By: Agora…Four Evil Stars.
CAPÍTULO 8:
Shaka chegou em sua casa. Akane em seus braços estava adormecida, motivada pelo cansaço e ferimentos que recebeu. Rapidamente ele se dirigiu a seus aposentos e a colocou em sua cama com cuidado.
Tocou em seu rosto, admirando a beleza da jovem e depois usou seu cosmo para curar seus ferimentos. Terminado de cuidar da jovem, puxou uma cadeira e sentou ao seu lado, velando seu sono.
"Shaka..."-ela murmurou, fazendo com que o cavaleiro se inclinasse.
Percebeu que ainda dormia, tocou-lhe a fronte e percebeu que ela estava com um pouco de febre.
"Deve ter respirado o veneno de Erinia."-murmurou.
Suspirou e não resistiu a tentação de tocar os lábios dela com as pontas dos dedos. Em resposta ao toque, Akane entreabriu os lábios soltando um suspiro. Shaka inclinou a cabeça e tocou levemente a boca dela com a sua.
Pode senti-la estremecer com o contato, e sua mão deslizou ate o rosto dela, tocando-o suavemente. Afastou-se um pouco, com receio de acorda-la.
"Youtouma..."-ela murmurou o nome, fazendo Shaka recuar.
Sentimentos que nunca antes experimentara agora causavam uma revolução em seu ser. Desejava Akane, mas não poderia te-la...ela ainda amava uma pessoa, apesar de estar morto ha anos. Sentia ciúmes...sim, era isso que sentia...Pela primeira vez sentia ciúmes. Sentiu-se um tolo agindo dessa maneira. Precisava se afastar de Akane.
Com isso em mente, saiu do quarto deixando-a só com seus sonhos.
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Tessa de Erinia chegava ao Templo de Perséfone, com uma expressão que demonstrava o quanto estava irritada por ter falhado. Com um gesto de impaciência, socou a parede próxima, causando uma enorme rachadura nela.
"Não precisa descontar no Templo a sua incompetência."-provocou Lamiai, saindo das sombras que sempre a abrigavam.
"Não pedi sua opinião, sua cobra."-respondeu Tessa com brusquidão.
"Não se sinta mal."-continuou a outra.-"Afinal, dois Cavaleiros de Ouro ao mesmo tempo...deve ter sido uma luta e tanto."
"Como sabe?"-indagou desconfiada.
"Eu sempre estou por perto."-Lamiai sorriu com maldade.-"Sou os olhos e ouvidos de lady Perséfone."
"E de Gorgona também."-disse Yakumo de Equidna se aproximando.-"Em outras palavras...uma fofoqueira."
"Dobre a sua língua."-ameaçou Lamiai.
"Chega!"-ordenou Tessa, aumentando seu Cosmo fazendo as duas se acalmarem.-" Vou descansar em meus aposentos, depois quero falar com Lady Perséfone a respeito de nossos inimigos, antes de planejarmos nosso próximo passo. A ultima coisa que preciso é de ouvir vocês duas brigando."
"Esta ferida, Tessa?"-Yakumo perguntou apontando para a mao dela que sangrava novamente.
Tessa a segurou e a imagem de Aioros veio a sua mente naquele instante.
"Não foi nada. Farei com que o maldito que me feriu se arrependa desse ato."-respondeu se afastando rapidamente.
Tessa entrou em seu quarto, fechando a porta e retirando sua armadura em seguida. Caminhou até um grande espelho em um canto, admirando a si mesma e tocando o rosto.
"Tem um lindo rosto."
As palavras de Aioros a atingiram como nunca antes o fizeram. Nunca haviam dito que ela era linda. O olhar dele, lindos olhos cor de esmeralda, mostrava que ele estava sendo sincero.
"Tem um lindo rosto."
A Estrela levou as mãos aos ouvidos, tampando-os, como se isso fizesse a voz do Cavaleiro de Sagitário ir embora. Bem como a imagem dele.
"Seu nome também é lindo!"
"Calado!"-gritou, e seu cosmo quebrou o espelho em vários pedaços.
Olhou para as varias imagens dela refletida nos cacos e murmurou:
"Por que isso me incomoda?"
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Juliane acordou pela segunda vez e estendeu a mão para o lado direito da cama. Tateou o lençol à procura do cavaleiro de gêmeos, e quando não o encontrou levantou-se exaltada. Olhou para os lados, e estava prestes a levantar-se quando escutou a porta se abrindo.
