormindo antes de sua cabeça tocar no travesseiro.
N/A: Essa eu dedico à Lily Dragon, o anjo que desceu à terra para me mostrar que eu podia escrever, e até agora minha única leitora.
Como foi esse capítulo? Horrível? Triste? Esquentando os tamborins?
Até mais. Como vou estar na Oficina de Música e depois devo viajar de novo (só não sei pra onde) vai ser difícil eu conseguir postar até dia 30 de janeiro.
