p Harry ficou cerca de uma hora ali, observando Hermione dormindo tranquilamente. Ficar a observando era muito bom, ele estava realmente gostando dela, que estava mais linda do que nunca, o trabalho que Luna fizera na aparência da garota fora muito bem sucedido, mas aos olhos do rapaz, ela ficava linda de qualquer jeito.
p – Ela ta bem? – perguntou Rony, colocando a cabeça para dentro do quarto.
p – Ta sim. – disse distraído, sorrindo, admirando a garota – Entra!
p O ruivo adentrou o quarto e sentou-se em uma cadeira nos pés da cama da garota, enquanto Harry apenas acariciava-lhe os cabelos, numa poltrona ao lado direito da cama.
p – O professor Dumbledore quer conversar com vocês quando ela acordar – informou.
p – Ele quer falar comigo também? – perguntou desviando a atenção da amiga – O que?
p – Não tenho a mínima idéia, ele apenas pediu para avisa-lo – disse olhando a expressão de medo que o rosto da amiga assumira.
p – Sabe Rony, agora, mais do que nunca, eu não posso me declarar pra Mione. – disse triste, abaixando o tom de voz para não acordar a garota.
p Rony teve a impressão de ver algumas lágrimas escorrerem pelo rosto do amigo, ao virar-se e encarar Hermione novamente.
p – Por que diz isso? – perguntou abaixando o tom de voz assim como o amigo.
p – Por que você acha que a Mione foi atacada, Rony? – pergunta sem olhar o amigo.
p – Você acha que...
p – Que Voldemort quer me atingir por todos os lados. – disse com a voz embargada – E se tentou machucá-la sem saber que eu... Bem, gosto dela de uma maneira diferente, imagina o que faria se nós namorássemos, aliás, só se soubesse que eu gosto dela, ele provavelmente a mataria.
p – Harry, nada vai acontecer com a Hermione, a ordem não vai deixar. – incentivou o ruivo – Até porque, depois da surra que a Hermione deu na Belatriz, você-sabe-quem deve ter medo dela. – disse mudando o tom de voz pra um mais divertido.
p Harry abriu um pequeno sorriso e levou a mão aos olhos, enxugando-os.
p – Eu não sei como ela fez aquilo, mas a Belatriz bem que mereceu. – disse Rony, tentando animá-lo.
p – Aquilo não foi algo comum. – disse relembrando a cena em que Hermione usara um impedimenta mais poderoso que o comum.
p – O professor Dumbledore já disse isso.
p – Eu quero que ele explique tudo. – disse dando ênfase na última palavra – Eu não entendo disso, mas pelo que a Mione disse, não é normal.
p – Vamos dormir. – chamou levantando-se da cadeira e indo até a porta – Ela não acorda hoje.
p – Não mesmo. – disse voltando o olhar à morena – Fico aqui até ela acordar.
p O ruivo não disse mais nada, apenas saiu deixando a porta entreaberta.
p
p
p Hermione abriu os olhos ainda sonolenta, encostou-se na cabeceira da cama e olhou o quarto onde estava, quando notou Harry dormindo na poltrona ao lado da cama.
p – Harry, – chamou, mas ele continuava dormindo – Harry?
p – Ah? – perguntou acordando – O... Oi Mione.
p – Oi. – disse sorrindo – O que você ta fazendo aqui?
p – Eu fiquei aqui, enquanto você dormia. – disse corando – Olhando, pra ver se você não teria pesadelos. – mentiu, não queria dizer que ficara admirando-a.
p – Ah! Brigada, você é demais Harry. – disse abraçando o amigo.
p O corpo da garota, antes dolorido, agora já estava relaxado, ela se sentia travada, como se tivesse dormindo a muitos dias.
p – Faz quanto tempo que estou dormindo?
p – Umas 5 horas, ao todo. – disse parecendo pensar.
p – Hum, me sinto tão... sei lá, dura, travada. – disse massageando os ombros.
p – Isso é efeito da poção, eu acho.
p Ela apenas afirmou com a cabeça e ficou observando o lugar, não querendo deixar seus olhos encontrarem os do garoto, mas pereceu ser inevitável. Harry a olhou com uma expressão estranha, que ela julgaria apaixonada.
p – Será que já posso me levantar? – perguntou.
p – Acho que sim, afinal o professor Dumbledore nos chamou lá em baixo.
p – Então vamos.