"Com fome?" perguntou ele, chegando no quarto com uma bandeja, recheada de doces.
"Você quer me engordar?"-ela exclamou fingindo estar brava.
"Não. Apenas q recupere suas forças."-falou colocando a bandeja ao seu lado da cama e a beija.-"Fique a vontade por aqui, vou avisar Atena que você está bem e ver se suas companheiras também estão."
"Sinto os cosmos delas mais serenos, sei que estão."-ela disse, colocando um pedaço de pão doce na boca.
"Volto logo..."-e acrescentou em seu ouvido.-"Ainda temos muito o que fazer...juntos."
Juliane se arrepiou com a perspectiva do retorno dele, assim que Saga saiu, ela levantou-se para se lavar e viu estendida em uma cadeira, um vestido branco.
Caminhou até ela, pegando o vestido nas mãos e sorrindo. Era lindo... Colocou-o na frente do corpo e olhou-se no espelho. Sorriu e correu até o banheiro, para tomar um banho rápido e depois ver como ficava no vestido.
Depois de ter se banhado, trocou-se e ouviu um som vindo dos fundos. Caminhou cautelosa até lá e viu Saga, usando roupas surradas de treino, procurando algo no armário.
Com um sorriso, o abraçou pelas costas. ele virou-se rapidamente, e parecia não reconhece-la.
"Ora, não esperava uma recepção como essa? È nova no Santuário?"-perguntou com um sorriso malicioso.
"Como?"-Juliane não entendeu e se afastou um pouco, mas ele a manteve em seus braços.
"Ei, não tão rápido...achei que queria algo de mim com esse abraço."
"Você está estranho."-comentou.-"Podia me soltar?"
"Já?"-deslizou a mão pelas costas dela.-"SE eu não te soltar, fará o que?"
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Camile acordou sentindo um calor gostoso...abriu os olhos e viu que o calor vinha de Milo. Ele havia dormido ali, ao seu lado, e durante a noite ficaram abraçados.
Percebeu que ele estava todo torto na cama, tentando dar mais espaço a ela.
A ex-Estrela maligna ficou imaginando se ele não estava desconfortável, dormindo com as roupas, com aquele calor que fazia naquela manhã.
Resolveu acordá-lo, mas hesitou...ele parecia um menino adormecido.
Ficou durante um tempo observando ele dormindo. Afastou cuidadosamente uma mecha de cabelos que permanecia sobre o rosto dele, e sorriu ao vê-lo resmungar algo e virar-se na cama.
A garota levantou-se lentamente e notou que as faixas que o cavaleiro haviam trocado estavam vermelhas de sangue. Suspirou e caminhou lentamente até o banheiro, retirando-as cuidadosamente e soltando um gemido de dor ao tocá-las.
"Maldita feiosa... Tinha que estragar minhas pernas!" murmurou, trocando as faixas.
Jogou as sujas no lixo do banheiro, e voltou para o quarto. Viu que o Escorpião ainda dormia, e preferiu não acordá-lo ainda. Respirou fundo e sentou-se em uma cadeira, sem tirar os olhos do rapaz.
"Motivo bobo o meu..." murmurou, pensando em Perséfone. "Não tinha parado pra pensar... Mas se não tivesse optado por isso teria perdido tantas coisas...Interessantes." completou, sorrindo para o cavaleiro adormecido.
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Akane despertou.
Havia sonhado com Youtoma novamente. Mas desta vez foi diferente de todos os pesadelos que tivera. Antes sempre sonhara com a morte dele. Seu pai sem qualquer remorso ou sentimento matou Youtoma diante de seus olhos. E ela não fizera nada.
Podia ter feito alguma coisa. Era forte e rápida o suficiente para ter impedido seu pai, mas não o fizera.
Desta vez tivera um sonho muito bonito. Youtoma apareceu diante dela exatamente como era antes de toda essa tragédia. Sorridente, bondoso...ele havia caminhado até ela e lhe abraçado com carinho, depois a beijara com ternura e murmurou:
"Sayonara, Akane-chan."-disse-lhe antes de se afastar.-"Seja feliz."
A imagem dele desaparecera e ela despertou. Levou a mão aos lábios, o beijo era tão real que parecia que alguém realmente a beijara. Sentou na cama, analisando o que aquele sonho significara. Foi ai que se deu conta de onde estava.
