AS MARCAS DE UM ANJO

por Nina Neviani

Capítulo VIII – Ohko, a outra marca de Shunrei

Acordou sentido-se muito bem. O braço em volta da cintura rapidamente explicava o motivo. Para ela foi impossível não sorrir. Shunrei tocou levemente o rosto do seu amado. Que, para surpresa dela, abriu os olhos.

– Eu te acordei? – perguntou sorrindo, e sem um pingo de remorso.

– Não, eu tinha acordado agora pouco. – explicou – Esse sorriso no seu rosto é de felicidade?

– É. Há muito tempo eu não me sentia tão feliz. Obrigada, Shiryu.

Ele colocou um dedo nos lábios dela e disse:

– Shhh... Não me agradeça. Afinal, foi você que apareceu naquela porta de hospital e cuidou de mim.


Dias depois...

Shunrei acabara de chegar em casa. O dia no hospital havia sido cansativo. Mas já era sexta-feira. Tudo bem que trabalharia no sábado seguinte... Repreendeu-se mentalmente, não podia reclamar, amava o seu trabalho, exercê-lo só não era melhor do que estar com Shiryu. Ao pensar nele, lembrou-se que ele ligaria hoje. Não se viram no dia anterior e ela já sentia falta dele. O telefone tocou. Ela sorrindo atendeu.

– Alô.

Não houve resposta.

– Alô... Shiryu, é você? Querido eu não estou te ouvindo.

Como não havia resposta, desligou.

Quando estava quase entrando na cozinha, o telefone tocou novamente.

– Alô.

– Alô, eu estou falando com a enfermeira mais bonita do mundo?

Ela reconheceu a voz do noivo e riu.

– Não... eu acho que você ligou para o número errado. Esse número é o da noiva do policial mais maravilhoso de Tóquio.

Foi a vez de ele rir.

– Tudo bem, mas não deixe o Seiya escutar isso.

Shunrei escutou a voz de Seiya no fundo: "O que é que eu não posso escutar?"

– Você ainda está na delegacia?

– Sim, estou. Estamos em um intervalo de quinze minutos, e depois temos só mais duas horas de turno.

Shunrei olhou no relógio. Onze e meia da noite. Sabia que aquele "só" era para tranqüilizá-la.

– Tome cuidado, sim?

– Não se preocupe comigo, mas mesmo assim, e como sempre, eu tomarei cuidado.

– Ah, Shiryu o que aconteceu com a ligação anterior?

Ligação anterior?

– É, agora a pouco. Eu não conseguia escutar o que você falava.

– Mas esta é a primeira ligação que eu faço pra você essa noite.

– Acho que foi engano, então.

– Estranho... Querida, você vai trabalhar amanhã?

– Vou. Até às seis da tarde. Por quê?

– Eu estava pensando se você não gostaria que eu passasse no hospital no horário da sua saída e lhe desse uma carona...

– Eu adoraria!

– ... uma carona até a minha casa. – ele completou rindo.

– Eu adorarei mais ainda. – ela também riu.

– Até amanhã, então. Te amo.

– Eu também te amo.


No dia seguinte...

Shiryu do seu carro olhava a noiva que acabara de sair do hospital e caminhava na sua direção. Linda. Incontestavelmente linda. Não era a beleza das modelos ou das atrizes de cinema, era uma beleza quase angelical. O sorriso sincero. O olhar expressivo. Era Shunrei. Sua Shunrei. Suspirou. Sabia que ela o amava, afinal ela mesma já dissera isso, e ela não mentia para ele. Mas ele sabia que algo a impedia de amá-lo mais, de confiar mais nele. Sabia também que ela não o fazia de propósito. Ela passara tanto tempo da sua vida se protegendo que não estava acostumada a confiar plenamente. E em alguns momentos aqueles olhos azuis acinzentados que ele tanto amava mostravam esses resquícios de proteção. Sentiu-a beijar levemente seus lábios. Ele continuaria sendo paciente.

Estavam na frente da casa de Shunrei. Ela teria pegar algumas coisas, e Shiryu acompanhou-a.

Na entrada da casa, ela procura as chaves dentro da bolsa.

– Esqueceu as chaves?