p A garota tentou se levantar com muita dificuldade, mas seu corpo parecia travado. Harry passou o braço dela em seu pescoço e ajudou-a, a levantar-se, depois seguiram até o andar debaixo, ainda apoiados um no outro.
p – Mi! Que bom que acordou! – exclamou Gina, animada ao vê-los descendo a escada até a sala.
p Ali estavam sentados o Sr. e a Sra. Weasley, o Sr. Lovegood e alguns membros da ordem. Dumbledore que conversava animadamente com Lupin, ao vê-los levantou e foi até eles.
p – Venham, preciso falar com a Srta. – disse calmo, seguindo até a cozinha.
p Hermione olhou Harry pedindo socorro, temia ter uma conversa com Dumbledore depois daquela expressão. O garoto assentiu com a cabeça e seguiu com ela até a cozinha, sob olhares curiosos e risadinhas abafadas.
p – O que o senhor quer falar conosco? – perguntou fechando a porta.
p – Bem, sobre o que aconteceu hoje. – disse observando Harry ao lado de Hermione.
p – Desculpe se atrapalhamos a reunião. – disse receosa
p – A reunião já havia terminado. – tranqüilizou-a – O maior problema é com a sua segurança.
p – O que aconteceu exatamente? – perguntou, lembrando do que Harry dissera sobre o feitiço.
p – Suponho que esteja se referindo ao feitiço, que segundo Ninfadora, foi muito forte para um impedimenta comum.
p – Isso mesmo.
p – Foi um acontecimento peculiar, eu serei sincero Srta. Granger, não sei o que aconteceu.
p – Hum, mais alguma coisa? – perguntou educada.
p – Só gostaria de te perguntar uma coisa. – disse calmo.
p – Sim?
p – Como se sentiu no momento em que conjurou o feitiço? – perguntou posicionando-se melhor na cadeira como se quisesse dar uma atenção especial à resposta.
p – Me senti boa. – disse simplesmente, relembrando o momento – Cansada, mas muito boa.
p – Sentiu-se bem?
p – Não professor, me senti boa, cheia de, sei lá... Paz, não senti ódio, nem raiva como pensei que faria depois de tudo que ela me disse.
p – Entendo, algo mais?
p – Senti uma sensação muito boa. – disse corando – Sei lá, amor eu acho.
p Ao proferir estas palavras Harry a olhou surpreso e ciumento ao mesmo tempo. Por pouco não cometeu nenhuma besteira, mas ouvir Hermione dizer que sentiu amor forte ao usar o feitiço o fez tremer as pernas.
p O professor ao notar a reação de Harry, decidiu dar aquele assunto por encerrado.
p – Mudando de assunto, está tudo certo para o que nós combinamos? – perguntou olhando-a por cima dos óculos.
p – Sim. – respondeu tensa.
p – Do que estão falando? – intrometeu-se Harry curioso.
p – Nada. – disse Hermione ainda encarando Dumbledore com um olhar significativo – Mais alguma coisa professor?
p – Sim, – disse virando-se para o garoto ao lado dela – sabe Harry, Sirius morreu lutando bravamente, mas aos olhos da comunidade bruxa era um comensal. Eu marquei uma audiência que irá tentar absolve-lo e julgá-lo inocente.
p O garoto não respondeu, apenas ficou em silêncio, indicando que o professor deveria continuar.
p – Você gostaria de assistir a essa audiência?
p – Gostaria sim. – disse enfim.
p – Ótimo, depois segunda-feira, as 9:00h, esteja pronto.
p – Estarei.
p – Obrigado aos dois, – disse se levantando e indo a direção à sala – era tudo que eu queria.
p O professor saiu e Hermione lançou um olhar indecifrável à Harry, o garoto, no entanto apenas pensava no "amor" de Hermione, se roendo de ciúmes por dentro.
p – Por que não me contou que está apaixonada? – perguntou ciumento – Pensei ser seu melhor amigo.
p – Acredite você é mais do que isso. – disse sorrindo – Não disse, por que tenho vergonha.
p Ela agora corava furiosamente.
p – Não precisa ter vergonha de mim. – disse ainda enciumado.
p – Mas tenho e não falo quem é. – disse alargando o sorriso.
p – Três perguntas? – arriscou numa tentativa desesperada pra saber quem era o sortudo.
p – Ta. – deu-se por vencida
p – Espere, deixe-me ver. – disse pensando – Já sei, de que casa em Hogwarts ele é?