Percebeu a decoração indiana, de muito bom gosto, do quarto. Os lençóis impecavelmente brancos e macios, bem como o perfume que exalava deles.
Estava no quarto de Shaka e corou com o fato de estar em sua cama. Levantou-se rapidamente e caminhou hesitante até a porta, abrindo-a com cuidado. Começou a andar pela Casa de Virgem, procurando por seu morador.
Avistou as portas que levavam até o Jardim das Salas Gêmeas aberta e foi até lá. De longe o viu, em meditação, alheio a tudo que o cercava. Naquele instante, ela notou o quanto ele era bonito. Ficou ali um bom tempo, ainda admirando-o antes de se afastar e deixa-lo a sós.
Ao sair, Shaka abriu os olhos e observou o local onde ela estava ha pouco.
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Saga entrou na Casa de Gêmeos a tempo de ouvir os sons de algo se quebrando. Correu achando que algo poderia ter acontecido com Juliane.
A encontrou dando uma chave de braço em Kanon, mantendo-o no chão. Juliane parecia nervosa e quando viu Saga na porta,ficou boquiaberta.
"Que? Que truque é esse?"
"Conheceu meu irmão?"-Saga perguntou, fuzilando Kanon com o olhar.
"Ir-irmão?"-perguntou Juliane, olhando para o homem que mantinha no chão.
"Exatamente."-falou ele, tentando sorrir. –"Agora dá pra me soltar?"
A ruiva largou o braço dele e caminhou até Saga, calmamente.
"Eu pensei que ele fosse você." -murmurou, confusa.
"Este é o meu irmão sanguessuga."-falou Saga.-"Kanon."
"Quem é a nervosinha?"-perguntou o outro gêmeo, sentindo o braço dolorido.-"Quase quebra meu braço!"
Saga olhou para Juliane, erguendo uma sobrancelha e segurando a vontade de rir da situação.
"Estava agindo estranho."-ela se defendeu.-"Agi por instinto!"
"E que instinto hein?" Kanon suspirou e olhou para o irmão. "Você nem pra avisar. Logo vejo o quanto me considera."
"O que fez para ela?" perguntou Saga, curioso.
"A pergunta é, o que ELA fez para mim!"
"Eu pensei que fosse o Saga, já disse." defendeu-se Juliane.
"E ele me agarrou de um jeito...que fiquei assustada!"-ela falou, se arrependendo depois.
"Você o que?"-Saga lançou um olhar mortal para o irmão, que por instinto deu um passo para trás.
"Ei, baixa as armas."-pediu Kanon erguendo as mãos.-"Pelo jeito, ela tá com você certo?"
"Vamos conversar lá fora...irmãozinho."-Saga pegou kanon "amigavelmente" pelo braço e o puxou para fora, mas antes de sair, sorriu para a jovem.-"Volto logo."
Do lado de fora.
"Eu não sabia que a garota era sua..."-Kanon ia começando a falar, mas Saga o interrompeu.
"Fica quieto! E não fale como se ela fosse uma qualquer, pois não é!"-disse sério.-"Você quase arruína tudo! Custei ganhar a confiança dela. Juliane é alguém especial para mim."
"Juliane? Lindo nome."-Kanon sorriu malicioso e ganhou um soco na cabeça do irmão.
"Nem ouse imaginar isso em sua mente pervertida!"
"Quem disse que eu imaginei algo?" perguntou Kanon, olhando para os lados se fazendo de desentendido.
"E não fique fingindo que não entendeu!" completou Saga, suspirando. "Eu vou voltar lá, e você arrume algo pra fazer."
"Ei, a casa é minha também!"
"Hoje não é."-respondeu Saga.-"Se não percebeu...quero privacidade."
"E eu vou ser privado da companhia da minha futura cunhada?"-Kanon zombou.
"Quem falou em cunhada?"-ele quase cai das pernas com a revelação. O que ele sentia por ela era mais que uma simples atração? Queria mais. Disso tinha certeza.
"então ela tá livre?"-Kanon passa as mãos pelos cabelos, e vai andando para a casa de Gêmeos.-"Vou lá me desculpar e mostrar o meu charme."
"Espera!"-Saga o pega pela gola da camisa.-"Nem pense em ser engraçadinho com ela."
"Pensei que ninguém tinha falado em cunhada aqui..." novamente Kanon fingia inocência.
"Você entendeu!"