– Acho que sim. Talvez eu tenha deixado no meu armário.

– Podemos buscá-las.

– Não precisa. – ela disse enquanto se abaixava e tirava de baixo do tapete de entrada uma cópia da chave.

Shiryu olhou perplexo para a namorada, que continuou calmamente:

– Eu tenho uma cópia da chave da porta de entrada. Na China eu já tinha. Eu sempre fui muito esquecida e... – foi interrompida.

– Shunrei, isso é muito perigoso! – sua voz demonstrava a preocupação.

– Claro, que não é. – ela discordou, já dentro de casa – Só eu sei disso. E agora você.

– Querida, creia-me. Eu sou policial. Isso que você faz émuito perigoso!

– Não é mais perigoso do que eu esquecer a minha chave e ficar do lado de fora de casa! – e mudou de assunto – já venho. Ah, eu fiz um bolo pra você. Está lá na cozinha.

Na saída, mesmo com os fortes argumentos do noivo, Shunrei deixou a cópia da chave no mesmo lugar.


Na final de tarde seguinte...

Shunrei estava dentro do carro despedindo-se do noivo quando lembrou.

– O seu bolo! Ontem eu esqueci de dizer que era pra você levar para sua casa.

– Eu fiquei com vontade de levá-lo pra casa, mas não quis parecer abusado.

– Bobinho. Entre para pegá-lo.

– Eu só posso entrar para isso? – ele perguntou com ar maroto e ela riu.

Ela foi pegar a chave reserva, mas não achou.

– Shiryu, você pegou a chave daqui?

– Não.

Ele girou a maçaneta, e notou que a porta estava aberta.

– Mas, eu a tranquei ... – calou-se quando Shiryu levou o dedo até os lábios em um gesto que pedia silêncio.

Ele abriu a porta quase totalmente e o estado em que se encontrava a sala de estar era deplorável.

Na estante de livros de Shunrei, sempre tão organizada, não havia um sequer livro. Todos estavam jogados no chão. Os sofás estavam rasgados. As cortinas também. As paredes estavam sujas. Alguns porta-retratos estavam no chão. Ao vê-los Shunrei saiu do seu estado de choque e foi na direção deles. Porém, Shiryu a impediu. Fechou a porta e ajudou-a a ir até o carro. Depois de dar a partida, ele pegou o celular e ligou para Seiya.

– Seiya? Sou eu, Shiryu. Escute, arrombaram a casa da Shunrei. ... É. ... Não nós não chegamos a entrar, mas eu tenho certeza de que ainda tem alguém lá dentro. O Filippo está aí? ... Você pode me fazer um favor? ... Venha vindo com o seu carro e fique a uma quadra da casa dela. Só pra vigiar, pra ver se ninguém sai de lá. Eu já estou levando a Shunrei para a sua casa. É bom que o Filippo esteja aí, porque ela não fica sozinha. ... Obrigado.

Shunrei ainda estava muito abalada quando Shiryu desligou o telefone.

– Então, Shunrei. Quem é ele?

Shunrei sentiu o sangue fugir do rosto.

– Ele quem? – fingiu não saber de quem Shiryu falava. E logo se arrependeu. Sobressaltou-se quando Shiryu deu uma pancada no volante. Percebeu que com um longo respiro ele tentava se acalmar. Contudo, sua voz ainda tinha raiva e estava mais elevada do que o normal quando ele voltou a falar.

– Ah, então você não sabe quem ele é, Shunrei? – Shiryu aproveitou-se que estavam em uma reta e virou-se pra ela – Pois eu lhe digo: é por causa dele que você tem essa marca nas costas, foi ele quem fez com que você deixasse a China. E acima de tudo, é ele que faz com que você ainda não me ame totalmente, que você não confie plenamente em mim.

– Eu te amo. Eu confio ... – ela chorava e sua voz era quase um sussurro.

– Não! Não me venha dizer que você confia em mim! Por que não é verdade. Se você, realmente, confiasse em mim, eu saberia quem é esse homem e tudo o que houve entre vocês dois, Shunrei. Mas agora é tarde. – Shunrei estremeceu ao ouvir essas últimas palavras – Eu acho que poderia pelo menos saber qual é o nome dele.