p – Grifinória.
p – Hum, que ano?
p – Sexto. – disse provocando uma grande surpresa no garoto.
p – É o Rony? – perguntou desconfiado
p – Claro que não. – disse aliviando-o – Agora chega de conversa, vamos.
p A garota se levantou e já sem muitas dores, pegou a mão dele e o puxou até a sala.
p Todos que antes se encontravam conversando animadamente, agora olhavam curiosos para eles. Hermione foi até uma poltrona perto de Rony, Gina e Luna, sentou-se e Harry se sentou no braço da mesma.
p No segundo seguinte voltaram a conversar animadamente, porém ainda olhando os garotos, parecendo desconfiados.
p – Porque todo mundo ta olhando pra gente? – pergunta Hermione, levemente irritada.
p – Acho que pela conversa a sós com Dumbledore. – disse Rony sentado no sofá a frente da garota com Luna e Gina.
p Eles ficaram em silêncio um minuto, encarando os que os encaravam. Depois Hermione voltou a encarar os amigos, notando uma expressão diferente neles.
p – O que foi? – perguntou referindo-se a estranha reação dos amigos.
p – Queremos saber o que aconteceu lá. – murmuraram em uníssono.
p – Nada de mais. – disse Harry antes que Hermione pudesse dizer qualquer coisa – Ele só queria saber o que ela sentiu ao conjurar o feitiço e me avisar de uma audiência que tentará inocentar Sirius.
p – E o que ela... – dizia Rony ao ser interrompido por Harry
p – Nada gente. – insistiu – Não é o melhor assunto pra conversar.
p Depois daquilo todos ficaram calados por um bom tempo, só ouvindo os membros da ordem conversarem animadamente. Hermione, porém não deixou de notar uma troca de olharem entre Gina e Luna e sentiu que aquilo era sobre ela.
p – Bom, acho que vou subir. – disse vendo sorrisos discretos de Gina e Luna – Não quero ficar aqui só ouvindo eles conversarem.
p – Vou também. – disse a ruiva se levantando – Vamos Luna?
p – Claro!
p As três se levantaram e subiram rapidamente, exceto Hermione, que antes de subir deu um beijo no rosto de Harry e sussurrou um "obrigado" ao moreno, provocando nele um arrepio.
p Chegando no quarto, Gina trancou a porta antes de entrarem.
p – O que queriam? – perguntou finalmente a morena.
p – Dizer que hoje, mais precisamente, às 11 vamos descer e sortear, alguém que vai ter que distrair o Harry no dia do niver dele, aqui em cima, enquanto arrumamos aqui. – disse calma.
p – O QUE? – exclamou surpresa.
p – O que você ouviu. – confirmou Luna – E você vai participar.
p – Mas gente, mantê-lo o dia inteiro aqui em cima. – rebateu – Vai ser impossível.
p – Não importa. – Disse Gina decidida – Vou te contar os detalhes da festa e depois descemos.
p – Ta. – consentiu vencida – Mas, e ai... como vai ser?
p – Vamos arrumar tudo enquanto a pessoa sorteada vai estar com o Harry aqui em cima, tem que ficar até as oito, o fazer tomar um banho, se vestir bem e descer. – explicou.
p – Mas como essa pessoa vai se arrumar? – perguntou a morena
p – Enquanto ele toma banho, mas isso não é importante agora. – disse Luna encerrando o assunto – Me diga, como foi com o Harry?
p – Como assim? – perguntou observando a expressão curiosa das amigas, e, entendendo em seguida o porquê do interesse – Ai, que coisa, eu acordei com ele do meu lado, nós conversamos, mas nada de especial.
p – Sério? – perguntou Luna desapontada.
p – Sério, mas quero saber das luvas que comprei? – perguntou preocupada.
p – Calma, eu guardei pra você. – disse Gina, apontando para as luvas na cômoda.
p – Como conseguiu? – pegou as luvas e observou-as intactas.
p – Tenho meus métodos. – respondeu a ruiva sorrindo.
p Hermione continuou conversando animadamente ao mesmo tempo em que embrulhava o presente que daria a Harry, elas não viram o tempo passar e desceram após ver o relógio.
p – Que bom que chegaram! – disse a Sra. Weasley na sala.
p – Desculpe a demora. – desculpou-se a garota – É ai que vamos sortear? Tem todos os nomes? – perguntou referindo-se a um saquinho de pano amarelo em cima da mesa.