"Se não quiser compromisso, eu quero. Com aquela dali eu me arrisco..." murmurou novamente o gêmeo, tentando entrar na casa e sendo segurado por Saga.
"Fique bem longe da sua cunhada." falou, empurrando-o para trás e entrando na casa em seguida, pisando firme.
"Nossa, ele muda de idéia rápido." murmurou o ex-marina, suspirando.
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"Por quanto tempo vai ficar me olhando?"-Milo perguntou com os olhos fechados, assustando Camile.
"Acordado?"
"E você deveria estar deitada."-ele abriu os olhos, e se levantou, caminhando até ela.
"Precisava trocar meus curativos."-justificou-se.
Mas Milo não respondeu, erguendo-a no colo voltou a coloca-la na cama.
"Desse jeito vou voltar a ser mimada." murmurou a garota, sorrindo para o cavaleiro.
"Não vai não..."
"Ah, vou sim." Camile rolou para o lado da cama e puxou-o, sorrindo. "Você também deveria estar deitado."
"Agora já estou..."
Milo acariciou o rosto de Camile, que ficou séria de repente. Ela fechou os olhos ao vê-lo se aproximando, para por fim, depositar um beijo em seus lábios rosados.
"Porque não me disse que estava acordado?" -perguntou a garota, parando de beijá-lo e o abraçando.
"Porque é divertido aquela sua cara de perdida."-respondeu o cavaleiro, rindo.
"Sei. Só se for pra você... Que além de tudo estava mal acomodado na cama."
"Não quis te acordar."-ele respondeu sério, depois a beijou mais uma vez.-"Vou preparar um café. Modéstia a parte faço um café instantâneo delicioso e queimo torradas sem incendiar a casa."
"Milo...o que você acha de mim? Acha que eu sou superficial?"
Ele parou um instante, e a fitou em seus olhos cor de esmeralda.
"Não. É uma mulher corajosa,que se arriscou por uma amiga e..."-hesitou.
"E?"-esperou com o coração aos pulos.
"E a mulher mais linda que eu já conheci!"
"Você é bobo." falou a garota, o encarando. "Sua opinião pra me julgar bonita não conta."
"Ah é?" perguntou ele, parando de repente. "E a de quem conta?"
"A de... Ahm... De..." a garota parou de repente e suspirou. "Tá legal. Você me pegou nessa..." sorriu para ele antes de sentar na cama.
Ao faze-lo, gemeu de dor e colocou a mão sobre a coxa ferida.
"Eu sou um bobo mesmo."-falou Milo, colocando a mão sobre a dela.-"Deixa comigo."
O cosmo de Milo suavemente começou a aliviar a dor de Camile, até que ela não sentiu mais nada.
"Deveria ter feito isso antes."-disse-lhe o cavaleiro.
"Deveria ter feito outras coisas também."-ela murmurou, beijando-o com ímpeto.
Após um longo e sôfrego beijo, eles se afastaram em busca de ar. Camile passou a língua sobre os lábios, sentindo o gosto do beijo de Milo neles. Depois, como era de sua natureza impetuosa, tirou sua blusa diante de um espantado cavaleiro.
Com os seios a mostra, ela o fitou e segurou seu rosto entre as mãos, antes de voltar a beijá-lo.
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Saga entrou na casa de gêmeos e fitou Juliane sentada em uma cadeira. Ela estava com as pernas cruzadas, e o encarava de uma maneira extremamente sedutora.
"Porque não me falou que tinha um irmão?" a garota esperou que ele respondesse, mas notando o silêncio, levantou-se. "E gêmeo ainda."
"Eu tinha me esquecido desse detalhe. Estava... Ocupado ontem." o cavaleiro sorriu e abraçou-a.
"Tudo bem... Agora já sei né?" resmungou Juliane, suspirando. "Nenhum sinal das estrelas?"
Saga hesitou em falar, como dizer a ela que Shion previu um ataque eminente, e que Atena sentiu algo estranho em relação a Perséfone que não condiz com a deusa gentil que era.
"Ainda não."-ele a soltou, encostando-se na parede.
"Fale de Perséfone. Como se conheceram?"
Juliane voltou a sentar na cadeira e suspirou antes de começar.