– Ohko. O nome dele é Ohko. E ele... – ele novamente não a deixou terminar de falar.

– Acho que é um pouco tarde para esclarecimentos, Shunrei. Você teve muitos momentos para fazê-los e não quis.

Já tinham chegado na casa de Seiya. Mal o carro estacionou e Filippo já saiu correndo de dentro de casa.

Shunrei antes de descer do carro, conseguiu dizer:

– Por favor, tome cuidado.

Não teve resposta.

– Tio Shiryu, não se preocupe eu vou cuidar dela. – disse Filippo que parecia entender a gravidade da situação. E que como um cavalheiro ajudava a madrinha descer do carro.

– Obrigado, Filippo.


Shunrei sentiu o coração apertar ao ver o carro do noivo fazer a curva. "Eu sou uma idiota!" Agora poderia perder Shiryu por não ter confiado nele... por ter tido medo... Novas lágrimas voltaram a turvar sua visão.

Filippo que já voltava da cozinha com um copo d'água, tentou tranqüilizá-la:

– Não precisa se preocupar, Tia Shunrei! O papai e o Tio Shiryu são os melhores policiais de Tóquio! – Ao ver que a madrinha olhava para ele, continuou – É verdade! No final de cada ano eles escolhem os melhores policiais e os premiam. Os dois já ganharam esse prêmio várias vezes! A minha mãe também ganhou.

Shunrei sorriu. Filippo era encantador até nos momentos difíceis. Para confortá-la até falava da mãe, o que era muito raro em situações normais.

– O Shiryu me disse que a sua mãe foi a melhor policial que Tóquio já teve.

– É verdade. – ele disse orgulhoso.

– A minha mãe também era uma ótima enfermeira.

– Mas você também é! – ele disse e abraçou-a. Ficaram assim por muito tempo.


– Seiya fique aqui fora. Se eu não sair em meia hora você entra.

– Meia hora! Tudo isso? – ao ver o amigo confirmar, aceitou – Pegue esse é o meu revólver, eu tinha mais um lá em casa.

– Não.

Seiya o olhou, incrédulo.

– Bom, assim se você escutar algum tiro saberá que não sou eu.

Ao dizer isso, caminhou até a casa.

O estrago fora grande, sem dúvida. Mas de certa forma, ele não se sentia tão abalado. Podia esperar qualquer coisa de quem teve a coragem de machucar Shunrei como aquele homem tinha machucado. Algo dizia que ele estava no quarto de Shunrei. Foi até lá e descobriu que sua intuição estava certa.

Sentiu nojo do homem que estava deitado na cama de Shunrei quando lembrou que foi ele o culpado por Shunrei ter aquela cicatriz nas costas. Seu nojo aumentou quando percebeu que Ohko, de fato, parecia-se com ele. Era alto, moreno e não estava fora de forma.

– Olá. – disse o intruso na maior naturalidade, e Shiryu pensou se seria possível odiar alguém mais do que ele odiava aquele homem. – Você deve ser o Shiryu. Anteontem a Shunrei me confundiu com você no telefone. Não nego que você seja parecido comigo... Eu acreditava que ela ainda fosse apaixonada por mim, mas daí a namorar alguém tão parecido comigo só pra reviver os bons momentos!

Como Shiryu não respondia as provocações dele, ele mostrou para Shiryu a foto em que estavam o policial e a enfermeira e continuou:

– Você é fotogênico. Já pensou em ser modelo? – ao ver o olhar que Shiryu lhe lançava, começou a rir. – Não, não daria certo. Você não é muito simpático. – voltou a olhar pra foto. – A Shunrei continua muito bonita.

Shiryu, ao escutá-lo pronunciar o nome da mulher que ele tanto fez sofrer, descobriu que era capaz de odiar aquele homem ainda mais.

– E na cama ela ainda continua tão boa? – voltou a rir ­– Pela sua cara sim.

A vontade que Shiryu tinha era de esmurrar aquele homem até a exaustão. Mas sabia que tinha que se controlar, pois esperava que ele pudesse esclarecer alguns fatos.

O policial estremeceu quando Ohko pegou a foto de Filippo.

– É adotado? – perguntou se referindo ao garoto.