p – Sim. – respondeu Rony – Vamos logo com isso, o Harry não vai ficar muito tempo sozinho lá em cima.
p – Pensei que estivesse com ele, Rony. – disse Luna.
p – É, mas eu que vou pegar. – disse pegando o saco com os papéis.
p Hermione sentou-se no sofá sem prestar muita atenção.
p – Bom, vamos ver. – dizia enfiando a mão dentro do saco e retirando um papel muito bem dobrado, e desdobrando-o em seguida.
p O garoto leu e olhou para alguém que parecia estar longe dali, todos olharam para a mesma pessoa, Gina e Luna dando risinhos empolgados.
p – HERMIONE GRANGER! – leu em voz alta chamando a atenção da morena.
p – O QUE? – perguntou quase gritando – Gente, como eu vou distrair o Harry?
p – Ah! Isso eu não sei. – disse o ruivo guardando o saquinho – Bom, vou subir, se não ele desce.
p – Vamos dormir também. – disse a Sra. e o Sr. Weasley – Não durmam tarde.
p Todos subiram, exceto as três garotas.
p – Gente. – disse Hermione depois de um longo tempo calada – Quero que uma de vocês vá pegar o Harry amanhã, sabe lá encima e trazê-lo pra festa.
p – Por quê? – perguntaram juntas.
p – Quero fazer uma surpresa. – disse sorrindo.
p – Vamos subir, lá você nos conta o que pretende.
p Elas subiram ao quarto e ficaram boa parte da noite discutindo a surpresa de Hermione. Ela explicara o plano e as outras duas prometeram segui-lo.
p Adormeceram já de madrugada, após longas conversas sobre o aniversário surpresa de Harry.
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p Harry acordou preocupado naquela manhã. Não era mentira que estava preocupado com a audiência de Sírius, mas não queria deixar isso transparecer, não queria deixar ninguém notar sua preocupação e ficar torrando-lhe a paciência com "calma, tudo vai ficar bem".
p Quando desceu encontrou todos conversando animadamente no andar de baixo, no entanto, ao vê-lo no topo da escada, mudaram instantaneamente de assunto.
p – Por que mudaram de assunto? – perguntou irritado.
p – Não mudamos de assunto. – disse Gina, com um sorriso falso no rosto.
p – Magina, de forma alguma – disse sarcástico.
p – Harry, para com isso vai. – disse Hermione sorrindo.
p O garoto mudou a expressão imediatamente, estava, pela primeira vez, preocupado com o que ela pensaria dele.
p – Ta. – disse tentando sorrir.
p Rony se aproximou do garoto e o puxou pelo braço até o canto da sala.
p – Depois dessa cara de garotinho apaixonado você ainda quer ficar com a Cho? – pergunta incrédulo referindo-se a reação de Harry com Hermione.
p – Não. – disse olhando Hermione conversar alegremente com Luna – Mas vou dar a chance de sermos amigos, até porque, eu estaria enganando a Cho se ficasse com ela gostando da Mione.
p – Aleluia, você pensou! – comemorou elevando a voz.
p – Fale baixo, e vamos voltar, pra elas não desconfiarem.
p – O que? Quer dizer que não vai ficar com a Cho, mas também não vai tentar nada com a Mione? – pergunta surpreso
p – Isso mesmo. – pegou o braço do ruivo e o levou até as garotas – E esquece isso.
p Os dois se uniram às garotas e passaram o tempo até a hora do almoço, conversando animadamente.
p O almoço foi tranqüilo, nem todos estavam lá, o que causava certo silêncio à mesa, que chegava a ser irritante.
p Outra coisa estranha naquele dia foi Hermione que agia diferente com Harry, ela pegava a mão do garoto às vezes, apertava suas bochechas chamando-o de "fofinho e lindinho". Harry estranhava por ela ter perdido o tom mandão e porte rigoroso, mas sentia-se muito bem com os agrados dela.
p O dia passou rápido, e embora Harry tivesse a impressão de que os amigos escondiam alguma coisa, os carinhos especiais da amiga o distraiam da preocupação. Ele não se conformava da forma como aquela garota conseguia mexer com ele, ela conseguia colocá-lo ou tirá-lo de seus devaneios, com apenas gestos ou palavras como ninguém nunca fizera antes.