"Na noite em que meus pais foram mortos, eu fiquei lá, sentando em um canto da casa, enquanto a policia levava seus corpos e fazia a perícia. Ouvi um deles dizendo que eu iria para um orfanato. Fiquei com medo e peguei o medalhão da minha mãe e fugi. Nas ruas, com medo e frio, fiquei em um canto de um beco qualquer...para mim não me importava mais se eu morreria aquela noite ou não, apenas não queria estar mais naquela casa ou ir para um orfanato. Então, ela apareceu. Do nada."-sorriu, um sorrido triste.-"Uma deusa que se compadeceu da minha dor, que ouviu os lamentos de meus pais em seu reino, e me levou com ela. Disse que meus pais viveriam no elíseos e um dia eu os veria novamente. Vivi no Hades, em sua companhia visitava os Elíseos, mas era proibida de encontrar e conversar com meus pais. "
"Por que?"
"Um vez mortos, os laços com as suas vidas passadas são cortados e esquecidos, assim eles não se apegavam ao que deixaram para trás e podiam viver felizes...em suma, eles nem sabiam que tiveram uma filha..."
"Sinto muito."
Ela parou de falar e o encarou.
"Não sei ao certo o que houve com lady Perséfone depois que retornou do Olimpo. Quem a acompanhou em sua última visita a sua mãe, Ceres, foi Górgona. Só sei que ela não era mais a pessoa gentil que eu conheci."
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Esteno de Gorgona se afastava do templo de sua senhora, caminhava com calma e segurança até uma ampla ravina.
"E como estão as coisas?"-uma voz masculina pergunta, e um guerreiro de longos cabelos castanhos e usando uma armadura que lembrava um tigre branco apareceu.-"Elas desconfiam de algo?"
"Estão mais preocupadas em punir as 'traidoras' do que com a súbita mudança de humor de Perséfone."-respondeu Esteno rindo.-"Diga a seu mestre que tudo sairá como combinado."
"Espero que para o seu bem que sim."-disse-lhe com um tom ameaçador.
"Você não me mete medo, Yahel."-ela diz com desdém.-"Avise ao seu senhor que em breve Atena ficara desprotegida. Uma nova guerra entre o Submundo e o Santuário será o suficiente para deixa-los despreparados para outro ataque."
"Algo no entanto me intriga. Não há três Estrelas do lado de Atena agora?"
"A lealdade delas esta acima desses contratempos."-diz Gorgona com tédio.-"Harpia não erguera a mão contra a deusa que a amparou desde menina, e as outras a seguiram por amizade ou lealdade. Quando as batalhas recomeçarem e os cavaleiros atacarem Perséfone, não terei duvidas que elas se colocaram contra eles se for necessário."
"Hum...você deveria ser uma serva de Eris, Gorgona."-ele sorriu.-"Semeando a discórdia assim."
"Me contento em servir o Grande Ares."-ela sorri com maldade.-"O Senhor da Guerra terá a cabeça de sua grande adversária. Eu prometo. Estejam prontos."
E dizendo isso se afastou. Yahel a olhou desaparecer e disse:
"Tola...ainda acha que se tornara uma Berserk de meu Senhor Ares? Terei prazer em mata-la, Esteno. Pois se traiu sua deusa com tanta facilidade, certamente trairá meu senhor também."
E assim, desapareceu.
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Milo despertou e percebeu que Camile ainda estava adormecida em seus braços. Não havia conseguido resistir mais aos encantos dela, nem queria. A atração entre eles era obvia desde o primeiro momento que seus olhares se encontraram, e só aumentou à medida que conviveram no Santuário. Era inevitável que acabassem se entregando a essa paixão.
E ela se tornou sua. Com isso em mente a abraçou com mais força, sendo retribuído inconscientemente por ela.
Afastou-se com cuidado para não despertá-la e a admirou em sua beleza, nua, adormecida enrolada em seus lençóis. Sorriu em imaginar que se pudesse, a manteria assim, em sua cama para sempre.
Levantou-se e tratou de vestir-se. Ao terminar de faze-lo, sentiu que receberia visitas. Saiu do quarto e Camile despertou ao ouvi-lo fechar a porta.
Milo foi até a entrada da Casa de Escorpião e viu um preocupado Kamus o esperando.
"O que foi?"-perguntou desconfiando que algo não estava muito bem.
"Tome."-Kamus lhe entregou uma carta.-"Atena convocou todos os Cavaleiros de Ouro para uma União Dourada. Sabe o que isso significa?"
"Uma Guerra."-disse Milo com o semblante carregado.
Camile escutou isso, escondida atrás de um pilar, e sentiu um aperto em seu coração. Guerra? Não podia permitir isso!
Continua...