– Não.

– Até que enfim escutei a sua voz, Shiryu! É seu filho?

Shiryu não respondeu.

– É claro que é. Porque da Shunrei não é!

Ao ver a expressão no rosto do Shiryu, ele falou cinicamente.

– O quê? A Shunrei também não te contou? – Shiryu estava muito irritado com o homem à sua frente mas se controlou – Tem certas coisas que não mudam. Não se preocupe, Shiryu, ela também não tinha contado que não podia ter filhos.

Shiryu tentou não demonstrar o quanto ficara abalado com aquela revelação, porém foi um esforço em vão.

– É Shiryu, vejo que a Shunrei não mudou muito. Continua com os péssimos hábitos, também. – ele mostrou a chave – Sabia que desde a China ela deixa uma cópia da chave em um tapete em frente de casa? – dessa vez não esperou resposta – Um dia, eu precisei ter uma conversa séria com ela, e bem... eu gostei de ela ter esse costume. – voltou a usar o tom cínico na voz – Mas, veja só nem me apresentei ainda! Eu sou Ohko...

– Eu sei quem você é.

– Não. Você não sabe. – pela primeira vez a voz de Ohko se mostrava raivosa. – Eu sou o homem que comanda o tráfico de drogas na China. – disse com evidente orgulho.

Shiryu não se impressionou, não mentira quando dissera que sabia quem era ele. Que policial nunca ouvira das atrocidades que Ohko cometia na China?

Ohko continuou a encará-lo. E Shiryu começou a usar o seu lado cínico.

– Ah, desculpe, era pra eu ficar impressionado?

– Não, não precisa. Eu, ao contrário do que diz a minha fama, sou muito misericordioso. Quando eu reatar com a Shunrei, eu não farei nada com você.

Foi a vez de Shiryu rir.

– Você acha mesmo que a Shunrei vai querer você? Não sabia que o homem mais temido na China era tão ingênuo.

O cinismo do policial surtiu efeito. Já se podia ver a raiva nos olhos do criminoso, que resolveu dizer:

– Você não conhece a Shunrei. Ela me ama e sempre vai me amar. Você foi só pra passar o tempo. Posso apostar como ela ainda pensa o tempo todo em mim.

– Engraçado... Tem noites que nós estamos tão entretidos que ela não consegue pensar em outra coisa a não ser em mim. – conseguiu ser cínico o bastante para continuar – Bem não precisa ser necessariamente de noite.

Dessa vez o efeito foi maior: um soco.

Shiryu não esperava pelo soco e não conseguiu desviar. Porém se esquivou das tentativas seguintes. E conseguiu ser rápido para desferir socos em Ohko. E logo após conseguia imobilizá-lo e já o levava para fora de casa quando lembrou de dizer.

– Ah, esqueci de me apresentar! Sou Shiryu Suiyama, eleito várias vezes o melhor policial de Tóquio. E acredito que por ter conseguido capturar, sem um tiro sequer, o criminoso tão procurado pelos nossos colegas chineses, serei eleito novamente esse ano. Devo te agradecer, ou a Shunrei?


Uma hora mais tarde, na delegacia...

Quando Seiya entrou na sala que eles compartilhavam Shiryu estava sentado à sua mesa mexendo na chave que pegara de Ohko minutos antes. Shiryu perguntou:

– Tudo certo lá?

– Tudo. Mas, eu acho que os policiais chineses vão ficar nos agradecendo até a nossa aposentadoria por termos, ou melhor você, ter pegado o Ohko. Ele vai ficar cerca de uma semana aqui antes de ir para a China. Bem, dessa vez a Shunrei vai ter que vir dar queixa. Mas pode ser amanhã. – depois de explicar, indagou – Como ele a Shunrei se conheceram? – eles já saíam da delegacia e seguiam em direção ao carro de Seiya.

– Eu não sei. A Shunrei tinha muitos segredos. Bem, eu acredito que o maior deles o Ohko a poupou o trabalho de me contar. – vendo a curiosidade estampada no semblante do amigo disse – A Shunrei não pode ter filhos.