p Ao anoitecer foi o último a subir pro quarto e por isso ficou muito tempo sozinho, pensando, como não conseguira fazer, com Hermione por perto. Ela havia deitado antes de todos os outros, estranhamente cedo.
p Nada lhe parecia normal, mas como o dia já estava por acabar, ele subiu e dormiu rapidamente.
p
p
p
p O garoto acordou novamente sozinho naquele dia, mas ao sair do quarto para descer encontrou Hermione.
p – Bom dia. – disse ela, sorrindo.
p – Bom dia. – respondeu ainda sonolento – Vamos descer?
p – Não.
p – Como? Por quê? – perguntou estranhando a resposta da garota.
p – Vamos ficar aqui um pouco, aproveitando que os outros não estão aqui. – disse calma.
p – Quer ficar sozinha? Comigo? – perguntou arregalando os olhos e quase deixando o queixo cair.
p – É. Por quê? Algum problema eu querer ficar sozinha com você? – perguntou satisfeita, ao ver a surpresa do amigo.
p – Ah... Não, eu... Acho. – disse confuso.
p – Ótimo, então onde podemos conversar? – perguntou sorrindo.
p – Ah... Vamos ao quarto do Sírius. – disse seguindo o corredor.
p – Ta. – disse indo atrás do garoto.
p Ao chegar à frente do quarto de Sírius, Harry hesitou por um momento, mas ao lembrar da morena que esperava ao seu lado, abriu a porta e entrou no quarto.
p Ele pensava que a sensação ao entrar naquele quarto seria horrível, mas ao sentir uma mão quente pegar a sua, todos os pensamentos ruins esvaíram da cabeça dele.
p – Sobre o que, exatamente, você quer falar? – perguntou desconfortável com aquela situação.
p – Não seja grosso. – respondeu ela, sem olhá-lo com magoa na voz – Não entendo, desde ontem você procura não ficar muito do meu lado, quando estamos sozinhos você tenta fugir de mim, e se não consegue me trata desse jeito.
p – Eu...
p – Harry eu te fiz alguma coisa? – pergunta encarando-o – Sempre que conversava com o Rony, ficava me olhando, não to entendendo o que ta acontecendo.
p – Desculpe se fiz isso Mione. – disse abraçando ela – Mas não sei onde estou com a cabeça, essa audiência ta me preocupando.
p – Não se preocupe, vai dar tudo certo. – tranqüilizou agarrada a ele.
p – Você vai comigo? – pediu carinhoso
p – Eu... Ah... Não posso Harry. – disse tensa.
p – Por quê? – perguntou fazendo cara de cachorro sem dono.
p – Para de brincadeira Harry. – afastou-se sorrindo – Eu tenho coisas pra fazer, não garanto que eu vá, mas vou tentar.
p – Ta bem. – disse sem entender exatamente o que a garota queria dizer.
p Ele, inesperadamente, puxou a menina pela mão até a cama de Sirius e sentou-se com ela ao lado.
p Ele pensa no que dizer, mas prefere apenas olhá-la, calado.
p Hermione, por um momento, pode mergulhar no profundo dos olhos do garoto, o silêncio de ambos parecia ser mortal e salvador ao mesmo tempo. Eles ficariam ali, somente se olhando, pra sempre se pudessem. Harry abaixou os olhos até os lábios dela lembrando-se do dia em que, acidentalmente, havia beijado-os e temendo perder a razão e beijá-los novamente, decidiu que aquela situação de silêncio mútuo teria que ser rompida.
p – Mione? – chamou-a tentando tirar os olhos da boca da garota.
p – Que? – disse ela, também com dificuldade, em parar de olhar os olhos do amigo.
p Ela sentiu um sensação estranha, que primeiramente, a fez achar estar sendo hipnotizada pelo olhar do garoto que amava, no entanto, essa sensação tornou-se ruim, como um frio na barriga, que começava gostoso, mas ia se tornando torturante.
p – Você ta bem? – perguntou conseguindo se livrar daquela tentação e notando a expressão estranha da amiga.
p – Eu, eu... – dizia agora com tontura.
p Ela sentia mais força invadindo seu corpo, mas ao contrario do lógico, perdeu o controle do corpo, como se ao invez de ganhar forças estivesse perdendo.
p – Hermione, Hermione, – dizia desesperado – você ta bem, pelo amor de Mérlin, acorde.