Seiya teve o tempo de os dois se acomodarem no carro para digerir a notícia e então responder:

– Shiryu, o assunto é sério mas se for imbecil e insensível o bastante para largar a Shunrei só porque ela não pode ter filhos, você não a merece e ...

– Claro, que o fato de ela não poder conceber não altera em nada o que eu sinto por ela. Esqueceu que eu cresci em orfanatos? Eu não veria problema nenhum em adotar uma criança, e ficaria até feliz. O que me magoa foi ela não ter confiado em mim!

– Provavelmente ela tinha motivos.

– Seiya, eu sempre a tratei bem. Nunca a desrespeitei, nem a pressionei em momento algum.

– Eu sei, mas eu falo com relação ao passado. Não se sabe o que esse canalha do Ohko fez.

– É, pode ser.

Passaram primeiro na casa de Shunrei para que Shiryu pudesse pegar seu carro. Resolveram não entrar na casa naquele momento. Instantes depois, quando chegavam na casa de Seiya, este disse:

– Deixe-a explicar, Shiryu. E não faça nada que de possa se arrepender depois.


Shunrei não sabia mais o que fazer para afastar os pensamentos ruins. "E se acontecer alguma coisa com Shiryu? Ah, eu não me perdoarei". Escutou a porta se abrindo, e não conseguiria descrever o alívio que sentiu ao ver Shiryu entrando pela porta. Correu até ele. Abraçou-o não se importando com o fato de apenas abraçar e não ser abraçada. Ao observá-lo melhor notou um machucado no canto esquerdo da boca. Levou os dedos até o local, e Shiryu falou pela primeira vez desde que voltara.

– Não é nada demais.

Ele olhou para o afilhado e disse:

– Filippo, obrigado por ter cuidado da Shunrei.

O menino apenas assentiu. Ele e o pai de despediram do casal que iria para casa de Shiryu.

No carro, Shunrei ao observar Shiryu temia pelo que Ohko poderia ter dito. Ou melhor, temia pelo que ela podia ter dito e não dissera.

– Shiryu, eu sei que lhe devo explicações...

– Nossa, Shunrei se você não tivesse me dito isso eu jamais teria imaginado que houvesse fatos a serem esclarecidos entre nós!

– Se você começar a usar de ironia, vai ser difícil...

– E você acha que foi fácil ficar cara a cara com o homem que fez tanto mal a minha noiva sem saber nada de relevante do passado dela? – Shunrei calou-se – Contudo, essa não é uma conversa apropriada para se ter em um carro. Eu esperei até agora, posso esperar mais um pouco.


Na casa de Shiryu...

– Eu vou responder todas as suas perguntas, mas primeiro me deixe cuidar desse seu ferimento.

Ele apenas deu de ombros. Ao colocar o anti-séptico no machucado, ela disse.

– O senhor não precisa se preocupar seu machucado não foi muito profundo.

Ele, mesmo a contragosto, sorriu quando a noiva repetiu as palavras do primeiro "encontro" dos dois.

– Isso é bom. E a senhorita não precisa me chamar de senhor.

Ambos riram. E o clima animoso mudou para outro. Shunrei até chegou a pensar que seria beijada, mas Shiryu desviou o olhar no último momento. Ela que já tinha terminado o curativo, afastou-se, respirou fundo e disse:

– Certo, Shiryu. Por onde você quer que eu comece?

Continua...


N/A: Ufa! Esse capítulo demorou mas saiu! Eu sei que ele ficou um pouco longo... sabe como é quando a gente se empolga... Então, o que acharam?

Eu sei que esse Ohko não é mal... é péssimo! Mas é que ele vai ser o único vilão de toda a fic, por isso eu tive que caprichar.

Será que o Shiryu vai perdoar a Shunrei? E quais são os segredos dela?Como será o encontro entre Shunrei e Ohko?Tudo isso e muito mais no próximo capítulo. Ah, quanto mais reviews... mais rápido sai o próximo capítulo. Por isso todo mundo clicando nesse botão roxo aqui a sua esquerda!

Beijos, até o próximo capítulo, um ótimo ano de 2006 para todos!

P.S.: Para os shippers de Saori/Seiya eu fiz uma shortfic/songfic chamada "Minha resposta". Adoraria saber o que vocês acham dela!

Nina Neviani