p Sentiu seu corpo cair inerte na cama, embora consciente. O barulho do vento estava mais rápido, o que Harry dizia passava muito veloz pelos próprios ouvidos. Porém, por um momento, tudo parou.
p – Ninguém consegue fugir do rei da escuridão – disse uma voz fria que Hermione nunca ouvira antes.
p – EU VOU ME VINGAR, i TODESENGEL /i – Gritou uma voz feminina histérica – AVERNUS RESURGO!
p Depois do grito o barulho voltou, assim como antes.
p Ela sentiu o corpo esquentar, algo caia e escorria pelo corpo, parecia água. Ela sentiu a mesma força de antes fugir de seu corpo, e também ao contrario de antes, assumiu novamente o controle deste.
p Abriu os olhos e se viu nua, debaixo do chuveiro, no banheiro do seu quarto. Assustada saiu depressa e ao chegar ao quarto viu as roupas que usaria na festa e o presente de Harry, em cima da cama.
p
p – Rony, cadê a Hermione? – perguntou Harry preocupado.
p Estava vestido em trajes muito elegantes, nada formal, mas muito elegante.
p – Sei não. – disse olhando ao redor.
p – Ali ela. – disse Luna, com um vestido amarelo muito extravagante atrás dos garotos, elas apontavam pra escada.
p O garoto dirigiu o olhar para onde elas apontavam e pode ver uma linda morena descendo. Ela usava uma blusa de seda rosa claro de alça, os cabelos agora mais cacheados do que nunca caiam levemente sobre os ombros e usava uma calça jeans com detalhes em relevo e partes desbotadas. Ela, assim como ele, optara por nada formal, mas estava a garota mais linda e elegante da festa.
p – Parabéns! – disse abraçando o amigo e depois entregando-lhe um embrulho dourado com um enorme laço prateado – Pra você.
p Obrigado. – disse desembrulhando e vendo um par de luvas de couro negro sem as pontas dos dedos – O que é exatamente?
p – Luvas de batalha. – respondeu sorrindo – Tem muitas utilidades em uma batalha.
p – Comprou pensando em...
p – Fica quieto. – disse colocando o dedo na boca do garoto, provocando-lhe um tremor – Hoje é dia de festa, ta?
p Eles seguiram pra uma mesa no canto da sala.
p Todos conversavam animadamente, exceto Hermione, que permanecia calada, pensando no mais recente acontecimento. As vozes ainda soavam claramente na sua mente, como se ainda não tivessem saído de lá, e também tinham os fatos do tempo ter passado rápido demais e Harry não se lembrar do desmaio dela.
p – Hum, gente. – chamou baixo atraindo a atenção de todos.
p – Qual o problema? – perguntou Gina vendo a tensão expressa claramente no rosto da garota.
p – Como foi a nossa tarde Harry? – perguntou sem ouvir direito a pergunta da ruiva.
p – Como assim? – perguntou o garoto confuso.
p – Eu, não lembro exatamente o que aconteceu. – explicou calma – Eu desmaiei?
p – Não, mas como assim não se lembra? – perguntou espantado assim como os outros.
p – Eu, eu me lembro de uma tarde um tanto quanto diferente da sua. – explicou abaixando o tom de voz para que ninguém mais ouvisse.
p – Dá pra se explicar melhor? – pediu Luna aflita – A gente ta ficando preocupado com você.
p – Acontece, que, bom... – ela tentava descrever o que acontecera, mas pareciam lhe faltar palavras – Hoje de manhã, eu acordei e encontrei o Harry no corredor e...
p – Claro que não. – disse estranhando tudo que ela dizia – Te vi na cozinha pela primeira vez.
p – Não na minha cabeça, na minha memória. – disse nervosa – Agora posso terminar?
p – Desculpe, fala então.
p – Bom, acordei de manhã, achei você no corredor e fomos para o quarto do Sírius – explicou vendo os amigos se entre olharem – Quando chegamos lá, bom, eu comecei a me sentir mal, caí na cama sem conseguir me mexer, daí tudo parecia passar mais rápido, até que por último, tudo parou e eu ouvi duas vozes falar coisas estranhas. Bem, no final, abri meus olhos e estava no banho, pra vir pra festa.
p – Tem certeza que não foi um sonho? – perguntou Luna espantada
p – Bom, eu nunca dormi no chuveiro antes. – disse sarcástica.
p – O que essas vozes disseram? – perguntou Rony
p – Uma de homem disse que ninguém escapava do rei da escuridão, acho que se referindo a si mesmo. – explicou ouvindo as vozes ainda ecoarem pela sua cabeça – E uma mulher muito escandalosa gritou que iria se vingar, ele chamou a outra voz de i Todesengel /i e por último disse umas palavras estranhas, que pareciam um feitiço.
p – Que palavras? – perguntou Gina descrente.
p A garota não disse nada, apenas pegou um guardanapo, uma pena, molhou a pena no vinho vermelho sangue do próprio copo e escreveu as palavras no guardanapo, o entregado em seguida aos amigos.
p – Avern... – Rony lia o que estava escrito antes de ser interrompido
p – Não fala Rony! – repreendeu-o
p – Por quê?
p – Pelo mesmo motivo que eu não falei. – disse como se fosse obvio – Se for um feitiço e nós falarmos, poderemos conjurá-lo, não sabemos o que ele faz, nem quais seriam as conseqüências.
p – Ainda acho que foi um sonho Mione. – declarou Gina – Esquece isso
p – Mas...
p – Esquece. – disseram Gina e Luna juntas.
p A garota calou-se, olhando revoltada, para os amigos que voltaram a conversar.
p Harry sabia que aquilo poderia ser sério e não se sentia confortável com 'esquecer aquilo'.
p – Vem aqui um pouco. – disse Harry levantando-se e puxando-a até um canto da sala – O que você pretende fazer?
p – Então você acredita que não estou ficando louca?
p – Depois do ano passado, isso pra mim é inteiramente normal. – brincou.
p – Não é hora pra brincadeiras, Harry. – repreendeu – Eu não sei o que fazer.
p – Quer conselho?
p – Magina, claro que não, resolvo tudo isso sozinha. – disse sarcástica.
p – Diga ao professor Dumbledore e veja o que ele te diz.
p – Ta, tenho que ficar calma. – disse, mais para si mesma, do que para o moreno.
p A garota fechou os olhos e tentou esquecer aquilo, queria festejar o aniversário do amigo, quando se lembrou que ele ainda estava ali.
p Ela abriu os olhos e viu-o observando-a com carinho, sentiu uma imensa vontade de dizer o quanto sentia por ele, mas essa vontade foi rapidamente reprimida pelo medo, medo de perder a amizade da pessoa mais importante da sua vida. Ela sabia que dizer aquilo mudaria tudo, eles não conseguiriam mais se olhar, no entanto, uma vontade falou mais alto que o medo.
p – Brigada. – disse parecendo mais calma – Gosto muito de você Harry, mais do que você pode imaginar.
p Se aproximou e beijou o garoto como nunca fizera antes com ninguém. Achou realmente que ele iria empurrá-la, xingá-la ou brigar feio com ela, mas ele apenas correspondeu envolvendo-a pela cintura. Ela colocou uma mão na nuca dele enquanto a outra percorria as costas.
p Ela procurava demonstrar tudo o que sentia por ele ali, sem palavras, sem constrangimento, apenas por um gesto.
p Algum tempo depois, tempo que eles julgariam uma eternidade, ela se afastou sorrindo, ainda agarrada a ele. Ele fez o mesmo estampando um largo sorriso no rosto.
p – Conversamos depois. – declarou sorrindo, antes de dar um selinho no garoto e correr para a mesa junto aos outros.
p O resto da festa transcorreu muito bem. Todos esqueceram o 'sonho' de Hermione, apenas ela e Harry acreditavam que aquilo era mais que um simples sonho.
p A noite se passou estranha e gostosa para os dois, foi cheia de troca de olhares e sorrisos bobos.
p A preocupação de Harry em ficar com Hermione não estava presente naquele momento, os sorrisos da garota, ora bobos ora apaixonados, o distraíram completamente, ele só queria naquele momento beijá-la novamente, o que não foi difícil, sempre que Hermione ia pegar alguma bebida na mesa, que ficava em um dos cantos da sala, ele a abraçava por trás e a beijava.
p Assim foi durante toda a noite, sem palavras, apenas com gestos.
p A festa terminou tarde e todos foram se deitar com as cabeças em ordem e pensamentos mais organizados, o que não havia acontecido muito ultimamente.
p
p
p
p
p
p N/A¹ Brigadu Nay, você ta ajudando um bocado,
p
p N/A² Comenta bastante ta povo, preciso saber o que estão achando...
